domingo, 27 de dezembro de 2009

Agulhadas e Sentença de Morte à nossa inércia!

Sinceramente, não poderíamos findar o ano com melhores espetadas em nossas bem assentadas panças e nádegas diante das "conquistas" exaltadas em prosas e versos do assim chamado movimento umbandista.

Pai Caio de Omulu é tbm um daqueles cascudos que NÃO ficam no fundo do aquário!

Paz e Luz!


Agulhadas e Sentença de Morte à nossa inércia!

Última reflexão crítica de 2009.

Pai Caio de Omulu

http://umbandasemmisterio.blogspot.com/

"O caso da criança de dois anos, que teve dezenas de agulhas enfiadas em seu corpo pelo seu padrasto em Ibotirama no oeste baiano, que tem como suspeitas de participação e envolvimento duas mulheres, uma identificada como amante do padrasto e outra, uma senhora que se diz Mãe-de-Santo, chocou e indignou o país diante da sua brutalidade.

A sequência de assassinatos misteriosos, com requintes de perversidade, em diversos bairros da capital cearense, cuja a investigação policial corre em sigilo e que está ligado, segundo a imprensa local, a rituais de magia negra tendo como possíveis suspeitos membros de terreiros de Umbanda está assustando a coletividade dos cultos afro-brasileiros em Fortaleza.

Para as autoridades religiosas e adeptos dos cultos e religiões afro-brasileiras uma certeza absoluta, ambos os casos nada tem haver com a doutrina, teologia, rito e liturgia, e as tradições do Candomblé, da Umbanda, do Omoloko, do cultos de nação em geral. Tão pouco é alicerçado ou respaldado pelos ensinamentos difundidos pelo mundo espiritual presente nessas religiões e cultos, bem como ministrados por seus sacerdotes e sacerdotisas.

Assim como todos, esses atos criminosos nos chocam, nos indignam e evidente que somamos a nossa voz ao coro de repúdio da sociedade, cobrando justiça e nos solidarizando as vítimas e seus familares.

É ponto pacífico, que tais atos são perpetrados por indivíduos ou grupos desequilibrados, destituídos de discernimento, razão ou quaisquer valores morais. Obnubilados por sandices e crendices desvirtuadas, somente acreditam no ódio, na vingança e nos seus desejos e sentimentos mais mesquinhos e vilipendiosos. Muitas vezes são seres vazios de tudo, sem rumo, horizonte e sem nenhum resquício de valores básicos da convivência humana.

Poderíamos discorrer longamente sobre os motivos ou exatamente a falta deles, que levam as criaturas humanas se assemelharem as bestas-feras e alcançar com seus atos a mais baixa iniquidade, caindo de cabeça nas sombras, na escuridão e nas trevas da alma.

Também poderia enveredar pelo caminho realista da discriminação e do preconceito que ainda resiste na sociedade, em pleno terceiro milênio, em relação a tudo o que diz respeito as religiões e cultos afro-brasileiros.

Prefiro, no entanto realizar uma reflexão crítica sobre a permissividade que grassa no seio do movimento dos cultos afro-brasileiros, que se não é a origem desta percepção discriminatória e preconceituosa da sociedade, contribui amplamente para sua existência.

Sempre digo que: “Quem permite o pouco, assiste passivamente o muito”. Essa sensação muitas vezes me vem a tona no dia-a-dia da religião.


A despeito dos religiosos sérios, dos trabalhos dignos e valorosos encetados em muitos templos, terreiros, tendas, choupanas, centros, barracões, roças etc, independente da luta nobre das diversas associações, organizações, instituições e federações pelo bom nome e da dignificação das religiões e cultos afro-brasileiros, da busca pela inserção e reconhecimento da sociedade, fato é que:

1 Os desmandos da autoridade religiosa ainda é um câncer a ser extirpado;

2 Os vendilhões do templo, continuam a vender qualquer coisa pelo melhor preço que conseguirem;

3 Os mercadores da fé traficam falsas esperanças, curas impossíveis, realizações de quimeras, e satisfação de qualquer tipo de desejo, sentimento e vontade;

4 O culto a personalidade, a egolatria, o poder desmedido fascinam autoridades e criam um despotismo renitente;

5 A mediunidade como fim e não como meio que ressalta o fenômeno e respalda o maravilhoso e o sobrenatural;

6 A falta de disciplina e disciplinadores;


7 A facilidade como se aplaude, louva, permite, aceita se é condescendente, mesmo em nome da educação, da tolerância e do respeito ao próximo, com o que se sabe ser errado;

8 A falta de estudo e pesquisa ou a existência deles, não pelo poder do saber, mas pelo conhecimento salutar que alicerça a fé e abre os horizontes da visão espiritual;

9 A desarticulação fraterna, a falta de união, a visão míope da defesa dos minifúndios, ou mesmo dos latifúndios religiosos.

10 Por fim e não chegando ao fim de uma lista muito maior que essa, a total desvalorização que os próprios religiosos nutrem sobre as iniciativas individuais ou coletivas válidas, sejam por pessoas, grupos ou instituições a favor das religiões e cultos afro-brasileiros.


Nos calamos demais, silenciamos mais ainda. Diz o ditado que quem cala consente. Assim consentimos demais, deixamos correr frouxo, fazemos vista grossa, muitas vezes ao que acontece no interior de nossas casas espirituais, logo ao lado, ou mesmo em lugares que somos convidados a visitar.

São pais e mães de “poste”, sacerdotes e sacerdotisas “alienígenas”, que caem de paraquedas e ninguém sabe de onde veio ou surgiu, a “mistureba”, em nome da evolução e da modernidade, com ritos, conceitos e doutrinas exteriores as tradições das religiões e cultos afro-brasileiros, fora a “demonização” impetrada por nós mesmos, na tentativa de gerar uma aura de respeito e medo aos outros , de divulgar a crença absurda que somos detentores de “verdades absolutas”, de um poder mediúnico “forte”, manipuladores de “magias” poderosas e conhecedores de ensinamentos ocultos, místicos e sobrenaturais.

Sim, devemos matar esta inércia que solapa a realidade de nossas religiões e cultos afro-brasileiros e a inaptidão que nos paralisa e impede de conseguirmos reverter esta errônea percepção que a sociedade e a mídia possuem de nós, antes que pela inércia e incapacidade morramos, transformados definitivamente naquilo em que não somos, não pregamos, não cultuamos e nem defendemos.

Bradamos ao mundo a discriminação e o preconceito e esquecemos de olhar para o próprio umbigo e ver muitas vezes a manifestação a discriminação e o preconceito intra-religiosos.

Exigimos respeito e consideração e deixamos tanta coisa errada acontecer no interior e no entorno do nosso movimento religiosos.

Não podemos culpar os outros de olharem para nossas religiões e cultos e enxergarem em muitos locais que visitam, exatamente aquilo que eles já ouviram falar de errado, ou as ideias pré-concebidas que adquiriram através, por exemplo de alguns setores mal informados da mídia e do ataque de outros segmentos religiosos.

Às vezes penso que gostamos desta pecha e de vivermos assim como párias religiosos da sociedade e cultura de periferia no seu sentido pejorativo.


Definitivamente, não praticamos rituais satânicos, sacrifícios de seres humanos, rituais de magia negra, enfiamos agulhas em criança ou qualquer coisa assemelhada e parecida.

Agulhadas merecem todos nós, adeptos das religiões e cultos afro-brasileiros para que reajamos e não fiquemos escondidos em nossas conchas, com a cabeça, feito avestruz enfiada na terra, repetindo incansavelmente para nós mesmos, isso não tem nada haver comigo, logo vai passar.

Sentença de morte merece a inércia que congela e paralisa a nossa iniciativa de luta, de união, de espírito de corpo, de fraternidade, liberdade e igualdade que as religiões e cultos afro-brasileiros já merecem a muito tempo.

Pensemos nisso ao apagar das luzes de 2009."


Sim, Pai Caio, pensemos! O que não tem medo de olhar para si mesmo...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

CONVERSANDO SOBRE CONSCIÊNCIA, AMOR, MATURIDADE E EMOÇÕES

(Uma Entrevista* com um dos Espíritos da Companhia do Amor)
- Por que as pessoas tanto temem se abrir para um grande amor?

R. Por causa do rabo preso no próprio ego. Por medo de ficar vulnerável no contato com os outros. E por falta de profundidade para viver com o amor real pulsando no próprio coração.

Logo, somando-se esses fatores, observa-se, claramente, o porquê das relações humanas serem tão complicadas. A maioria quer viver um grande amor, mas só na teoria, ou na base de um romantismo distorcido.

Contudo, o amor não vive de teorias ou de fantasias de romance. A realidade cobra posturas e posições claras e, por vezes, surgem atritos variados e dificuldades de relacionamento. Sem maturidade e verdade, não há amor que resista.
- Como é possível as pessoas se amarem e, ao mesmo tempo, brigarem tanto?

R. Meu caro, quando o coração aperta, não é fácil!

Então, lhe digo o seguinte: “Quem vive cheio de emoções pequenas e instáveis, não tem condições de suportar a força e a luz de um grande amor.”

E as pessoas brigam mesmo é por arrogância encruada e rasura consciencial.

A maioria carrega um monte de penduricalhos emocionais agarrados no coração, causando peso e agonia. E se pelam de medo de soltar tais bugigangas afetivas. Aliás, não sabem nem viver sem elas.
- E pessoas presas de ciúmes doentios? O que se passa com elas?

R. Insegurança crônica! Falta de doses cavalares de bom senso! Ou traumas trazidos de outras relações anteriores, dessa ou de outras vidas.

Trata-se de doença crônica da mente. Precisa ser combatida e tratada adequadamente. E algumas pessoas ensandecidas de ciúmes e emoções gosmentas tomam atitudes drásticas, mesmo sem causa verdadeira para tanto.

Gritam, esperneiam e brigam facilmente, movidas por suspeitas, muitas vezes infundadas. Algumas mais parecem detetives investigando a vida do parceiro(a). Fuçam no celular e na bolsa alheia, procurando provas do suposto crime da pessoa amada. Pena que elas não procurem sabedoria nem consciência com tanta vontade.
- Certa vez, você me disse que as pessoas com baixa auto-estima perderam o respeito, inclusive por si mesmas. Você pode me falar mais alguma coisa sobre isso?

R. Claro. “Está na ponta da língua”, como se dizia antigamente.

Quem não respeita a si próprio, não tem como respeitar aos outros. E nem a própria existência. Por isso, é prioritário recuperar a auto-estima e batalhar para melhorar. Isso não pode depender de contextos exteriores, é coisa de dentro, no cerne da própria inteligência.

“Estar bem” é um estado de consciência! Depende da pessoa não se conformar com estados internos deprimentes.

Ninguém deve aceitar climas sombrios dentro do coração. E nem manchas cinzentas toldando o raciocínio. É essencial trabalhar em cima disso. E, se for preciso, procurar ajuda para vencer a miséria de dentro. Mas, sempre lembrando que toda ajuda externa, por melhor que seja, depende da vontade da própria pessoa de melhorar.

Fazer terapia ajuda muito. Rezar também. E procurar clarear a “cuca” com idéias bem arejadas. Porém, a principal força de renovação está dentro dela mesma. O objetivo é resgatar essa parte essencial e trazê-la para a vida.

E se a própria pessoa não quiser melhorar, quem poderá dar jeito nela?

É por isso que o Papai do Céu criou o Dr. Carma**; quando a pessoa empaca igual burro teimoso, é Ele que vem resolver a parada. E se o amor e a inteligência não convencem, Ele entra com a medicação certa: a dor (física, moral ou espiritual, tanto faz).

E a sabedoria popular registra isso com a seguinte máxima: “Quem não evolui pelo amor, vai pela dor!”
- Como lidar com as emoções?

R. Meu caro, não tem técnica para isso aí, não.

O lance é observar a si mesmo e aprender com os próprios erros, e evitar repeti-los tolamente. As emoções não são boas ou más, e fazem parte do ser humano. Boa ou ruim é a forma como os homens lidam com elas. Alguns explodem facilmente; outros se retraem e não enfrentam a verdade de frente; e outros mais, se deixam levar sem reação saudável.

A maioria exagera mesmo! Partindo para cima, ou correndo de medo, as pessoas são presas fáceis de suas confusões afetivas; são verdadeiros joguetes, sendo balançados, para cá e para lá, ao sabor de suas próprias sandices emocionais.

Como falar de amor real para quem está cheio de tantas fantasias distorcidas e rasura emocional?
- O choro alivia a alma?

R. Depende do tipo de choro, e de quem chora, pois há choros de vários tipos.

Alguns choram porque seu ego foi ferido de alguma maneira. Esse é o verdadeiro motivo das pessoas não processarem muito bem suas perdas afetivas. Outros choram porque não conseguiram o que queriam, seja lá o que for. E outros, ainda, choram de chantagem emocional.

E essa choradeira não dá em nada! Porque não é choro d’alma, é choro do ego!

O choro que lava a alma é aquele que vem da alegria espontânea e do amor verdadeiro. E, falando direto, na lata, como manda o figurino, as pessoas choram muito, por isso ou por aquilo, mas, quem chora pela falta de consciência em si mesmo?

Ou pela falta de qualidade de suas emoções?

E quem chora pelo Papai do Céu?
- Como fica o coração que permite a entrada do ódio e da vingança?

R. Um lixo! E coração não é lugar de tranqueiras emocionais.

O ódio deixa a pessoa doente, por dentro, e causa sérios bloqueios nas energias, empatando o impulso da vida de fluir livremente pelo sistema.

Odiar custa caro! Mesmo assim, tem gente que se deixa levar...

E, novamente eu pergunto: “Como falar de amor para gente assim, tão infeliz e apagada?”
- E a solidão? Fale algo sobre isso.

R. Que solidão, meu caro? Isso não existe!

Nesse mesmo momento, se alguém lhe visse, diria que você está sozinho. E, no entanto, eu estou aqui junto com você. O outro nome da solidão é “cegueira espiritual”.

Alguém pode estar sozinho no plano físico, mas, sem sentir solidão, estando bem consigo mesmo; enquanto outros podem estar no meio de uma multidão, mas sentindo-se deslocados e solitários. Tudo depende de como as pessoas lidam com isso.

O ser humano tem necessidade de se relacionar, é de sua própria natureza. Porém, às vezes, também precisa ficar sozinho, para refletir e reciclar a si mesmo.

Agora, o pior é ter tudo o que se quer na mão, mas, ainda assim, sentindo-se insatisfeito e infeliz. Então, a solidão aparece e cobra seu preço.

E a pior solidão é a daquele que não reconhece a presença do Papai do Céu em todas as coisas. E o mundo está cheio de gente assim.
- Você sabe do caso de minha amiga que foi traída e tomou um chute do parceiro, e viu o que eu disse para ela na ocasião. Então, você pode me falar algo a respeito disso?

R. Quando a pessoa está bem consigo mesma, tomar um chute não é o fim do mundo. Ela processa bem o fato, até porque sua auto-estima é boa e seu respeito por si mesma é maior. Ela absorve o golpe e supera rapidamente, seguindo em frente... Inclusive, porque conhece bem seu coração e sabe que nada sujo pode habitar ali, muito menos a mágoa ou remoques de qualquer tipo. E ela sabe de seu valor e confia em sua luz.

Em contrapartida, se a pessoa não estiver bem com ela mesma, carregará seu coração de peso e dor. E isso só causará prejuízos em sua vida. Se o ego dela for grande, não suportará a rejeição e se sentirá no papel de vítima.

Às vezes, perder alguém pode ser de grande valia para a maturidade tomar seu lugar. O lado bom é o da quebra do ego, mostrando o que precisa ser trabalhado dentro da pessoa. Então, diga para sua amiga que, se ela se considera do bem e da luz, que supere logo a tristeza e siga em frente... E, se ela for boa como pensa, compreenderá isso claramente.

E, diga mais uma coisa para ela: “Não precisa ser santa para superar uma situação dessas; basta ser razoável consigo mesma. E não valorize tanto o que aconteceu; afinal, quem perdeu uma boa pessoa foi ele.

E, por favor, dê um jeito de ser feliz, com alguém ao seu lado, ou não, quem sabe?

O que não se pode admitir, em hipótese alguma, é a perda da luz do coração.”
- Como você é um craque nesses lances emocionais, deixe algum toque final para os leitores.

R. Craque é o Papai do Céu, meu chapa! Ele bate um bolão e o campo d’Ele é o universo inteiro. Ele é o Cara!

O meu apontamento final é o seguinte:

“O Amor é maior do que tudo;
não tem idade e nem vê aparência;
não é medido por valores materiais, esses ou aqueles;
jamais julga ou cria dramas;
não é drástico e nem machuca;
é, verdadeiramente, um estado de consciência.


Para aguentar um Grande Amor no coração, só sendo uma grande pessoa;
porque sua luz é intensa e fere os olhos de quem não quer enxergar além de suas ilusões.”


Meu caro, fique bem feliz, sempre...

Que o Papai do Céu abençoe a todos os leitores.
P.S.:
Muita gente voa nos aviões de suas ilusões, e chega em parte alguma.
Contudo, quem é esperto (e desperto), salta fora desses vôos ruins.
Quem ama, realmente, só voa de primeira classe, nas asas do Papai do Céu.
Na Terra ou no Astral, o Amor é a força de tudo o que é forte.
Quem sabe disso, é feliz.
- Companhia do Amor –
A Turma dos Poetas em Flor***.
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges – São Paulo, 14 de novembro de 2009.)
- Nota de Wagner Borges:

Ah, o amor!
Aplaca a fera;
Amansa o ego;
Abre os olhos;
Faz rir de nada;
Faz a luz eclodir;
Faz viver;
E derrete o coração...
Ah, derrete, sim.
E quem ama, sabe.
E agradece.
Porque o Amor é um presente.
E faz a consciência virar sol.
Paz e Luz.
- Notas do Texto:
* Esses escritos são a transcrição de um papo extrafísico com um dos espíritos da Companhia do Amor. O lance rolou durante uma experiência extracorpórea, e continuou depois, quando voltei ao corpo denso. Então, corri e escrevi tudo rapidamente, para não perder o registro desses apontamentos interplanos. E o melhor: o amigo espiritual me prometeu retomar esse tema das emoções, oportunamente.
Aproveito e deixo registrada aqui a minha alegria por esses lances extrafísicos tão legais. E também agradeço a amizade e o respeito desses amigos espirituais.
Mesmo depois de tantos anos de estrada espiritual, ainda fico igual criança com tudo isso. E me sinto cada vez mais espiritualista, não por causa de alguma doutrina criada pelos homens da Terra, mas, simplesmente, por estado de consciência. E vamos em frente, sempre pela Luz...
** Carma - do sânscrito “Karma” - ação; causa – é a lei universal de causa e efeito - Tudo aquilo que pensamos, sentimos e fazemos são movimentações vibracionais nos planos mental, astral e físico, gerando causas que inexoravelmente apresentam seus efeitos correspondentes no universo interdimensional. Logo, obviamente não há efeito sem causa, e os efeitos procuram naturalmente as suas causas correspondentes. A isso os antigos hindus chamaram de carma.
*** A Companhia do Amor é um grupo de cronistas, poetas e escritores brasileiros desencarnados que me passam textos e mensagens espirituais há vários anos. Em sua grande maioria, são poetas e muito bem humorados. Segundo eles, os seus escritos são para mostrar que os espíritos não são nuvenzinhas ou luzinhas piscando em um plano espiritual inefável. Eles querem mostrar que continuam sendo pessoas comuns, apenas vivendo em outros planos, sem carregar o corpo denso. Querem que as pessoas encarnadas saibam que não existe apenas vida após a morte, mas, também, muita alegria e amor.
Os seus textos são simples e diretos, buscando o coração do leitor.
Para mais detalhes sobre o trabalho dessa turma maravilhosa, ver os livros "Companhia do Amor - A Turma dos Poetas em Flor – Volumes 1 e 2" - Edição independente - Wagner Borges, e sua coluna no site do IPPB (que é uma das seções mais visitadas no site):
www.ippb.org. br.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Umbanda NÃO É show! Por Pai Caio de Omulu

Obrigado Pai Caio de Omulu! Este texto, antigo, nunca esteve tão atual (infelizmente) e aliás, sua lucidez também! (felizmente!).

Pensando bem, lucidez de fato é a atitude que cada dia menos vemos ser semeada, incentivada e vivenciada.

Embotar e deixar embolorar a própria consciência prá não se sentir exilado dos grandes acontecimentos parece que se tornou regra.

Menos para os que apontam na direção contrária... "Numa terra de fugitivos aquele que anda na direção contrária parece estar fugindo." T. S. Eliot


Meus Respeitos!

http://umbandasemmisterio.blogspot.com/2006/08/umbanda-no-um-show.html

Destaques em vermelho meus;

Umbanda não é um show!

Quando eu digo que a Umbanda é uma religião abarcadora de consciências, significa que suas portas estão constantemente abertas para todos.

A Umbanda não é discriminatória e no movimento umbandista sempre existe um terreiro em que nossas almas se harmonizam, adequado ao nosso nível de consciência e preparado para desenvolver o nosso reencontro com o Sagrado.

É verdade, que no primeiro momento, muitos procuram a Umbanda para tentar sanar os seus males, sejam eles de origem material, física e objetiva (saúde, dinheiro, emprego, amor, causas as mais diversas etc.), sejam as espirituais e subjetivas (mediunidade, saúde, distúrbios psíquicos e psicológicos, demandas etc.).

Para isso, em dias de reuniões nos terreiros, a maior parte do tempo é dedicado aos trabalhos mediúnicos. Os médiuns incorporam as entidades espirituais e essas realizam o atendimento ao público presente. Esse atendimento visa também a prática da caridade do ouvir, do deixar falar e desabafar, da palavra e do ombro amigo, da mão estendida, do conselho e da orientação proporcionada pelos caboclos, pretos-velhos, crianças, exús entre outros.

Nas reuniões o material vai ao encontro ou serve de instrumento ao espiritual, o visível se conecta ao invisível, objetivo e subjetivo se completam e encarnados e desencarnados se comunicam. As palavras-chaves servir, conexão, completude e comunicação conseguem cumprir os seus significado nas reuniões em um terreiro, se existirem a contra-partida dos trabalhos espirituais. E trabalhos espirituais em 99,9% dos terreiros do movimento umbandista acontecem com médiuns incorporados e entidades atendendo alguém.

A gira mediúnica é o auge ou o clímax de uma reunião umbandista que é dividida em três momentos básicos a saber: abertura, momento que se evocam as forças e entidades espirituais e se invocam as bençãos, proteções, pedidos e auxílios; a gira mediúnica, instante em que os médiuns incorporam as entidades espirituais para atendimento ao público; encerramento, ou seja, o término da reunião, em que se agradece a assistência das forças e entidades espirituais.

Os ritos e liturgias utilizadas nas reuniões do movimento umbandista, variam de terreiro para terreiro, assim, como também, pode se diferenciar a decisão de como se processa a gira mediúnica, que tipos de entidades se fará presente e como deverá se proceder o atendimento ao público. Isso acontece, por que os terreiros são células religiosas que se adequam a coletividade que os rodeia, oferecendo dentro de um determinado padrão mínimo, os ritos, as liturgias, as manifestações espirituais que mais afinizem com os adeptos e o público que frequenta determinada casa.

Abarcar consciências é isso, atender as necessidades espirituais essenciais do indivíduo, mesmo que este processo se inicie por resolver suas necessidades materiais básicas, permitindo um equilíbrio mínimo da sua existência. Proporciona-se assim, condições estáveis a alma para realizar vôos evolutivos mais altos e abrir sua consciência a entendimentos mais profundos e finalmente se religar a Deus.

Através do que já discorremos, podemos chegar a conclusão que o atendimento ao público é o objetivo primordial de todas as reuniões de um terreiro. As pessoas que se encaminham a uma casa espiritual umbandista, possuem expectativas, estão ansiosas para encontrar a solução de seus problemas, desejam sair dali pelo menos reconfortadas, com esperança etc.

O público, portanto, deve ter um tratamento especial por parte dos dirigentes, dos organizadores e do corpo mediúnico da casa.

Tudo deve ser voltado para se fornecer um bom atendimento ao público presente. Devem ser bem recebidos, encaminhados a um local apropriado para assistirem a reunião, informados de como se processará o andamento da mesma, como deve ser o seu comportamento durante os trabalhos, em qual momento e como devem se dirigir aos médiuns incorporados, se houver necessidade de se retirar antes da gira terminar como fazê-lo, devem também ser indicados a eles os banheiros, aonde beber água etc.

É de bom tom, que o dirigente em algum instante na abertura, faça uma pequena e rápida preleção (palestra) trazendo para o público, informações, avisos, ensinamentos e doutrina.

Na gira mediúnica devem incorporar somente os médiuns que já tiverem mais experiência e estejam, como dizemos comumente, mais bem afirmados com suas entidades.

Desenvolvimento mediúnico deve ser uma reunião a parte e fechada ao público.

Após todos os médiuns incorporarem, os cambonos (pessoas que dão assistência as entidades espirituais e ajudam na organização durante a reunião) devem encaminhar o público para o atendimento.

O restante do corpo de adeptos, que não estiverem incorporados, devem sustentar a gira dos que estão em trabalhos mediúnicos através dos cânticos, de bons pensamentos e intenções.

É necessário, que se mantenha o bom nível vibratório, para que os trabalhos espirituais aconteçam em segurança e bem equilibrados. Todo o público deve ser atendido, sem exceção.

Uma reunião umbandista é algo bonito de se ver, os cânticos, os tambores e outros instrumentos formando um conjunto harmonioso de sons, a batida das palmas, os fardamentos, as guias coloridas, a decoração do ambiente, as imagens e símbolos do altar e mesmo a forma como se processa os ritos e liturgias enche os olhos e ouvidos de quem vem participar. Visual e som somam-se a um sem número de detalhes para permitir a harmonização de todos os presentes, mas tudo isso não é um espetáculo, nem uma encenação para agradar o público.

Muitas casas umbandistas se ressentem pela existência de muito pouco ou quase nenhum público. Geralmente são sempre as mesmas pessoas que se repetem em todas reuniões.

Quando tem a casa lotada sempre é por ocasião de festas, comemorações e louvações especiais. O terreiro já tem lá seus anos de existência, é um local bem decorado, limpo, asseado, de ambiente agradável e bastante arejado e iluminado. Os adeptos presentes em grande número, com um fardamento impecável, guias coloridas no pescoço e todos os adereços e material de trabalho de suas entidades. A reunião tem todo um processo organizado, bem estruturado, desde a abertura até o encerramento. A hierarquia da casa é plenamente identificada, pais e mães pequenas, cambones, tambozeiros etc., no entanto, cadê o público? Ou mediante as essas condições por que ele não é em grande número?

Diversos fatores contribuem para que tais fatos ocorram dentro de um terreiro:

a) Nas giras mediúnicas os médiuns trabalham para si mesmos;

b) Os médiuns incorporados se amontoam em frente ao tambor, em uma disputa para quem passa [cantar a curimba (ponto-cantado)] primeiro com a entidade;

c) Muitas vezes, existem guerras particulares, em que médiuns incorporados tentam demandar uns aos outros;

d) Ausência do Pai/Mãe-de-Santo na reunião, e quando presentes sem tomar as rédeas dos trabalhos na mão, nem uma iniciativa, nem participação a não ser ficar sentado olhando tudo acontecer como o público que ali se faz presente;

e) Sim, o público, porque se eles não tiverem iniciativa própria para falar com alguma entidade, terminam a reunião como iniciaram, apenas asistindo e nada mais;

f) Entidades tolhidas (impedidas) de fazerem quaisquer trabalhos espirituais, que não sejam apenas, falar com o consulente e no máximo aplicar-lhe um passe. Já que todos os trabalhos devem ser direcionados para o dirigente através de se provocar uma consulta particular;

g) Todos os médiuns trabalham, independente de sua condição de já estarem preparados o suficiente para dar consultas;

h) Giras mediúnicas confusas, barulhentas, com bebida alcoólicas em excesso, tambor sem ritmo ou acelerado demais, adeptos tendo que gritar mais alto para poder cantar as curimbas, entra-e-sai de filhos-de-santo, conversas o tempo todo entre os que estão na corrente segurando a banda etc.

Eis, meus amigos o que ocorre quando o objetivo da Umbanda se perde, num jogo de interesses e mau condução, quando o dirigente perde o gosto pelas reuniões de sua casa em troca de questões extra-religiosas. O terreiro fica sem dono ou com várias pessoas querendo ser dono dele.

Ah! O público, sim, afinal é ele a nossa principal preocupação e da Umbanda, se os adeptos tem outras formas válidas de conseguirem a sua harmonização, o seu religare e conhecimentos, ao público só resta este contato momentâneo que as reuniões proporcionam.

Em situações como eu relatei, ao público, geralmente leigo e incapaz de identificar esses problemas, se perguntado porque ele frequenta este terreiro a resposta será:

"É porque eu acho bonito!".

Amigo leitor, tenha certeza, a Umbanda não é um show!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O que um aquário tem a nos ensinar?

Olá! Alguns Amigos com sua maravilhosa irônia e humor negro dirão que logo logo a notícia que fui em definitivo para as fileiras dos franciscanos não será surpresa, rsrsrsrsrs.

Eu os amo por isso mesmo, são o que são e dizem o que sentem sem dissimular e sem intermediários. Eu aprendi a conheço-los e eles a mim.

Nos permitimos abrir nossos corações e a troca foi recíproca, sem isso como dizer que há amor fraterno?

Onde não existe coração disposto a se abrir não pode haver amor, seja que modo se manifeste...

Expressões como; não gostei, não entendi, a impressão que tive, com olho no olho, jogo aberto, fazem parte de suas condutas.

Amizade verdadeira que diz o que me disse Rosana: "Olha, me parece que vc guarda uma mágoa por não ter tido seu esforço reconhecido", me fazem refletir sobre o quanto ainda tenho a caminhar para transpor minhas fraquezas e deficiências.

Minha resposta foi: "Não, não busquei reconhecimento do que fiz, mas é possível tê-lo desejado pelo quanto meu coração acreditou ter demonstrado que queria amar (e transformar as coisas) e não recebeu o retorno esperado"

Claro que o nível de expectativa ou imaturidade influem no modo como isto se dá dentro de nós.

Como sempre, o tempo senhor da razão e seu grande hierofante, é quem vem nos mostrar se aquela pepita que tanto nos deixamos cegar pelo brilho era mesmo de ouro.

O tempo nos diz se fomos ou não tolos em nossas escolhas, como agiremos a partir aí é que nos dirá se amadurecemos. Lição só é lição para que se dispõe a enxergar-se e reconhecer suas deficiências e nisto promover suas potencialidades, claro!!!! Não somos o resultado de nossos erros, mas muito mais de nossos desejos, que podem muitas vezes não terem suas manifestações concretizadas no modo mais correto ou compreensível, até para nós mesmos.

Não somos pelas escolhas feitas, o boneco de malhação onde devemos ser apedrejados pela culpa, mea culpa, minha tão grande culpa.

Somos o que queremos ser na construção a partir de cada escolha que fazemos, a cada momento, como tudo aquilo que desejamos dentro de nosso coração. Eis por que é tão importante cuidar do que aí vai!

Cuidemos do que vai em nossos corações, pois é a partir dele que nasçem os sonhos e os desejos de lindos mundos tal e qual um belo aquário, bem cuidado e constantemente examinado, pois caso contrário, este se tornará um foco de doenças e ilusões.

Às vezes é preferível e necessário ser o cascudo, feio e que ninguém nota, salvo se o aquário começar a ficar escuro demais, e aí muitos até mesmo não compreendem seu trabalho e o criticam, a aplaudir o belo e inconsequente ornamental que só quer ser admirado, admirado, admirado.

Dedico estes escritos à todos os cascudos que já conheci um dia e conheço hoje, em especial, cascudos que são por muitos considerados feios, rudes, ásperos, sem utilidade comunitária já que insistem em demonstrar que há lodo e que não aplaudem (já que suas barbatanas e cérebros não forma feitos prá isso mesmo! rsrsrsrsrs) todo e qualquer novo movimento ornamental para a boa apresentação ornamental da Umbanda a sociedade, igualmente ornamental.

"O que um aquário tem a nos ensinar?"

Artigo Professor Falcão

http://www.franciscanosnaprovidencia.org.br/ver_artigo.php?codigo_artigo=97

"Certo dia observando um pequeno aquário que tenho em casa, estou eu lá contemplando a beleza dos peixes ornamentais, com suas mais variadas tonalidades de cores, eles me olham e chegam até me enfeitiçar com seu lindo nado e sua exuberante beleza, mas para meu espanto estou com os olhos fixos num cascudo no fundo de aquário, imóvel, feio que dói, um peixe rude, áspero, sem nenhuma beleza que possa me encantar, mas não sei o porquê eu estou lhe admirando.

Todos nós sabemos qual é a finalidade de se colocar um cascudo no aquário, o pobre coitado tem a difícil missão de limpar o quê os lindos peixes sujam, além de não deixar que o lodo tome conta do ambiente. Confesso que nunca havia olhado para o cascudo como naquele dia, sempre passou despercebido aos meus olhos, imagine você que eu nunca havia valorizado sua nobre missão de limpar as impurezas que os outros lançam.

Penso que no nosso mundo, onde valoriza-se muito o externo, as aparências, a beleza que faz mal, o feitiço fácil, faltam pessoas “cascudos”, pessoas que deixem nosso ambiente mais puro e limpo materialmente e o nosso meio ambiente agradece, mas deixa nossa sociedade mais limpa espiritualmente, pessoas que vão limpando as invejas, os ódios, as vinganças, o mal causado aos outros, o alcoolismo, as drogas, a violência , as separações dos casais, ao adultério.

Quantos de nós não temos lançado dejetos na vida dos outros, e também na nossa vida, invadimos a vida dos outros sem pedir permissão, e abrimos as portas também para que as pessoas depositem em nós , óvulos da maldade, e esses óvulos quando eclodirem no “aquário”, vocês não tem a idéia dessa contaminação, torna-se um ambiente sujo, solitário, onde o egoísmo e o pecado vão se disseminando sem controle algum.

Quantas pessoas são como esses lindos peixes dos aquários, nadam de um lado para outro, sem direção, perdidas nas suas próprias vaidades, e vão deixando o relativismo tomar conta de seus corações, esse que tem causado tanto mal a nossa Igreja, onde tudo pode, tudo é permitido, tudo depende do ponto da relatividade, e onde impera o relativismo o “lodo” vai tirando nossa visão desse lindo “aquário”, que numa linda metáfora aqui vou chamar de vida.

Jesus via além das aparências, Jesus sabia que junto às rosas vem o espinho, mas não desistia de cuidar desse jardim. O relativismo vai contra a Palavra de Deus, que é absoluta, não existe meio termo, a palavra de Deus muitas vezes fere, mas muitas vezes a sangria se faz necessária.

Sem o cascudo o lodo toma conta do aquário, passado algum tempo, não conseguimos nem nos ver, nem ser visto por ninguém, as máscaras se tornam insuportáveis, pois depois de algum tempo, acabam tomando o formato do nosso rosto, e chega um certo momento em que nós não sabemos mais quem somos, perdemos nosso essência.

Jesus olhava além dessa beleza exterior encantadora, Jesus queria saber da missão, de tornar esse mundo mais limpo, justo e igualitário.

Observe que o cascudo se fixa a um local, enquanto a missão não termina ele não sai dali, sabe por onde anda, sabe onde precisa socorrer primeiro, onde o lodo irá aparecer primeiro , é um estrategista, guiado pela solidariedade que brota em seu coração. A grande definição para desequilibro emocional é a pessoa que saiu do eixo, anda para lá para cá e não se encontra, anda com a única finalidade de enfeitiçar, de vender a imagem, até tem presa em suas “nadadeiras”,uma placa dizendo: - Deixe-se enfeitiçar!

Isso nos mostra e deixa claro que pessoas “peixes ornamentais” estão descompromissadas da missão de um “aquário” melhor, enquanto as pessoas que aceitam sua missão de “cascudos”, não desistem da sua árdua tarefa, de termos um mundo melhor. Eles pode até não ser belo aos olhos do mundo, mas é belíssimo aos olhos do Criador."


Francisco de Assis foi e continua sendo um grande cascudo perante a nossa sociedade e a nossa própria hipocrisia, diante de tanto amor estéril.

À vc Pai Francisco, meu beijo e abraço fraternos, tua luz nos guie hoje e sempre em direção à Jesus!


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Pixinguinha, Martin Luther King, Zumbi dos Palmares

Hoje, 20 de novembro "comemora-se" a data dedicada ao héroi nacional Zumbi dos Palmares. Entre aspas, pois como ouço e leio dos integrantes do Movimento Negro não há o que comemorar, mas sim muito o que refletir.

E eis que uma vez mais os cidadãos brasileiros que se destacam pelo tom de pele negra vêm nos ensinar que festa mesmo, comemoração mesmo, plenas só quando os direitos, as oportunidades, o tratamento, o respeito, a integridade, a educação, a saúde, o saneamento básico, os parlamentos, forem IGUALMENTE observados, cumpridos, exercitados, aplicados PARA TODOS OS CIDADÃOS BRASILEIROS, independente de sua cor de pele, etnia (pelo amor de Deus parem de usar a expressão raça, quem tem raça é cachorro!!!!!), opção sexual, religião, etc.

Até lá, até podemos nos confraternizar sim, mas ainda não dá para sorrir inconsequentemente como se ali na esquina não estivesse alguém sendo espancado, estuprado, queimado ou morrendo de fome, independente de sua cor de pele, aliás, depois que se tornou sub-qualquer coisa é o que menos vão olhar, afinal já se tornou paisagem morta, menos um ser humano, nosso semelhante.

Aliás 2, enquanto não despertarmos para nossa verdadeira realidade espiritual estacionaremos nos mesquinhos detalhes de nossas diferenças terrenas.

DANÇANDO FORA DO CORPO NA CHUVA II*

Eu olho vocês cantando na noite na grande avenida.
Os carros passam acelerados.
E os transeuntes correm da chuva.

Mas ninguém os vê.
Nem escutam canção alguma.
Entretanto, eu escuto daqui.
Porque eu ouço com o coração.

E porque sua canção é linda
E cheia de amor.
Porque ela tem alma.
E, por isso, é verdadeira.

Ah, brothers**, que coro é esse?
Que faz as estrelas descerem
Ao asfalto molhado e sujo,
E que também limpa os corações...

Eu vejo vocês dançando na 5ª Avenida,
E suas auras*** brilham bem mais
Do que as luzes da cidade.
Será porque Deus dança com vocês?

Estamos ligados, hein brothers?
Vocês aí, e eu aqui, corações que cantam...
Enquanto as estrelas também escutam
E descem na noite dos homens.

Ah, eu nem sei o que dizer!
Eu olho vocês dançando, e fico admirado
Como os seus sapatos brilham tanto.
Será porque seus movimentos são de luz?

Vocês estão no duplo extrafísico da avenida
E a chuva atravessa os seus corpos espirituais* ***.
Mas vocês estão além do frio e da sujeira,
Porque a fé aquece seus corações.

É por isso que vocês cantam na noite...
Trazendo as estrelas para o asfalto
E falando de um Grande Amor.
Os homens não escutam, mas os espíritos, sim.

E muitos deles, infelizes, trocam a sujeira
Pela canção e abrem o coração para a Luz.
E, então, são levados para o Céu.
Será por isso que as estrelas desceram?

My brothers, que coro é esse,
Que só o coração escuta?
Que atravessa os planos e chega aqui,
Como som do Eterno?

Aí e aqui, corações que cantam na noite,
Enquanto a chuva cai na 5ª Avenida;
E as estrelas dançam no asfalto,
Enquanto os espíritos voam...

Ah, brothers, eu vejo vocês daqui.
E sinto a fé que os move.
Porque é a mesma que move meu coração,
E que fala de um Grande Amor.

Então, mesmo à distância, estamos juntos!
Vocês cantam e dançam, e eu escrevo;
Enquanto as estrelas fazem o serviço...
Será por isso que Deus nos juntou espiritualmente?

Ah, que coro é esse, que enche o chão
Da 5ª Avenida de estrelas dançantes?
E que liberta os espíritos infelizes
E também enche o meu coração de luz?

E essa alegria, que vem da fé?
Que não doutrina nem julga, só ama.
Que não fala de religião alguma.
E que fala da eternidade da consciência.

Ah, brothers, que canção linda!
Que faz pensar na Luz do Eterno;
Que faz as estrelas descerem, não só no chão,
Mas, também, em meu coração.

Eu vejo vocês na noite da 5ª Avenida.
Vocês continuam cantando e dançando,
Enquanto as estrelas dançam no asfalto,
E eu vou escrevendo, em nome de um Grande Amor...

My brothers, thank you !

(Dedicado a Pixinguinha e a Martin Luther King*****).

P.S.:Fiz esses escritos enquanto via, extrafisicamente, um trabalho de assistência espiritual rolando na cidade de Nova York. O mesmo era realizado por um grupo de amparadores extrafísicos ligados à música. Todos eles eram negros e cantavam e dançavam como os mestres do Soul, do Blues, do Gospel, e do Jazz. Olhando os caras dançando e cantando na noite dos homens tristes e sem luz, lembrei-me de Sam Cooke, que foi o grande crooner negro da América.

Além da alegria deles, ficava evidente sua fé e seu amor pela música. E eu sentia a atmosfera deles aqui comigo.

O Grande Amor uniu nossos corações, e os motivos disso, só o Grande Arquiteto Do Universo é que sabe. Na verdade, eles não são americanos, e eu não sou brasileiro.

Somos cidadãos do Universo. E eu não sou branco, e nem eles são negros. Somos da raça da Luz, que é a de todos. Acima de nós, brilham as estrelas.

Mas, nessa noite de hoje, elas desceram ao asfalto e dançaram com os espíritos, lá na 5ª Avenida, em Nova York. E elas também vieram aqui para o Brasil, no bairro da Saúde, na cidade de São Paulo, tão grande e cosmopolita quanto a sua irmã americana, e dançaram em meu coração.

E, agora, eu nem sei mais o que dizer. Porque tem um chão de estrelas aqui.E, lá em cima, no Astral Superior, talvez Pixinguinha e Martin Luther King estejam compondo algumas canções juntos, quem sabe?

Paz e Luz.

- Wagner Borges - sujeito sem jeito, que, na Terra, não dança nada; mas que, no Astral, dança como nunca, junto com um grupo de espíritos cheios de alegria, música e amor, sempre em nome da Luz.

São Paulo, 12 de novembro de 2009.

Em tempo: Não tenho como provar as coisas do espírito para outros. Apenas escrevo e compartilho o que O Grande Arquiteto Do Universo me deixa ver no imenso concerto da vida universal. E só isso já me deixa muito contente. Não tenho verdades absolutas nem sei explicar mistérios universais. Mas, o pouco do infinito que já percebo em meu coração, me deixa cheio daquela alegria e amor que não se explica, só se sente...Sim, não posso provar nada; mas, que tem vida além da morte, ah, tem sim!E os espíritos dançam, sim, pois estão bem vivos. E que legal poder escrever sobre isso, e dançar junto, pelas pistas do Eterno, e por aquelas outras, que estão dentro do próprio coração espiritual.

Como diz o Pai Joaquim de Aruanda, sábio mentor extrafísico das lides da Umbanda, “cada um de nós é como uma gotinha; os mentores espirituais são copos de água; os grandes mestres são galões cheios de água; e o Papai do Céu é o oceano de todos.”

Concluo esses escritos com duas palavras fortes, cheias de valor:

NA FÉ! NA LUZ!


Notas:
* A primeira parte desse texto está postado no site do IPPB – www.ippb.org. br, no seguinte endereço específico: http://www.ippb. org.br/modules. php?op=modload&name=News&file=article&sid=6388 ** Brothers – do inglês – irmãos.

*** Aura – do latim, aura - sopro de ar – halo luminoso de distintas cores que envolve o corpo físico e que reflete, energeticamente, o que o indivíduo pensa, sente e vivencia no seu mundo íntimo; psicosfera; campo energético.**** Corpo espiritual - Cristianismo - Cor. I, cap. 15, vers. 44.Sinonímias: Corpo astral - do latim, astrum - estrelado - expressão usada pelo grande iniciado alquimista Paracelso, no séc. 16, na Europa, e por diversos ocultistas e teosofistas posteriormente. Perispírito - Espiritismo - Allan Kardec, séc. 19, na França. Corpo de luz – Ocultismo. Psicossoma - do grego, psique - alma; e soma, corpo. Significa literalmente "corpo da alma" - Expressão usada inicialmente pelo espírito André Luiz nas obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier e por Waldo Vieira, nas décadas de 1950-1960, que atualmente é mais usada pelos estudantes de Projeciologia.

Dediquei esses escritos a Pixinguinha e Martin Luther King porque foi o que senti intuitivamente para fazer. Então, deixo na sequência algumas informações sobre esses dois gigantes da raça negra; um do Brasil, e o outro dos Estados Unidos da América.

- Alfredo da Rocha Viana Filho, conhecido como Pixinguinha, (1897-1973) foi um flautista, saxofonista, compositor, cantor, arranjador e regente brasileiro.Pixinguinha é considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira e contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva.

Em 1919, ele formou o conjunto Oito Batutas, formado por Pixinguinha na flauta, João Pernambuco e Donga no violão, dentre outros músicos. Fez sucesso entre a elite carioca, tocando maxixes e choros e utilizando instrumentos até então só conhecidos nos subúrbios cariocas.Quando compôs "Carinhoso", entre 1916 e 1917, e "Lamentos", em 1928, que são considerados alguns dos choros mais famosos, Pixinguinha foi criticado e essas composições foram consideradas como tendo uma inaceitável influência do jazz, enquanto hoje em dia podem ser vistas como avançadas demais para a época. Além disso, "Carinhoso", na época, não foi considerado choro, e sim uma polca.Outras composições, entre centenas, são "Rosa", "Vou vivendo", "Lamentos", "1 x 0", "Naquele tempo", e "Sofres porque Queres".

No dia 23 de abril comemora-se o Dia Nacional do Choro, trata-se de uma homenagem ao nascimento de Pixinguinha. A data foi criada oficialmente em 4 de setembro de 2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello.Pixinguinha faleceu na igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro, quando seria padrinho de um batizado.

- Martin Luther King, Jr. (1929-1968) - Líder de movimentos que buscavam o respeito aos direitos dos negros e o fim da discriminação racial nos EUA. Pastor protestante, liderou vários protestos pacíficos e conseguiu mudar bastante a situação dos negros em seu país.

Eis aqui alguns extratos do que ele falava:

“É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar.É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se, fazendo nada até o final.Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder.Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver.”

“Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos. Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos.”

“Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo.”

“Saiba que seu destino é traçado pelos seus próprios pensamentos, e não por alguma força que venha de fora. O seu pensamento é a planta concebida por um arquiteto para construir um edifício denominado prosperidade. Você deve tornar o seu pensamento mais elevado, mais belo e mais próspero.”

“Cada dia é o dia do julgamento, e nós, com nossos atos e nossas palavras, com nosso silêncio e nossa voz, vamos escrevendo continuamente o livro da vida. A luz veio ao mundo e cada um de nós deve decidir se quer caminhar na luz do altruísmo construtivo, ou nas trevas do egoísmo. Portanto, a mais urgente pergunta a ser feita nesta vida é: o que fiz hoje pelos outros?”

“Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização.”

“Quando os nossos dias se tornarem obscurecidos por nuvens negras e baixas; quando as nossas noites forem mais negras do que mil noites, lembremo-nos que no universo há um grande e benigno poder, que é capaz de abrir caminho onde não há caminho, e de transformar o ontem sombrio num luminoso amanhã.


Obrigado Mãe Benedita, Pai José, Pai Tinoco, Pai Guiné, Mãe Maria Conga, Mãe Cambinda, Pai Sabino, Pai Antônio e toda Linha de Trabalho das Almas!

sábado, 14 de novembro de 2009

Umbanda, que a tua Luz vele pelos humildes e pequeninos!

Olá! - olá! olá! olà!, resposta do eco aos textos que aqui disponibilizo e as bobagens que escrevo, rsrsrsrsrsrsrs. Perdoem mas não resisti ao graçejo - Ontem pretendia postar o último ou o assim pretenso texto na série comemorativa a data de surgimento da Umbanda através do Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas no plano terreno.

Até pesquisei textos do Sr. Benjamim Figueiredo / Sr. Caboclo Mirim, Sr. Roger Feraudy, Sr. Matta e Silva / Pai Guiné, mas quando estava diante da tela e olhei para a estante onde este se encontra, vi a foto de minha avó Sra. Angelina da Cruz da Silva, conhecida como Mãe Mina, manifestando seu Guia de frente o Sr. Caboclo Rompe Mato.

Aí danou-se tudo! Evitar as lágrimas foi impossível, pela alegria, saudade, emoção e respeito e o insight acendeu na mente :

"Sim é louvável citar e referendar-se nos nomes luminosos dos que se arrojaram como pontas de lanças, mas e os que fizeram sua parte fervorosa, confiante e humildemente e nunca terão seus nomes conhecidos ou destacados nos discursos e livros do mundo, mas que no Livro da Vida, Àquele que sabe e é o único que pode pesar o que vai nos corações conhece?"

Então me lembrei de tanta gente de minha infância, alguns que não lembro o nome inclusive, benzedores, senhoras e senhores pobres, simples, vivendo em casas caindo aos pedaços ou muito muito humildes.

Lembrei de uma senhorinha que ia no terreiro de minha avó e ficava sentada num banquinho, terço de lágrimas-de-nossa-senhora nas mãos rezando, rezando, rezando sem fim, até que um dia perguntaram ao Sr. Caboclo Rompe Mato se tinha prq dela ficar ali rezando e sua resposta foi:

"Se não fosse pela fé e as rezas daquela mulher, muitos ali não saberiam de quantos males teriam se livrado".

Vc acha que ela estava preocupada em ter sua foto pendurada em alguma parede de federação como decano de um tempo que passou?

Lembrei das cartas que minha avó recebia de gente de longe, agradecendo pelas curas, pelas orações, pelo carinho e respeito com que foram tratados no terreiro, por fatos que muitos hoje poderiam considerar extraordinários, mas quem tem contato com gente da antiga sabe perfeitamente que aconteciam (e talvez motive estes mesmos mudernos a tentarem copiar, causar impacto é importante não é mesmo? Senão com vão dizer que ali têm força, axé, luz...).

Lembrei de outras pessoas que exerçem algo que nem sabem que se chama mediunidade, mas que com entrega e amor à Jesus deixam um tal índio, híndu, preto-velho realizarem seu trabalho de caridade através de um benzimento com copo dágua, um galhinho de arruda e uma vela branca acesa, e sem espanto um quadro com a foto do Dr. Bezerra de Menezes.

Vc acha que eles estão preocupados em discutir sincretismo?

Lembrei da Umbanda Fest 2007 quando o Sr. Pai Dito de Cafelândia, então com 72 anos subiu ao palco e a idéia era que ele, assim como outros que ali foram chamados dessem um alô e um salve - mas ou faltou combinar ou atendendo ao seu coração - este Sacerdote disparou a falar, deixando-nos ,organizadores, atônitos. Mas entre as coisas que ele falou, destaco:

"Tem muita gente nova que mal saiu das fraldas e já está dando passe!" e disse sobre a falta de respeito aos mais velhos, e disse sobre o abuso de cobranças (até pelo simples fato de dar um passe), e disse que se queremos uma coisa bonita, honesta e que o povo não desacredite no nosso trabalho, é preciso dar um basta nestas coisas (neste ponto escrevo de memória, mas se ele não disse, assim compreendi e concordo).

Revi este Sacerdote num evento realizado a pouco tempo em Bauru e respeitosamente mirei seu rosto e seu olhar, quanto teria hoje para falar, se lhe dessem oportunidade...

Lembrei da Dona Eva e sua Baiana, que há anos realiza um trabalho maravilhoso de caridade e assistência social, quando não havia discursos, nem meus, nem de outros sobre dignificar a Umbanda perante a sociedade.

Lembrei do Seo Paiva da Sociedade Beneficente Cristã, do Sr. Inu, Dna Maria, avó de um amigo o Paulo Baiano, etc.

Quantos outros estão espalhados nestes rincões sem placa indicativa no portão e neste exato momento em que escrevo podem estar fazendo ou se preparando para dar um passe com um terçinho ou guia, um copo dágua e um galhinho de arruda nas mãos e um coração aceso de tanta fé a amor a verdade:

Umbanda é prática da caridade através da manifestação dos ESPÍRITOS no sentido do AMOR FRATERNO que Jesus DELEGOU como missão a um grupo de espíritos desencarnados para no plano terreno junto a tantos outros espíritos encarnados atuassem, tendo à frente um que para melhor se fazer compreender e ser aceito se auto-denominou Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Jesus como Mestre Maior, Espíritos desencarnados como Trabalhadores-Orientadores, Espíritos encarnados como Instrumentos-Servidores e TODOS em nome de uma LEI MAIOR.

"Ah vc agora chutou o balde cara!"

Mas será que não deu prá entender ainda que o que vale mesmo e dá sentido ao surgimento da Umbanda neste plano é exatamente isso?

Que podemos até LOUVAR ao Orixás na Umbanda, mas que nesta não temos como premissa CULTUÁ-LOS?

Que o sentido da expressão AMOR FRATERNO é essência e se realiza toda vez e todo lugar onde acontece e que tanto faz se recebe o nome de Umbanda ou outro qualquer?

Este é o sentido que falta e assim me permito refletir, sobre o prq não haver a tão conclamada união. Muitos estão preocupados, receosos e mesmo não interessados de abandonar a sua talbuá de salvação neste imenso oceano chamado Umbanda ou Escola da Vida Maior.

Óbvio ululante que o fator interesses mesquinhos, personalistas e inomináveis sejam a antítese.

Não é demais lembrar que não adianta maquiarmos nossos atos, pois a vibração do que realmente intentamos está sendo vista e percebida 1º pela Espiritualidade e 2º algum dia no plano terreno.

Que há o direito sim de aplicar ritualisticamente isto ou aquilo - não incentivo a formatação ou engessamento das pretensas codificações e nem tampouco creio que sejam a solução como muitos fomentam - mas é preciso estar atento e realmente comprometido para que não se percam os própositos supracitados.

Mas vejam só, pego pelo contrapé não é mesmo? O que estou fazendo aqui que ainda não fui prá lá ao lado deles de joelhos no chão, elevando preçes e maõs em favor de alguém?

À todos vcs que nunca me lerão, meus profundos respeitos!

Peço e preciso da sua benção,

E muito, muito obrigado, pois é por vcs que um dia Jesus disse e ainda ecoam suas palavras:

"Pai, obrigado por esconder estas coisas dos poderosos e arrogantes e as revelastes ao pequeninos e humildes!"

Mas não nos enganemos, não pela suposta humildade ou simplicidade externa que se apresenta ou se queira demonstrar, mas acreditemos nos vai pelos olhos nos olhos daquilo que vai e fala o coração, de cada um de nós.

Humildade, simplicidade, sinceridade não são adereços que se possam colocar pendurados no peito, mas sim endereços por onde a autenticidade entra e sai, sem jamais deixar de se ausentar...

Paz e Luz!


TEMPO REI - GILBERTO GIL
http://www.youtube.com/watch?v=CTJdrLuNVzQ

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Umbanda, contagem regressiva:...1908 - parte IV

Um dos pensadores e sacerdotes que merecem maior e melhor atenção dos umbandistas, Pai Caio de Omulú, seus textos falam por si.

Oxalá sejam acolhidos nos corações sedentos de esperança...

Meus sinceros e fraternos respeitos!

Retirado do blog (destaques coloridos meus):


Umbanda sem mistério
http://umbandasemmisterio.blogspot.com/


Revirando os esqueletos do armário! (Tema I)

"SANTO (ORIXÁ) É EVOLUÇÃO!"

Existe uma polêmica resistente nos meios da psicologia e até mesmo da sociologia sobre a questão de que o somos produto ou resultado do meio em que vivemos. Muitos defendem que nossa personalidade é formatada, pelas inferências sociais e psicológicas, que sofremos durante nosso dia-a-dia, principalmente no período da infância para adolescência.

Verdade, exageros ou discordâncias a parte, é fato que, em qualquer situação de nossas vidas, nos valemos de referenciais externos para formarmos nossa opinião, bem como, os nossos relacionamentos influenciam de alguma forma.

Assim, como na vida em geral, assim, como nos setores e áreas de nossos interesses e convivências, tais quais, o lado profissional, o religioso, o social, o familiar e o amoroso.

Como este blog é voltado para assuntos da religião e mais especificamente da Umbanda, vamos nos deter neste aspecto. Desta feita assimilamos paradigmas, assumimos posições e durante um bom tempo, ou até pela vida inteira, agimos e reagimos baseados em referências adquiridas, dogmas, crenças conscientes ou inconscientes e conclusões produzidas por ilações de motu proprio.

Essa nova série do Blog: "Revirando os esqueletos do armário", visa fazer uma releitura dos paradigmas e crenças, que fizeram o constructo da minha religiosidade.

Durante alguns anos da minha vivência na Umbanda, escutei a seguinte frase:

"Santo (Orixá) é evolução".

Essa frase repetida muitas vezes, era pronunciada dentro do contexto, de que Umbanda sem Orixá e melhor ainda, sem o fundamento destes, sob a ótica dos cultos de nação, ou mesmo do Candomblé, era algo estático e que não permitia a evolução, dentro da própria religião do então umbandista.

Em outras palavras, a Umbanda evolutiva, a que proporcionaria um salto qualitativo, um upgrade no desenvolvimento do agora filho-de-santo, era aquela que envolvia em seu modus operandi e vivendi os fundamentos dos Orixás, de acordo com os ensinados nos cultos de nação, que envolvem camarinhas, feituras, saídas-de-santo etc.

É posto e é fato, que os Cultos de Nação e o Candomblé, de forma nobre e também progressiva, contribuem para evolução e o religare da fé de seus adeptos. Isto não está em discussão.

O problema surge é quando dirigentes umbandistas, adotam este discurso, para referendar o seu modo de praticar, ensinar e doutrinar na Umbanda.

Será que esta assertiva, no contexto acima explicitado, é verdade? Vejamos a luz da racionalidade e não do dogma e da imposição.

Não precisamos nos aprofundar muito, em teses e tratados, para derrubar esta assertiva. Basta lançarmos um olhar sobre a história, para que a lógica e bom senso prevaleçam.

No período pré-colonial existiam os povos indígenas, que em termos religiosos atingiu a nossa contemporaneidade com uma corruptela de seus ritos, denominados genericamente de Pajelança.
Com a chegada da era colonial e do processo escravagista, o povo africano desembarca em nosso continente, trazido a força pelos comerciantes de escravos em seus navios negreiros, como eram chamados.

Aqui recolhidos as senzalas, misturados sem nenhuma preocupação com etnia, língua ou dialeto e inclusive, não sendo respeitado afinidades familiares, sociais etc., tiveram que se adaptar as duras condições de existência em uma terra totalmente desconhecida.

Quando falamos em sincretismo religioso, devemos lembrar que os escravos tiveram no Brasil, mesmo que inconscientemente, realizar o seu próprio, tendo em vista a necessidade de perpetuar suas crenças, fé, ritos etc., independente das diferenciações que existiam em África.
Como maioria, a cultura yorubá/nagô, teve uma forte influência, e serviu para moldar ou gerar este amálgama religioso.

Inkices, Voduns e Orixás se transformaram em sinonímia, com estes últimos (Orixás) ganhando maior abrangência. Muito rapidamente, os Orixás tiveram que sofrer, para garantia de sobrevivência religiosa, um segundo sincretismo, agora devido ao Catolicismo (religião dominante e impositora), que foi a equivalência aos Santos Católicos pelo comparativo dos arquétipos, como hoje nos explica os estudiosos do assunto.

Como resultado de tudo isso, surge o Candomblé que de elementos díspares até, formatou-se para servir de molécula agregadora de toda uma situação religiosa, existente em África e que foi vilipendiada, em seus cultos originais pelass condições sub-humanas, que envolviam os escravos no Brasil.

Décadas e mais décadas separam a colônia e o império da posterior república, tendo como interstício, a Lei Áurea e a libertação dos escravos. Só de escravidão foram 300 anos.
Roger Bastide, eminente sociólogo francês, nos ensinou, que nos primórdios do Candomblé, já como uma religião instituída na Bahia, embora não oficialmente reconhecida a época, existia apenas o culto aos Orixás, sem manifestação alguma, do que é comumente chamado de eguns (espíritos que passaram por processos reencarnatórios).

Como é de domínio público, os Orixás incorporados ou bolados, como se diz no linguajar dos Cultos Afro-brasileiros, não se comunicam ou falam, apenas se manifestam e realizam suas danças ao sons do ilus ou atabaques tocados pelos alabês ou ogans. Como no início de tudo, eles continuaram sendo energias divinas ou potestades, que nunca tiveram passagem pelo Aiyê (Terra) como encarnados, vivem desde sempre no Òrun (mundo divino ou espiritual).

Orixás, somente, se comunicam pelo oráculo ou jogo, seja o Ifá ou o de Búzios.

Na sequência histórica, aparecem os denominados Candomblés de Caboclo, com incorporação de entidades espirituais ou eguns, puxados pelos boiadeiros, por alguns Exus e Pombagiras e até mesmo, os Mestres de Jurema oriundos do Catimbó.

Algumas linhas de estudo imputam, que o surgimento dos Candomblés de Caboclo fomentou a sua migração para o que um dia, nos idos de 1908, foi denominado de Umbanda.

Para os umbandistas, está mais do que certo, a história é outra e está, intrinsicamente, ligada ao advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas, da vida do seu médium Zélio Fernandino de Moraes e da sua família.

Desta forma, temos para nossa linha de raciocínio a seguinte sequência: os Orixás em primeiro lugar e depois as Entidades Espirituais ou eguns. O Candomblé, depois o Candomblé de Caboclo e na esteira da história a Umbanda.

Importante salientar que, nesta contemporaneidade, convivem ou conviveram e por isso influenciam ou influenciaram também a Pajelança, o Catimbó, o Xambá, o Toré, o Terecô, o Tambor de Minas, os Xangôs do Nordeste, entre outras.

Bom... A Umbanda surge ou ressurge (eu sou um dos que acredita na universalidade e ancestralidade da Umbanda), louvando aos Orixás, sem fundamentá-los em camarinhas, feituras, saídas-de-santo etc. Portanto, ela (a Umbanda) é que seria a novidade sobre o que estava até então posto como religiosidade afro-brasileira, indígena e outros segmentos correlatos ou corruptelas (Candomblé, Candomblés de Caboclo, Pajelança, Catimbó etc.) e não o contrário.

Desta forma, se os Orixás fundamentados, vamos assim se referir, vieram antes, eles não podem dar um pulo para frente na história e surgirem como salvaguarda de um processo evolutivo e revolucionário em algo, que surgiu ou ressurgiu posteriormente.

Este novo (Umbanda) é que na lógica, poderia sim, realizar esse papel.


Se a Umbanda (res) surgiu, no século XX, para isso ou não, é discussão e polêmica para mais de metro, como se diz. Não é o meu intuito discutir isso aqui e agora. Mas é irracional, no mínimo, querer quebrar a cronologia dos fatos e se colocar o carro na frente dos bois, apenas no intuito de referendar as práticas e doutrinas pregadas em muitos terreiros, que se denominam de Umbanda, mas que no dia-a-dia de suas práxis são cultos de nação, candomblés disfarçados ou candomblés de caboclo mal elaborados.

Costuma-se, hoje em dia, realizar um enquadramento de todos esses tipos de manifestações, ditas umbandistas, no que comumente se denominou de diversidade.

A diversidade na Umbanda existe sim, mas está compartimentalizada em determinados padrões ou parâmetros doutrinários facilmente identificáveis, naquilo que denomino de Escolas.

Para ficar no exemplo, cito como escolas entre outras tantas, a Umbanda Esotérica (que resgatou a ancestralidade da Umbanda), a Umbanda Iniciática (que ampliando o trabalho da escola esotérica, está proporcionando o sentido da universalidade da Umbanda) e a Umbanda Omoloko (que fazendo uma releitura dos cultos afro-brasileiros, caminha para um upgrade nesses ritos, catalizando-os para uma forma mais próxima a Umbanda, do que levando-os de volta aos seus ancestrais diretos, o Candomblé, o Candomblé de Caboclo e outros segmentos, como o Catimbó por exemplo).

O que me preocupa, nesse quadro, são os terreiros que vivem a situação de praticar os fundamentos de santo, no trato com os Orixás [por conta da beleza das vestes, das obrigações (camarinhas, feituras e demais ritos), sempre pagas com dinheiro, das festas (com as saídas-de-santo) sempre pomposas, verdadeiros cultos a vaidade e ao orgulho] e, no entanto, precisam também dos caboclos, pretos-velhos, crianças e exús, para gerar consultas e trabalhos, angariando com isso mais dinheiro ainda.

Geralmente, os enquadrados nessa situação se auto-denominam umbandomblés, ou mesmo se reconhecem como da Umbanda Omoloko, que destes casos passa ao largo. São esses mesmos, que um dia batiam uma Umbanda, como dizem alguns, pé-no-chão, branca ou simples e que decidiram mudar para agregar o fundamento dos Orixás, arranjando a desculpa da evolução para seus seguidores, e que hoje, taxam de catimbozinhos atrasados e de terreiros de fundo de quintal, o seu próprio passado.

Porque, caridade e viver para Umbanda não traz dinheiro e nem produz os benefícios auridos de se viver da Umbanda.

Fico feliz, quando descubro que o Omoloko, tem em muitos páramos do Brasil, representantes dignos e que trabalham respeitando suas tradições, fundamentos e história. É bom ver a beleza de Cultos Afro-brasileiros, como o Candomblé, por exemplo, mantendo sua cultura religiosa intacta, fortalecendo a sua religiosidade.

É gratificante, perceber como o movimento umbandista e muitos terreiros no Brasil e no mundo, tem trabalhado pelos objetivos superiores dentro da sua linha de atuação.

Óbvio ululante, que os Orixás, sejam eles tratados, com os fundamentos dos Cultos Afro-brasileiros ou com a ciência da Umbanda, serem reconhecidos como potestades e proporcionarem evolução, ou conduzirem o processo evolutivo de seus filhos.

Triste, é perceber a apropriação do alheio (fundamentos) para validar práticas questionáveis e com intenções, no mínimo, de interesses próprios, sejam eles financeiros, sejam produzidos pela vaidade, orgulho, prepotência e arrogância. Realmente, existem pessoas, que não conseguem caber dentro de si mesmas. São os desesperados, pela única causa válida na vida deles, ou seja, eles mesmos.

Tem gente que acredita, que a verdade existe, tem outras que se acham donos dela. Como também, existem os que acham que são Deus e outros, que tem certeza que o são.

Aos incautos, irmãos umbandistas, presos nesse tipo de armadilha consciencial, eu digo, estudem mais a sua religião, visitem outros terreiros, vejam o que está sendo feito e realizado até mesmo fora do seu Estado.

Leiam mais, pesquisem e sobretudo reflitam, pensem e meditem, racionalizem a sua fé e questionem as suas crenças. Somente assim crescemos, amadurecemos e nos fortalecemos.

A Umbanda não precisa de fanáticos religiosos, nem tão pouco de seguidores de ególatras.

Ela precisa de gente sincera, de fé racional e praticantes do bem, do amor e da caridade.

Façam como eu, que não tenho medo de revirar os esqueletos no armário, jogá-los fora um a um e depois nem lembrar que um dia, aquela caveira sorriu para mim.

Fica a sugestão deste Sacerdote a todos, em especial aos que compreendem de verdade prq estão pisando num chão chamado terreiro...

Paz e Luz!






quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Umbanda, contagem regressiva:...1908 - parte III

Peço desculpas pelo mal jeito, mas o apagão nacional de ontem, mal comparado com o nosso próprio apagão consciencional, causou este pequeno atraso na edição da continuidade dos textos comemorativos ao nosso aniversário para o próximo dia 15 de novembro.

O texto escolhido é sem dúvida um dos mais lidos e publicados (muitas vezes sem o devido registro do autor), entre os umbandistas, mas que infelizmente LÊEM SEMPRE PARA OS OUTROS, nunca para si mesmos, será por não se enxergarem mesmo na condição de necessitados (tal e qual a fila do texto) ou por se considerarem instrumentos ungidos do alto astral da esferas elevadas?

Aproveito a publicação feita no excelente site (destaques negritos e coloridos meus):

Reencontrando o Sagrado
http://www.nativa.etc.br/umb_conceito_006.html

As sete lágrimas de Pai-Preto

Tenho visto a divulgação das Sete Lágrimas de Pai-Preto. E, pelo fato da sua origem não estar sendo divulgada, achei por bem, reproduzí-las aqui, com estas informações adicionais. Este texto é um resumo de uma experiência de desdobramento de W.W. da Matta e Silva ( Mestre Yapacani) .

O texto foi copiado do Livro "Lições de Umbanda (e Quimbanda) na palavra de um Preto-Velho, 3a. edição", que recomendo à todos lerem, independentemente de sua convicção filo-religiosa, para entenderem o que é Umbanda e, principalmente, àqueles que estão inseridos no Movimento Umbandista.

Pessoalmente, creio que é/será de interesse para aqueles que estão no início de jornada nesta Seara.
Thashamara

Introdução

Nestas páginas, estão cravadas as impressões vividas e sentidas por mim, diretamente, de um humilde e leal amigo do astral - o Pai G....., a quem rendo minha eterna gratidão, como seu veículo mediúnico desde a Infância...

Desse "Preto-Velho", colhi esse lamento e essa lição, sobre a natureza das humanas criaturas que "giram" nos terreiros ou Tendas de Umbanda.

Isto foi há muitos anos... quando a experiência ainda não tinha encanecido minha alma nesse mister...

Naturalmente, ele, ao proporcionar-me esse "passeio-astral" e ao falar assim numa demonstração direta, quis que eu visse a coisa como ela era e é... pois eu tinha ilusões e bastante ingenuidade ainda...

Assim, quero dedicar essas suas sete lágrimas, a meus Irmãos de Umbanda, aparelhos, sinceros, para que, meditando nelas e vibrando na doce paz desses "pretos-velhos", possam haurir forças e compreensão e sobretudo a indispensável experiência, para que sejam, realmente, baluartes das verdades que eles tanto ensinam... quando têm oportunidade...

W.W. da Matta e Silva

AS SETE LÁGRIMAS... DE PAI-PRETO

Foi uma noite estranha aquela noite queda; estranhas vibrações afins penetravam meu Ser Mental e o faziam ansiado por algo, que pouco a pouco se fazia definir...

Era um quê desconhecido, mas sentia-o, como se estivesse em comunhão com minha alma e externava a sensação de um silencioso pranto...

Quem do mundo Astral emocionava assim um pobre "eu"? Não o soube, até adormecer.., e "sonhar"...

Vi meu "duplo" transportar-se, atraído por cânticos que falavam de Aruanda, Estrela Guia e Zamby; eram as vozes da SENHORA DA LUZ-VELADA, dessa UMBANDA DE TODOS NÓS que chamavam seus filhos de fé...

E fui visitando Cabanas e Tendas, onde multidões desfilavam... Mas, surpreso ficava, com aquela "visão" que em cada urna eu "via", invariavelmente, num canto, pitando, um triste Pai-preto, chorava.

De seus "olhos" molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei porque, contei-as... foram sete.

Na incontida vontade de saber, aproximei-me e Interroguei-o: fala Pai-preto, diz a teu filho, por que externas assim uma tão visível dor?

E Ele, suave, respondeu: estás vendo essa multidão que entra e sai? As lágrimas contadas, distribuídas estão dentro dela...

A primeira eu a dei a esses indiferentes que aqui vêm em busca de distração, na curiosidade de ver, bisbilhotar, para saírem ironizando daquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber.

Outra, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um "milagre" que os façam "alcançar" aquilo que seus próprios merecimentos negam.

E mais outra foi para esses que crêem, porém, numa crença cega, escrava de seus interesses estreitos. São os que vivem eternamente tratando de "casos" nascentes uns após outro...

E outras mais que distribuí aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança, desejam sempre prejudicar a um seu semelhante - eles pensam que nós, os Guias, somos veículos de suas mazelas, paixões, e temos obrigação de fazer o que pedem... pobres almas, que das brumas ainda não saíram.

Assim vai lembrando bem, a quinta lágrima foi diretamente aos frios e calculistas - não crêem, nem descrêem; sabem que existe uma força e procuram se beneficiar dela de qualquer tona.

Cuida-se deles, não conhecem a palavra gratidão, negarão amanhã até que conheceram urna casa da Umbanda... Chegam suaves, têm o riso e o elogio à flor dos lábios, são fáceis, muito fáceis; mas se olhares bem seus semblantes, verás escrito em letras claras: creio na tua Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zamby, mas somente se vencerem o "meu caso", ou me curarem "disso ou daquilo’...

A sexta lágrima eu a dei aos fúteis que andam de Tenda em Tenda ido acreditam em nada, buscam apenas aconchegos e conchavos; seus olhos revelam um interesse diferente, sei bem o que eles buscam.

E a sétima, filho, notaste como foi grande e como deslizou pesada? Foi a ÚLTIMA LÁGRIMA, aquela que "vive’ nos "olhos" de todos os Orixás; fiz doação dessa, aos vaidosos, cheios de empáfia, para que lavem suas máscaras e todos possam vê-los como realmente são... Cego., guias de cegos", andam se exibindo com a Banda, tal e qual mariposas em torno da luz; essa mesma LUZ que eles não conseguem VER, porque só visam a exteriorização de seus próprios ‘egos".

"Olhai-os" bem, vede como suas fisionomias são turvas e desconfiadas; observai-os quando falam "doutrinando"; suas vozes são ocas, dizem tudo de "cor e salteado", numa linguagem sem calor, cantando loas aos nossos Guias e Protetores, em conselhos e conceitos de caridade, essa mesma caridade que não fazem, aferrados ao conforto da matéria e à gula do vil metal. Eles não têm convicção.

Assim, filho meu, foi para esses todos que viste cair, uma a uma, AS SETE LÁGRIMAS DE PAI-PRETO! Então, com minha alma em pranto, tornei a perguntar: não tens mais nada a dizer, Pai-Preto? E, daquela "forma velha", vi um véu caindo e num clarão intenso que ofuscava tanto, ouvi mais uma vez...

Mando a luz da minha transfiguração para aqueles que esquecidos pensam que estão... ELES FORMAM A MAIOR DESSAS MULTIDÕES"...

São os humildes, os simples; estão na Umbanda pela Umbanda, na confiança pela razão... SÃO OS SEUS FILHOS DE FÉ.

São também os "aparelhos’, trabalhadores, silenciosos, cujas ferramentas se chamam DOM e FÉ, e cujos "salários" de cada noite... são pagos quase sempre com urna só moeda, que traduz o seu valor numa única palavra - a INGRATIDÃO...

MESTRE YAPACANI

Com votos de profunda paz nos seus pensamentos, irradiante alegria nos seus sentimentos e harmonia nas suas ações, com prosperidade, força e minha benção.

THASHAMARA
O ETERNO APRENDIZ


Paz e Luz!