quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

UMA ORAÇÃO AO ETERNO QUE MORA NOS CORAÇÕES

(Uma Viagem Espiritual na Doçura de um Olhar Silencioso)
Que você encontre o amor mais lindo dentro do seu próprio coração.

Que você veja seus filhos como presentes do Eterno.

Que você ainda se encante com as coisas mais simples da vida.

Que você não se iluda com as luzes temporárias do mundo.

Que você saiba tirar sábias lições de vida dos reveses.

Que você perdoe, mesmo que ninguém entenda.

Que você veja cada dia como uma bênção de luz e recomeço...

Que nada possa afastá-lo de seus melhores propósitos.

Que você escute música e se sinta agradecido.

Que você não se esqueça de seus pais e honre-os com sua atenção.

Que você seja justo, sem jamais perder seu coração e sua canção.

Que você não se apegue ao passado; há tanta coisa para aprender...

Que você não se esqueça de quem lhe ajudou; gratidão é sabedoria.

Que você conserve seus amigos verdadeiros; eles são jóias de sua vida.

Que você segure seus filhos no colo, como o Eterno segura as estrelas.

Que você veja seu parceiro (a) como um presente da vida.

Que você chore, se for preciso, mas que suas lágrimas sejam lindas.

Que você ria, principalmente de si mesmo; alegria é fundamental!

Que você não tenha ódio em seu coração, pois isso empobrecerá sua canção.

Que você supere suas provas, com coragem e inteligência.

Que você abra seu coração para o amor, como a flor se abre para o sol.

Que você beije alguém amado como os raios solares beijam as flores.

Que você faça amor com luz nos olhos e gratidão pelo presente.

Que você não prenda quem quer ir embora. Amor não é gaiola!

Que você se atreva a ser você mesmo, mas sem arrogância!

Que você jamais se esqueça de que há um Poder Maior em todas as coisas.

Que você ore, em espírito e verdade, sem medo de se abrir para o Céu.

Que você converse com o Eterno, de coração a coração, sem dramas.

Que você olhe para a lua cheia, extasiado, como uma criança.

Que você sinta o cheiro do café e se sinta cada vez mais vivo.

Que você tome um chá de olhos fechados e pense em algo bom.

Que você se recicle, se areje, para não criar teias de aranha em sua vida.

Que você tenha a idade que seu espírito lhe disser, sem medo de rugas.

Que você não envelheça sem amadurecer; jamais deixe de rir de uma piada!

Que você sempre trate bem a sua criança interior; criança é vida!

Que você sempre desconfie quando a música não o encantar mais.

Que você perceba o perigo de ser tomado pela irritação descabida.

Que você não perca tempo com fofocas e nem se exaspere com tolices.

Que você saiba valorizar pessoas de energia limpa e toques legais.

Que você se atreva a andar com um sol na cara e um grande amor no peito.

Que você não se engane com as aparências; há muita gente boa neste mundo.

Que você não olhe raça, religião, sexo ou cultura; veja o Eterno em cada ser.

Que você jamais ache que perdeu algo ou alguém; o Todo está em tudo!

Que você sinta o que senti ao escrever tudo isso, em espírito e verdade.

Que você veja luz nessas linhas; a mesma luz que está em seu coração.

Que você sinta um Grande Amor; o mesmo que me fez escrever...

Que você escute alguma canção querida e se sinta muito bem.

Que você seja feliz, mesmo que ninguém entenda.
P.S.:
Aqui, no meio da madrugada da grande metrópole de aço e concreto, onde o Grande Arquiteto Do Universo me colocou para viver, trabalhar e aprender, eu atrevo-me a escrever o que meu coração sente.
Meu corpo está no plano físico, mas os meus pensamentos e sentimentos voam longe, para além do horizonte dos cinco sentidos...
Então, meu olhar pousa em outro olhar, algures, na imensidão, por entre os planos... E eu me sinto pequeno diante do amor sereno que desce aqui. Sim, bem pequeno, como a flor beijada pelos raios solares.
Há uma doçura nesse olhar silencioso. Uma lucidez perene, plácida, como um carinho secreto. É pura compreensão.
E eu fico pensando: “Será que Ele viu esses escritos que fiz por impulso, sem nem saber por quê? E sua doçura silenciosa viajará junto com esses escritos, até outros corações?”
Quem sabe isso é só o Eterno.
Eu só sei escrever o que o meu coração diz, em espírito e verdade.
E fico grato, só por isso. Como uma flor desabrochando na aurora.
Eu sou a flor e o rishi* que me olha é a aurora.
Então, que sua luz silenciosa siga... Para abrir outras flores por esse mundão de Deus, como deve ser.
(Dedicado ao sábio espiritual Ramana Maharishi**) .
Com gratidão e amor.
Paz e Luz.
- Wagner Borges – pequeno coração, que não sabe como agradecer os presentes espirituais que recebe do Alto; pequena flor sob a luz do samadhi***; criança do Eterno num corpo de homem feito; neófito da vida e médium de um amor que não se explica, só se sente...
São Paulo, 12 de dezembro de 2008.
- Notas:
* Rishis – do sânscrito – sábios espirituais; mestres da velha Índia; mentores dos Upanishads.
** Ramana Maharishi - 1879-1950 - Nascido em 1879 no Sul da Índia (Madura), Venkatraman Aiyer completou seus estudos no liceu americano desta cidade. Aos 17 anos viveu, na tranqüilidade de seu quarto, a experiência intensa de sua morte, contemplando em seguida a fonte divina de seu ser. Pouco depois, um chamado interior o obrigou, em 1896, a deixar tudo e retirar-se para uma gruta em Arunachala, montanha sagrada próxima a Tiruvannamalai, a oeste de Pondichery. Para lá foram atraídos os peregrinos que buscavam este asceta transfigurado, que passou a ser chamado de Maharshi (Grande Sábio). A chegada de mais e mais peregrinos levou a construção de dois ashrams próximos à gruta. Ramana Maharshi nada escreveu, mas os que o cercavam registraram os diálogos que teve. O sábio sempre acentuou sua preferência por um método simples, leve, direto e desembaraçado. A metáfora do mergulhador é particularmente reveladora do seu estilo. Ao responder à questão "quem sou eu?", é preciso mergulhar dentro de si mesmo. O espírito concentrado sobre um único ponto, bem como a palavra e a respiração suspensas, propiciam o encontro com a consciência pessoal. Ramana Maharshi faleceu em Tiruvannamalai em 1950. Sua presença e seu silêncio constituíram um ensinamento inestimável para seus discípulos.
*** Samadhi – do sânscrito - expansão da consciência; estado de consciência cósmica.
Obs.: Enquanto eu escrevia, rolava no som o belo CD. “Madcap’s Flaming Duty” – da banda alemã de rock progressivo/ eletrônico Tangerine Dream – 2007 – Importado.


Sorria e Siga o Sol!

sábado, 13 de dezembro de 2008

HOMEM INVISÍVEL - TESE DE MESTRADO

Olá! Abro hoje minha caixa postal e dou de cara com e-mail enviado pelo grupo de discussões do Alexandre Cumino, que aliás recebo há muito. Confesso que fiquei impressionado pelo relato do pesquisador e do como o mesmo revela o enorme abismo social, mas muito mais profundo, humano.

TESE DE MESTRADO NA USP por um PSICÓLOGO

'O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME A EDUCAÇÃO QUE RECEBE'

'Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível'

Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da 'invisibilidade pública'. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.

Plínio Delphino, Diário de São Paulo.

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres invisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa. Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:

'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o pesquisador.

O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano.

'Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão', diz.

No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto.

Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta.

E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.

O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?

Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim.

O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.

E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?

Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.

E quando você volta para casa, para seu mundo real?

Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias.

Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador. Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'.

*Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida!

Respeito: passe adiante!

Respeito à Vida! Respeito ao Ser Humano! Respeito ao Divino que habita em cada um em todos!

Prq nos é tão díficil compreender a mensagem que Krishna, Sidarta, Jesus nos trouxeram?

Paz e Luz!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Reféns da nossa própria covardia

Recebi este texto através de um amigo e durante sua leitura me senti em cheque mate diante das muitas vezes que não disse não para situações onde o mesmo era claro, mas me acovardei. Da mesma forma, lembrei de muitas outras situações presenciadas, assistidas e ouvidas, onde este mesmo não poderia ter sido dito e não foi e deste modo, a covardia, a indiferença foram tomando conta de muitas vidas, cidades e do nosso país.

Este texto é de uma antiga professora de Osasco
Cristiane Rodrigues Câmara
Supervisora de Ensino
Pólo Osasco


Criando um monstro:

O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por nada?


Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas?

Raiva contida? Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade? O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: 'ela não quis falar comigo'. A garota disse não, não quero mais falar com você. E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um não. Seu desejo era mais importante.

Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados. Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o não da menina Eloá foi o único. Faltaram muitos outros nãos nessa história toda.

Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos NÃO podia namorar um rapaz de 19. Faltou uma outra mãe dizer que NÃO iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha. Faltou outros pais dizerem que NÃO iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida. Faltou a polícia dizer NÃO ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá. Faltou o governo dizer NÃO ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador conversasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram. Simples assim. NÃO. Pelo jeito, a única que disse não nessa história foi punida com uma bala na cabeça.

O mundo está carente de nãos. Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer não às crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer não aos maridos ( e alguns maridos, temem dizer não às esposas ). Pessoas têm medo de dizer não aos amigos. Noras que não conseguem dizer não às sogras, chefes que não dizem não aos subordinados, gente que não consegue dizer não aos próprios desejos E assim são criados alguns monstros. Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um não, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem 'não posso traumatizar meu filho'. E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos. Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias. Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer não, você não pode bater no seu amiguinho. Não, você não vai assistir a uma novela feita para adultos. Não, você não vai fumar maconha enquanto for contra a lei. Não, você não vai passar a madrugada na rua. Não, você não vai dirigir sem carteira de habilitação. Não, você não vai beber uma cervejinha enquanto não fizer 18 anos. Não, essas pessoas não são companhias pra você. Não, hoje você não vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate. Não, aqui não é lugar para você ficar. Não, você não vai faltar na escola sem estar doente. Não, essa conversa não é pra você se meter. Não, com isto você não vai brincar. Não, hoje você está de castigo e não vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes NÃOS crescem sem saber que o mundo não é só deles. E aí, no primeiro não que a vida dá ( e a vida dá muitos ) surtam. Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha. Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante.

Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um não. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer - é também responsabilidade. E quem ouve uns nãos de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer não a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem. O não protege, ensina e prepara.

Por mais que seja difícil, eu tento dizer não aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitar também os nãos que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.


Paz e Luz!

“Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.” (Mt 5:37)

sábado, 1 de novembro de 2008

OS DOMINGOS PRECISAM DE FERIADOS

(Rabino Nilton Bonder)

Toda sexta-feira à noite começa o shabat para a tradição judaica.
Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de
produção, inspirado no descanso divino, no sétimo dia da Criação.

Muito além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como
fundamental para a saúde de tudo o que é vivo. A noite é pausa, o
inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida
lentamente se extingue.

Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser
suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga,
onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se
torna uma necessidade do planeta.

Hoje, o tempo de 'pausa' é preenchido por diversão e alienação.
Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações 'para não nos
ocuparmos'. A própria palavra entretenimento indica o desejo de não
parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão.

O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento cresce nessas
condições. Nossas cidades se parecem cada vez mais com a
Disneylândia. Longas filas para aproveitar experiências pouco
interativas. Fim de dia com gosto de vazio. Um divertido que não é
nem bom nem ruim. Dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos
e a memória de uma expectativa frustrada que ninguém revela para não
dar o gostinho ao próximo..

Entramos no milênio num mundo que é um grande shopping. A Internet e
a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é
quem dorme. As bolsas do Ocidente e do Oriente se revezam fazendo do
ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade
incessante. A CNN inventou um tempo linear que só pode parar no fim.

Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo. Sem
acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao
custo fóbico de uma paisagem que passa. O futuro é tão rápido que se
confunde com o presente. As montanhas estão com olheiras, os rios
precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas
férias, o domingo de um feriado...

Nossos namorados querem 'ficar', trocando o 'ser' pelo 'estar'.
Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI - um
dia seremos nossos?

Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante. Nunca
fizemos tanto e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por
tão poucos...

Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma
interrupção.

O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair - literalmente,
ficar desatento. É um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com
sua vida. A pergunta que as pessoas se fazem no descanso é 'o que
vamos fazer hoje?' - já marcada pela ansiedade. E sonhamos com uma
longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde
de Domingo.

Quem ganha tempo, por definição, perde. Quem mata tempo, fere-se
mortalmente. É este o grande 'radical livre' que envelhece nossa
alegria - o sonho de fazer do tempo uma mercadoria.
Em tempos de novo milênio, vamos resgatar coisas que são milenares.
A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que
dá sentido à caminhada. A prática espiritual deste milênio será
viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber
quando algo terminou e quando algo vai começar.

Afinal, por que o Criador descansou? Talvez porque, mais difícil do
que iniciar um processo do nada, seja dá-lo como concluído.

Texto do Rabino Nilton Bonder, da Congregação Judaica


Paz e Luz!




quinta-feira, 30 de outubro de 2008

OLHOS DOURADOS E CORAÇÃO ROSA - Uma prática de luz


Ainda agora, lendo alguns dos ensinamentos do Buda, lembrei-me de uma prática espiritual muito simples e que faz muito bem à pessoa. Trata-se de uma visualização praticada por vários mestres da região de Kailash (1), nos Himalaias. Aprendi isso com eles e agora repasso para vocês. Os procedimentos são bem simples. Vamos a eles:

1. Sentado em numa posição confortável, erga os pensamentos e abra o coração às vibrações da paz profunda.

2. Pense no BEM de todos os seres sencientes no universo.

3. Leve a atenção suavemente ao centro interno do peito.

4. Visualize uma luz rosa bem terna espalhando-se internamente pela caixa toráxica. Essa luz é pulsante, mas é muito pacífica e alegre.

5. Imagine o som de pequenos sinos retinindo dentro do seu peito em meio à essa luz rosada. Faça isso por uns três minutos.

6. A seguir, leve a atenção para o chacra frontal e ilumine a parte interna de sua testa com uma luz branquinha e serena. Faça isso por uns dois minutos.

7. Leve a atenção para dentro dos dois olhos e visualize que eles estão cheios de energia dourada. Pense que seus olhos são de ouro vivo e mantenha a concentração nisso por cerca de cinco minutos.

8. Ao mesmo tempo, pense na compaixão para com todos os seres sencientes.

9. Livre-se de qualquer encrenca interna nesse momento, dissolva seus dramas nessa emanação dourada dos olhos.

10. Pense que você mesmo é um Buda e que a iluminação é um estado de consciência que transcende os limitados parâmetros sensoriais do ego.

11. Não importa o que você tenha feito antes (todo mundo vacila e tem um passado com lembranças nada agradáveis). Sinta-se semelhante a um lótus e floresça em uma onda de sentimentos fraternos.

12. Esta prática ativa os nádis ida, pingala e sushumna (2), dissolve bloqueios energéticos e melhora bastante a concentração.

13. Podem ocorrer bocejos, lacrimejamento e arrepios durante essa prática. Essas sensações são normais e decorrentes da movimentação bioenergética pelos nádis. Além disso, estão associadas a uma verdadeira desintoxicação bioenergética do organismo. Inclusive, muitas pessoas têm essas sensações quando estão envolvidas em algum trabalho espiritual, até mesmo em uma simples leitura de um tema espiritual.

14. Conclusão: essa prática é excelente para dar um banho vibracional no corpo e na aura. Também anima e eleva o padrão consciencial da pessoa.

Para inspirá-los, repasso para vocês alguns ensinamentos do Buda:

"Ninguém pode purificar o espírito com sangue, pois, se os deuses são bons, não lhes pode ser agradável o sangue e, se são maus, não basta este para suborná-lo."

"O homem que não se esforça por aprender, envelhece como um boi: aumenta de peso, mas, não de sabedoria."

"Ninguém é sábio só porque vive em silêncio."

"De cada um tem que ser o esforço. Os Budas apenas instruem."

"O tolo que sabe que é tolo, nisso, pelo menos, é sábio. Mas o tolo que pensa que é sábio, esse é um rematado tolo."

"As pessoas são escravas porque não abandonam a idéia da personalidade."

"A verdade é eterna; não conhece nascimento nem morte; não tem começo nem fim. Que a verdade se aposse de suas almas."

"A compaixão para com todas as criaturas é a verdadeira religião."

"O exame de si mesmo é doloroso."

"É muito melhor morrer combatendo o mal do que ser vencido por ele."

"Nem através do pranto nem dos lamentos obteremos a paz da mente."

"Feliz aquele que vence o egoísmo: alcança a paz e encontra a verdade."

"O ego é o mestre do ego. Cada qual é o mestre de si mesmo e o seu refúgio. Que outro poderia ser?"

Espero que esta prática espiritual tão simples de realizar e esses ensinamentos do Buda possam iluminar o dia de hoje em seus corações.

Há uma luz maravilhosa que viaja por todas as dimensões. Ela viaja em silêncio e só os sentidos espirituais podem acessá-la adequadamente. Ela equilibra, compreende, ama e é a melhor companhia de alguém, pois nada pede, nada cobra e tudo oferece. Porém, sua comunicação é silenciosa e só poderá ser percebida na luz das chamas que queimam as tolices e desmandos do ego. Só no fogo dourado do discernimento e na luz rosa da compaixão, a grande alquimia acontece.

Então, ocorre a transmutação do vil metal do orgulho no ouro brilhante da consciência irmanada nas ondas da paz. A arrogância se cala e a consciência se vê mergulhada em uma sintonia que o mundo desconhece e que as palavras não são capazes de descrever.

Essa iluminação interna não transforma ninguém em sábio, apenas aumenta o brilho dos olhos e o amor no coração. Também não tira as pedras do caminho e nem elimina as provas necessárias ao aprendizado humano. Mas, dá um contentamento interno independentemente das flutuações das situações externas.

E o melhor disso tudo: você descobre que há um Buda sentado dentro do lótus do seu coração e que a consciência cósmica não é um lugar ou paraíso celeste, mas um estado de consciência iluminado pelas vibrações da paz profunda.

Muitas vezes, quando penso na violência que assola a humanidade há tanto tempo, lembro-me de Sidarta Gautama, o Buda. Ele foi um dos homens mais pacíficos que viveu nesse planeta. Penso nele e algo me diz internamente que devo ficar calado e pensar na paz mundial, pois as ondas passam e tudo é transitório nesse mundo sujeito à roda de samsara (3). Os braços de maya (4) são poderosos, mas há um buda sentado dentro dos corações que almejam a paz. Em silêncio, ele trabalha a favor do mundo e inspira a alma dos homens.

Paz e luz!

PS: Enquanto eu escrevia rolava no som o maravilhoso cd novo do tecladista grego new age "Yanni". O disco chama-se "If I Could Tell You". As músicas "With An Orchild" (5a. do disco é disparada a melhor desse trabalho) e "On Sacred Ground" (1a. do disco e com fortes toques orientais de flauta) são fantásticas e já podem ser consideradas as melhores da carreira desse excelente músico grego.

- Wagner D. Borges - (Admirador assumido de Jesus, Buda, Krishna, Bábaji e tantos outros caras legais que ajudam a humanidade).

São Paulo, 04 de dezembro de 2000 às 17:36h (Texto postado originalmente na lista Paz e Luz)

Notas: (1) Kailash (do sânscrito): monte sagrado situado nos Himalaias. Segundo a crença, é morada de vários Budas extrafísicos. Ver o belo livro de Paul Brunton, "Um Eremita no Himalaia"; Ed. Pensamento. Ver texto 77.
(2) Nádis (do sânscrito): condutos sutis que transportam as bioenergias pelo sistema. Os principais nádis são três e correm ao longo da coluna vertebral: ida (à esquerda), pingala (à direita) e sushumna (pelo centro).
(3) Roda de Samsara: expressão muito usada no Budismo, significando a roda compulsória reencarnatória.
(4) Maya (do sânscrito): "Ilusão".

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

CAMINHANDO COM O INVISÍVEL

CAMINHANDO COM O INVISÍVEL
“O verdadeiro espiritualista é aquele que sabe trabalhar sobre as suas dificuldades para delas fazer pedras preciosas."
- Mikhael Aivanhov -
O que é certo e o que é errado?

Quem sabe os mistérios que rondam os corações?

O invisível não se revela aos fracos de espírito e nem aos fortes de mente e de ego. Ele gosta de revelar-se apenas ao coração livre de ódio.

O buscador sincero não tem o que temer.

Na trilha espiritual, ele encontrará muitos questionamentos, responsabilidades e muito serviço.

Não há facilidades na caminhada iniciática e nem o jogo hipnótico das luzes ilusórias do mundo toldando seu discernimento.

No entanto, há presentes de luz em meio ao trajeto. Eles são depositados pelos anjos em pontos estratégicos da jornada da alma.

A cada etapa iniciática superada, surgirão novas responsabilidades, novas tarefas e mais serviços prestados pelo bem de todos.

Na senda da luz, não há julgamentos, só há escolhas e repercussões.

Há aqueles que caminham e aqueles que estacionam nas frivolidades de seus egos.

Há os que se esforçam e suam sangue pelos objetivos vislumbrados, mesmo em meio a todo tipo de adversidade.
Outros, espetam os companheiros de jornada, semeiam discórdias e estacionam em meio aos sorrisos irônicos e atitudes tacanhas.

Enquanto isso, os anjos registradores do caminho vão anotando os procedimentos mentais, emocionais e carnais de cada um.

Ao longo do caminho, eles continuarão deixando presentes de luz, mas também deixarão pacotes contendo diversos pedregulhos cármicos*.

Eles sabem bastante sobre sintonia: cada um encontrará o pacote cheio com o conteúdo relativo ao que estiver em seu próprio coração.

O que é certo e o que é errado?

Os anjos sabem a resposta, mas não dizem. Em seu silêncio, eles seguem deixando os pacotes nos pontos estratégicos do caminho espiritual. Eles sabem que, quem os abrir, receberá o presente adequado e compatível com o tipo de atitude que manifestar na trilha.

O invisível está repleto de anjos e eles falam somente ao coração que trabalha e respira a atmosfera dos propósitos justos.

Como ensinava o sábio Toth no antigo Egito:

"O INEFÁVEL É INVISÍVEL AOS OLHOS FÍSICOS, MAS É VISÍVEL À INTELIGÊNCIA E AO CORAÇÃO."
Paz e luz!
- Wagner Borges -
São Paulo, 11 de dezembro de 2000.
- Nota:
* Cármicos – do sânscrito Karma; ação, causa - toda ação gera uma reação correspondente; toda causa gera o seu efeito correspondente. A esse mecanismo universal os hindus chamaram carma. Suas repercussões na vida dos seres e seus atos podem ser denominados de conseqüências cármicas.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Tenho Certeza!

Olá! Remexendo no e-mail, encontrei este texto enviado por Alexandre Cumino em fins de novembro de 2007. Me lembro ainda que alguns outros textos deste autor refletiam o que enxerguei com uma remexida interior, mas este em especial identifica-me num curso onde sigo já algum tempo. Amo a Umbanda, sinto profundo respeito por esta Escola da Vida que me acolheu e ergeu, mas vejo que esta mesma Senhora da Luz Velada me chama para levantar os véus da ilusão e do ego, das muletas com que nos agarramos durante a travessia da vida.

Religião só é boa quando aprendemos que ela é meio, nunca fim em si mesma.

Tenho certeza,
Por Alexandre Cumino
Para Deus...
Não faz diferença se somos Umbandistas ou não, só faz diferença o que vai em nossos corações...
Não faz diferença o que dizemos e sim o que sentimos e o que pensamos...
Não faz diferença quem tem mais conhecimento de quem tem menos conhecimento e sim como usamos nosso conhecimento...
Não faz diferença nenhuma se lutamos pela religião e sim se lutamos pelo ser humano, pois por lutar pela religião, pela "boa causa", é o que fizeram as guerras santas...
Não importa se conquistamos o que queremos e sim se alcançamos o que precisamos, pois o querer na maioria das vezes faz parte do ego...
De nada vale amar espiritos, orixás ou anjos se não somos capazes de amar o ser humano...
E eu como sou ser humano ainda, só posso me perguntar:
Que "defecação" é esta?
Hah me esqueci, estamos todos lutando pela umbanda e isto justifica a tudo, quando lutamos por uma religião podemos tudo, afinal, temos o aval de Deus e os fins justificam os meios...
Não somos muito diferentes (claro que falo de nós, pois, será que estaria eu fora desta questão, no entanto, melhor ser consciente que hipócrita), nos parecemos muito com o porteiro ou zelador (já que este é um termo mais apropriado aqui) que acredita ser o dono do prédio ou mesmo quando vamos a uma loja e os vendedores nos tratam como se fossem os donos do estabelecimento, no entanto se esquecem que o dono de tal estabelecimento faria de tudo para nos agradar, muito diferente de seus funcionários...
Pois então somos nós "funcionários" dos Orixás, trabalhando neste "edificio", nesta "obra", e tudo o que temos feito é nos julgar com os poderes do DONO da Casa (que é Deus), acreditamos piamente que Ele nos delegou seus poderes e que com tanto tempo de "casa" teremos o "uso capião" da "propriedade" do "Senhor"...
Assim somos nós, mas não se preocupem, não estou falando do umbandista (não apenas do umbandista) assim são a maioria dos religiosos e não importa qual a sua religião...
A maioria de nós procura religião porque temos problemas que não conseguimos administrar em nossas vidas, no entanto ao chegar na religião passamos a acreditar que podemos administrar a religião e até administrar os "negócios de Deus", somos os "empresários" e representantes de Deus na Terra, "Nós representamos os interesses de Deus na Terra", é... realmente somos privilegiados...
Mas que palavras serão estas, de uma pessoa revoltada?, de uma pessoa consciente? ou apenas de alguém que usa da situação e do dom das palavras para apenas chamar a atenção das pessoas???
Talvez esta seja a unica pergunta sem resposta pois a maioria dos senhores que estão lendo este e-mail nunca tiveram a oportunidade de olhar nos olhos deste ser humano que escreve estas linhas...
Uma coisa é certa não tenho condições de julgar a mim mesmo, não posso dizer quais são meus motivos reais e sabe porque? Simplesmente porque uma coisa é certa sou alguém que tenta evitar a hipocrisia, no entanto dizer que não sou hipócrita pode ser em si a própria hipocrisia que grita através de meu ego...
Talvez seja isso e talvez seja importante saber se cultuamos realmente a deus ou a nosso próprio ego, se adoramos o Ser Supremo ou a religião, se nos dedicamos ao ser humano ou ao templo...
Gandhi costumava dizer que se não conseguimos encontrar Deus no ser humano, não é mais preciso procurar...
Vivekananda e Ramakrisna ensinaram ao mundo que não importa qual é sua religião...
Lao Tsé nos ensinou que o Tao não é algo que se pode explicar...
Osho fala que doutrinas e religiões não importam...
São Francisco mostrou que humanismo está acima da religião...
O Sufi Inaat Kan mostra que podemos rezar a todos os deuses em todas as linguas...
Cabalistas reconhecem Deus em sua forma feminina como Shekná...
E nós, quais são nossos exemplos e valores?
O que importa para nós?
O que importa para Deus?
Religião?
Qual é a sua religião, a do homem ou a de Deus?
Quem está acima do altar, o ego?
Alexandre Cumino
Obs.: Quanto a "defecação", aos coliformes fecais, cada um pense o que quiser...


Paz e Luz!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

+ VÍDEOS INTERESSANTES!

Igbadu - Cabaça da Criação

http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?cod=5201&Exib=5937

Yansan

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?cod=4839&Exib=6745

Historietas Assombradas (para crianças malcriadas)

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=3297&Exib=6745

Frankenstein Punk

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=561&Exib=6745

Aruanda

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=4746&Exib=6745

Gentileza

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=4955&Exib=6745

Deus é Pai

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=392&Exib=6745

Disputa entre o Diabo e o Padre

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=5197&Exib=6745



Paz e Luz!

LA NAVE VÁ! MA DIO MIO PRÁ DONDE?

Motivos que me levam a crer que o mundo está acabando

Posted In: . By Yoná Valentim

É minha gente... Há tempos não escrevo aqui no Palavra. A vida tá corrida, muito trabalho, muita conta pra pagar, muito aborrecimento. Mas de repente me animo e digo, vou escrever no Palavra. Como num passe de mágicas algumas coisas começam a acontecer e isso vai me assustando, vai me assustando, até que num dado momento percebi a mensagem: "o mundo está acabando!" The end is here!, como dizem as placas dos doidos em filmes americanos. E eu me toquei da verdade da coisa. Senão, vejamos:

1) Homofobia na campanha eleitoral da Marta - Tudo bem, tá certo, quem me conhece sabe que nunca gostei da Marta e de sua postura patricia-militante-de-esquerda-com-bolsinha-vuitton, mas, por Deus, eu nunca imaginei que Marta um dia cuspiria no próprio prato em que comeu. A senhora que hoje é lembrada mais pelo fato de ter mandado o povo relaxar e gozar à época em que os aviões não levantavam vôos e pessoas literalmente morriam, perdiam empregos, negócios etc., por causa do imbróglio, nunca teve, efetivamente, uma pauta política ampla. Apegou-se de tal maneira à bandeira GLBT que dela nunca mais se soltou. Se tatuasse um arco-íris na testa ninguém estranharia, devido o nível de comprometimento com a causa. Pois bem, bastou estar atrás do Kassab - que por sinal, vale tanto quanto ela no mercado das gentes que nada valem - para simplesmente insinuar que o cara não tinha filhos nem era casado, logo... Sinistro!!!!

2) Argumentos dos petistas para defender o suplício de Marta - Se o parágrafo acima termina sinistro esse começa sinistríssimo porque, pior do que a insinuação homofóbica contra Kassabão me vêem os argumentos da petizada e estes, minha gente, são tristes. Do tipo, ele é direitoso, ele faria o mesmo ou pior, ele não vale nada, ele é isso, é aquilo, aquilo outro. É mais ou menos a lógica da burguesada que acha que menino preto, com uma manchinha que seja na polícia merece é tiro mesmo. Ou seja, aos amigos tudo, aos inimigos, fumo!! Assim é a vida, por isso o mundo tá se acabando. O outrora partido da ética, que agora virou partido da boquinha, só tá servindo hoje em dia pra isso: dar gancho pro parágrafo que vem a seguir;

3) Sair da história pra cair na vida - Quando Getúlio mandou o auto-balaço que o levou dessa para a melhor ele escreveu que "saía da vida para entrar para a história". Frase bonita, né? Causa impacto. Talvez seja a frase mais importante de um presidente em nossa história, talvez só perca para "nunca antes na história desse país...", mas esse é outro caso. O que eu queria pontuar aqui é que há pessoas que, ao contrário do Getúlio, preferem sair da história para entrar pra vida mesmo e, de preferência, pelas portas dos fundos.É o caso, por exemplo, de Benedita da Silva. Virou vereadora, deputada, senadora, governadora, ministra, secretaria... Secretária de que mesmo?? Ah, sim, de ação social do Sérgio Cabral. Só chora miséria, vive numa salinha esfumaçada cedida pelo Detran. Agora, pra aliviar seu espaço querem tirar as Ongs do Palong (na Avenida General Justo, centro do Rio), para colocá-la com sua turma.Mas o que me chama a atenção é a capacidade que tem Benedita e outros negros do PT de se prestarem muitas vezes a serviços tão sujos, tão vergonhosos para a militância como um todo. Exemplo disso, é o apoio a Eduardo Paes nas eleições do Rio. Pôxa, vida! Garotinho, de triste lembrança nessa cidade, será eternizado pela frase: "o PT é o partido da boquinha!" E Benedita e sua turma se esforçam para demonstrar o quanto ele estava certo.Agora, como se não bastasse ela, Edson Santos, Carlinhos Santana e tutti quantti, marcaram uma reunião com lideranças negras e religiosas do candomblé e da umbanda para discutirem a adesão desse setor à candidatura do Eduardo Paes. Foram meia dúzia, alguns inclusive, disseram que foram sem saber para o quê estavam indo. Isso lhes faz lembrar papel de capitão-do-mato? A mim sim e me dá nojo!!!Só um rodapé: Eduardo Paes foi o único candidato que não foi à caminhada pela liberdade religiosa; que negou-se a dialogar com os negros do seu próprio partido; que, sob o manto do Sergio Cabral deve fazer que nem o padrinho: não cumprir absolutamente nada do que se comprometeu com a comunidade negra. Enquanto isso, os pretensos líderes vão por aí tentando vender seus supostos liderados por mais um cargo de dois ou três anos. Triste fim. Jurema Batista que o diga.

4) Cagadas policiais em São Paulo - Não tem como deixar de falar do assunto da hora. Primeiro os policiais civis estão em greve em São Paulo há 31 dias. Caramba! Trinta e um dias é um mês. Como a maior cidade do país, em pleno período eleitoral entra em greve de polícia por um mês e a gente do lado só fica sabendo disso quando os PMs resolvem dar um sacode nos Policiais Civis porque fazer greve pode, mas protestar em frente ao palácio do governo paulista não pode?? Cacete, São Paulo hoje é a cidade mais tranquila do mundo, com certeza. Afinal é um luxo um mês de greve da polícia e tudo estar seguindo na maior normalidade possível.Logicamente, temos que fazer uma excessão a Santo André. Lá o bicho tá pegando. Ou melhor, o Lindibergue tá fazendo barba, cabelo e bigode com a cara da polícia. Enquanto escrevo essas mal traçadas o sujeito está há 4 dias com duas garotas mantidas como reféns, ambas de 15. O mais interessante é que ele tem 23, ou seja, quando começou a namorar a menina ela tinha 12 e ele 20. Eu, como comandante da polícia prenderia de cara o pai e a mãe. Afinal, se um sujeito de 20 anos chegar pra querer namorar minha filha quando ela tiver com 12 anos, eu vou dar um corre com ele tão grande que ele vai até querer virar monge. Portanto, primeiro erro da polícia, não ter dado logo uma cana de leve nos pais liberais que acham bonitinho uma menina de 12 anos ficar de beijinho com um galalal de 20.Mas como se não bastasse, o sujeito teve a capacidade, o displante, de soltar uma das reféns, a menina ficar uns dois dias em casa e depois simplesmente a polícia DEVOLVEU a guria porque ele pra soltar uma precisava da outra. Ai, ai, ai... É muita incompetência, Batman! Por isso prefiro ver eles se estaporando entre si, pelo menos é mais divertido.

5) Funk do jumento e mulher égua - Por fim, para não dizer que não falo de coisas mais pitorescas, mas que só comprovam que o mundo realmente chegou ao seu limite da existência não posso deixar de comentar o que ouvi na rádio FM O Dia ontem. Existe um comentarista na rádio chamado David Brazil, é um gaguinho chato a dar com o pau. Pois bem, ele contou que Sérgio Mallandro depois de, surpreendentemente, perder as eleições para vereador em São Paulo, resolveu lançar o funk do jumento. O que isso significa ninguem sabe, mas o que o David dizia é que o nefando Mallandro está procurando uma mulher gostosa para ser... A MULHER ÉGUA!!! Incrível, né??? Nada, o incrível, na minha humilde opinião, foi o discurso do gaguinho em defesa da dignidade das mulheres. Ele fez um discurso inflamado falando o quanto é absurdo uma mulher, seja ela quem for, submeter-se a um "papel" de mulher égua! Mas o bom mesmo, o que me dá alegria é o silêncio das feministas. Elas implicam com a aplicação do artigo os/as para tudo, mas para a mulher égua, estão pouco se lixando.

É o fim, senhores, é o fim!!!Pois é, minha gente, paro aqui para fazer minhas ultimas orações, despedir-me dos amigos pois, com tudo isso, a certeza que tenho mesmo é que depois que todas as bolsas quebrarem, todo o sistema financeiro ruir, darão a chave da porta na mão do Obama e depois ainda dirão: "Tá vendo? Foi só o pretinho assumir o poder que deu no que deu!"

Marcio Alexandre M. GualbertoCoordenador do Coletivo de Entidades Negras - CEN/RJEditor do blog: Palavra SinistraIntegrante da Rede Mamapress e colunista de AfropressMembro do Conselho Editorial da revista Raça BrasilMSN: marciogualberto@msn.com

terça-feira, 21 de outubro de 2008

FÓRUM UMBANDA: 100 ANOS DE HISTÓRIA – 1908/2008

PROGRAMAÇÃO:

Dia 11/11

18:00h – 18:30h: Cerimônia de Abertura

- Composição da Mesa

(Apresentação pela Professora Telma Gama – PROEPER/UERJ)

- Entrada do Caboclo/Defumação

- Hino Nacional

- Hino da Umbanda

18:30h – 18:45h: Homenagens póstumas

-Baluartes da Umbanda

Dr. Pedro Miranda – Presidente da União Espiritista de Umbanda do Brasil e Sacerdote da Tenda Espírita São Jorge

18:45h – 19:00h: Introdução:

- Breve explicação da criação da Umbanda através de sua Simbologia.

Dr. Carlos DamasVice-Presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil - CEUB

19:00h – 19:20h : Contribuição Espírita:

- Conceitos básicos (o que é o Espírito?); Mediunidade e Reencarnação

Nadja do Couto Vale – Mestra em Educação e Doutora em Filosofia

(15 min para a dissertação; 5 mim perguntas).

19:20h – 19:40h: Contribuição Católica:

- Reza, Sincretismo e uso de velas

Frei Tata – Paróquia São João Batista

(15 min para a dissertação; 5 mim perguntas).

19:40h – 20:00h: Contribuição Africana:

- Orixás e Atabaques

Prof. Flavio Pessoa –Sacerdote, Professor Universitário, Escritor e Antropólogo

(15 min para a dissertação; 5 mim perguntas).

20:00h – 20:20h: Contribuição Indígena

- Hierarquia e Pajelança.

Pajé Tobi Itauna – Etnia tupi-guarani

(15 min para a dissertação; 5 mim perguntas).

20:20h -20:40h: Contribuição Oriental:

- Defumação, Mentalização e Simbologia.

Maria Helena Farelli – Escritora e Sacerdotisa do Templo da Magia Cigana

(15 min para a dissertação; 5 mim perguntas).

20:40h – 21:30h: Encerramento

- Coffee Break

- Cânticos

Dia 12/11

18:00h – 18:20h: 100 anos de Umbanda – Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas

- Histórico

Dr. Pedro Miranda – Presidente da União Espiritista de Umbanda do Brasil e Sacerdote da Tenda Espírita São Jorge

18:20h – 19:00h: Juventude Umbandista

- Atuação do Jovem no movimento Umbandista – Perspectiva de Futuro.

Mônica D’oya – Sacerdotisa da Casa Espírita Irmãos de Caridade

Armando Fernandes – Sacerdote do Templo A Caminho da Paz

(15 min para a dissertação cada; 10 min para perguntas).

19:00h – 19:40h: Literatura de Umbanda

- A Importância da literatura na formação do umbandista: incentivo aos novos pesquisadores

Etiene Sales – Sacerdote do Centro Espírita São João Batista

Jose Henrique Motta de Oliveira – Sacerdote da Cabana de Pai Pescador das Almas

(15 min para a dissertação cada; 10 mim perguntas).

19:40h – 20:20h: Ética Sacerdotal

- Postura do sacerdote

- Excessos

Carmen Déa – Sacerdotisa do Terreiro Umbandista Vovó Cabinda de Angola

(25 min para a dissertação cada; 15 mim perguntas).

20:20h – 21:00h: Identidade Umbandista

- Estigma e preconceito

- Orgulho Umbandista

Fátima Damas – Presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil, Sacerdotisa do Templo Umbandista Vovó Maria Conga do Congo e Membro da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa

Arthur Guerra – Médium do Templo Umbandista Vovó Maria Conga do Congo

(15 min para a dissertação cada; 10 mim perguntas).

21:00h – 21:30h – Encerramento

- Coffee Break

- Cânticos

Dia 13/11

18:00h – 18:40h: Aspectos Jurídicos da Religião

- Legalização e informes jurídicos

Dr. Luiz Fernando Martins da Silva – Advogado, Ogan do Ilê Axé Oxumarê (Salvador), Professor de Direito, Escritor e atuou como Ouvidor da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR

Flavia Pinto – Sacerdotisa do Centro Espírita Casa do Perdão

(15 min para a dissertação cada; 10 mim perguntas).

18:40h – 19:20h: Mídia e Religião

- Rosiane Rodrigues – Iniciada na nação Ketu, Jornalista, Radialista, atuou como Coordenadora de Produção da RTP Internacional, Assessora de Imprensa do Ministério da Assistência Social, Sub-secretária de Comunicação Popular do Governo do Estado do Rio, Assessora de Imprensa da Vice-governadoria do Estado do Rio de Janeiro e atualmente é Assessora de Imprensa da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa

- Clarissa Monteagudo – Jornalista e Umbandista

(15 min para a dissertação; 10 mim perguntas).

19:20h – 19:40h: Comissão de Combate à Intolerância Religiosa: Realizações e Metas

- Babalaô Ivanir dos Santos – Interlocutor da Comissão

(15 min para a dissertação; 5 mim perguntas).

19:40h – 20:20h: Territorialidade da Umbanda; Exposição Altares Sincréticos

- Maria da Consolação Lucinda – Doutoranda Antropóloga Social da UFRJ.

(30 min para dissertação; 10 min perguntas)

20:20h – 20:40h: Conclusão

- Fátima Damas – Presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil, Sacerdotisa do Templo Umbandista Vovó Maria Conga do Congo e Membro da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa

20:40h – 21:30h: Encerramento

- Coffee Break

- Cânticos

Paz e Luz!

sábado, 18 de outubro de 2008

CONVERSANDO SOBRE ASSÉDIOS EXTRAFÍSICOS II*

Nada compensa a perda da luz no coração.
Quem permite isso, torna-se presa fácil da tristeza.
E, como as energias seguem os pensamentos, surgem faixas escuras na aura.

Muitas vezes, seres extrafísicos trevosos só esperam isso para agirem.
Eles interpenetram o campo áurico da pessoa e se ligam a estas faixas escuras.
É como se a própria pessoa fornecesse o material básico para essa ação oculta.
Ao manter um clima psíquico opaco, ela permite, por sintonia, a entrada do mal.
E as conseqüências são desastrosas! Pois, há sérias contaminações psíquicas.
Na maioria das vezes, os agentes trevosos não são os causadores de nada.

Eles apenas exploram o clima psíquico que encontram na própria pessoa.
E, se a tristeza está instalada ali, eles dinamizam o processo e entram na área.
Tudo começa no mundo interno da pessoa. O que ela pensa e sente, é o que ela é!

Climas psíquicos cinzentos atraem entidades cinzentas para o perímetro vital.
Desejos de vingança, pensamentos negativos e mágoas abrem as portas da aura.
Em contrapartida, pensamentos positivos e auto-estima elevada reforçam a luz.
A melhor defesa espiritual é ser feliz. Amor, alegria e lucidez iluminam a vida.

Uma aura forte e irradiante dissolve as faixas escuras e protege a pessoa.
Preces, mantras** ou práticas psíquicas positivas também ajudam muito.
Mas o essencial é o fortalecimento do clima mental e afetivo e voltar-se para a Luz.
Bom humor é fundamental. E, também, considerar a vida como um presente.

E gostar de viver, emocionando- se e vendo grandeza nas coisas simples da vida.
Estudos espirituais ajudam muito, pois lembram a pessoa de sua ligação com o Alto.
E ensinam que “o semelhante atrai o semelhante”, e que a luz busca a luz.

Nada compensa a perda da luz no coração. E, nesse mundo, tudo passa!
E o que vale mesmo é o grau de consciência que cada um manifesta.
O que cada um pensa, sente e faz revela o que está em seu mundo interno.
Por fora, o mundo não nota. Mas, por dentro, as energias revelam tudo.
Foi por isso que Jesus alertou e ensinou sobre as verdades do coração, e disse:
“De que adianta a uma pessoa ganhar o mundo, se ela perder sua alma?”
Paz e Luz.
- Wagner Borges -
São Paulo, 20 de setembro de 2008.
- Notas:
* A primeira parte desse texto está postada no site do IPPB –
www.ippb.org. br -, no seguinte endereço específico: http://www.ippb. org.br/modules. php?op=modload&name=News&file=article&sid=5931.

** Mantra – do sânscrito – palavra oriunda de Manas: Mente; e Tra: Controle; liberação – Literalmente, significa "Controle ou liberação da mente".
Determinadas palavras evocam uma atmosfera superior que facilita a concentração da mente e a entrada em estados alterados de consciência. Os mantras são palavras dotadas de particular vibração espiritual, sintonizadas com padrões vibracionais elevados. São análogos às palavras-senhas iniciáticas que ligam os iniciados aos planos superiores.
Pode-se dizer que os mantras são as palavras de poder evocativas de energias superiores. Como as palavras são apenas a exteriorização dos pensamentos revestidos de ondas sonoras, pode-se dizer também que os mantras são expressões da própria mente sintonizada em outros planos de manifestação.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Minha despedida.

Como todos já devem ter percebido, o Mano Edenilson dominou inteiramente a arte de manejar um Blog, de modo que minha presença como colaborador se tornou para lá de dispensável.

E eu tomei uma decisão: não discuto mais sobre Umbanda!... Não aguento mais as mesmas discussões estéreis sobre se isso ou aquilo é válido, se o "certo" é ser esotérico ou africanista, e, principalmente, o sacrifício de animais como fonte de energia magística.

Já cansei de apresentar estudos científicos que provam que as plantas são seres não só conscientes (lá da forma delas...), como têm sentimentos (lá do jeito delas...), que são capazes de transmitir emoções de dor, medo, raiva, mágoa, etc, não só por impulsos elétricos de raiz a raiz, como também por substâncias químicas que liberam no ar (ou vocês pensavam que o bom odor das rosas foi feito só para agradar as namoradas?...)

Cansei de argumentar que a oferenda simbólica de alimentos é um "ato mágico" e que, se formos levar tudo ao pé da letra, "desperdiçar comida" (seja ela de origem animal, vegetal ou mineral), quando há tanta fome e miséria por esse mundo, é algo que "ofende a Deus". O mero ato de acender uma vela está contribuindo para "aumentar o rastro de carbono na atmosfera" e a fumaça do pito do Preto Velho está transformando seus consulentes nas novas "vítimas da moda": os "fumantes passivos"...

Cansei da tecla desgastada de que "menga" atrai "vibrações baixas"... São quantas mesmo as notas musicais?... Sete, não é?... Que curiosa coincidência com as "Linhas de Umbanda"!... Só que as notas têm semitons e se repetem em infinitas "oitavas". De modo que uma nota - dó, por exemplo - pode fazer parte de uma música inspiradoramente harmoniosa, como pode fazer parte da vibração de um terremoto destruidor.

Enfim, cansei de "gente políticamente correta" e "bem pensante" que se acha com capacidade de deitar falação sobre o que não entende e julga, de acordo com suas preferências pessoais, isto ou aquilo "certo" ou "errado".

Quem não aguenta com mandinga, não carregue patuá!

Ou bem Deus está em toda a parte (inclusive nos Infernos) ou não é onipresente. E ou Jesus disse: "Em todo lugar em que dois de vós vos reunirdes em meu nome, aí estarei eu", ou todo o resto que ele falou é maluquice e não deve ser levado em conta...

Cansei de remar contra a maré e ter que, a toda hora, argumentar com alguém que me vem com um "o Caboclo das Sete Encruzilhadas fazia assim ou assado..." Caramba! Me mostrem uma só ocasião em que o Caboclo falou "Meu jeito é o certo... os outros são errados".

Vou continuar a acompanhar o trabalho do Mano Deni e, uma vez a cada Lua Azul, vou deixar uma participação nos comentários. Mas vou seguir a ordem de "meu" Caboclo da Pedra Negra: pare de discutir! Nem todos os que se dizem Umbandistas são mesmo gente bem intencionada.

O meu grande amigo Deni pode dizer o quanto nós já discutimos palavras e "interpretações", somente para descobrir que pensávamos do mesmo modo, usando palavras diferentes. Só que só se pode discutir com quem está disposto a ouvir e procurar entender a posição do interlocutor. E a nossa amizade nasceu exatamente de calorosos "bate-boca", onde a preocupação mútua era encontrar os pontos de concordância.

Eu não tenho nada a dizer a quem não quer ouvir e não está disposto a ceder um nanômetro em suas "certezas".

Porque a única certeza que eu tenho é que eu faço uma vaga noção da extensão de minha ignorância...

Então, melhor faço em me recolher a minha insignificância, já que, ao menos, eu concedo que posso estar errado - e não aguento mais discutir com quem nada concede e, do alto de sua "superioridade" (há! há! há!...) trata com desprezo ou, no máximo, aquela comiseração hipócrita de "sábio falando com burro".

Não foi à toa que São Francisco foi fazer seus sermões aos corvos e lobos... As pessoas, simplesmente, não querem ouvir o que não lhes agrada.

Dixit!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Meus cinco minutos de ateu!

Olá! São apenas cinco minutos ok? rsrsrsrsrsrsrs. Da mesma maneira que creio e sinto Deus em minha vida, há quem não creia ou nem sinta e mesmo assim continuam filhos de Deus, rsrsrsrsrsrs.

Se bem que será que há mesmo relação entre Deus e religião?

George Carlin - Religion is bulshit - Religião é besteira
http://br.youtube.com/watch?v=JGwAEhkmsSU&feature=related


George Carlin - Os 10 Mandamentos
http://br.youtube.com/watch?v=CF1-IS0yDCs&feature=related

O melhor participante de todos os tempos!

http://br.youtube.com/watch?v=6XXBBIWnyaM&feature=related

O Incrível Jesus

http://br.youtube.com/watch?v=oWxTkLiJ_bU&feature=related

"Estou confuso..."

http://br.youtube.com/watch?v=0WXYeM5MZso&feature=related


Paz e Luz!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Etiene Sales, um umbandista que mereçe ser lido!

Olá! Há um bom tempo e sempre que tenho oportunidade, ao saber de textos escritos por Etiene Sales, a ansiedade e alegria pelos mesmos são grandes e invariavelmente a recompensa é a mesma, uma enorme satisfação intelectual e fraternal.

Enquanto temos e sabemos que há quem se esconda em palavras calculadas, prá fazer média e ganhar ovelhinhas obedientes, existe também UMBANDISTA de qualidade e coragem como Etiene Sales.

Caso vc queira saber mais, ele lançou há pouco tempo, salvo engano, um livro chamado Umbanda de Preto Velho – A tradição popular de uma religião - Editora All Print.

Se houver interesse em conhecer mais textos dele veja em:
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=ghostm

A Tristeza do Centenário da Umbanda em face de sua desunião e do
preconceito entre os Umbandistas.


A importância dos 100 anos da Umbanda vai muito além de Zélio, isso dentro do meu entendimento.

Fundador ou Institucionalizador?

Eu acredito em Zélio como um institucionalizador de algo que já existia em termos práticos, ou seja, o trabalho de guias como pretos-velhos, caboclos etc.

Zélio deu um nome (que já era conhecido dos Bantos e que podemos encontrar em um dos livros do Artur Ramos como sendo o sacerdote de uma Macumba aqui no Rio de Janeiro) e uma formatação, intitucionalizando uma forma de culto, chamando-a de Umbanda ou Alabama ou Aumbandam. Até hoje não se tem certeza do nome original, mas que acabou ficando como Umbanda.

O que era praticado antes do Caboclo das Sete Encruzilhadas, pelos guias nos Candomblés de Caboclos, nas Macumbas Cariocas (Omolokô), nas Juremas, nos Catimbós etc, pode ser considerado como Umbanda?

Se considerarmos o trabalho desses guias, a sua atuação e a sua essência, podemos dizer que sim. Porém, se considerarmos apenas a forma pela qual foi definida a institucionalização do culto de Umbanda pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, na constituição de suas casas, não podemos considerar como Umbanda qualquer outra forma (lembrando que Umbanda então, seriam apenas as casas que seguem na íntegra, sem misturas, o culto introduzido pelo Caboclos das Sete Encruzilhadas; qulaquer coisa retirada ou acrescida a esse culto, já não pode ser considerada como Umbanda, vendo o Caboclo das Sete Encruzilhadas como
seu Fundador e idealizador). Se esse contexto for dito como a verdadeira Umbanda, como a correta (a que foi institucionalizada por Zélio), ela inviabiliza quaisquer outras formas e práticas, assim como doutrinas, ritos ou fundamentos que não sejam aqueles formatados por Zélio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Existe Umbanda sem os guias?

Se considerarmos o trabalho precedente ao Caboclo das Sete Encruzilhadas, como já sendo Umbanda, na atuação de vários guias, ela simplesmente trilhou vários caminhos (a de Zélio era mais uma, e com a finalidade de institucionalizar a religião que já era praticada de forma
desordenada), assim como o próprio Cristianismo formou várias crenças, várias religiões Cristãs pelo mundo.

Hoje, como acontecia nos anos 40 do século XX (na época do Primeiro Congresso de Espiritismo de Umbanda - até o nome Espiritismo soa estranho, pois mostra uma dependência de identidade da Umbanda dentro do Espiritismo, e não dentro dela mesma como uma religião autônoma ou como um conjunto religioso por si só), existem diversas formas de Umbanda (ritos, práticas, formas, doutrinas etc) diferentes. Muitas que nem
sabem quem foi Zélio ou o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Que foram formadas a partir das Macumbas, dos Candomblés, das Juremas, dos Catimbós etc. As quais os seus guias fundadores nunca, se quer, souberam ou citaram Zélio e, muito menos, o Caboclo das Sete
Encruzilhadas como sendo fundador ou institucionalizador da Umbanda.

Muitas pessoas hoje em dia souberam de Zelio e, por conseguinte, seus terreiros, suas casas e até suas entidades, por meio de escritores como Rubens Saraceni, ou por meio das listas e sites na Internet.

Eu também não encontrei nenhuma referência ao termo Umbanda como constitutiva de uma forma de religião, nesses meus 22 anos de estudos, antes de 1908. Porém, encontrei referencias ao trabalho de entidades como pretos-velhos, caboclos, boiadeiros e até de exus, antes de Zélio. Então temos que pensar: se retirarmos essas entidades trabalhadoras
teríamos Umbanda? Ou só temos Umbanda porque temos o trabalho estruturado dessas entidades; seja separadamente ou em grupo?

Então para mim, como para outros pesquisadores, como Renato Ortiz, José Guilherme Cantor Magnani, Diana Brown, Yvonne Maggie e tantos outros, a representatividade daquilo que se chama Umbanda, não é dada pela  anunciação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas por algo que já existia antes dele, e que por ele foi institucionalizada, dado um nome e
colocando como sendo uma religião de negros e indios, de excluídos, digamos assim. Formas e essencias que se juntaram e foram se aglutinando ao longo do tempo, formando o que conhecemos hoje como Umbanda ou como um conjunto religioso chamado Umbanda.

Acredito eu que o mais importante hoje não é saber quem têm ou quem não têm a verdadeira Umbanda (ou se apenas aqueles que seguem o Caboclo das Sete Encruzilhadas são Umbanda - Mas tem que ser seguidor na íntegra e sem misturas ou adaptações, porque se isso ocorre já descaracterizou o que foi por ele colocado), mas sim todos nós, independente da forma, prática, doutrina e fundamentos (se veio ou não de Zélio, ou se nunca escutou quem ele foi), todos nós termos respeito e nos enxergamos como
Umbandistas.

No passado e hoje em dia, continuamos errando e batendo na mesma tecla dogmática (e dizem que Umbanda não tem dogmas) da verdadeira Umbanda. Que a verdadeira Umbanda é assim, que ela é assada; que a verdadeira Umbanda é a de Zélio ou de A, ou de B, ou C ... E, pela lógica, se só existe uma proposição correta, as outras, por conseqüência, estarão
erradas. Assim, se a Umbanda preconizada por Zélio é a verdadeira e a que tem que ser seguida, as outras estão erradas: não são Umbanda.

Muita gente ainda vê a Umbanda por essa lógica simplista e, se os demais não seguem a Umbanda preconizada por Zélio, a Umbanda Branca e verdadeira, então não estão fazendo Umbanda. Mas quem hoje em dia (como nos idos de 41) faz essa Umbanda? Nem nas casas institucionalizadas pelo caboclo das sete encruzilhadas se faz a mesma forma de Umbanda, ou fazem? (pode atabaque, tem o título ou a função de Ogã, pode beber, pode fumar, se trabalha com exu, boiadeiro, marinheiro, baiano, corta-se porco, não se pode cortar ...).

Eu acredito que temos que mudar o foco das verdades, da exclusão (exclusão essa que foi a espinha dorsal do mito da anunciação do caboclo das sete encruzilhadas, na federação Espírita de Niterói) das Umbandas. Temos que partir para a inclusão e não para exclusão; nos vendo como um todo, um conjunto diverso e plural que é a Religião de Umbanda em todas as suas vertentes.

Enquanto os Umbandistas não se aceitarem como tais; enquanto houver discriminação intra-religiosa e super-valorização de algumas doutrinas como sendo Umbanda e de outras como não sendo Umbanda, nunca iremos nos unir de fato. Esse foi nosso erro do passado e continua sendo nosso erro de hoje.

A Umbanda, há muito tempo, já se tornou Ecumênica (um conjunto religioso diverso e plural), mas parece que a soberba e o dogmatismo de ser ou estar acima do outro, de ter a verdadeira verdade ou de se deixar acreditar que se tem a verdadeira verdade, está destruindo uma esperança de união.

Na época em que Zélio incorporou o caboclo e ele institucionalizou uma forma de culto, aquilo alí era contextual e necessário naquela época, naquele momento histórico. Hoje existem várias formas de doutrina dentro da Umbanda e é essa a nossa realidade de hoje.

Devemos lembrar também, que na época inicial do caboclo das sete encruzilhadas, ter a doutrina espírita como referência era a doutrina que se espelhava a Umbanda por ele preconizada. Só que as coisas mudaram e a religião se transformou, se modificou, evoluiu em diferentes partes, se fundindo e assumindo outras formas, e manifestou outras doutrinas (vide os diversos livros tidos como "doutrinas Umbandistas" que, por vezes, são discriminatórios entre sí ou cada um fala a sua própria verdade como sendo o todo da Umbanda; há casos até, em que são obras psicografadas, manifestando uma legitimidade do Astral Superior como uma codificação geral, para toda a religião).

Se não entendermos as modificações acontecidas na Umbanda ao longo desses 100 anos (essas transformações, essa evolução), nunca conseguiremos nos ver como um todo, nos respeitar como um todo, nos aceitar como parte desse todo que mudou e evoluiu: plural e diversificado.

Se o próprio Cristianismo se modificou, se transformou, se ramificou em diversas crenças, em várias religiões Cristãs diferentes, porque seria diferente com a Umbanda?

A Umbanda é uma religião ecumênica, diversa e plural. E só iremos alcançar uma união de fato e de direito quando todos nós nos enxergarmos como membros dessa diversidade e dessa pluralidade; num ecumenismo sem fronteiras para a espiritualidade.

Um contexto religioso onde não há Papas, Potestades com a única e verdadeira verdade, onde não há uma única doutrina codificada, mas diversas doutrinas irmãs e correlatas dentro de princípios básicos de caridade, amor ao próximo, paz, evolução e fraternidade.

É assim que vejo a Umbanda em seu todo e espero que um dia possamos nos unir, nos despindo do fantasma do dogmatismo, da exclusão e do preconceito. Que tenhamos mais 100 anos de vida, mas com uma união ecumênica e fraterna, real e transparente.

Sem preconceitos de que isso não é Umbanda, você não pode ser Umbanda, a Umbanda só pode ser isso ou aquilo. Afinal, a Umbanda não tem donos, muito menos, um terreiro, centro ou tenda que possa dizer, com plenitude e firmeza, que pratica a verdadeira Umbanda em toda a sua abrangência. 


Até porque, quem faz ou o que é a verdadeira Umbanda?

Que possamos ter 100 anos de respeito entre nós, buscando uma União e sem preconceitos, mágoas, ofensas, humilhações ... 100 anos de valorização de todos os Umbandistas, respeitando um ao outro como irmãos de Umbanda (independente das formas e doutrinas), em uma cultura de alteridade e fraternidade.

Um abraço a todos,

Etiene Sales - GhostMaster
Administrador, Sacerdote Umbandista, Pós-graduado em Ciências da Religião


Á todos que enxergam e praticam o discernimento e a simplicidade como umbandistas,


Paz e Luz!