quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A DANÇA DAS CABAÇAS - VÍDEO

Recebi um aviso sobre este vídeo, e é muito, muito, muito bão! Aproveitem!

A DANÇA DAS CABAÇAS - EXU NO BRASIL

http://dancadascabacas.blogspot.com/

Dança das Cabaças - Exu no Brasil é um documentário poético que investiga a divindade africana Exu no imaginário popular brasileiro dirigido por Kiko Dinucci.

Finalmente o filme está disponível (depois de um ano de promessas) para ser compartilhado com o público da rede, sem fins lucrativos. Pensamos em comercializar em DVD mas achamos que é muito mais interessante promover um contato imediato entre o vídeo e os internautas, ainda mais se tratando de uma obra que apesar de ser autoral é educativa.

Quem quiser fazer download do filme ou assistir em melhor definição clique aqui , mas lembramos que a definição do arquivo para download (Quicktime MOV em 480x360, 439.21MB)é de baixa definição, para evitar que o filme seja pirateado e comercializado por lojas de artigos religiosos (umbanda e candomblé) como acontece com vários filmes (Na Rota dos Orixás, Pierre Fatumbi Verger...) e obras fonográficas, ou seja, se a obra é de graça, não faz sentido algum um comerciante de produtos religiosos explorar um bem cultural que está aí para levantar debate, esclarecer e principalmente contrapor o preconceito e a perseguição às religiões brasileiras de matrizes africanas promovida por alguns segmentos neo-pentencostais e pela falta de informação.

Boa Sessão,

LAROIÊ EXU! EXU É MOJUBÁ!

REFLEXÕES ESPIRITUAIS - TOQUES DOS INICIADOS

Olá! Desejo que este texto recebido pelo Prof. Wagner Borges toque seu espírito e silencie o mundo com seu canto de sereia, permitindo que a Voz do Silêncio diga tudo. O mais é excesso. Com um dia ouvi de um espírito;

"Nós estamos no mundo, mas o mundo não nos quer. Precisamos então, ocupar nosso lugar no mundo, para não darmos ao mundo, o que é do mundo."

Sorria e Siga o Sol!

REFLEXÕES ESPIRITUAIS - TOQUES DOS INICIADOS

(Na balada extra-física com os mentores Espirituais) Por Wagner Borges

No centro da noite, escuto um chamado sutil. Vêm do alto e entra pelo topo de minha cabeça. E vai direto ao meu peito... É silencioso, mas eu o escuto com o coração. É portentoso e, ao mesmo tempo, simples. Relaxo a mente e as emoções, e fico quietinho.

Então, de espírito a espírito, capto os toques dos Iniciados:

1. Violência é doença! A cura é a meditação serena.

2. Quem semear, colherá!

3. Com trevas no coração, como alcançar o Samadhi?

4. Objetivos levianos sempre atraem realizações tacanhas.

5. Carregar a luz em si mesmo não é tarefa para fracos de espírito.

6. Coração escuro atrai situações e entidades trevosas.

7. Espiritualidade é ação. Não é discurso. É estado de consciência.

8. Reunião espiritual não é ponto de encontro social!

9. A quem muito é dado, muito será cobrado. Conhecimento demanda responsabilidade.

11. Quem quer voar espiritualmente, que largue as correntes do medo.

12. Quem quer ir para o Alto, que se deite no leito pensando no Alto!

13. Semelhante atrai semelhante. Quem procura, acha!

14. Quem esquece a lanterna, perde-se na escuridão da noite.

15. Quem esquece o discernimento, tromba feio com as trevas.

16. Muitos se deitam em leitos com lençóis brancos e macios, porém, com a aura suja e com presenças invisíveis muito escuras agarradas neles.

17. Se a prece é de coração, tudo que é trevoso se afasta.

18. Aparência externa engana muito. Mas as energias revelam o que cada um é. Na luz, o real sempre aparece.

19. Anda na beira do abismo quem se deixa levar pela raiva.

20. O Invisível é a origem de todo visível. Quem ama, sabe!

21. Liberdade não é fazer tudo que se quer.É saber viver em equilíbrio e bem consigo mesmo.

22. Quem é da luz, respeita as trevas. Mas não se mete com elas.

23. Grandes enganadores sempre pagam um preço alto: também acabam enganando a si mesmos, até mesmo pela força do hábito.

24. Bons estudantes espirituais não fazem por menos: jamais se deitam sem erguer os pensamentos ao Alto. E, quando acordam, fazem o mesmo.

25. O homem não é poderoso para deter a corrente do tempo e o desgaste natural do seu veículo físico. Então, de onde vem sua arrogância?

26. Quem pondera, descobre o essencial: é só o Supremo que sabe o tempo certo de cada um. O Poder real é o d’Ele.

27. As grandes provas estão nas coisas simples da vida. E os grandes mestres são simples, como a vida...

28. Bons estudantes espirituais não fazem por menos: não reclamam das provas do caminho. E tiram lições delas, para seguir em frente com mais sabedoria...

29. Se alguém tiver ódio de alguém, não é da luz, pois seu coração escuro o liga a outras coisas trevosas.

30. Quem bate, é fraco de caráter. Forte é quem ama e compreende.

No centro da noite, eu medito e aprendo. Sondo o meu coração e pondero. E sinto várias presenças invisíveis, serenas e amigas, me saudando. E, por incrível que pareça, elas me agradecem por eu ter escrito. E eu também agradeço a elas, por me passarem reflexões tão legais. Então, elas e eu agradecemos juntos ao Supremo, por tudo. E a noite se ilumina, na graça do Todo que está em tudo.


P.S.: Às vezes, quem está no meio da multidão agitada, está mais só do que imagina. E quem aparentemente está só, mas na Luz, está mais acompanhado do que pensa, pois sente-se ligado a miríades de seres luminosos pelo espaço infinito...

Na noite das baladas, onde homens e mulheres e espíritos infelizes se engalfinham energeticamente, sedentos de sensações alienantes na atmosfera escura da grande metrópole de aço e concreto, onde o Grande Arquiteto Do Universo também me colocou para viver, aprender e trabalhar, eu escutei um chamado sutil para uma outra balada, em espírito.

E minhas companhias de balada consciencial são o sábio Sanat Khum Maat e o grupo extrafísico dos Iniciados (3). É com eles que vou viajar espiritualmente (4) daqui a pouco, logo que deitar a carcaça no leito.

E, graças a Deus, não estão limpos apenas os lençóis da cama, mas a aura também (5). E eu vou me deitar pensando no Alto, como deve ser...

(Esses escritos são dedicados aos meus amigos Victor Hugo França, Maísa Intelisano, Fernanda Lopes, Marisa, do espaço Origens, Luis Fernando Mingrone, o Enki, Ana Lahis Tano, e Patrícia, que são trabalhadores da luz e companheiros firmes de fé e de jornada - e a Vivian, linda moça, com coração e mãos de luz, a quem agradeço pela luz rosada e pelo carinho enviados a mim.)

De coração a coração, em espírito e verdade, que a balada dos mentores espirituais possa iluminar suas consciências e também fortalecê-los na jornada, humana e espiritual.


Paz e Luz. São Paulo, 09 de agosto de 2008.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Vida de Ovelha - Um texto deveras exato!

Há dias venho pensando neste tema confesso, pois tenho a impressão que o movimento umbandista, que muitos chamam de Religião de Umbanda há muito também, nesta fiada de legitimidade, respeito perante à sociedade, investe numa chamada que é uniformidade, codificação, padronização e quiçá livro básico de conduta e ritual (Bíblia Umbandista / Teologia / Crachá), ou seja querem que sejamos católicos com guias e charutos na boca ou kardecistas com obra básica de como é o mundo espiritual (umbandista é claro!), para que aí sim, tenhamos a visibilidade, o respeito, o entendimento que nos é de direito.

Se fizermos o mesmo que as outras fizeram, aí sim seremos respeitados e quem sabe dominaremos o mundo, como fazia o Prof. Abobrinha do Castelo Rá Ti Bum ( Um dia este castelo será meu, meeeuuu, meeeeeeuuuu, meeeeeeeuuuuuuuuu).

Me fez lembrar do epísódio no livro Pequeno Princípe (é eu sou piegas não é mesmo?), onde um cientista de um país desconhecido foi até a Sociedade Real de Astronomia apresentar a descoberta de um asteróide ate´então desconhecido, como estava com roupas típicas de seu país, ninguém deu bola. Então, saiu, vestiu um smoking e voltou e aí foi aplaudido.

Ao invés de ser apenas nós mesmos, investirmos na pessoa, no cidadão, no espíritodo umbandista para que este se valorize em livre pensamento e consciência cosmoética, o que vejo que estão fazendo é isso; FOMENTANDO OVELHINHAS! e o que é pior? Há quem goste!

Copiado do blog Ouvindo as Vozes da Aruanda
http://vozesdearuanda.blogspot.com/2008/07/vida-de-ovelha.html

Todos os dias levanto cedo, sento diante do computador e leio as notícias do dia, acessando os sites dos maiores e mais prestigiados jornais brasileiros e estrangeiros. Gosto de ser uma pessoa bem informada, porque acredito que o conhecimento é o que nos liberta das amarras políticas, sociais e religiosas.

Hoje chamou minha atenção a notícia do "suicídio coletivo" de 450 ovelhas em um cidade da Turquia. Os animais, sem motivo ou causa aparente, saltaram para a morte em um penhasco próximo ao pasto que se encontravam. Uma, certamente a líder, pulou e foi seguida pelas demais, sob os olhares atônitos dos pastores, que conseguiram conter o restante do rebanho para que a tragédia não fosse maior.

Fazer um paralelo entre este fato e o presente estado de coisas dentro da Umbanda foi inevitável.

A grande massa umbandista age como ovelhas submissas aos seus "pastores", sem a coragem de questionar, exigir ou pleitear nada. Aceitam passivamente as determinações de seus "líderes", os seguem de forma cega, mesmo que fora de suas vistas (ou seja, às suas costas...) demonstrem seu descontentamento, inclusive em relação às outras ovelhas.

A verdade é que este monte de ovelhas está descontente com o seu pastor, com seu aprisco, com a vida que leva. Mas não faz nada, absolutamente nada, para mudar sua vidinha. Quando resolvem tomar a frente de algo, ficam indefinidamente pensando, planejando, projetando, sem nenhuma ação concreta. Ao ter oportunidade de mudar efetivamente alguma coisa, seu espírito ovino não permite que ultrapasse barreiras, contorne obstáculos.

A "ovelha umbandista", em especial aquela que veste sua "pele" somente nos dias de gíra em seu Terreiro, prefere calar sua própria consciência, engolir seco a sua insatisfação do que, de forma concreta, lutar por uma melhoria de condições para si mesmo e aqueles que, muitas vezes hipocritamente, chama de "irmãos".

E quando a oportunidade de melhora surge, a "ovelha" prefere, como sempre, olhar para o seu próprio umbigo (ah!, e como temos "ovelhas" que se acham o centro do universo por estes Terreiros afora...) e por questões pessoais, interesses individuais superando os coletivos, em especial para evitar seu "castigo" de ir para uma "sala de aula", onde ela julga não ser o seu lugar, porque já leu tudo que Robson Pinheiro e Zibia Gasparetto escreveram, faz como Pedro: nega por três vezes sua própria consciência, ignora o planíce verdejante que se estende diante de seus olhos e salta para o precipício levando outras tantas "ovelhas" cegas e sem rumo como ela à "morte".

No caso dos Terreiros de Umbanda, não falamos da morte física... claro que não. Falamos da morte da consciência, do caráter, da personalidade. Nos referimos aqui à incapacidade de identificar uma falha dentro de suas comunidades e lutar para que isto mude. Estas ovelhas preferem frases de efeito do tipo "que os Mentores do astral superior, nos dê sabedoria para ministrar nossos trabalhos com cautela e prudência'', do que, efetivamente, tirar das mãos deste "astral superior" (ainda bem que escreveu em minúsculas...) a responsabilidade que não é dele e sim própria.

O mais engraçado é que as "ovelhas" que adoram frases de efeito e se julgam o centro do universo, são as primeiras a evocar auxílio do "astral superior", pedir "cautela", mas fala de e contra todos, alimenta intrigas, fofocas e picuinhas variadas. São estas "ovelhas" que vivem omitindo julgamentos em relação às demais, incluso sobre suas capacidades mediúnicas, mas se sente muito injuriada, ultrajada mesmo, se fazem o mesmo em relação à ela.

Esta espécie de "ovelha", ao invés de pedir este tipo de coisa ao "astral superior", deveria é rogar aos Senhores d' Aruanda que alicerçassem melhor seu caráter.

Enfim, este tipo que pulula, contamina nossos Terreiros tem nome: LOBO EM PELE DE OVELHA.

Se afastem deste tipo, assim como dos maus pastores, para que não saiam por ai saltando em precipícios.

"Os aduladores são como as plantas parasitas que abraçam o tronco e ramos de uma árvore para melhor a aproveitar e consumir." (Marquês de Maricá)"


Paz e Luz!

Na medida do impossível!

"Se vc vier me perguntar por onde andei,
no tempo em que vc sonhava.
De olhos abertos lhe direi,
Amigo, eu me desesperava.
Sei que assim falando pensas,
que esse desepero é moda em 20....,
Mas ando mesmo descontente,
desesperadamente, eu grito em português.." Belchior

domingo, 10 de agosto de 2008

À Amizade Verdadeira e aos Amigos da Verdade

Eu dedico este texto recebido pelo do Prof. Wagner Borges do IPPB, um cara que admiro, respeito, leio, ouço à Vc que é antes de ser meu amigo, é amigo de si mesmo e por sentir sintonia entre o pouco ou o muito que consigo revelar de minha alma e coração me concede o privilégio de me chamar de AMIGO.

(Rádio Mundial 95,7 FM toda 5ª-feira 19hs http://www.radiomundial.com.br/programacao/?dia=Thu ou as reprises no site do IPPB http://multimidia.ippb.org/

Amizade Real X Simulacros de Amigos

(Falando de Amizade, Simulacros, Relacionamentos, Carma e Verdades, na Lata!)

- Resposta da Companhia do Amor a uma pergunta feita por um amigo próximo, que enviou um e-mail triste, em que conta como estava magoado com a ruptura de uma amizade antiga, por motivos bobos, que, segundo ele, poderiam ter sido resolvidos com mais diálogo, maturidade e compreensão.

Não existem inimigos fora de você mesmo.
Sabe aquele amigo de ontem, que hoje lhe detesta ou depõe contra? Na verdade, nunca foi seu amigo verdadeiro. Era um simulacro* de amigo.
Amigo real, dos bons, jamais vira a cara, mesmo com todas as adversidades conjuminando contra; mesmo com fofocas e tolices rolando no meio escuro da maledicência.
A vida é assim: as pessoas vão e vêm, e vice-versa; faz parte do jogo de viver.
Quem é verdadeiro, pontifica na amizade e no respeito; quem é amigo só de fachada, sempre tem algum interesse mesquinho no final; sempre apresentará a conta pela amizade.
Birras, muxoxos, pirraças, semblantes amarrados ou falação descabida pelas costas, tudo isso faz parte do coração do simulacro de amigo. Ou seja, é estado de consciência dele mesmo.
Portanto, passe por isso tranqüilamente. As consciências se encontram na eternidade da vida, isso é certo. O que não foi feito corretamente, com certeza será esclarecido; às vezes em outros planos de consciência, onde cada um poderá ver o que está no coração do outro, sem véus ou falação descabida. Deixe o tempo rolar suas águas por baixo das pontes vitais...

De sua parte, apenas seja generoso. Perdoe os atritos e palavras mal projetadas por outros. Você não sabe o que se passa no íntimo de ninguém. Aliás, muitas vezes você não sabe nem o que se passa com você mesmo, ou o por quê de certas sensações e coisas que sente e lhe impulsionam os atos.
Deixe os outros com eles mesmos, cada um com a responsabilidade daquilo que fala, sente e faz. E você, consigo mesmo, ciente de tudo o que acontece em seus pensamentos, emoções e atitudes. E responsável, acima de tudo.

Se alguém falou mal de você, problema da pessoa - causa e efeito de cada um-; mas se você se ofendeu com isso, aí o problema é seu - causa e efeito seus mesmo. E se você falou mal, isso é seu também. É simples assim; chama-se causa e efeito.”

“Sabe quem entende bem disso? O Dr. Carma!** Ele é o especialista.
Trabalhe a paz em você mesmo. A imaturidade dos outros é problema deles.
Evite julgar a conduta alheia; se alguém quer se afastar, respeite.
Se os motivos alheios forem pequenos, isso é deles mesmos.
Preste mais atenção nos seus próprios motivos; se eles forem pequenos, resolva-os. E um dos motivos pequenos é justamente o aborrecer-se com o julgamento alheio.
Quando o amigo é um simulacro, a atitude é pequena.
Amizades, casamentos ou sociedades de simulacro, sempre acabam pequenos.
Só o amor é real e grandioso! E isso é tão raro! Tão raro como respeitar a vida.”

“Rapaz, seja grandioso! Não por ego, mas pela sua paz de espírito.
Saiba valorizar melhor os seus amigos reais, e jamais os perca, pois eles são raros. São eles que lhe compreenderão nos momentos difíceis; são eles que permanecerão.
E não leve as coisas tão a sério, nem a si mesmo, ou o que dizem de você.
Seja você mesmo, mas grandioso! Dá trabalho, mas garante a melhoria.
Mas, também dá trabalho ser pequeno: dói demais, por dentro.
E, quem projeta farpas no mundo, é porque já as tinha em seu arsenal interior.”

P.S.: O mantra de hoje é “OM GRANDIOSO OM!”

- Companhia. do Amor - A Turma dos Poetas em Flor.

(Recebido espiritualmente por Wagner Borges – Curitiba, 10 de outubro de 2006).
Notas: Nota de Wagner Borges:

Estou disponibilizando a resposta dos espíritos da Companhia do Amor publicamente, por um motivo justo: os toques deles poderão ser úteis para a reflexão de muitas outras pessoas que estão magoadas em lances de relacionamentos.
Como sempre, eles falam diretamente o que é necessário, “sem dourar a pílula”.
Certa vez, um deles me disse:
Carregar ódio no coração é igual a se alimentar de algo embolorado:
fermenta muito e faz arrotar atitudes medíocres;
e alguns ainda vomitam na vida a porcaria que fizeram questão de engolir e de manter fermentando.
Golfam no mundo a própria acidez emocional, sem jamais atinar que a causa de tudo está em suas emoções fermentadas pelo ódio.
Por que as pessoas não notam que as emoções pesadas são doenças psíquicas? Por que permitem o empobrecimento de suas vidas com carradas de atitudes tacanhas?
Quando o ódio enferruja a alma, o amor passa batido.
E aí, só ficam as golfadas emocionais sujando tudo em volta, inclusive a própria vida.”
Mais do que um grupo de poetas e escritores extrafísicos, penso que eles são “médicos da alma”. Em lugar do bisturi, eles usam as palavras em suas cirurgias emocionais.
De minha parte, eu sou apenas o enfermeiro, ajudando nas cirurgias e aprendendo tudo o que posso. E de tudo o que eles escrevem, não tiro o meu ego da reta. Os toques e espetadas conscienciais que eles dão também são um alerta para minha própria vida.

Notas do texto:

* Simulacro – aparência; imitação; superficialidade; aspecto exterior e enganador.

** Carma - do sânscrito “Karma” - Ação; Causa – é a lei universal de causa e efeito - Tudo aquilo que pensamos, sentimos e fazemos são movimentações vibracionais nos planos mental, astral e físico, gerando causas que inexoravelmente apresentam seus efeitos correspondentes no universo interdimensional. Logo, obviamente não há efeito sem causa, e os efeitos procuram naturalmente as suas causas correspondentes. A isso os antigos hindus chamaram de carma.

*** A Companhia do Amor é um grupo de cronistas, poetas e escritores brasileiros desencarnados que me passam textos e mensagens espirituais há vários anos. Em sua grande maioria, são poetas e muito bem humorados. Segundo eles, os seus escritos são para mostrar que os espíritos não são nuvenzinhas ou luzinhas piscando em um plano espiritual inefável. Eles querem mostrar que continuam sendo pessoas comuns, apenas vivendo em outros planos, sem carregar o corpo denso. Querem que as pessoas encarnadas saibam que não existe apenas vida após a morte, mas, também, muita alegria e amor.
Os seus textos são simples e diretos, buscando o coração do leitor.
Para mais detalhes sobre o trabalho dessa turma maravilhosa, ver os livros "Companhia. do Amor - A Turma dos Poetas em Flor – Volumes 1 e 2" - Edição independente - Wagner Borges, e sua coluna no site do IPPB (que é uma das seções mais visitadas no site): www.ippb.org.br
Outro dia, numa nota ao final de um texto, eles escreveram o seguinte:
“Nós aqui, da Cia. do Amor, não sabemos tudo. Não somos sábios espirituais nem mestres de ninguém. Mas jogamos limpo e fazemos aquilo que O Papai do Céu nos pede sempre: “falar na lata as verdades espirituais, sem rabo preso com nada, direto na veia, como manda o figurino”. Somos leais e bem espertos (ou seria despertos?) e valorizamos demais o dom da vida. E o amor é a coisa mais bonita que existe. NINGUÉM MORRE... A VIDA CONTINUA... VAMOS JOGAR...
Na Terra ou no Astral, sejamos craques (muito felizes), jogando um bolão nos eternos campos da vida... fazendo golaços (atitude bacanas), balançando a rede e correndo para a galera (os amigos, dessa e de outras vidas), sem nos esquecermos de agradecer ao Papai do Céu, o Dono de todos os campos e uniformes e também de todas as bolas (planetas) que rolam no gramado sideral.
O mantra de hoje é: ‘OM SEJA FELIZ OM!’
Ou seria melhor: ‘OM CRAQUE OM!’
A Cia. do Amor vai nessa e deixa uma AXÉZÃO para todos os leitores inteligentes e sensíveis à alegria de viver.”

De todo meu coração, obrigado João Carlos por me lembrar deste mantra;

SORRIA E SIGA O SOL!


Paz e Luz!

sábado, 9 de agosto de 2008

Carpe Diem!...

Salve, Pessoal!

Me apresentando: eu sou o João Carlos, que o Edenilson teve a maluquice de convidar para contribuir com este Blog. Sou um Oficial Reformado dos Fuzileiros Navais, casado (30 anos, no último São João), tenho dois filhos, um neto e uma neta a caminho... Moro, atualmente, no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Sou maníaco por ciências (em particular a física), sou blogueiro e tenho uma língua que não cabe dentro da boca. Vocês vão ver, de vez em quando, alguém se referir a mim como "Meia-Noite", meu nick no MSN, que eu adotei muito tempo antes de saber o que era Umbanda e que "meu" Exú era o Cavaleiro da Meia Noite.

Chega de apresentações!... Não é sobre isso que eu vim falar.

O "latinório" que dá título a este post quer dizer: "Aproveite seu dia!" e ficou famoso por conta do escritor romano Horácio. No contexto completo, fica "aproveite este dia, porque pode não haver outro".

Você que é Umbandista vai estranhar se eu disser que esta vida é uma só?... Só que é!... Certo... Você já teve outras e, provavelmente, terá novas encarnações. Mesmo assim, esta vida é única. Você já teve outro corpo, outra nacionalidade, outra profissão (e, provavelmente, terá outros em vidas futuras). Mas este corpo, este indivíduo, você só é nesta vida. E, aí, eu lhe pergunto: e o que você está fazendo desta sua vida "única"?...

Quanto tempo você perde, nesta vida, em coisas que você não pode deixar de fazer, tais como comer, dormir, ir de um lugar a outro (se você morar em uma cidade grande, como eu, isso é um tempão...), atender aquele chato que discou o número errado e insiste em ligar de novo... E isso tudo se você não estiver em um emprego que você detesta, mas tem que manter porque precisa do dinheiro...

Sobra pouco para você mesmo(a), né?... E, aí, eu pergunto de novo: e o que você faz desse pouco tempo que lhe resta?... Procura aprender algo novo?... Procura discutir suas velhas idéias, para ver se alguém aparece com uma melhor?... Procura resolver seus problemas de relacionamento com aqueles que lhe são próximos?... E com os distantes?...

Você lê ou vê na TV, todo santo dia, que estão enchendo a Terra de lixo, que tem gente morrendo de fome, que a criminalidade está um horror, que o governo inventou uma nova maneira de botar a mão no seu bolso, que algum vivaldino encheu os bolsos com o dinheiro que o governo arrancou do seu, e toda a série de notícias que os jornais insistem em lhe impingir para lhe manter apavorado e comprar a próxima edição, ou lhe fazer assistir o próximo noticiário da TV (enquanto enchem seus ouvidos de anúncios que lhe dizem: gaste, gaste, GASTE!...). Mas minha pergunta é: e o que você tem feito a respeito disso?...

Você já tentou olhar, como se nunca tivesse passado por ali, antes, a rua onde você mora? Se lembrou de afivelar um sorriso na cara (mesmo que você seja um vascaíno, como eu...) e exibir aos outros uma expressão alegre? Já reparou no vaso de plantas que seu vizinho botou na janela? (Lembrou-se de elogiar?) Você costuma cumprimentar os outros com um "bom dia" ("tarde", "noite") com uma cara de quem realmente deseja que o dia seja bom? Você pede "por favor" que um subordinado ou atendente faça alguma coisa que você sabe bem que não é favor nenhum: é obrigação? Você agradece, depois, com um mero "muito obrigado" (embora saiba que quem é obrigado é o outro...)? Você diz ao motorista do ônibus "obrigado e boa viagem" (mesmo quando ele parou a quilômetros da calçada e longe do ponto que você queria)?

Hipocrisia?... É... Não deixa de ser... Mas o mundo seria bem melhor se todos se lembrassem de ser "hipócritas" sempre. Tem gente que chama isso de "boas maneiras". E isso está fazendo falta!

Meu filósofo grego preferido é Epicuro. E o ensinamento dele que eu acho mais importante é que sempre se deve buscar o prazer. Só que isso é, geralmente, interpretado da maneira errada. Confundem isso com hedonismo. O segredo, ensina Epicuro, não está em buscar prazeres extravagantes, custosos, nem viciosos. Está na apreciação das coisas pequenas e até rotineiras. É aquele negócio de não pensar no monte de louças sujas para lavar e, sim, na cozinha arrumada e na louça limpa que vai restar de seu serviço.

Isto remete aos chamados "Cinco princípios herméticos da felicidade" (atribuídos a Hermes Trimegistro):

  1. Só faça aquilo que você gosta.
  2. Se você não gosta, mas tem que fazer, tente mudar a situação.
  3. Se você não gosta, mas tem que fazer e não dá para mudar a situação, aceite.
  4. Se você não gosta, mas tem que fazer, não dá para mudar e não consegue aceitar, se conforme.
  5. Se você não gosta, tem que fazer, não pode mudar, não consegue aceitar, nem se conformar, procure ver a coisa sob um ponto de vista que torne a coisa aceitável.

(Você sempre tem a opção de não fazer nada disso e continuar infeliz...)

Eu já passei por diversas situações de risco iminente de vida e sei o quão frágil ela é... E, mesmo assim, muitas vezes insisto em ficar de mau humor, revoltado com algo que eu não concordo, mas não posso mudar, fico remoendo um tratamento injusto que tiveram para comigo, ou um "azar" desses que só acontece com o time do Vasco...

Só que eu sei que eu sou uma besta quadrada, e você, certamente, não é!...

Portanto, amigo, carpe diem!... Sorria e siga o Sol!... Deus não precisa de elogios e "protestos de elevada estima e consideração": Ele fica muito mais contente quando suas criaturas ficam contentes com a Criação dele (mesmo que esqueçam de agradecer...)

E - se lembre sempre - esta vida é única!... Você nunca mais vai vivê-la de novo. Aproveite enquanto você a tem. (E não se esqueça: aprecie, com moderação...)

Dixit.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Religião é a gaiola onde se pretende prender Deus!

"DEUS NOS DEU ASAS. As religiões inventaram as gaiolas. Nossas asas são a imaginação. Pela imaginação voamos longe, muito longe, pela terra do nunca mais, pela terra do impossível, pela terra do impensado. Não entenderam? Leiam Cem anos de solidão do Gabriel Garcia Márquez que vocês entenderão. Eu até que entendo a razão porque se fazem gaiolas e cercas. Vejam o caso das galinhas. Se não vivessem em cercados, como colher os seus ovos? Se os pássaros não estivessem nas gaiolas, como possuir o seu canto? Cercas e gaiolas são construidas para se possuir aquilo que, de outra forma voaria livre, para longe... Faz tempo escrevi uma estória para a minha filha, A menina e o pássaro encantado. É sobre uma menina que tinha como seu melhor amigo um pássaro. Mas o pássaro voava livre. Vinha quando tinha saudades da menina. E depois ia embora e deixava a menina a chorar.. Aí a menina comprou uma gaiola... Essa estória eu a escrevi porque iria ficar muito tempo longe, nos Estados Unidos, e ela, minha filha de 4 anos, não queria que eu fosse. Fui e voltei. Depois de publicada fui informado de que a estória estava sendo usada por terapeutas como material para tratamento homens que queriam engaiolar as mulheres e mulheres que queriam engaiolar os homens. Aí um amigo me disse. “Que linda estória você escreveu sobre Deus...” Fiquei sem entender. Ele perguntou então: “ Mas o Pássaro Encantado não é Deus que as religiões tentam prender numa gaiola?” Cada religião anuncia que o Pássaro Sagrado está na sua gaiola, só na sua gaiola. Os outras pássaros, nas gaiolas das outras religiões, não são o verdadeira Pássaro Encantado..."

"RELIGIÃO É PODER: Alguns amigos me perguntaram: “Por que é que você perde tempo com esses absurdos de certos hábitos religiosos?” Respondo: Primeiro, porque tenho profundos sentimentos religiosos e creio que uma das marcas da religião deve ser a libertação da inteligência. Não posso respeitar qualquer religião que, para se impor, amordace o pensamento. Sou um educador e sinto que todos os mecanismos de educação somados não se comparam, em eficácia, aos hábitos mentais criados pelas religiões. As religiões moldam mais o pensamento e o comportamento que a educação. É frequente se ouvir, de pessoas religiosas, que o uso da razão faz mal à fé. Fala-se o nome “Deus” e as pessoas param de pensar e começam a repetir. A repetição de estereótipos é o que mais caracteriza a fala religiosa. Isso não tem nada a ver com Deus. Tem a ver com um pássaro engaiolado que não é o Pássaro Encantado, pássaro que aprendeu a falar e só fala o que os donos da gaiola lhe ensinaram. Louro. Segundo, pelo poder que têm os hábitos religiosos para engaiolar o Pássaro. Na experiência clínica uma grande parcela do sofrimento das pessoas têm a ver com as idéias religiosas que penetraram em sua carne. Terceiro, porque as ilusões religiosas são fonte de intolerância. Muitas pessoas religiosas acreditam ter acesso direto aos pensamentos de Deus. Chegam mesmo a anunciá-lo em adesivos que colam em carros: “Conversei com Jesus esta manhã...” O presidente Bush, para justificar a guerra do Iraque, declarou na televisão que conversava diariamente com Jesus. Parece que Jesus lhe deu maus conselhos... Essa pretensão de ter acesso direto as pensamentos de Deus é fonte de intolerância e fanatismo. Pessoas que acreditam ter acesso direto a Deus aos pensamentos de Deus passam a acreditar que os seus pensamentos são os pensamentos de Deus e tornam-se, inevitavelmente, fanáticas. E desse fanatismo surgiram muitas “guerras santas”. Os homens-bomba, ao realizar sua missão, o fazem num espírito de martírio religioso – são santos que se imolam pela verdade."

Palavra de Grande Inquisidor...

"De tudo o que Dostoievski escreveu em Os Irmãos Karamazovi o que mais me impressionou foi o incidente do “Grande Inquisidor”. É assim. Jesus havia voltado à terra e andava incógnito entre as pessoas. Todos o reconheciam e sentiam o seu poder mas ninguém se atrevia a pronunciar o seu nome. Não era necessário. De longe o Grande Inquisidor o observa no meio da multidão e ordena que ele seja preso e trazido à sua presença. Então, diante do prisioneiro silencioso, ele profere a sua acusação.
Não há nada mais sedutor aos olhos dos homens do que a liberdade de consciência, mas também não há nada mais terrível. Em lugar de pacificar a consciência humana de uma vez por todas mediante sólidos princípios, Tu lhe ofereceste o que há de mais estranho, de mais enigmático, de mais indeterminado, tudo o que ultrapassava as forças humanas: a liberdade. Agiste, pois, como se não amasses os homens... Em vez de Te apoderares da liberdade humana, Tu a multiplicaste, e assim fazendo, envenenaste com tormentos a vida do homem, para toda a eternidade...”

O Grande Inquisidor estava certo. Ele conhecia o coração dos homens. Os homens dizem amar a liberdade mas, de posse dela, são tomados por um grande medo e fogem para abrigos seguros. A liberdade dá medo. Os homens são pássaros que amam o vôo mas têm medo dos abismos. Por isso abandonam o vôo e se trancam em gaiolas.

Não me recordo o nome do autor. Mas não importa. Textos valem por eles mesmos e não pelos nomes daqueles que os escreveram. Eu o reconto com as minhas palavras.
“Era um bando de patos selvagens que voavam nas alturas. Lá em cima era o vento, o frio, os horizontes sem fim, as madrugadas e os poentes coloridos. Tudo tão bonito! Mas era uma beleza que doía. O cansaço do bater das asas, o não ter casa fixa, o estar sempre voando e as espingardas dos caçadores... Foi então que um dos patos selvagens, olhando lá das alturas para a terra aqui em baixo viu um bando de patos domésticos. Eram muitos. Estavam tranqüilamente deitados à sombra de uma árvore. Não precisavam voar. Não havia caçadores. Não precisavam buscar o que comer: o seu dono lhes dava milho diariamente. E o pato selvagem invejou os patos domésticos e resolveu juntar-se a eles. Disse adeus aos seus companheiros, baixou seu vôo e passou a viver a vida mansa que pedira a Deus. E assim viveu por muitos anos. Até que... Até que, num ano como os outros chegou de novo o tempo da migração dos patos. Eles passavam nas alturas, no fundo do azul do céu, grasnando, um grupo após o outro. Aquelas visões dos patos em vôo, as memórias de alturas, aqueles grasnados de outros tempos começaram a mexer com algum lugar esquecido dentro do pato domesticado, o lugar chamado saudade. Uma nostalgia pela vida selvagem, pelas belezas que só se vêem nas alturas, pelo fascínio do perigo... Até que não foi mais possível agüentar a saudade. Resolveu voltar a ser o pato selvagem que fora. Abriu suas asas, bateu-as para voar, como outrora... mas não voou. Caiu. Esborrachou-se no chão. Estava gordo demais. E assim passou o resto de sua vida: em segurança, protegido pelas cercas e triste de não poder voar...”

Acho que Fernando Pessoa se sentia um pouco como o pato. Pelo menos é o que sinto ao ler esse poema:

“Ah, quanta vez, na hora suave
Em que me esqueço,
Vejo passar um vôo de ave
E me entristeço!

Porque é ligeiro, leve, certo
No ar de amavio?
Porque vai sob o céu aberto
Sem um desvio?

Porque ter asas simboliza
A liberdade
Que a vida nega e a alma precisa?
Sei que me invade
Um horror de me ter que cobre
Como uma cheia
Meu coração, e entorna sobre
Minh’alma alheia

Um desejo, não de ser ave,
Mas de poder
Ter não sei quê do vôo suave
Dentro do meu ser.”

Somos assim. Sonhamos o vôo mas tememos as alturas. Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o vôo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o vôo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram.

É um engano pensar que os homens seriam livres se pudessem, que eles não são livres porque um estranho os engaiolou, que eles voariam se as portas da gaiola estivessem abertas. A verdade é o oposto. Não há carcereiros. Os homens preferem as gaiolas ao vôo.

São eles mesmos que constroem as gaiolas em que se aprisionam “Prisioneiro, dize-me, quem foi que fez essa inquebrável corrente que te prende?”, perguntava Tagore. “Fui eu”, disse o prisioneiro, “fui eu que forjei com cuidado, esta corrente...”

Deus dá a nostalgia pelo vôo. As religiões constroem gaiolas. As religiões são instituições que pretendem haver colocado numa gaiola o Pássaro Encantado. E não percebem que o pássaro que têm preso nas suas gaiolas de palavras é um pássaro empalhado. Era por isso que, no Antigo Testamento, era proibido falar o nome de Deus. Hoje, ao contrário, os religiosos não só falam o nome sagrado como também escrevem tratados de anatomia e fisiologia divinas. E proclamam que o pássaro só pode ser encontrado dentro das suas gaiolas. Religiões: uma enorme feira onde se vendem pássaros engaiolados de todos os tipos.

Os hereges que as religiões queimam e matam não são assassinos, terroristas, ladrões, adúlteros, pedófilos, corruptos. Esses são pecados suaves que podem ser curados pelo perdão e pelos sacramentos. Os hereges, ao contrário, são aqueles que odeiam as gaiolas e abrem as suas portas para que o Pássaro Encantado voe livre. Esse pecado, abrir as portas das gaiolas para que o Pássaro voe livre, não tem perdão. O seu destino é a fogueira. Palavra do Grande Inquisidor.

Correio Popular, 22 de Maio de 2005.

Paz e Luz!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

CAMBONAR

Da minha amiga, irmã e grande amor de minha vida e que a Vida Maior permitiu conhecer ao vivo e a cores, me recebendo de braços e coração abertos. A Kátia Manta Rister e sua família, Sr. Arthurzão, Sra. Rosa, Arthurzinho (uma bichaça louca, mas muito macho,rsrsrsrsrs) e a todos do T.E.U.Cacique Águia Valente em São Caetano do Sul;

Meu fraterno Saravá!

CAMBONAR

"O ato de cambonear ou cambonar é o ato de servir.

O mundo perfeito seria : quando entrar para uma gira o médium deveria cambonar durante um bom tempo - considero o mundo perfeito 1 ano.

Com isso ele vai aprender a diferenciar as entidades, o que fumam, bebem, falam, usam, desenham, incorporam, desencorporam.

Aprender que toda consulta é sigilosa e que devemos falar em tom baixo durante pois ninguém tem que ouvir ou entender ou saber o pq da consulta.

Devemos orientar os consulentes quanto ao entrar na gira, cumprimentar a entidade e fazer com que ela se senta a vontade para expor seus problemas.

Mas que lá não é casa da "mãe Joana" para ficar conversando ou brincando durante a sessão.

Respeito com o médium e com a entidade, cuidado com o que fumam, andar com "fogo" para acender o charuto ou cigarro.
Ver se a entidade precisa de água ou alguma coisa.. e tirar e arrumar o cabelo do médium.

Ter ciência que muitas vezes seremos peça de decoração pois o recado não é para gente, mas em alguns momentos teremos que dar o dobro de atenção para ouvir, traduzir e explicar.

Não temos dar nossa opinião e sim traduzir o que a entidade esta falando.

Responsabilidade: se não ouvirmos devemos perguntar até entender o que devemos explicar pois uma explicação errada e a responsabilidade é minha.

Quando a entidade esta "chegando ou indo" devemos segurar, mas não apertar e sim apenas amparar, encostar a mão delicadamente no médium para que este não caia e não apertar para não tirar a vibração (senão o médium fica mausss).

Dar recados, pegar as velas, papeis e fazer anotações.

Quando não puder servir a entidade na hora, nakele momento, peça desculpas e avise: " já volto", "só um momento", "desculpe a demora".

Peça licença para passar na frente na entidade, ela pode estar trabalhando espiritualmente e vc passar na frente pode "levar junto".

Quando a entidade estiver dando passe, não passe atras dela, e sim na frente.. se observar vai ver que ela "joga as coisas para traz"...

Quando a entidade esta fazendo um "ponto" para o consulente, fique ao lado mas não passe nada por cima do ponto..lembre-se que o ponto riscado fica em "3D" no plano espiritual..

Ao pegar alguma coisa da entidade - peça licença e ao apagar um ponto peça licença... Educação é bom e respeito .. mais ainda :o)

se vc ver que a roupa esta incomodando, arrume, suba a calça, arrume as mangas.. deixe a entidade mais confortável possível..

Cambono tem que ter o radar ligado 26 horas durante o trabalho.

Se vc pediu silêncio e não adiantou... uso de boa educação e mande FICAR QUIETO e se não resolver fale com a entidade que esta tomando conta do trabalho.

Temos que cantar, bater palma, dançar, rezar :o)

Durante os pontos riscados, não fique sentado do lado da entidade e sim em pé próximo pois se tiver que pegar material será mais agil.

Ao sentar no chão o cambono ocupa um lugar que poderia ser da entidade, por isso fique de pé ao lado da entidade e nunca em cima da entidade que esta trabalhando.

Quer conversar com outras entidades, fazer sua consulta, deve-se perguntar ao guia chefe se pode ir ou avisar o cambono que cuida das consultas para que ela avise que aquela entidade tem X consultas contando com vc.

Brincadeiras.. dentro da casa não é lugar para rir alto ou ficar fazendo piadas.. claro que situações engraçadas acontecem mas a gira não deve parar para que vc dê risada.

Exerça sua função com responsabilidade e não como passa tempo."

Paz e Luz!

Espaço Para a Criança E a Juventude na Umbanda

Da Importância De Criar Um Espaço Especial Para A Infância E A Juventude Dentro Dos Templos Umbandistas


Por Cristina Zecchinelli (Ela é sensacional!) vermelhitos como sempre meus.


"Todas as religiões precisam construir seu futuro, precisam preparar os seus adeptos desde a infância de forma que ao chegarem à idade adulta possam dar continuidade aos cultos e ritos, e que o façam com sabedoria e responsabilidade.

A maioria das religiões tem algum tipo de educação preparatória para as gerações mais novas. Educação que inclui moral, ética, orientação para a vida, orientação a respeito de sua religião ( história e tradição, usos e costumes, leis, etc.). Desta forma, as religiões vão construindo um caminho para o futuro, para que haja uma continuidade de seus cultos e o mínimo possível de deturpação por ignorância. Constroem tradições que ficam internalizadas no espírito de seus adeptos que no futuro serão seus mantenedores.

A Umbanda, no momento em que completa 100 anos de sua institucionalização também deve preocupar-se com isso. Mais que somente pela tradição e pela continuidade, por sua missão de caridade e orientação ao próximo. Para que se formem Homens melhores, que por sua vez construirão o mundo do futuro de forma mais consciente. Isso faz parte da responsabilidade moral e espiritual de uma religião: dar base às novas gerações.

Quando me reporto a um espaço especial para crianças e adolescentes na Umbanda, me refiro à muito mais que tomar passes ou correr pelos terreiros, mais que algumas proveitosas conversas com os pretos velhos e caboclos. Refiro-me a uma programação educativa que inclua um determinado espaço e um determinado tempo (seja semanal, quinzenal ou mensal) para aplicar aulas regulares que informem sobre a vida, a religião e suas mensagens, moral , ética, etc. e assim formem o Homem o cidadão e o umbandista do amanhã.

Faz-se necessário que as crianças e adolescentes reconheçam em cada templo , mais que um lugar onde vão conversar e tomar passes, é preciso que reconheçam seus templos como um espaço ao qual vão para praticar seu encontro com o Sagrado e onde serão recebidas com a devida atenção e o devido preparo por parte daqueles que forem seus evangelizadores, professores da religião ou orientadores, o nome que se dará a essa figura ou à essas aulas é o que menos importa. Importa que exista esse espaço próprio para receber crianças e adolescentes e que essas o reconheçam como seu espaço de aprendizagem exercício espiritual. Importa que aqueles que se dispuserem a tal tarefa se preparem muito bem para receber esses espíritos tão cheios de energia, disposição e curiosidade. Importa que esse seja um espaço onde tanto uns como outros se sintam acolhidos e seguros, onde haja instrutores com a disposição para ouvi-los e esclarecê-los, que falem a sua linguagem, que os compreendam. Que as crianças e adolescentes tenham a quem recorrer para tirar suas dúvidas sem medo e sem pressa. Alguém que saibam que está ali especialmente para isso e que estará preparado para dar-lhes toda a atenção de que precisem. Que sintam prazer em comparecer às aulas e saiam de cada aula meditando sobre o seu conteúdo cheios de novas perguntas e pensamentos bons na cabeças, ansiosos para que chegue a próxima aula.

O conteúdo programático deve ser desenvolvido pela direção da casa com a supervisão e a chancela da espiritualidade. Deve estar de acordo com o direcionamento espiritual, ritualístico e filosófico de cada templo. O principal é que tal conteúdo inclua boas maneiras, ética, moral, história do seu templo, história da Umbanda, lições de amor e paz de grandes autores, parábolas educativas de Jesus ( já há livros infanto-juvenis que contam as parábolas em linguagem atualizada e sem dogmatismo podendo ser utilizadas por qualquer religião ou mesmo sem compromisso com nenhuma). Tal programa deve ainda conter explicações sobre a espiritualidade e os fundamentos da Umbanda e seus orixás e guias, orientações sobre o poder das energias, etc. Precisa ainda, ser dividido por faixa-etária, de forma a não ficar além ou aquém do alcance mental e emocional de cada turma.

A Umbanda precisa criar em suas crianças e adolescentes o orgulho sadio de pertencer a uma religião e o “poder” de saber o suficiente para dissertarem sobre ela quando entre seus amigos e colegas seja na escola , seja nos pátios ou nas praças. As crianças e adolescentes umbandistas passam muitas vezes por constrangimentos que vem menos do fato de freqüentarem a Umbanda e muito mais do fato de não saberem que são umbandistas e não possuírem argumentos para fundamentar numa conversa o que é a Umbanda e que são umbandistas. E aqui entra também a importância de que essas crianças e adolescentes tenham conhecimento não somente da Umbanda como uma visão geral de outras religiões.

Ilude-se aquele que pensa que as crianças e jovens não se preocupam com religião , que não conversam sobre o tema e que não se constrangem por não conhecê-lo. Engana-se profundamente o adulto que imagina que apenas a mera presença da criança nos dias de sessão e um passe ou uma conversa com as entidades bastem para a juventude de hoje. Não bastam! As crianças de nossos dias e os adolescentes não são tão desinteressados ou desligados quanto se quer pensar. Têm outras necessidades. São a geração do 3º Milênio. Espíritos que tem um enorme cabedal de conhecimento acumulado e que estão nascendo numa era de informações ultra-rápidas. Suas mentes parecem já vir com acelerador para recepção de conhecimentos. Seu mundo é um mundo de informações instantâneas onde não ter informação e principalmente, não ter formação podem gerar um sentimento de caos, de insegurança, de ter sido negligenciado e excluído de alguma coisa ou de não ser importante para a religião ou de que não deve importar-se com ela.

Muitos dirão não haver necessidade de tal processo educativo infanto-juvenil. Outros, que bastará deixá-los conversar com uma entidade ou outra que os tratará certamente com todo o amor e a sabedoria. Outros que isso é obrigação dos pais. Outros, que sempre foi assim e sempre deu certo até agora - a esses informo que estão infelizmente “parados no tempo” e que o tempo não pára, ao contrário aprece acelerar mais e mais a cada dia. Crianças não nascem mais de olhos fechados, aos 30 anos dominam o controle remoto e aos 5 dão banho em adultos quando o assunto é computador.


É preciso lembrar que são eles, crianças e adolescentes, que vivem num mundo dinâmico onde o tempo se torna cada vez mais curto e os pais cada vez menos presentes, são eles, que necessitam desse espaço-tempo. De inclusão plena. De uma base que parta do geral para o particular. E são eles o futuro da Umbanda , do país do mundo.

Se a Umbanda, essa mesma Umbanda que hoje se organiza em conselhos, organiza encontros , locutórios , cursos, seminários e palestras, e busca fazer ouvir sua voz, marcar seu espaço ao sol, influir e opinar sobre os assuntos da nação, Se essa Umbanda não perceber o grito silencioso das necessidades de suas crianças e jovens ( e não somente umbandistas, mas todos) então estará lutando por nada. Abandonando enfraquecendo os elos da corrente e será responsável pelo que deixar de fazer por e para essas gerações.

Aos umbandistas: zeladores , filhos de santo, ogãns e ekedi/sambas, freqüentadores da assistência, um apelo para que meditem sobre o assunto. Pesem suas responsabilidades diante do Astral , da Sociedade e de si mesmos, não se prendam somente à caridade socorrista seja no atendimento aos necessitados nos terreiros, seja em cestas básicas e campanhas diversas. A responsabilidade dos umbandistas prende-se também, e com certeza será cobrado de cada um, à educação das futuras gerações, ao amparo não somente físico e espiritual, mas moral e mental. Socorrer, orientar, amparar, ouvir, aprender, ensinar e sedimentar o bem, a fé e o amor nos corações das próximas gerações é tarefa de todo aquele que se pretende religioso, portando religado ao Pai, como irmãos mais velhos devem sempre cuidar dos mais novos.

É indispensável amar (na prática) nossas crianças e os nossos jovens, ensinar aos pequenos a importância dos valores morais, da ética, da fé, da confiança, do amor incondicional, da prudência, da tolerância. Infelizmente, o tempo em que somente exemplificar bastava já se foi. Hoje, mais que nunca é preciso vigiar e orar, como também é preciso por em prática, compartilhar, chamar a si a responsabilidade, envolver e entreter nossas futuras gerações em aprendizados úteis, para que participem ativamente, encontrem um espaço de seu na Umbanda e no mundo. Imperativo que a Umbanda cuide bem dessas novas vidas que as abrigue em seu seio amoroso e que não às deixe à deriva, escapando como água pelos dedos abertos, entregues às vicissitudes da vida por falta de um espaço seu, onde possa aprender , se refugiar, se equilibrar, encontrar soluções, orientações e caminhos . Essa responsabilidade é de todos os umbandistas. A omissão desse espaço-tempo é falta grave, pela qual o futuro cobrará nesta e em outras vidas."


Quem tiver ouvidos para ouvir que ouça, Quem tem olhos para ver que veja e Quem sentir que é hora de arregaçar as mangas e abrir um sorriso que o faça!


Paz e Luz!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Como acabar com a Umbanda?

Decodifeque-a! Mas há código?


Não se sabe ao certo como começou ou começaram o que veio a chamar-se religião (do que era Religare do latim "re-ligare", que significa "ligar com", “ligar novamente”, “tornar a ligar”). Um belo dia ou não no meio da noite, tempestade, raios, sol, luz, fogo, explosão vulcânica, maremoto, inundação, o proto-simio-pseudo-sapiens ao se deparar com qualquer um destes acontecimentos, sentiu nascer o desejo ou a curiosidade de ir ao encontro destes fenômenos e deles usufruir e dominar (termos modernos, vamos lá são apenas derrapadas na rapadura).


Na tentativa erro/acerto, nasce alguma forma de ritualização e depois a manutenção deste saber (narrativa, papiro, pedra, parede, pele, totem, etc), nasce assim o mito e este acaba por fim justificando o rito. Não muito longe nasce enfim a Religião e seus locais sagrados: templos, altares, escolhidos, trajes, palavras chaves, etc)


Em que momento surge a curiosidade em saber se há “Alguém” ou “Alguéns” e como este/s domina/m o elemento extraordinário é outra derrapada.


Bão, onde quero chegar ou começar a chegar? Como o que era tão somente re-ligare (sentir ou desejar sentir-se parte do é maior, o Todo que está em tudo) para religião (Religião (do latim: "religio" usado na Vulgata, que significa "prestar culto a uma divindade", “ligar novamente", ou simplesmente "religar") pode ser definida como um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que a humanidade considera como sobrenatural, divino, sagrado e transcendental, bem como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crenças..)?


http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o


Perceberam, o que era natural precisou tomar corpo de doutrina (conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso, político, filosófico, científico, entre outros.) para que soubéssemos como chegar a este Maior ou então para que não nos queimássemos, afogássemos, etc, digamos de uma forma mais natural?


Tal e qual uma planta que precisa sofre um enxerto e para que este vingue é colocado um apoio ou muleta bem fixado, é assim que tenho visto o que se tem feito com a Umbanda, enquanto processo de intitucionalização.


Explico-me, estudando sobre a chamadas influências ou não sobre/para/na formação da Umbanda, me deparei com algo curioso. Enquanto as chamadas “religiões” assim chamadas “naturais” existiam e ainda que sofrendo perseguição por parte da nada natural religião dominante, Catolicismo, ressurgiam e ressurgem aqui ou acolá, no caminho da formação da religião umbandista, percebe-se uma necessidade de institucionalizá-la, legitimá-la, torna-la aceitável socialmente e assim respeitável. Portanto, foi preciso separar neste processo tudo aquilo que era contrário a estes propósitos.


Lembro-me das palavras, assim grafadas do Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas: “Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.”


O Mano Cláudio irá nos lembrar que existe a grafia do termo NOVO CULTO, mas encontramos relatos onde não o puseram.


E “sou o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, pois para mim não existirão caminhos fechados. Venho trazer a Umbanda uma religião que harmonizará as famílias e que há de perdurar até o final dos séculos.”


Pois bem, notamos desde o nasceudouro, conforme nos cita o Mano Cláudio no livro Umbanda Sem Medo, foram orientações diretas do Sr. Caboclo: tendas co-irmãs, federação, congresso.


E aí é que está o giz; Do propósito original do Sr. Caboclo, poderíamos deduzir uma proposta de codificação e institucionalização da Umbanda para que não ocorresse o que ocorreu, uma debandada (de rituais análogos e nem tanto muito ao contrário) na carona dos esforços dos pioneiros Ou poderemos olhar para o passado e atestar que no presente, mais esta recomendação do Sr. Caboclo foi “esquecida”, tomando como base a fala da Sra. Lygia Cunha, atual dirigente da Tenda Nossa Sra. Da Piedade: “Em relação às diferenças acredito no lema "cada cabeça uma sentença". A Umbanda não é dogmática porque o Chefe assim o quis. Não foi criada uma doutrina, talvez para permitir que aquele que seja dotado de mediunidade e afeito aos seus ideais possa se tornar um trabalhador de suas causas. A coisa mais importante é que paute suas práticas na humildade, no amor e na caridade.”


Em assim sendo, prq raios, estão nossos luminares líderes (ou quem sabe pseudo líderes) a querer codificá-la? E assim assinar o atestado de óbito da UMBANDA?


Por que a Umbanda necessariamente só receberá o tão falado merecido respeito se tiver um código doutrinário, um representante-mor, uma teologia amarradinha com a ciência (uma kh+ga+da ao quadrado), já que como um grande amigo diz: “ A primeira não sabe e a segunda não resolve...”


E por fim, prq se investe mais nesta institucionalização do que na pessoa do umbandista ou melhor no re-ligare do espírito que se veste num corpo que se veste de branco e bate cabeça, para que este descubra que tudo isto serve tão apenas de apoio temporário para que ele aprenda se sustentar com suas próprias pernas?


Ou melhor, para que o re-ligare aconteça de fato no único templo de Umbanda verdadeiro, sua consciência , tendo aceso, o verdadeiro fogo do Espírito Santo, o Amor que a tudo ilumina.


A melhor religião? Não ter religião!


Mas como dizia Santo Agostinho, “mas não tão já, Senhor!”


Paz e Luz!

Duas Parábolas

Do Mestre Rubem Alves e Do Mestre Jesus, dois caras que me fazem silenciar e sonhar...


"Havia um homem muito rico, possuidor de vastas propriedades, que era apaixonado por jardins. Os jardins ocupavam o seu pensamento o tempo todo e ele repetia sem cessar: “O mundo inteiro ainda deverá se transformar num jardim. O mundo inteiro deverá ser belo, perfumado e pacífico. O mundo inteiro ainda se transformará num lugar de felicidade.” Suas terras eram uma sucessão sem fim de jardins, jardins japoneses, ingleses, italianos, jardins de ervas, franceses. Era um trabalhão cuidar dos jardins. Mas valia a pena pela alegria. O verde das folhas, o colorido das flores, as variadas simetrias das plantas, os pássaros, as borboletas, os insetos, as fontes, as frutas, o perfume... Sozinho ele não daria conta.


Por isso anunciou que precisava de jardineiros. Muitos se apresentaram e foram empregados. Aconteceu que ele precisou fazer uma longa viagem. Iria a uma terra longínqua comprar mais terras para plantar mais jardins. Assim, chamou três dos jardineiros que contratara, Paulo, Hermógenes e Boanerges e lhes disse: “Vou viajar. Ficarei muito tempo longe. E quero vocês cuidem de três dos meus jardins. Os outros, já providenciei quem cuide deles. A você, Paulo, eu entrego o cuidado do jardim japonês. Cuide bem das cerejeiras, veja que as carpas estejam sempre bem alimentadas... A você, Hermógenes, entrego o cuidado do jardim inglês, com toda a sua exuberância de flores pelas rochas... E a você, Boanerges, entrego o cuidado do jardim mineiro, com romãs, hortelãs e jasmins.” Ditas essas palavras ele partiu. O Paulo ficou muito feliz e pôs-se a cuidar do jardim japonês. O Hermógenes ficou muito feliz e pôs-se a cuidar do jardim inglês.


Mas o Boanerges não era jardineiro. Mentira ao se oferecer para o emprego. Quando ele viu o jardim mineiro ele disse: “Cuidar de jardins não é comigo. É trabalho demais...” Trancou então o jardim com um cadeado e o abandonou. Passados muitos dias voltou o Senhor dos Jardins, ansioso por ver os seus jardins. O Paulo, feliz, mostrou-lhe o jardim japonês, que estava muito mais bonito do que quando o recebera. O Senhor dos Jardins ficou muito feliz e sorriu. Veio o Hermógenes e lhe mostrou o jardim inglês, exuberante de flores e cores. O Senhor dos Jardins ficou muito feliz e sorriu. Aí foi a vez do Boanerges. E não havia formas de enganar. “Ah! Senhor! Preciso confessar: não sou jardineiro. Os jardins me dão medo. Tenho medo das plantas, dos espinhos, das taturanas, das aranhas. Minhas mãos são delicadas. Não são próprias para mexer com a terra, essa coisa suja... Mas o que me assusta mesmo é o fato das plantas estarem sempre se transformando: crescem, florescem, perdem as folhas. Cuidar delas é uma trabalheira sem fim.


Se estivesse no meu poder, todas as plantas e flores seriam de plástico. E a terra seria coberta com cimento, pedras e cerâmica, para evitar a sujeira. As pedras me dão tranquilidade. Elas não se mexem. Ficam onde são colocadas. Como é fácil lavá-las com esguicho e vassoura! Assim, eu não cuidei do jardim. Mas o tranquei com um cadeado, para que os traficantes e os vagabundos não o invadissem.\" E com estas palavras entregou ao Senhor dos Jardins a chave do cadeado. O Senhor dos Jardins ficou muito triste e disse: “Esse jardim está perdido. Deverá ser todo refeito. Paulo, Hermógenes: vocês vão ficar encarregados de cuidar desse jardim. Quem já tinha jardins ficará com mais jardins. E, quanto a você, Boanerges, respeito o seu desejo. Você não gosta de jardins. Vai ficar sem jardins. Você gosta de pedras. Pois, de hoje em diante, você irá quebrar pedras na minha pedreira...” 


“O Bom Samaritano” = “O Bom Travesti” E perguntaram a Jesus: “Quem é o meu próximo?” E ele lhes contou a seguinte parábola: Voltava para sua casa, de madrugada, caminhando por uma rua escura, um garçom que trabalhara até tarde num restaurante. Ia cansado e triste. A vida de garçom é muito dura, trabalha-se muito e ganha-se pouco. Naquela mesma rua dois assaltantes estavam de tocaia, à espera de uma vítima. Vendo o homem assim tão indefeso saltaram sobre ele com armas na mão e disseram: “Vá passando a carteira”.


O garçom não resistiu. Deu-lhes a carteira. Mas o dinheiro era pouco e por isso, por ter tão pouco dinheiro na carteira, os assaltantes o espancaram brutalmente, deixando-o desacordado no chão. Às primeiras horas da manhã passava por aquela mesma rua um padre no seu carro, a caminho da igreja onde celebraria a missa. Vendo aquele homem caído, ele se compadeceu, parou o caro, foi até ele e o consolou com palavras religiosas: “Meu irmão, é assim mesmo. Esse mundo é um vale de lágrimas. Mas console-se: Jesus Cristo sofreu mais que você.” Ditas estas palavras ele o benzeu com o sinal da cruz e fez-lhe um gesto sacerdotal de absolvição de pecados: “Ego te absolvo...” Levantou-se então, voltou para o carro e guiou para a missa, feliz por ter consolado aquele homem com as palavras da religião. Passados alguns minutos, passava por aquela mesma rua um pastor evangélico, a caminho da sua igreja, onde iria dirigir uma reunião de oração matutina. Vendo o homem caído, que nesse momento se mexia e gemia, parou o seu carro, desceu, foi até ele e lhe perguntou, baixinho: “Você já tem Cristo no seu coração? Isso que lhe aconteceu foi enviado por Deus! Tudo o que acontece é pela vontade de Deus! Você não vai à igreja. Pois, por meio dessa provação, Deus o está chamando ao arrependimento.


Sem Cristo no coração sua alma irá para o inferno. Arrependa-se dos seus pecados. Aceite Cristo como seu salvador e seus problemas serão resolvidos!". O homem gemeu mais uma vez e o pastor interpretou o seu gemido como a aceitação do Cristo no coração. Disse, então, “aleluia!” e voltou para o carro feliz por Deus lhe ter permitido salvar mais uma alma. Uma hora depois passava por aquela rua um líder espírita que, vendo o homem caído, aproximou-se dele e lhe disse: “Isso que lhe aconteceu não aconteceu por acidente. Nada acontece por acidente. A vida humana é regida pela lei do karma: as dívidas que se contraem numa encarnação têm de ser pagas na outra. Você está pagando por algo que você fez numa encarnação passada. Pode ser, mesmo, que você tenha feito a alguém aquilo que os ladrões lhe fizeram. Mas agora sua dívida está paga. Seja, portanto, agradecido aos ladrões: eles lhe fizeram um bem. Seu espírito está agora livre dessa dívida e você poderá continuar a evoluir.”


Colocou suas mãos na cabeça do ferido, deu-lhe um passe, levantou-se, voltou para o carro, maravilhado da justiça da lei do karma. O sol já ia alto quanto por ali passou um travesti, cabelo louro, brincos nas orelhas, pulseiras nos braços, boca pintada de batom. Vendo o homem caído, parou sua motocicleta, foi até ele e sem dizer uma única palavra tomou-o nos seus braços, colocou-o na motocicleta e o levou para o pronto socorro de um hospital, entregando-o aos cuidados médicos.


E enquanto os médicos e enfermeiras estavam distraídos, tirou do seu próprio bolso todo o dinheiro que tinha e o colocou no bolso do homem ferido. Terminada a estória, Jesus se voltou para seus ouvintes. Eles o olhavam com ódio. Jesus os olhou com amor e lhes perguntou: “Quem foi o próximo do homem ferido?” (Correio Popular, 21 de julho de 2002)


Paz e Luz!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Não é caso para rir

Do site do filósofo Olavo de Carvalho; Jornal do Brasil, 15 de dezembro de 2005


Quando os dogmas politicamente corretos entraram em circulação no Brasil, a reação das pessoas sensatas foi rir. Nada mais justo. Mas em seguida impugnavam como paranóia qualquer insinuação de que houvesse ali algum perigo real. Mostravam, com isso, não ser tão sensatas quanto pareciam. E acabavam provando ser definitivamente idiotas quando, diante das provas de que aquela mutação lingüística era uma arma de dominação cultural concebida com requintes de maquiavelismo, ficavam tão perturbadas que disfarçavam o medo fingindo indiferença superior.


Modas lingüísticas, mesmo ridículas, disseminam e consolidam sentimentos, reações, automatismos. Dão um ar de naturalidade à aceitação forçada de novos critérios do bem e do mal, da verdade e do erro. Passada uma geração, o ridículo tranfigura-se em leis e instituições - e pune com severidade quem não o levar mortalmente a sério.


Querem um exemplo?


Ao proibir a circulação do livro “Orixás, Caboclos e Guias”, do bispo Edir Macedo, o desembargador Souza Prudente, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, diz que a obra, por chamar de demônios as entidades cultuadas na umbanda e no candomblé, “incita a segregação religiosa e a intolerância às religiões afro-brasileiras”.


A liberdade de expressão -- prossegue o meritíssimo -- não se revela em termos absolutos, como garantia constitucional, mas deve ser exercida nos limites do princípio da proporcionalidade...


O que ele está dizendo é que o simples ato de falar contra uma religião atenta contra o direito fundamental de segui-la. Mas é óbvio que a liberdade de seguir qualquer religião implica, essencial e incontornavelmente, o direito de não gostar das outras e de falar contra elas. E a liberdade de ser ateu ou agnóstico implica o direito de falar contra todas de uma vez. Suprimir esse direito é suprimir aquela liberdade. Suprimi-lo em nome dela, como o faz o dr. Souza Prudente, é a apoteose do nonsense. É o ridículo politicamente correto transmutado em imposição judicial. A Constituição, por sua vez (art. 220), não coloca nenhum limite ao exercício da liberdade de expressão, muito menos em nome de algum “princípio de proporcionalidade”. 


Fala-se em proporcionalidade quando o direito de um está condicionado ao exercício do mesmo direito por outro. Por exemplo, o direito a certos bens de uso comum: se você se pendura num telefone público o dia inteiro, está impedindo os outros de usá-lo. Mas é impossível que o simples exercício da liberdade de expressão por um indivíduo ou grupo impeça os outros de se entregarem ao mesmo exercício. Que um sujeito diga “a” ou “b” não constitui jamais obstáculo a que outro diga “c” ou “d”. 
Que um cristão publique um livro contra a religião alheia não impede que se publiquem livros contra o cristianismo, como aliás se publicam aos milhares, e violentíssimos, sem que isso aparentemente magoe a delicada sensibilidade jurídica do dr. Souza Prudente, ou Imprudente.


Se a liberdade de expressão não tem como ser frustrada pela disseminação do seu próprio exercício, mas sim somente desde fora, por um fator heterogêneo como a ameaça de agressão, a chantagem moral ou um abuso de autoridade, é evidente que sua garantia constitucional não é “proporcional”, mas absoluta e incondicional, ressalvadas as exceções expressas da lei penal, que jamais pune esse exercício enquanto tal mas apenas o seu uso para finalidades ilícitas. Se o conteúdo de “Orixás, Caboclos e Guias” fosse criminoso, o dr. Souza Prudente puniria o seu autor pelo crime correspondente. Não podendo acusá-lo de crime, jogou contra ele um princípio descabido e, não contente com isso, ainda aboliu uma garantia constitucional explícita.
Não sei se ele fez isso porque tem a capacidade analítica embotada ou porque quer embotar a nossa. Em qualquer dos dois casos, é politicamente correto. Com o tempo, todos os juízes ficarão assim. Risos e afetações de superioridade não livrarão ninguém da tirania imposta em nome da liberdade."


Pois então, amanhã quando for conosco, iremos rir ou chorar?


Paz e Luz!

Ética e Trapaça ( ou a arte do discurso da média para conseguir o que se quer)

Olá! Lembrei-me de um texto num livro do autor Rubem Alves, que é um dos meus prediletos, e penso traduz muito bem os rumos de ontem e de hoje de muitas trajetórias, seja na política, na religião e outros setores. Ética e Trapaça (Como trapacear e se manter ético ao mesmo tempo - título de um dos capítulos do livro Introdução à sociologia - Peter Burger). Em vermelhito adendos meus.


Conta-nos Rubem Alves um estória para melhor entender-mos a situação: "Havia, numa cidade do EUA, uma Igreja Batista (mas se for no Brasil, pode ser um Terreiro de Umbanda ou Federação, Instituto, Ong, etc). Os batistas, como se sabe, são um ramo do cristianismo muito rigoroso nos seus princípios éticos. Nessa mesma cidade havia uma cervejaria que, para a Igreja Batista, era a vanguarda de Satanás. O pastor, representante de Deus, não poupava a fábrica de cerveja nas suas pregações: era a luta do Santo Guerreiro contra o Dragão da Maldade. Aconteceu, entretanto, que, por razões pouco esclarecidas, a fábrica de cerveja fez uma doação de 500 mil dólares para a Igreja Batista. Os membros da Igreja foram unânimes em denunciar aquela quantia como dinheiro do Diabo que não poderia ser aceito. Passada a exaltação dos primeiros dias, acalmados os ânimos, os mais ponderados começaram a analisar os benefícios que aquele dinheiro começaram poderia trazer. Uma pintura nova para a Igreja, um orgão de tubos, jardins mais bonitos, um salão social para festas (tudo em nome da nossa amada religião). 


Reuniu-se então a Igreja em assembléia e, depois de muita discussão, registrou-se a seguinte decisão no livro de atas:"Esta Igreja Batista resolve aceitar a oferta de 500 mil dólares feita pela cervejaria, na firme convicção de que o Diabo ficará furioso quando souber que o seu dinheiro vai ser usado para a Glória de Deus". 


Quando a ideologia é nobre, qualquer meio é permissível. Se esse acordo entre "ética" e "trapaça" valeu para a Igreja, por que não valerá para os partidos políticos?"


Fico pensando em outro dois pontos:"Disse Jesus: "Seja esta a vossa linguagem, Sim-Sim, Não-Não!" (Mt 5, 37)" e "“Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém” - Paulo 1Cor 6:12" E aí paro de pensar quando vejo os conchavos entre quem ontem era do contra e hoje é amigo do peito, quem ontem chamava de hipócrita e hoje é irmão do coração. Definitivamente a arte de fazer média não é prá mim.


Nem tampouco a fina arte de misturar política e religião. A primeira por querer me comprar a alma e a segunda por pretender salvar a mesma, desde que eu aceite que estou perdido.


Paz e Luz!