quinta-feira, 30 de outubro de 2008

OLHOS DOURADOS E CORAÇÃO ROSA - Uma prática de luz


Ainda agora, lendo alguns dos ensinamentos do Buda, lembrei-me de uma prática espiritual muito simples e que faz muito bem à pessoa. Trata-se de uma visualização praticada por vários mestres da região de Kailash (1), nos Himalaias. Aprendi isso com eles e agora repasso para vocês. Os procedimentos são bem simples. Vamos a eles:

1. Sentado em numa posição confortável, erga os pensamentos e abra o coração às vibrações da paz profunda.

2. Pense no BEM de todos os seres sencientes no universo.

3. Leve a atenção suavemente ao centro interno do peito.

4. Visualize uma luz rosa bem terna espalhando-se internamente pela caixa toráxica. Essa luz é pulsante, mas é muito pacífica e alegre.

5. Imagine o som de pequenos sinos retinindo dentro do seu peito em meio à essa luz rosada. Faça isso por uns três minutos.

6. A seguir, leve a atenção para o chacra frontal e ilumine a parte interna de sua testa com uma luz branquinha e serena. Faça isso por uns dois minutos.

7. Leve a atenção para dentro dos dois olhos e visualize que eles estão cheios de energia dourada. Pense que seus olhos são de ouro vivo e mantenha a concentração nisso por cerca de cinco minutos.

8. Ao mesmo tempo, pense na compaixão para com todos os seres sencientes.

9. Livre-se de qualquer encrenca interna nesse momento, dissolva seus dramas nessa emanação dourada dos olhos.

10. Pense que você mesmo é um Buda e que a iluminação é um estado de consciência que transcende os limitados parâmetros sensoriais do ego.

11. Não importa o que você tenha feito antes (todo mundo vacila e tem um passado com lembranças nada agradáveis). Sinta-se semelhante a um lótus e floresça em uma onda de sentimentos fraternos.

12. Esta prática ativa os nádis ida, pingala e sushumna (2), dissolve bloqueios energéticos e melhora bastante a concentração.

13. Podem ocorrer bocejos, lacrimejamento e arrepios durante essa prática. Essas sensações são normais e decorrentes da movimentação bioenergética pelos nádis. Além disso, estão associadas a uma verdadeira desintoxicação bioenergética do organismo. Inclusive, muitas pessoas têm essas sensações quando estão envolvidas em algum trabalho espiritual, até mesmo em uma simples leitura de um tema espiritual.

14. Conclusão: essa prática é excelente para dar um banho vibracional no corpo e na aura. Também anima e eleva o padrão consciencial da pessoa.

Para inspirá-los, repasso para vocês alguns ensinamentos do Buda:

"Ninguém pode purificar o espírito com sangue, pois, se os deuses são bons, não lhes pode ser agradável o sangue e, se são maus, não basta este para suborná-lo."

"O homem que não se esforça por aprender, envelhece como um boi: aumenta de peso, mas, não de sabedoria."

"Ninguém é sábio só porque vive em silêncio."

"De cada um tem que ser o esforço. Os Budas apenas instruem."

"O tolo que sabe que é tolo, nisso, pelo menos, é sábio. Mas o tolo que pensa que é sábio, esse é um rematado tolo."

"As pessoas são escravas porque não abandonam a idéia da personalidade."

"A verdade é eterna; não conhece nascimento nem morte; não tem começo nem fim. Que a verdade se aposse de suas almas."

"A compaixão para com todas as criaturas é a verdadeira religião."

"O exame de si mesmo é doloroso."

"É muito melhor morrer combatendo o mal do que ser vencido por ele."

"Nem através do pranto nem dos lamentos obteremos a paz da mente."

"Feliz aquele que vence o egoísmo: alcança a paz e encontra a verdade."

"O ego é o mestre do ego. Cada qual é o mestre de si mesmo e o seu refúgio. Que outro poderia ser?"

Espero que esta prática espiritual tão simples de realizar e esses ensinamentos do Buda possam iluminar o dia de hoje em seus corações.

Há uma luz maravilhosa que viaja por todas as dimensões. Ela viaja em silêncio e só os sentidos espirituais podem acessá-la adequadamente. Ela equilibra, compreende, ama e é a melhor companhia de alguém, pois nada pede, nada cobra e tudo oferece. Porém, sua comunicação é silenciosa e só poderá ser percebida na luz das chamas que queimam as tolices e desmandos do ego. Só no fogo dourado do discernimento e na luz rosa da compaixão, a grande alquimia acontece.

Então, ocorre a transmutação do vil metal do orgulho no ouro brilhante da consciência irmanada nas ondas da paz. A arrogância se cala e a consciência se vê mergulhada em uma sintonia que o mundo desconhece e que as palavras não são capazes de descrever.

Essa iluminação interna não transforma ninguém em sábio, apenas aumenta o brilho dos olhos e o amor no coração. Também não tira as pedras do caminho e nem elimina as provas necessárias ao aprendizado humano. Mas, dá um contentamento interno independentemente das flutuações das situações externas.

E o melhor disso tudo: você descobre que há um Buda sentado dentro do lótus do seu coração e que a consciência cósmica não é um lugar ou paraíso celeste, mas um estado de consciência iluminado pelas vibrações da paz profunda.

Muitas vezes, quando penso na violência que assola a humanidade há tanto tempo, lembro-me de Sidarta Gautama, o Buda. Ele foi um dos homens mais pacíficos que viveu nesse planeta. Penso nele e algo me diz internamente que devo ficar calado e pensar na paz mundial, pois as ondas passam e tudo é transitório nesse mundo sujeito à roda de samsara (3). Os braços de maya (4) são poderosos, mas há um buda sentado dentro dos corações que almejam a paz. Em silêncio, ele trabalha a favor do mundo e inspira a alma dos homens.

Paz e luz!

PS: Enquanto eu escrevia rolava no som o maravilhoso cd novo do tecladista grego new age "Yanni". O disco chama-se "If I Could Tell You". As músicas "With An Orchild" (5a. do disco é disparada a melhor desse trabalho) e "On Sacred Ground" (1a. do disco e com fortes toques orientais de flauta) são fantásticas e já podem ser consideradas as melhores da carreira desse excelente músico grego.

- Wagner D. Borges - (Admirador assumido de Jesus, Buda, Krishna, Bábaji e tantos outros caras legais que ajudam a humanidade).

São Paulo, 04 de dezembro de 2000 às 17:36h (Texto postado originalmente na lista Paz e Luz)

Notas: (1) Kailash (do sânscrito): monte sagrado situado nos Himalaias. Segundo a crença, é morada de vários Budas extrafísicos. Ver o belo livro de Paul Brunton, "Um Eremita no Himalaia"; Ed. Pensamento. Ver texto 77.
(2) Nádis (do sânscrito): condutos sutis que transportam as bioenergias pelo sistema. Os principais nádis são três e correm ao longo da coluna vertebral: ida (à esquerda), pingala (à direita) e sushumna (pelo centro).
(3) Roda de Samsara: expressão muito usada no Budismo, significando a roda compulsória reencarnatória.
(4) Maya (do sânscrito): "Ilusão".

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

CAMINHANDO COM O INVISÍVEL

CAMINHANDO COM O INVISÍVEL
“O verdadeiro espiritualista é aquele que sabe trabalhar sobre as suas dificuldades para delas fazer pedras preciosas."
- Mikhael Aivanhov -
O que é certo e o que é errado?

Quem sabe os mistérios que rondam os corações?

O invisível não se revela aos fracos de espírito e nem aos fortes de mente e de ego. Ele gosta de revelar-se apenas ao coração livre de ódio.

O buscador sincero não tem o que temer.

Na trilha espiritual, ele encontrará muitos questionamentos, responsabilidades e muito serviço.

Não há facilidades na caminhada iniciática e nem o jogo hipnótico das luzes ilusórias do mundo toldando seu discernimento.

No entanto, há presentes de luz em meio ao trajeto. Eles são depositados pelos anjos em pontos estratégicos da jornada da alma.

A cada etapa iniciática superada, surgirão novas responsabilidades, novas tarefas e mais serviços prestados pelo bem de todos.

Na senda da luz, não há julgamentos, só há escolhas e repercussões.

Há aqueles que caminham e aqueles que estacionam nas frivolidades de seus egos.

Há os que se esforçam e suam sangue pelos objetivos vislumbrados, mesmo em meio a todo tipo de adversidade.
Outros, espetam os companheiros de jornada, semeiam discórdias e estacionam em meio aos sorrisos irônicos e atitudes tacanhas.

Enquanto isso, os anjos registradores do caminho vão anotando os procedimentos mentais, emocionais e carnais de cada um.

Ao longo do caminho, eles continuarão deixando presentes de luz, mas também deixarão pacotes contendo diversos pedregulhos cármicos*.

Eles sabem bastante sobre sintonia: cada um encontrará o pacote cheio com o conteúdo relativo ao que estiver em seu próprio coração.

O que é certo e o que é errado?

Os anjos sabem a resposta, mas não dizem. Em seu silêncio, eles seguem deixando os pacotes nos pontos estratégicos do caminho espiritual. Eles sabem que, quem os abrir, receberá o presente adequado e compatível com o tipo de atitude que manifestar na trilha.

O invisível está repleto de anjos e eles falam somente ao coração que trabalha e respira a atmosfera dos propósitos justos.

Como ensinava o sábio Toth no antigo Egito:

"O INEFÁVEL É INVISÍVEL AOS OLHOS FÍSICOS, MAS É VISÍVEL À INTELIGÊNCIA E AO CORAÇÃO."
Paz e luz!
- Wagner Borges -
São Paulo, 11 de dezembro de 2000.
- Nota:
* Cármicos – do sânscrito Karma; ação, causa - toda ação gera uma reação correspondente; toda causa gera o seu efeito correspondente. A esse mecanismo universal os hindus chamaram carma. Suas repercussões na vida dos seres e seus atos podem ser denominados de conseqüências cármicas.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Tenho Certeza!

Olá! Remexendo no e-mail, encontrei este texto enviado por Alexandre Cumino em fins de novembro de 2007. Me lembro ainda que alguns outros textos deste autor refletiam o que enxerguei com uma remexida interior, mas este em especial identifica-me num curso onde sigo já algum tempo. Amo a Umbanda, sinto profundo respeito por esta Escola da Vida que me acolheu e ergeu, mas vejo que esta mesma Senhora da Luz Velada me chama para levantar os véus da ilusão e do ego, das muletas com que nos agarramos durante a travessia da vida.

Religião só é boa quando aprendemos que ela é meio, nunca fim em si mesma.

Tenho certeza,
Por Alexandre Cumino
Para Deus...
Não faz diferença se somos Umbandistas ou não, só faz diferença o que vai em nossos corações...
Não faz diferença o que dizemos e sim o que sentimos e o que pensamos...
Não faz diferença quem tem mais conhecimento de quem tem menos conhecimento e sim como usamos nosso conhecimento...
Não faz diferença nenhuma se lutamos pela religião e sim se lutamos pelo ser humano, pois por lutar pela religião, pela "boa causa", é o que fizeram as guerras santas...
Não importa se conquistamos o que queremos e sim se alcançamos o que precisamos, pois o querer na maioria das vezes faz parte do ego...
De nada vale amar espiritos, orixás ou anjos se não somos capazes de amar o ser humano...
E eu como sou ser humano ainda, só posso me perguntar:
Que "defecação" é esta?
Hah me esqueci, estamos todos lutando pela umbanda e isto justifica a tudo, quando lutamos por uma religião podemos tudo, afinal, temos o aval de Deus e os fins justificam os meios...
Não somos muito diferentes (claro que falo de nós, pois, será que estaria eu fora desta questão, no entanto, melhor ser consciente que hipócrita), nos parecemos muito com o porteiro ou zelador (já que este é um termo mais apropriado aqui) que acredita ser o dono do prédio ou mesmo quando vamos a uma loja e os vendedores nos tratam como se fossem os donos do estabelecimento, no entanto se esquecem que o dono de tal estabelecimento faria de tudo para nos agradar, muito diferente de seus funcionários...
Pois então somos nós "funcionários" dos Orixás, trabalhando neste "edificio", nesta "obra", e tudo o que temos feito é nos julgar com os poderes do DONO da Casa (que é Deus), acreditamos piamente que Ele nos delegou seus poderes e que com tanto tempo de "casa" teremos o "uso capião" da "propriedade" do "Senhor"...
Assim somos nós, mas não se preocupem, não estou falando do umbandista (não apenas do umbandista) assim são a maioria dos religiosos e não importa qual a sua religião...
A maioria de nós procura religião porque temos problemas que não conseguimos administrar em nossas vidas, no entanto ao chegar na religião passamos a acreditar que podemos administrar a religião e até administrar os "negócios de Deus", somos os "empresários" e representantes de Deus na Terra, "Nós representamos os interesses de Deus na Terra", é... realmente somos privilegiados...
Mas que palavras serão estas, de uma pessoa revoltada?, de uma pessoa consciente? ou apenas de alguém que usa da situação e do dom das palavras para apenas chamar a atenção das pessoas???
Talvez esta seja a unica pergunta sem resposta pois a maioria dos senhores que estão lendo este e-mail nunca tiveram a oportunidade de olhar nos olhos deste ser humano que escreve estas linhas...
Uma coisa é certa não tenho condições de julgar a mim mesmo, não posso dizer quais são meus motivos reais e sabe porque? Simplesmente porque uma coisa é certa sou alguém que tenta evitar a hipocrisia, no entanto dizer que não sou hipócrita pode ser em si a própria hipocrisia que grita através de meu ego...
Talvez seja isso e talvez seja importante saber se cultuamos realmente a deus ou a nosso próprio ego, se adoramos o Ser Supremo ou a religião, se nos dedicamos ao ser humano ou ao templo...
Gandhi costumava dizer que se não conseguimos encontrar Deus no ser humano, não é mais preciso procurar...
Vivekananda e Ramakrisna ensinaram ao mundo que não importa qual é sua religião...
Lao Tsé nos ensinou que o Tao não é algo que se pode explicar...
Osho fala que doutrinas e religiões não importam...
São Francisco mostrou que humanismo está acima da religião...
O Sufi Inaat Kan mostra que podemos rezar a todos os deuses em todas as linguas...
Cabalistas reconhecem Deus em sua forma feminina como Shekná...
E nós, quais são nossos exemplos e valores?
O que importa para nós?
O que importa para Deus?
Religião?
Qual é a sua religião, a do homem ou a de Deus?
Quem está acima do altar, o ego?
Alexandre Cumino
Obs.: Quanto a "defecação", aos coliformes fecais, cada um pense o que quiser...


Paz e Luz!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

+ VÍDEOS INTERESSANTES!

Igbadu - Cabaça da Criação

http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?cod=5201&Exib=5937

Yansan

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?cod=4839&Exib=6745

Historietas Assombradas (para crianças malcriadas)

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=3297&Exib=6745

Frankenstein Punk

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=561&Exib=6745

Aruanda

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=4746&Exib=6745

Gentileza

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=4955&Exib=6745

Deus é Pai

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=392&Exib=6745

Disputa entre o Diabo e o Padre

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=5197&Exib=6745



Paz e Luz!

LA NAVE VÁ! MA DIO MIO PRÁ DONDE?

Motivos que me levam a crer que o mundo está acabando

Posted In: . By Yoná Valentim

É minha gente... Há tempos não escrevo aqui no Palavra. A vida tá corrida, muito trabalho, muita conta pra pagar, muito aborrecimento. Mas de repente me animo e digo, vou escrever no Palavra. Como num passe de mágicas algumas coisas começam a acontecer e isso vai me assustando, vai me assustando, até que num dado momento percebi a mensagem: "o mundo está acabando!" The end is here!, como dizem as placas dos doidos em filmes americanos. E eu me toquei da verdade da coisa. Senão, vejamos:

1) Homofobia na campanha eleitoral da Marta - Tudo bem, tá certo, quem me conhece sabe que nunca gostei da Marta e de sua postura patricia-militante-de-esquerda-com-bolsinha-vuitton, mas, por Deus, eu nunca imaginei que Marta um dia cuspiria no próprio prato em que comeu. A senhora que hoje é lembrada mais pelo fato de ter mandado o povo relaxar e gozar à época em que os aviões não levantavam vôos e pessoas literalmente morriam, perdiam empregos, negócios etc., por causa do imbróglio, nunca teve, efetivamente, uma pauta política ampla. Apegou-se de tal maneira à bandeira GLBT que dela nunca mais se soltou. Se tatuasse um arco-íris na testa ninguém estranharia, devido o nível de comprometimento com a causa. Pois bem, bastou estar atrás do Kassab - que por sinal, vale tanto quanto ela no mercado das gentes que nada valem - para simplesmente insinuar que o cara não tinha filhos nem era casado, logo... Sinistro!!!!

2) Argumentos dos petistas para defender o suplício de Marta - Se o parágrafo acima termina sinistro esse começa sinistríssimo porque, pior do que a insinuação homofóbica contra Kassabão me vêem os argumentos da petizada e estes, minha gente, são tristes. Do tipo, ele é direitoso, ele faria o mesmo ou pior, ele não vale nada, ele é isso, é aquilo, aquilo outro. É mais ou menos a lógica da burguesada que acha que menino preto, com uma manchinha que seja na polícia merece é tiro mesmo. Ou seja, aos amigos tudo, aos inimigos, fumo!! Assim é a vida, por isso o mundo tá se acabando. O outrora partido da ética, que agora virou partido da boquinha, só tá servindo hoje em dia pra isso: dar gancho pro parágrafo que vem a seguir;

3) Sair da história pra cair na vida - Quando Getúlio mandou o auto-balaço que o levou dessa para a melhor ele escreveu que "saía da vida para entrar para a história". Frase bonita, né? Causa impacto. Talvez seja a frase mais importante de um presidente em nossa história, talvez só perca para "nunca antes na história desse país...", mas esse é outro caso. O que eu queria pontuar aqui é que há pessoas que, ao contrário do Getúlio, preferem sair da história para entrar pra vida mesmo e, de preferência, pelas portas dos fundos.É o caso, por exemplo, de Benedita da Silva. Virou vereadora, deputada, senadora, governadora, ministra, secretaria... Secretária de que mesmo?? Ah, sim, de ação social do Sérgio Cabral. Só chora miséria, vive numa salinha esfumaçada cedida pelo Detran. Agora, pra aliviar seu espaço querem tirar as Ongs do Palong (na Avenida General Justo, centro do Rio), para colocá-la com sua turma.Mas o que me chama a atenção é a capacidade que tem Benedita e outros negros do PT de se prestarem muitas vezes a serviços tão sujos, tão vergonhosos para a militância como um todo. Exemplo disso, é o apoio a Eduardo Paes nas eleições do Rio. Pôxa, vida! Garotinho, de triste lembrança nessa cidade, será eternizado pela frase: "o PT é o partido da boquinha!" E Benedita e sua turma se esforçam para demonstrar o quanto ele estava certo.Agora, como se não bastasse ela, Edson Santos, Carlinhos Santana e tutti quantti, marcaram uma reunião com lideranças negras e religiosas do candomblé e da umbanda para discutirem a adesão desse setor à candidatura do Eduardo Paes. Foram meia dúzia, alguns inclusive, disseram que foram sem saber para o quê estavam indo. Isso lhes faz lembrar papel de capitão-do-mato? A mim sim e me dá nojo!!!Só um rodapé: Eduardo Paes foi o único candidato que não foi à caminhada pela liberdade religiosa; que negou-se a dialogar com os negros do seu próprio partido; que, sob o manto do Sergio Cabral deve fazer que nem o padrinho: não cumprir absolutamente nada do que se comprometeu com a comunidade negra. Enquanto isso, os pretensos líderes vão por aí tentando vender seus supostos liderados por mais um cargo de dois ou três anos. Triste fim. Jurema Batista que o diga.

4) Cagadas policiais em São Paulo - Não tem como deixar de falar do assunto da hora. Primeiro os policiais civis estão em greve em São Paulo há 31 dias. Caramba! Trinta e um dias é um mês. Como a maior cidade do país, em pleno período eleitoral entra em greve de polícia por um mês e a gente do lado só fica sabendo disso quando os PMs resolvem dar um sacode nos Policiais Civis porque fazer greve pode, mas protestar em frente ao palácio do governo paulista não pode?? Cacete, São Paulo hoje é a cidade mais tranquila do mundo, com certeza. Afinal é um luxo um mês de greve da polícia e tudo estar seguindo na maior normalidade possível.Logicamente, temos que fazer uma excessão a Santo André. Lá o bicho tá pegando. Ou melhor, o Lindibergue tá fazendo barba, cabelo e bigode com a cara da polícia. Enquanto escrevo essas mal traçadas o sujeito está há 4 dias com duas garotas mantidas como reféns, ambas de 15. O mais interessante é que ele tem 23, ou seja, quando começou a namorar a menina ela tinha 12 e ele 20. Eu, como comandante da polícia prenderia de cara o pai e a mãe. Afinal, se um sujeito de 20 anos chegar pra querer namorar minha filha quando ela tiver com 12 anos, eu vou dar um corre com ele tão grande que ele vai até querer virar monge. Portanto, primeiro erro da polícia, não ter dado logo uma cana de leve nos pais liberais que acham bonitinho uma menina de 12 anos ficar de beijinho com um galalal de 20.Mas como se não bastasse, o sujeito teve a capacidade, o displante, de soltar uma das reféns, a menina ficar uns dois dias em casa e depois simplesmente a polícia DEVOLVEU a guria porque ele pra soltar uma precisava da outra. Ai, ai, ai... É muita incompetência, Batman! Por isso prefiro ver eles se estaporando entre si, pelo menos é mais divertido.

5) Funk do jumento e mulher égua - Por fim, para não dizer que não falo de coisas mais pitorescas, mas que só comprovam que o mundo realmente chegou ao seu limite da existência não posso deixar de comentar o que ouvi na rádio FM O Dia ontem. Existe um comentarista na rádio chamado David Brazil, é um gaguinho chato a dar com o pau. Pois bem, ele contou que Sérgio Mallandro depois de, surpreendentemente, perder as eleições para vereador em São Paulo, resolveu lançar o funk do jumento. O que isso significa ninguem sabe, mas o que o David dizia é que o nefando Mallandro está procurando uma mulher gostosa para ser... A MULHER ÉGUA!!! Incrível, né??? Nada, o incrível, na minha humilde opinião, foi o discurso do gaguinho em defesa da dignidade das mulheres. Ele fez um discurso inflamado falando o quanto é absurdo uma mulher, seja ela quem for, submeter-se a um "papel" de mulher égua! Mas o bom mesmo, o que me dá alegria é o silêncio das feministas. Elas implicam com a aplicação do artigo os/as para tudo, mas para a mulher égua, estão pouco se lixando.

É o fim, senhores, é o fim!!!Pois é, minha gente, paro aqui para fazer minhas ultimas orações, despedir-me dos amigos pois, com tudo isso, a certeza que tenho mesmo é que depois que todas as bolsas quebrarem, todo o sistema financeiro ruir, darão a chave da porta na mão do Obama e depois ainda dirão: "Tá vendo? Foi só o pretinho assumir o poder que deu no que deu!"

Marcio Alexandre M. GualbertoCoordenador do Coletivo de Entidades Negras - CEN/RJEditor do blog: Palavra SinistraIntegrante da Rede Mamapress e colunista de AfropressMembro do Conselho Editorial da revista Raça BrasilMSN: marciogualberto@msn.com

terça-feira, 21 de outubro de 2008

FÓRUM UMBANDA: 100 ANOS DE HISTÓRIA – 1908/2008

PROGRAMAÇÃO:

Dia 11/11

18:00h – 18:30h: Cerimônia de Abertura

- Composição da Mesa

(Apresentação pela Professora Telma Gama – PROEPER/UERJ)

- Entrada do Caboclo/Defumação

- Hino Nacional

- Hino da Umbanda

18:30h – 18:45h: Homenagens póstumas

-Baluartes da Umbanda

Dr. Pedro Miranda – Presidente da União Espiritista de Umbanda do Brasil e Sacerdote da Tenda Espírita São Jorge

18:45h – 19:00h: Introdução:

- Breve explicação da criação da Umbanda através de sua Simbologia.

Dr. Carlos DamasVice-Presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil - CEUB

19:00h – 19:20h : Contribuição Espírita:

- Conceitos básicos (o que é o Espírito?); Mediunidade e Reencarnação

Nadja do Couto Vale – Mestra em Educação e Doutora em Filosofia

(15 min para a dissertação; 5 mim perguntas).

19:20h – 19:40h: Contribuição Católica:

- Reza, Sincretismo e uso de velas

Frei Tata – Paróquia São João Batista

(15 min para a dissertação; 5 mim perguntas).

19:40h – 20:00h: Contribuição Africana:

- Orixás e Atabaques

Prof. Flavio Pessoa –Sacerdote, Professor Universitário, Escritor e Antropólogo

(15 min para a dissertação; 5 mim perguntas).

20:00h – 20:20h: Contribuição Indígena

- Hierarquia e Pajelança.

Pajé Tobi Itauna – Etnia tupi-guarani

(15 min para a dissertação; 5 mim perguntas).

20:20h -20:40h: Contribuição Oriental:

- Defumação, Mentalização e Simbologia.

Maria Helena Farelli – Escritora e Sacerdotisa do Templo da Magia Cigana

(15 min para a dissertação; 5 mim perguntas).

20:40h – 21:30h: Encerramento

- Coffee Break

- Cânticos

Dia 12/11

18:00h – 18:20h: 100 anos de Umbanda – Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas

- Histórico

Dr. Pedro Miranda – Presidente da União Espiritista de Umbanda do Brasil e Sacerdote da Tenda Espírita São Jorge

18:20h – 19:00h: Juventude Umbandista

- Atuação do Jovem no movimento Umbandista – Perspectiva de Futuro.

Mônica D’oya – Sacerdotisa da Casa Espírita Irmãos de Caridade

Armando Fernandes – Sacerdote do Templo A Caminho da Paz

(15 min para a dissertação cada; 10 min para perguntas).

19:00h – 19:40h: Literatura de Umbanda

- A Importância da literatura na formação do umbandista: incentivo aos novos pesquisadores

Etiene Sales – Sacerdote do Centro Espírita São João Batista

Jose Henrique Motta de Oliveira – Sacerdote da Cabana de Pai Pescador das Almas

(15 min para a dissertação cada; 10 mim perguntas).

19:40h – 20:20h: Ética Sacerdotal

- Postura do sacerdote

- Excessos

Carmen Déa – Sacerdotisa do Terreiro Umbandista Vovó Cabinda de Angola

(25 min para a dissertação cada; 15 mim perguntas).

20:20h – 21:00h: Identidade Umbandista

- Estigma e preconceito

- Orgulho Umbandista

Fátima Damas – Presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil, Sacerdotisa do Templo Umbandista Vovó Maria Conga do Congo e Membro da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa

Arthur Guerra – Médium do Templo Umbandista Vovó Maria Conga do Congo

(15 min para a dissertação cada; 10 mim perguntas).

21:00h – 21:30h – Encerramento

- Coffee Break

- Cânticos

Dia 13/11

18:00h – 18:40h: Aspectos Jurídicos da Religião

- Legalização e informes jurídicos

Dr. Luiz Fernando Martins da Silva – Advogado, Ogan do Ilê Axé Oxumarê (Salvador), Professor de Direito, Escritor e atuou como Ouvidor da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR

Flavia Pinto – Sacerdotisa do Centro Espírita Casa do Perdão

(15 min para a dissertação cada; 10 mim perguntas).

18:40h – 19:20h: Mídia e Religião

- Rosiane Rodrigues – Iniciada na nação Ketu, Jornalista, Radialista, atuou como Coordenadora de Produção da RTP Internacional, Assessora de Imprensa do Ministério da Assistência Social, Sub-secretária de Comunicação Popular do Governo do Estado do Rio, Assessora de Imprensa da Vice-governadoria do Estado do Rio de Janeiro e atualmente é Assessora de Imprensa da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa

- Clarissa Monteagudo – Jornalista e Umbandista

(15 min para a dissertação; 10 mim perguntas).

19:20h – 19:40h: Comissão de Combate à Intolerância Religiosa: Realizações e Metas

- Babalaô Ivanir dos Santos – Interlocutor da Comissão

(15 min para a dissertação; 5 mim perguntas).

19:40h – 20:20h: Territorialidade da Umbanda; Exposição Altares Sincréticos

- Maria da Consolação Lucinda – Doutoranda Antropóloga Social da UFRJ.

(30 min para dissertação; 10 min perguntas)

20:20h – 20:40h: Conclusão

- Fátima Damas – Presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil, Sacerdotisa do Templo Umbandista Vovó Maria Conga do Congo e Membro da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa

20:40h – 21:30h: Encerramento

- Coffee Break

- Cânticos

Paz e Luz!

sábado, 18 de outubro de 2008

CONVERSANDO SOBRE ASSÉDIOS EXTRAFÍSICOS II*

Nada compensa a perda da luz no coração.
Quem permite isso, torna-se presa fácil da tristeza.
E, como as energias seguem os pensamentos, surgem faixas escuras na aura.

Muitas vezes, seres extrafísicos trevosos só esperam isso para agirem.
Eles interpenetram o campo áurico da pessoa e se ligam a estas faixas escuras.
É como se a própria pessoa fornecesse o material básico para essa ação oculta.
Ao manter um clima psíquico opaco, ela permite, por sintonia, a entrada do mal.
E as conseqüências são desastrosas! Pois, há sérias contaminações psíquicas.
Na maioria das vezes, os agentes trevosos não são os causadores de nada.

Eles apenas exploram o clima psíquico que encontram na própria pessoa.
E, se a tristeza está instalada ali, eles dinamizam o processo e entram na área.
Tudo começa no mundo interno da pessoa. O que ela pensa e sente, é o que ela é!

Climas psíquicos cinzentos atraem entidades cinzentas para o perímetro vital.
Desejos de vingança, pensamentos negativos e mágoas abrem as portas da aura.
Em contrapartida, pensamentos positivos e auto-estima elevada reforçam a luz.
A melhor defesa espiritual é ser feliz. Amor, alegria e lucidez iluminam a vida.

Uma aura forte e irradiante dissolve as faixas escuras e protege a pessoa.
Preces, mantras** ou práticas psíquicas positivas também ajudam muito.
Mas o essencial é o fortalecimento do clima mental e afetivo e voltar-se para a Luz.
Bom humor é fundamental. E, também, considerar a vida como um presente.

E gostar de viver, emocionando- se e vendo grandeza nas coisas simples da vida.
Estudos espirituais ajudam muito, pois lembram a pessoa de sua ligação com o Alto.
E ensinam que “o semelhante atrai o semelhante”, e que a luz busca a luz.

Nada compensa a perda da luz no coração. E, nesse mundo, tudo passa!
E o que vale mesmo é o grau de consciência que cada um manifesta.
O que cada um pensa, sente e faz revela o que está em seu mundo interno.
Por fora, o mundo não nota. Mas, por dentro, as energias revelam tudo.
Foi por isso que Jesus alertou e ensinou sobre as verdades do coração, e disse:
“De que adianta a uma pessoa ganhar o mundo, se ela perder sua alma?”
Paz e Luz.
- Wagner Borges -
São Paulo, 20 de setembro de 2008.
- Notas:
* A primeira parte desse texto está postada no site do IPPB –
www.ippb.org. br -, no seguinte endereço específico: http://www.ippb. org.br/modules. php?op=modload&name=News&file=article&sid=5931.

** Mantra – do sânscrito – palavra oriunda de Manas: Mente; e Tra: Controle; liberação – Literalmente, significa "Controle ou liberação da mente".
Determinadas palavras evocam uma atmosfera superior que facilita a concentração da mente e a entrada em estados alterados de consciência. Os mantras são palavras dotadas de particular vibração espiritual, sintonizadas com padrões vibracionais elevados. São análogos às palavras-senhas iniciáticas que ligam os iniciados aos planos superiores.
Pode-se dizer que os mantras são as palavras de poder evocativas de energias superiores. Como as palavras são apenas a exteriorização dos pensamentos revestidos de ondas sonoras, pode-se dizer também que os mantras são expressões da própria mente sintonizada em outros planos de manifestação.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Minha despedida.

Como todos já devem ter percebido, o Mano Edenilson dominou inteiramente a arte de manejar um Blog, de modo que minha presença como colaborador se tornou para lá de dispensável.

E eu tomei uma decisão: não discuto mais sobre Umbanda!... Não aguento mais as mesmas discussões estéreis sobre se isso ou aquilo é válido, se o "certo" é ser esotérico ou africanista, e, principalmente, o sacrifício de animais como fonte de energia magística.

Já cansei de apresentar estudos científicos que provam que as plantas são seres não só conscientes (lá da forma delas...), como têm sentimentos (lá do jeito delas...), que são capazes de transmitir emoções de dor, medo, raiva, mágoa, etc, não só por impulsos elétricos de raiz a raiz, como também por substâncias químicas que liberam no ar (ou vocês pensavam que o bom odor das rosas foi feito só para agradar as namoradas?...)

Cansei de argumentar que a oferenda simbólica de alimentos é um "ato mágico" e que, se formos levar tudo ao pé da letra, "desperdiçar comida" (seja ela de origem animal, vegetal ou mineral), quando há tanta fome e miséria por esse mundo, é algo que "ofende a Deus". O mero ato de acender uma vela está contribuindo para "aumentar o rastro de carbono na atmosfera" e a fumaça do pito do Preto Velho está transformando seus consulentes nas novas "vítimas da moda": os "fumantes passivos"...

Cansei da tecla desgastada de que "menga" atrai "vibrações baixas"... São quantas mesmo as notas musicais?... Sete, não é?... Que curiosa coincidência com as "Linhas de Umbanda"!... Só que as notas têm semitons e se repetem em infinitas "oitavas". De modo que uma nota - dó, por exemplo - pode fazer parte de uma música inspiradoramente harmoniosa, como pode fazer parte da vibração de um terremoto destruidor.

Enfim, cansei de "gente políticamente correta" e "bem pensante" que se acha com capacidade de deitar falação sobre o que não entende e julga, de acordo com suas preferências pessoais, isto ou aquilo "certo" ou "errado".

Quem não aguenta com mandinga, não carregue patuá!

Ou bem Deus está em toda a parte (inclusive nos Infernos) ou não é onipresente. E ou Jesus disse: "Em todo lugar em que dois de vós vos reunirdes em meu nome, aí estarei eu", ou todo o resto que ele falou é maluquice e não deve ser levado em conta...

Cansei de remar contra a maré e ter que, a toda hora, argumentar com alguém que me vem com um "o Caboclo das Sete Encruzilhadas fazia assim ou assado..." Caramba! Me mostrem uma só ocasião em que o Caboclo falou "Meu jeito é o certo... os outros são errados".

Vou continuar a acompanhar o trabalho do Mano Deni e, uma vez a cada Lua Azul, vou deixar uma participação nos comentários. Mas vou seguir a ordem de "meu" Caboclo da Pedra Negra: pare de discutir! Nem todos os que se dizem Umbandistas são mesmo gente bem intencionada.

O meu grande amigo Deni pode dizer o quanto nós já discutimos palavras e "interpretações", somente para descobrir que pensávamos do mesmo modo, usando palavras diferentes. Só que só se pode discutir com quem está disposto a ouvir e procurar entender a posição do interlocutor. E a nossa amizade nasceu exatamente de calorosos "bate-boca", onde a preocupação mútua era encontrar os pontos de concordância.

Eu não tenho nada a dizer a quem não quer ouvir e não está disposto a ceder um nanômetro em suas "certezas".

Porque a única certeza que eu tenho é que eu faço uma vaga noção da extensão de minha ignorância...

Então, melhor faço em me recolher a minha insignificância, já que, ao menos, eu concedo que posso estar errado - e não aguento mais discutir com quem nada concede e, do alto de sua "superioridade" (há! há! há!...) trata com desprezo ou, no máximo, aquela comiseração hipócrita de "sábio falando com burro".

Não foi à toa que São Francisco foi fazer seus sermões aos corvos e lobos... As pessoas, simplesmente, não querem ouvir o que não lhes agrada.

Dixit!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Meus cinco minutos de ateu!

Olá! São apenas cinco minutos ok? rsrsrsrsrsrsrs. Da mesma maneira que creio e sinto Deus em minha vida, há quem não creia ou nem sinta e mesmo assim continuam filhos de Deus, rsrsrsrsrsrs.

Se bem que será que há mesmo relação entre Deus e religião?

George Carlin - Religion is bulshit - Religião é besteira
http://br.youtube.com/watch?v=JGwAEhkmsSU&feature=related


George Carlin - Os 10 Mandamentos
http://br.youtube.com/watch?v=CF1-IS0yDCs&feature=related

O melhor participante de todos os tempos!

http://br.youtube.com/watch?v=6XXBBIWnyaM&feature=related

O Incrível Jesus

http://br.youtube.com/watch?v=oWxTkLiJ_bU&feature=related

"Estou confuso..."

http://br.youtube.com/watch?v=0WXYeM5MZso&feature=related


Paz e Luz!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Etiene Sales, um umbandista que mereçe ser lido!

Olá! Há um bom tempo e sempre que tenho oportunidade, ao saber de textos escritos por Etiene Sales, a ansiedade e alegria pelos mesmos são grandes e invariavelmente a recompensa é a mesma, uma enorme satisfação intelectual e fraternal.

Enquanto temos e sabemos que há quem se esconda em palavras calculadas, prá fazer média e ganhar ovelhinhas obedientes, existe também UMBANDISTA de qualidade e coragem como Etiene Sales.

Caso vc queira saber mais, ele lançou há pouco tempo, salvo engano, um livro chamado Umbanda de Preto Velho – A tradição popular de uma religião - Editora All Print.

Se houver interesse em conhecer mais textos dele veja em:
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=ghostm

A Tristeza do Centenário da Umbanda em face de sua desunião e do
preconceito entre os Umbandistas.


A importância dos 100 anos da Umbanda vai muito além de Zélio, isso dentro do meu entendimento.

Fundador ou Institucionalizador?

Eu acredito em Zélio como um institucionalizador de algo que já existia em termos práticos, ou seja, o trabalho de guias como pretos-velhos, caboclos etc.

Zélio deu um nome (que já era conhecido dos Bantos e que podemos encontrar em um dos livros do Artur Ramos como sendo o sacerdote de uma Macumba aqui no Rio de Janeiro) e uma formatação, intitucionalizando uma forma de culto, chamando-a de Umbanda ou Alabama ou Aumbandam. Até hoje não se tem certeza do nome original, mas que acabou ficando como Umbanda.

O que era praticado antes do Caboclo das Sete Encruzilhadas, pelos guias nos Candomblés de Caboclos, nas Macumbas Cariocas (Omolokô), nas Juremas, nos Catimbós etc, pode ser considerado como Umbanda?

Se considerarmos o trabalho desses guias, a sua atuação e a sua essência, podemos dizer que sim. Porém, se considerarmos apenas a forma pela qual foi definida a institucionalização do culto de Umbanda pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, na constituição de suas casas, não podemos considerar como Umbanda qualquer outra forma (lembrando que Umbanda então, seriam apenas as casas que seguem na íntegra, sem misturas, o culto introduzido pelo Caboclos das Sete Encruzilhadas; qulaquer coisa retirada ou acrescida a esse culto, já não pode ser considerada como Umbanda, vendo o Caboclo das Sete Encruzilhadas como
seu Fundador e idealizador). Se esse contexto for dito como a verdadeira Umbanda, como a correta (a que foi institucionalizada por Zélio), ela inviabiliza quaisquer outras formas e práticas, assim como doutrinas, ritos ou fundamentos que não sejam aqueles formatados por Zélio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Existe Umbanda sem os guias?

Se considerarmos o trabalho precedente ao Caboclo das Sete Encruzilhadas, como já sendo Umbanda, na atuação de vários guias, ela simplesmente trilhou vários caminhos (a de Zélio era mais uma, e com a finalidade de institucionalizar a religião que já era praticada de forma
desordenada), assim como o próprio Cristianismo formou várias crenças, várias religiões Cristãs pelo mundo.

Hoje, como acontecia nos anos 40 do século XX (na época do Primeiro Congresso de Espiritismo de Umbanda - até o nome Espiritismo soa estranho, pois mostra uma dependência de identidade da Umbanda dentro do Espiritismo, e não dentro dela mesma como uma religião autônoma ou como um conjunto religioso por si só), existem diversas formas de Umbanda (ritos, práticas, formas, doutrinas etc) diferentes. Muitas que nem
sabem quem foi Zélio ou o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Que foram formadas a partir das Macumbas, dos Candomblés, das Juremas, dos Catimbós etc. As quais os seus guias fundadores nunca, se quer, souberam ou citaram Zélio e, muito menos, o Caboclo das Sete
Encruzilhadas como sendo fundador ou institucionalizador da Umbanda.

Muitas pessoas hoje em dia souberam de Zelio e, por conseguinte, seus terreiros, suas casas e até suas entidades, por meio de escritores como Rubens Saraceni, ou por meio das listas e sites na Internet.

Eu também não encontrei nenhuma referência ao termo Umbanda como constitutiva de uma forma de religião, nesses meus 22 anos de estudos, antes de 1908. Porém, encontrei referencias ao trabalho de entidades como pretos-velhos, caboclos, boiadeiros e até de exus, antes de Zélio. Então temos que pensar: se retirarmos essas entidades trabalhadoras
teríamos Umbanda? Ou só temos Umbanda porque temos o trabalho estruturado dessas entidades; seja separadamente ou em grupo?

Então para mim, como para outros pesquisadores, como Renato Ortiz, José Guilherme Cantor Magnani, Diana Brown, Yvonne Maggie e tantos outros, a representatividade daquilo que se chama Umbanda, não é dada pela  anunciação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas por algo que já existia antes dele, e que por ele foi institucionalizada, dado um nome e
colocando como sendo uma religião de negros e indios, de excluídos, digamos assim. Formas e essencias que se juntaram e foram se aglutinando ao longo do tempo, formando o que conhecemos hoje como Umbanda ou como um conjunto religioso chamado Umbanda.

Acredito eu que o mais importante hoje não é saber quem têm ou quem não têm a verdadeira Umbanda (ou se apenas aqueles que seguem o Caboclo das Sete Encruzilhadas são Umbanda - Mas tem que ser seguidor na íntegra e sem misturas ou adaptações, porque se isso ocorre já descaracterizou o que foi por ele colocado), mas sim todos nós, independente da forma, prática, doutrina e fundamentos (se veio ou não de Zélio, ou se nunca escutou quem ele foi), todos nós termos respeito e nos enxergamos como
Umbandistas.

No passado e hoje em dia, continuamos errando e batendo na mesma tecla dogmática (e dizem que Umbanda não tem dogmas) da verdadeira Umbanda. Que a verdadeira Umbanda é assim, que ela é assada; que a verdadeira Umbanda é a de Zélio ou de A, ou de B, ou C ... E, pela lógica, se só existe uma proposição correta, as outras, por conseqüência, estarão
erradas. Assim, se a Umbanda preconizada por Zélio é a verdadeira e a que tem que ser seguida, as outras estão erradas: não são Umbanda.

Muita gente ainda vê a Umbanda por essa lógica simplista e, se os demais não seguem a Umbanda preconizada por Zélio, a Umbanda Branca e verdadeira, então não estão fazendo Umbanda. Mas quem hoje em dia (como nos idos de 41) faz essa Umbanda? Nem nas casas institucionalizadas pelo caboclo das sete encruzilhadas se faz a mesma forma de Umbanda, ou fazem? (pode atabaque, tem o título ou a função de Ogã, pode beber, pode fumar, se trabalha com exu, boiadeiro, marinheiro, baiano, corta-se porco, não se pode cortar ...).

Eu acredito que temos que mudar o foco das verdades, da exclusão (exclusão essa que foi a espinha dorsal do mito da anunciação do caboclo das sete encruzilhadas, na federação Espírita de Niterói) das Umbandas. Temos que partir para a inclusão e não para exclusão; nos vendo como um todo, um conjunto diverso e plural que é a Religião de Umbanda em todas as suas vertentes.

Enquanto os Umbandistas não se aceitarem como tais; enquanto houver discriminação intra-religiosa e super-valorização de algumas doutrinas como sendo Umbanda e de outras como não sendo Umbanda, nunca iremos nos unir de fato. Esse foi nosso erro do passado e continua sendo nosso erro de hoje.

A Umbanda, há muito tempo, já se tornou Ecumênica (um conjunto religioso diverso e plural), mas parece que a soberba e o dogmatismo de ser ou estar acima do outro, de ter a verdadeira verdade ou de se deixar acreditar que se tem a verdadeira verdade, está destruindo uma esperança de união.

Na época em que Zélio incorporou o caboclo e ele institucionalizou uma forma de culto, aquilo alí era contextual e necessário naquela época, naquele momento histórico. Hoje existem várias formas de doutrina dentro da Umbanda e é essa a nossa realidade de hoje.

Devemos lembrar também, que na época inicial do caboclo das sete encruzilhadas, ter a doutrina espírita como referência era a doutrina que se espelhava a Umbanda por ele preconizada. Só que as coisas mudaram e a religião se transformou, se modificou, evoluiu em diferentes partes, se fundindo e assumindo outras formas, e manifestou outras doutrinas (vide os diversos livros tidos como "doutrinas Umbandistas" que, por vezes, são discriminatórios entre sí ou cada um fala a sua própria verdade como sendo o todo da Umbanda; há casos até, em que são obras psicografadas, manifestando uma legitimidade do Astral Superior como uma codificação geral, para toda a religião).

Se não entendermos as modificações acontecidas na Umbanda ao longo desses 100 anos (essas transformações, essa evolução), nunca conseguiremos nos ver como um todo, nos respeitar como um todo, nos aceitar como parte desse todo que mudou e evoluiu: plural e diversificado.

Se o próprio Cristianismo se modificou, se transformou, se ramificou em diversas crenças, em várias religiões Cristãs diferentes, porque seria diferente com a Umbanda?

A Umbanda é uma religião ecumênica, diversa e plural. E só iremos alcançar uma união de fato e de direito quando todos nós nos enxergarmos como membros dessa diversidade e dessa pluralidade; num ecumenismo sem fronteiras para a espiritualidade.

Um contexto religioso onde não há Papas, Potestades com a única e verdadeira verdade, onde não há uma única doutrina codificada, mas diversas doutrinas irmãs e correlatas dentro de princípios básicos de caridade, amor ao próximo, paz, evolução e fraternidade.

É assim que vejo a Umbanda em seu todo e espero que um dia possamos nos unir, nos despindo do fantasma do dogmatismo, da exclusão e do preconceito. Que tenhamos mais 100 anos de vida, mas com uma união ecumênica e fraterna, real e transparente.

Sem preconceitos de que isso não é Umbanda, você não pode ser Umbanda, a Umbanda só pode ser isso ou aquilo. Afinal, a Umbanda não tem donos, muito menos, um terreiro, centro ou tenda que possa dizer, com plenitude e firmeza, que pratica a verdadeira Umbanda em toda a sua abrangência. 


Até porque, quem faz ou o que é a verdadeira Umbanda?

Que possamos ter 100 anos de respeito entre nós, buscando uma União e sem preconceitos, mágoas, ofensas, humilhações ... 100 anos de valorização de todos os Umbandistas, respeitando um ao outro como irmãos de Umbanda (independente das formas e doutrinas), em uma cultura de alteridade e fraternidade.

Um abraço a todos,

Etiene Sales - GhostMaster
Administrador, Sacerdote Umbandista, Pós-graduado em Ciências da Religião


Á todos que enxergam e praticam o discernimento e a simplicidade como umbandistas,


Paz e Luz!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A VC JOÃO CARLOS!

Puxa que bom poder escrever sobre vc João Carlos. Eu que sempre busquei estar com gente boa como amigo, na maioria das vezes quebrei a cara ( viu o que é que dá acreditar mais nos outros do que em si mesmo?) fui encontrar e de modo virtual um grande irmão (nada de 1984 por favor hein?). Mais do que um Irmão de Fé, um Irmão de Alma mesmo.

Tantas pessoas passam por nossas vidas e poucas muito poucas mesmo deixam suas indeleveis impressões em nossos corações, a grande maioria deixa cicatrizes que demoram prá curar.

Por isso mesmo, tenho sido orientado a dar valor e atenção aos verdadeiros AMIGOS, aos que são Amigos em si e de si mesmos.

A vc que admiro, respeito e guardo do lado esquerdo fo peito. A vc que com sua maravilhosa rabugice (que dupla formaríamos na praça, nenhum outro veínho sobreviveria, rsrsrsrsrsrs).

A vc Amigo querido, de todo meu coração NOSSOS (MEU E DONA ONÇA WICCA) abraço e.....


PARABÉNS! NÃO ESQUEÇA DE ENCOMENDAR MUITA GEMADA COM AMENDOIM E CARACU (OSTRAS DEVEM SER MUITO CARAS MESMO AÍ NO RJ).

EM ÚLTIMO CASO, VAI DE AZULZINHO (não, não é viagra é prozac mesmo)!

rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs


SORRIA E SIGA O SOL!

ELE BRILHA MESMO PRÁ NÓIS RANZINZAS, LÍNGUAS-PRETAS!


Paz e Luz!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O ALABÊ DE JERUSALÉM - A ÓPERA

Olá! É mexe aqui, mexe acolá e encontramos coisas na internet que maravilham nossos olhos, ouvidos e corações.

Absolutamente maravilhoso esta Ópera, que fala sobre um africano que conheceu Jesus e volta 2.000 anos depois para contar sua história. Hoje, este espírito é identificado como O Alabê de Jerusalém. A autoria desta Ópera é de Altay Veloso.

Visite o site e delicie-se com os textos, fotos e vídeos;



http://blog.oalabeloja.com/



http://www.youtube.com/watch?v=v4jFjgX-UYE



http://www.oalabeloja.com/loja/snoticias.asp




Um título de matéria que muito me emocionou: Amor e Ética ultrapassam religião.

Absolutamente perfeito! Um dia, um dia viveremos estas verdades em toda plenitude.


Paz e Luz!

sábado, 4 de outubro de 2008

Meus respeitos a quem os merece 02

Vixe! Hoje eu tô inspirado (e tbm sem nada prá fazer,rsrsrsrsrs).

Este vídeo eu já conhecia há muito e acredito que vc também. É curtinho, mas para àqueles que como Pai Agenor Miranda Rocha, possuidores de sabedoria e profundidade, é proseando que vai-se ensinando e para quem tem olhos, ouvidos e humildade, vai se aprendendo;

Pai Agenor Miranda Rocha
http://www.youtube.com/watch?v=jolSVI5FHVo



Meus agradecimentos hoje e sempre,

Paz e Luz!

Ô DEIXA A UMBANDA MELHORAR!

Olá! Que a Paz esteja contigo que me lê! Se já não falei antes, faço agora, comprei assim que foi lançado o cd TODO MUNDO QUER UMBANDA, Pai Pedro Miranda, Ayom Records. É que alegria pude sentir a cada verso, a cada ponto cantado. Como minha consciência se expandiu em esclarecimentos pelas visões que pude ter nas paisagens às quais fui levado neste cd, que aliás é duplo.

Pude relembrar ou melhor foi aberto em minha mente o portal para retornar as lembranças de minha infância no terreiro de minha avó, Dona Angelina, Mãe Mina, Tenda de Umbanda do Caboclo Rompe Mato, meu Pai Espiritual e ainda hoje Patrono Espiritual de nossa Tenda.

Como é gratificante ouvir pontos de Umbanda em sua originalidade, muito ao contrário do show business que se transformou o enxame de cantores e "músicas" que é oferecido ao Povo de Santo da Umbanda, sedento de exaltação, mas arredio quando o assunto é estudar, questionar e olhar para o passado enquanto tradição.

Deixo para leitura esta matéria encontrada aqui: http://www.acervoftu.blogspot.com/

Pai Pedro Miranda, meu Saravá Fraterno de umbandista e filho de fé!

Parabéns Ayom Records por este resgate.

Monday, September 29, 2008

Pai Pedro Miranda na FTU!!! SENSACIONAL!!


Pai Pedro Miranda nas dependências da Ayom Records:
disposição, bom humor e espiritualidade

Texto: William de Ayrá (Obashanan)

Fotos: Antônio Luz (Aratish) e Yatacyara (Vivian Lerner)

Pai Pedro desce do carro cantando quando chega do aeroporto, trazido por nosso irmão Ivanildo o Aratiara, um dos alabês da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino. Nada de bagagem, apenas sua bengala e um saquinho com seus documentos. No pescoço uma guia de Exu cruzada com Omulu, seu orixá, guia essa que ganhou do Exu Sr. Capa Preta, quando veio à FTU pela primeira vez. "Eu nunca a tiro do pescoço." - nos disse quando da sessão de gravação na Cabana de Pai Omulu no Rio. "A coloco sempre ao lado da minha cama quando vou dormir. É minha companheira!"
Mesmo para quem já o conhece é surpreendente sua disposição e no que pese sua idade, parece que a vivência por quase oito décadas convivendo com milhares de terreiros por esse Brasil afora em nada afetaram sua alegria e sua fé nas coisas da "Banda".
"Cara, ele cantou o caminho inteiro!", diz Aratiara, me olhando com o mesmo espanto que tive quando conheci Pai Pedro Miranda nas dependências da FTU. Um misto de alegria e respeito, pois aqueles pontos trazem importantíssimas informações do passado do Movimento Umbandista, que afinal de contas estavam se perdendo e assim como eu, Aratiara é um amante dos cânticos e invocações das religiões brasileiras. "É que ele é um mestre que ensina cantando..." respondi, correndo para abrir a porta da sede da Ayom Records para Pai Pedro ir descansar. Ao entrar, seu vozeirão já emendou um ponto bem antigo de saudação: "Quando nessa casa entrei, eu louvei a cumeeira, eu louvei dono da casa, eu louvei família inteira..." Eu sabia que não haviam intenções rituais em seu canto, mas como a voz tem axé, vai saber... sua louvação estava mais que bem vinda.


Emocionados todos aplaudiam Pai Pedro de pé ao final de cada ponto

Sentou-se à mesa e pediu um copo d'água. Só. Homem simples, Pai Pedro não se interessa por grandes festejos e honrarias. Mas gosta de uma prosa e iniciamos uma conversa bem longa sobre a Umbanda do passado, seus personagens e suas curiosidades, enquanto preparávamos o almoço. Toca o celular, é um dos seus filhos de santo, o Renato, que estava a caminho, ele e mais três vinham do Rio de Janeiro de carro. Parecia preocupado. Digo-lhe que Pai Pedro está bem e corro para atender agora a campainha, consciente de que hoje em dia somos escravos de ruídos eletrônicos. Era Hilário Bispo, o Babal'Arena, que vinha entrevistar Pai Pedro para seu blogue. Já de cara se afinizaram, dois batutas bons de papo, umas três horas de conversa gravada (que em breve disponibilizaremos aqui no Ayom) que não foi interrompida nem com a carne de panela com arroz e feijão.
Entre uma lembrança e outra, Pai Pedro cantava sempre um ponto que havia ouvido num terreiro aqui, noutro ali e com sua memória excepcional lembrava-se dos fatos com uma riqueza de detalhes impressionante, desde o nome dos envolvidos até o endereço dos terreiros em questão. Contou-nos histórias incríveis dos tempos de Pai Zélio de Morais, da fundação da Tenda São Jorge, e de outros personagens importantíssimos para o povo do santo, tais como Pai Tancredo da Silva Pinto, Pai Joãozinho da Gomeia, Pai Matta e Silva e muitos outros eventos tais como a incrível manifestação do Exu Sete da Lira, um marco na história da religiosidade brasileira, que em breve também contaremos aqui. E sempre, claro, lembrando pontos cantados, de raiz e de louvação.



Os alabês da FTU e da Cabana de Mestre Omulu, juntos,
acompanhando Pai Pedro Miranda
Depois de quase uma centena de cafezinhos e muitas cachimbadas, em meio a risadas e boas lembranças, nos dirigimos para a FTU, onde quase trezentas pessoas aguardavam ansiosamente a sua presença. Ao ser anunciado, Pai Pedro fêz uma quase-prece de abertura, louvando a todos os Orixás, guias e protetores de nossa Umbanda e pedindo permissão para que ele pudesse cantar suas invocações e louvações naquele espaço sagrado.

Trezentas pessoas se aglomeraram para ver Pai Pedro Miranda
na Faculdade de Teologia Umbandista

Então, surpresa, o que se viu foi a presença de um artista extremamente profissional, com perfeita consciência de espaço e de um carisma com o público só visto em grandes cantores. Se a FTU pretende aproximar os saberes acadêmicos dos tradicionais, a apresentação de Pai Pedro foi um grande exemplo da unidade que se pode conseguir neste quesito, quando o assunto é música.
Uma curiosidade, que exemplifica a impressionante memória de Pai Pedro Miranda é o fato de que em seu disco, duplo, podemos ouvir mais de quarenta cantigas. Pai Pedro cantou apenas três delas em sua apresentação, que durou duas horas. Todas os outros pontos apresentadas foram vindo na hora, "inéditos", jamais gravados, cantigas antiqüíssimas, já completamente esquecidas e que foram relembrados facilmente por ele. Começou com pontos incríveis de Preto Velho. Num deles, repentinamente se empolgou, jogou a bengala para o cambone e saiu para o meio da galera, puxando uma roda onde todos dançaram extasiados.
Pai Pedro fez uma emocionante louvação aos Caboclos

Depois com uma saudação maravilhosa aos caboclos, mandou mais meia hora de pontos incríveis de nossos ancestrais da raça vermelha. A platéia era toda ouvidos. Muitos dos pontos eram clássicos da invocação umbandista e a maioria desconhecidos. Uma pausa de 15 minutos, Pai Pedro foi abraçado por Pai Rivas, que sempre aberto a todas as formas de Umbanda, ratificou o convite para que Pai Pedro comparecesse no I Congresso de Umbanda do Século XXI a ser realizado em novembro. Pai Pedro descansou um pouco e respondeu a perguntas de vários irmãos umbandistas, curiosos que estavam por conhecerem detalhes e curiosidades da Umbanda dos primeiros anos.
Pai Pedro encerrou o evento com pontos de Yemanjá e Xangô
Pai Pedro voltou cantando pontos de Yemanjá e de Xangô, regendo os alabês como faz um maestro com sua orquestra e numa emocionante despedida, saudou a corimba e os alabês e a todos os presentes. Finalizado o evento, o levamos para descansar, não sem antes ele cantar para alguns irmãos uns pontinhos de Omulu e de Boiadeiros. No dia seguinte, seguimos ao aeroporto, Pai Pedro como sempre alegre e disposto, brincando com os funcionários da empresa aérea. Ao nos despedirmos, ouvimos Pai Pedro de longe, cantando baixinho ao entrar no embarque: "...deixa a Umbanda melhorar... deixa a Umbanda melhorar..." Sim, senhores, que a Umbanda possa sempre melhorar, produzindo homens que se dedicam tanto a ela como Pai Pedro, este exemplo de ser humano e Umbandista, doando-se de alma, mais do que de corpo - como deve ser com quem chega a sua idade com vontade de trabalhar pela espiritualidade - atento à idéia sempre viva de que Umbanda é trabalho, fé, amor e caridade, mas acima de tudo Umbanda é alegria e felicidade.

Ayan Irê Ô!