quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Quando o Amor fala mais...

Após ter feito uma postagem hoje mesmo neste espaço, no meio do dia recebi via intuição esta mensagem de um Amigo Espiritual.

Quem sabe eu aprenda que nunca estamos sozinhos, em especial, quando somos amados, mas nem por isso tal amor signifique conivência ou condescendência;

"Filho Amado,

Há muito tenho observado tua luta contra a negativa tendência de observar o que por vezes indica ser deletério em teu jardim interior.

Tal postura até seria recomendável, se soubesses te conduzir com o necessário equílibrio, se não perdesses tempo e energia ao te ocupar em demasia nos espinhos e ervas daninhas.

Pois que agindo assim, deixas de te alegrar e embevecer pelo singelo botão de flor que traz em si a promessa da delicadeza e doçura de um perfume que jamais se repetirá.

Quando te decidirás filho?

Regarás as flores ou te queixarás dos espinhos?

Pois como já entendes-te, mas ainda não compreendes-te: A semeadura é livre, mas a colheita será obrigatória.

Cuida do teu jardim, para que nele as boas palavras frutifiquem e embelezem por onde quer que vás.

Ocupa-te de Amar!

Do teu Irmão José Félix"

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Estou morrendo, isto é que importa!

Dia desses dizia a mulher que amo e é a estrela que alumeia meu caminho, o quanto nos últimos tempos me sentia feliz, o quanto o preço pago por decisões dificeis, dolorosas resultaram em brilho nos olhos, os mesmos olhos que agora enxergam as manhãs e o pôr-de-sol, as pessoas conhecidas ou não, a Espiritualidade e a Umbanda com nova face e sentido.

O quanto meu coração se alargou prá que houvesse mais Amar e menos Amado.

O quanto se revelou importante ferir este mesmo coração prá descobrir como é fulgaz a vida e que não estamos aqui para mendigar quireras das mãos de supostos semeadores.

O quanto se revelou primordial cuidar e velar da pequenina flor do campo que nasçe em meu jardim do que admirar o vistoso buquê na mesa posta e preparada para os flashes.

O quanto o peso e a paz da mão de um Caboclo, Preto Velho, Baiano e Exu me fizeram chorar, trabalhar, levantar e seguir sem medo de minha própria consciência.

Estou morrendo! E cada momento me é irrecuperável.

Estou morrendo! E por isso, cada beijo que não dou na mulher que amo é imperdoável!

Estou morrendo! E cada abraço que refugo aos que amo verdadeiramente me será pesado na balança do Tribunal Maior.

Estou morrendo! E por isso mesmo, não tenho mais tempo prá focar em máscaras e meias-verdades e jogos de poder.

Estou morrendo! E já não quero me ocupar com àqueles que na definição desta Senhora no vídeo abaixo circulam ao redor;

"AMAR E MUDAR AS COISAS ME INTERESSA MAIS"

http://www.youtube.com/watch?v=3fwmU3XUslY

Estou morrendo! Que falta me fará o fato de não me dizerem face a face o que não tiveram coragem e honestidade em dizer antes?

Estou morrend0! Quem haverá de me ferir com mais gratidão do que a mão da Irmã Morte?

Estou morrendo! Quem poderá me receber nos seus braços com maior doçura que a Irmã Vida?

Estou morrendo! E continuo vivo, pois que imortal somos!

Estou morrendo! Então, se de tuas maõs e boca, os gestos e palavras não vierem transparentes e sinceros, não queira me roubar o pouco tempo que me resta!


CÂNTICO NEGRO

JOSÉ RÉGIO

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Eu não quero que me tolerem, Eu quero que me respeitem!!!!! 2

Livro sobre Exu causa guerra santa em escola municipal

http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2009/10/livro_sobre_exu_causa_guerra_santa_em_escola_municipal_42866.html

Professora umbandista diz que foi proibida de dar aulas em unidade de Macaé, dirigida por diretora evangélica

POR RICARDO ALBUQUERQUE, RIO DE JANEIRO

Rio - As aulas de Literatura Brasileira sobre o livro ‘Lendas de Exu’, de Adilson Martins, se transformaram em batalha religiosa, travada dentro de uma escola pública. A professora Maria Cristina Marques, 48 anos, conta que foi proibida de dar aulas após usar a obra, recomendada pelo Ministério da Educação (MEC). Ela entrou com notícia-crime no Ministério Público, por se sentir vítima de intolerância religiosa. Maria é umbandista e a diretora da escola, evangélica.

A professora Maria Cristina mostra desenhos feitos por alunos após a leitura: mães evangélicas se rebelaram.

A polêmica arde na Escola Municipal Pedro Adami, em Macaé, a 192 km do Rio, onde Maria Cristina dá aulas de Literatura Brasileira e Redação. A Secretaria de Educação de lá abriu sindicância e, como não houve acordo entre as partes, encaminhou o caso à Procuradoria-Geral de Macaé, que tem até sexta-feira para emitir parecer. Em nota, a secretaria informou que “a professora envolvida está em seu ambiente de trabalho, lecionando junto aos alunos de sua instituição”.A professora confirmou ontem que voltou a lecionar.

“Voltei, mas fui proibida até por mães de alunos, que são evangélicas, de dar aula sobre a África. Algumas disseram que estava usando a religião para fazer magia negra e comercializar os órgãos das crianças. Me acusaram de fazer apologia do diabo!”, contou Maria Cristina.

Sacerdotisa de Umbanda, a professora se disse vítima de perseguição: “Há sete anos trabalho na escola e nunca passei por tanta humilhação. Até um provérbio bíblico foi colocado na sala de professores, me acusando de mentirosa”.

Negro, pós-graduado em ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, o diretor-adjunto Sebastião Carlos Menezes aguardará a conclusão da procuradoria para opinar. “Só posso lhe adiantar que a verdade vai prevalecer”, comentou. Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, Sebastião contou que a diretora Mery Lice da Silva Oliveira é evangélica da Igreja Batista.

ATÉ CINCO ANOS DE PRISÃO“Se houver preconceito de religião, acredito que deva ser aplicado todo o rigor da lei”, afirmou o coordenador de Direitos Humanos do Ministério Público (MP), Marcos Kac.

O crime de intolerância religiosa prevê reclusão de até 5 anos. Em caso de injúria, a pena varia de 3 meses a 2 anos de prisão. O MP poderá entrar com ação pública penal se comprovar a intolerância religiosa. “Caso contrário envia à delegacia para inquérito”, explicou Kac.Alunos do 7º ano leram a obra: referências ao folcloreEm 180 páginas, o livro ‘Lendas de Exu’, da Editora Pallas, traz informações sobre uma das principais divindades da cultura afro-brasileira.

O autor da obra, Adilson Martins, remete ao folclórico Saci Pererê para explicar as traquinagens e armações de Exu.

Na introdução, Martins diz que ele é “um herói como tantos outros que você conhece”. Em Macaé, 35 alunos do 7º ano do Ensino Fundamental leram o livro. Nas religiões afro-brasileiras, Exu é o mensageiro entre o céu e a terra, com liberdade para circular nas duas esferas. Por isso, algumas pessoas acabam o relacionando a Lúcifer.O presidente da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, Ivanir dos Santos, garantiu que outros autores de livros, como Jorge Amado e Machado de Assis, sofrem discriminação nas escolas: “As ideias neopentecostais vêm crescendo muito, desrespeitando a lei”.

Ivanir explicou que o avanço da discriminação religiosa provocou o agendamento de um encontro, dia 12 de novembro, com a CNBB: “Objetivo é formar uma mesa histórica sobre os cultos afro e estabelecer uma agenda comum”. VIVA VOZAté mães de alunos me proibiram de falar sobre a África“Acusam-me de dar aula de religião.

Não é verdade. No livro ‘Lendas de Exu’, de Adilson Martins, há histórias interessantes, são ótimas para trabalhar com os alunos. Li os contos, como se fosse uma contadora de histórias, dramatizando cada uma delas.

Praticamos Gramática, e os alunos ilustraram as histórias de acordo com a imaginação deles. Não dá para entender por que fui tão humilhada. Até mães de alunos, evangélicas, me proibiram de falar sobre a África”.MARIA CRISTINA MARQUES, professora, 48 anos


Os fatos falam por si!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

"Eu não quero que me tolerem, Eu quero que me respeitem!"

Absolutamente maravarilhosa a entrevista desta Senhora, Makota Valdina; Professora aposentada da rede pública municipal e Educadora do bloco afro Ilê Aiyê, Valdina Pinto é uma referência para as comunidades negras de Salvador, sendo reconhecida como mestra nos ambientes intelectuais nacionais e internacionais pela articulação entre a prática e a teoria da sabedoria bantu. Makota Valdina é ainda membro do Conselho Estadual de Cultura da Bahia e do Fórum Cultural Mundial. No ano de 2005 foi proclamada "Mestra de Saberes" pela Prefeitura Municipal de Salvador, além de ter sua vida retratada em um documentário financiado pela Fundação Cultural Palmares / MinC.


Saiba mais sobre as religiões afro-brasileiras


http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM1146629-7822-SAIBA+MAIS+SOBRE+AS+RELIGIOES+AFROBRASILEIRAS,00.html



Assim como a entrevita da umbandista Marilena Matos.



Então, amigos umbandistas; OUÇAMOS, REFLITEMOS E VIVENCIEMOS o que estas Senhoras nos trazem.


O senão que me permito é afirmar que a Umbanda é crença de matriz africana.



Paz e Luz!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Que os salvadores deslizem pelo fio da navalha!

Estranhos e curiosos são os caminhos que trilhamos quando usamos as palavras (nossas ou de outros) para simbolizar e significar os devaneios ou pesadelos que transitam dentro de nós. Postei um texto de Arnaldo Jabor, “Devo pedir champagne ou cianureto?”, na comunidade que participo, adicionando ao final que repetia a pergunta do autor e pedia alguma ajuda ao demais na resposta. Eis que recebi do Amigo e Mano (hum... vai dar problema com os demais, já que coloquei duas estrelas, rsrsrsrs) Cláudio Zeus, um dos cúmplices neste blog e noutras estripulias.

“Não sei o seu caso, Deni, mas eu, tranquilamente, pediria o champagne e o desfrutaria na certeza de que FAÇO O QUE POSSO e se não posso tudo, FAÇA MAIS QUEM POSSA E QUEIRA FAZER!

Planto minhas sementes como sei e posso e, se germinarem, tudo bem. Se não germinarem não serei eu, com certeza, o responsável pelos solos inférteis. E se eu parar a cada momento pra sofrer pelo que não consigo melhorar nos outros, meu caminho vai ficar compriiiiiiiiiiiiido!!!!! Trabalhooooooso!!! E vou acabar deixando, talvez, de encontrar mais solos férteis por perda de tempo com os inférteis.

Ou você ainda acredita em "salvadores do mundo e dos povos"? Ou que você seja um deles?”

Arre égua!!!! Que mania mais besta de dizer o que pensa sem esconder cartas na manga e mesmo assim gostamos mais e mais do cabra!!!!

Respondi ao Cláudio lá, mas aproveitei suas palavras tbm por ter a mania besta de “ruminar”, afinal como já disse alguém “uma vida sem reflexão não vale ser vivida”. Após ter escrito os textos “Orgulho Umbandista? Escolho Convicção!” e “Ô pirdissaum qui é de ruminá sô!”, fui tocando a vida, “apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco (e na carteira tbm), sem parentes importantes”, “sem lenço e sem documento”, mas de todo modo grato por ainda ter pão com manteiga no café da manhã.

Feliz por enxergar-me nas convicções com as quais construo minha identidade.

Compareci ao coquetel de confraternização ocorrido no dia 04/10 em Bauru para posse da nova diretoria da FEURO. Entre rostos amigos e desconhecidos, procurando manter sintonia com o que passava em meu coração, na medida do possível, com o que o cérebro símio analisava e o que captava o “outro cérebro” dos pensamentos e vibrações ali presentes.

Será que o pessoal não aprendeu ainda que pensamento a gente “pega” no ar, Mãe Benedita?

Talvez muitos não saibam, fui ativo participante da Umbanda Fest, capitaneada por Ricardo Barreira, de meados de 2006 até 2007, me desligando em definitivo por divergências com seu timoneiro.

Deixamos de falar a mesma língua, de concordar com os rumos e projetos propostos (minha postura questionadora, por vezes sarcástica nem sempre foi usada com a necessária sabedoria para dosar tais formatos explosivos de expressão). As rusgas foram se tornando cada vez mais sérias, ainda que tivéssemos tentado por vezes aparar arestas, algo mais corrosivo corria abaixo da capa conciliadora colocada por nós (em mim demorou muito para ser curado) e enquanto a ferida aberta doeu, motivou a dizer sobre o porquê de haver me desligado para algumas poucas pessoas em que confiei o relato.

Não menti, mas tenho consciência de que o mesmo foi pintado com as cores da mágoa, da desilusão e do amor-próprio machucado. (Lembram quando disse antes sobre poça emocional parada que vai infectando?).

Logo, nada mais correto e salutar que a ruptura ocorre-se, atitude que tomei numa quinta-feira em reunião para fechamento de pauta da edição da Umbanda Fest 2007 que se realizaria no domingo. Fiz questão de participar e colaborar, palavra dada é compromisso, e cumprir compromisso é o mínimo de quem diz viver e ter como maior herança, vergonha na cara.

Deixo claro ter sincera gratidão pela Espiritualidade que orienta o atual presidente da FEURO, muito me ajudaram e aconselharam. Assim como respeito sua trajetória de luta.

Soube, mais tarde, que minha atitude a uns fosse tomado como despeito motivado por inveja (nada mais longe da verdade, julgamentos unilaterais nunca se aproximam do quadro por completo) e a outros ainda, com contumaz maledicência, destilar veneno medíocre, com o claro objetivo de lucrar dividendos, sejam lá quais.

Mas o quê? Você não acredita que tudo isso até aqui relatado seja possível numa religião que prega amor, caridade, humildade, fraternidade, verdade, ética e honestidade?

Acorde! A religião ou o assim chamado movimento umbandista é feito por seres humanos encarnados (e tbm, de desencarnados), falhos, indecisos, maledicentes, arrogantes, possessivos, tendenciosos, mesquinhos e ignorantes. Aos que vão estrilar com a parte dos desencarnados;

Ora, não somos e são espíritos e estamos TODOS em jornada de evolução espiritual? Ou como indicou Kardec (mesmo não sendo umbandista, apenas usou outras palavras para dizer o que os Espíritos da Linha Branca de Umbanda dizem quase diariamente aos seus filhos de fé): perfectíveis = Suscetíveis de perfeição ou de aperfeiçoamento.

Salvo se pra vc vale o endeusamento ou a subserviência cega...

O que não significa que TODOS assim sejam ou se revelem, na banda de lá (e de cá).

E a Umbanda como fica? A Umbanda mesmo é outra conversa.

É possível, talvez, vislumbra-la no silêncio obsequioso de Exu, no abaixar de olhos dos Pretos-Velhos, na contenção do gesto vigoroso dos Caboclos, nas lágrimas do Amigo Espiritual que a tudo suporta de nossas mazelas tão e somente por AMOR...

A Umbanda mesmo? Só mergulhando no seu oceano...

Você não acredita que “escuta o que fiquei sabendo...”, corre solto por debaixo dos panos no meio umbandista, assim como “quem conta um conto, aumenta um ponto”?

Mas aí, cada um que “compre” de olhos fechados ou averigue o peixe que estão a lhe passar não é mesmo?

Mas o quê tudo isso tem a ver com o papo do Jabor, Cláudio Zeus, hein?

Tem a ver com “você ainda acredita em "salvadores do mundo e dos povos"? Ou que você seja um deles?”. Tem a ver com o que escolho cultivar em meu jardim interior...

Desde cedo, questiono os discursos, posturas e propostas doutrinárias, políticas, hierárquicas, etc. E claro que não é concebível a critica pela critica sem ação: “Fé sem obras é fé morta”, mas aprendi que igualmente não é concebível a ação sem reflexão, sem direito a questionamentos, sem propostas com transparência, senão ficamos iguais robôs ou ovelhas;

Vida de Ovelha, by Ricardo Machado

http://vozesdearuanda.blogspot.com/2008/07/vida-de-ovelha.html

Nisto consiste o valor dos questionamentos do Cláudio Zeus, examinar NOSSA postura de SALVADORES e DEFENSORES de uma doutrina ou prática.

Que papel assumimos ou nos investimos com o qual “vende-se” o peixe e com qual embrulho.

E prq não examinar tbm, por extensão, a postura de OVELHAS e SEGUIDORES?

Percebo que em muito do que fazia, havia tal motivação, procurava “revelar” nos outros àquela mesma luz que “enxergava”. E claro, indicando que seguissem o foco da luz que o meu farolete apontava. E não é assim que agem os salvadores? Não basta despertar os outros, é preciso que estes o sigam, apoiando e confiando cegamente, esperando suas orientações, enxergando-os como modelos e ícones de tudo aquilo que queremos ser e ter.

Ah! Como sou grato ao Pe. Beto, na sua palestra sobre Nieztsche, onde pude através de suas reflexões libertar-me de uma leitura equivocada que fiz deste filósofo aos 14 anos e (des)norteou minha vida por longos anos.

Minutos antes da palestra começar, relatei a este a quem considero Irmão Espiritual, minha esperança de que naquela noite eu pudesse justamente deixar de lado tal leitura equivocada e lá quase no final quando uma professora disse sobre o perigo que é muitos adolescentes lerem o filósofo, sem algum acompanhamento e orientação, seu olhar buscou o meu e ali a libertação neste encontro ocorreu.

Nieztsche é um “herege sagrado”, que destrói todo e qualquer salvador e não o contrário fomenta-os como muitos entendem e se espelham.

“Alma minha, afastei de ti toda a obediência, toda a genuflexão e todo o servilismo”

Cada um é que precisa acordar/revelar/superar-SE na descoberta da própria luz. E sacar que esta ilumina o caminho escuro, difícil e perigoso dentro de nós.

Cada um é cada um, único, construtor da sua história e estórias, suas fraquezas e potencialidades, sua perfectibilidade atuando na doutrina aqui ou acolá.

Cada um é responsável pelas escolhas que faz. Se há os que aceitam e aplaudem sem questionar, com qual direito posso apontar o dedo e dizer, está errado?

“Supera-te a ti mesmo, até no teu próximo e
não consintas te dêem um direito que possas conquistar.
O que tu fazes ninguém pode te forçar a fazer.
Fica sabendo: não há recompensa.
O que se pode mandar a si mesmo deve obedecer.
E há quem saiba mandar, mas esteja ainda muito longe de saber obedecer.”


Cada qual faça o que pode e esteja ao seu alcance e faça mais quem pode e queira mais.

E todos estão fazendo algo, conscientes ou não dos propósitos, se alegrando ou envergonhando pelo resultado. Todos estão semeando e colhendo, através de um silêncio, olhar, não-gesto, sorriso, perdão, pensamento, texto, lágrima, esperança.

Todos são imprescindíveis!!! Os que lutam um dia, um ano, décadas, uma vida inteira. Não é pela quantidade de ações que irá se medir o valor de uma pessoa, mas sim pela qualidade do conteúdo dos propósitos que seu coração abriga.

Aos que fazem com o pouco que podem que o façam com alegria e humildade (conscientes do seu valor) e desejo de servir a um propósito maior do que sua salvação ou um lugarzinho no céu.

E que os que possam e queiram mais, não desprezem, ridicularizem ou sabotem por egoísmo, desejo de aplausos ou reconhecimento, mediocridade ou vaidade de que a semeadura alheia possa trazer frutos mais saborosos que os seus, os projetos dos que procuram fazer com o pouco que esteja ao alcance.

Vigiemos o que vai em nosso coração, para que nele, a semente do orgulho e da ilusão não venha frutificar em posturas que descobriremos simulacros daquele mesmo ego ladino e sorrateiro. Sua especialidade é nos fazer acreditar que aquela bandeira que procuramos hastear no mais alto mirante não possui a nossa fuça estampada.

Oremos para que nossas ações e propósitos sejam a mais singela e bela oferenda a ser apresentada ao Senhor da Vida.

Que roçemos nosso jardim a cada dia, para receber e abrigar as boas sementes que Jesus através da Umbanda e seus Mensageiros quer nele deitar.

Semeemos hoje e sempre o que há de melhor em nós, acreditando mais na semente do que no solo.

Tocando em frente - Almir Sater

Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia.
Todo mundo chora
Um dia a gente chegae no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

Paz e Luz!

Semeemos e sigamos em paz com nossa consciência!


Tocando em frente na voz de Elizabete Lacerda

http://www.youtube.com/watch?v=yXvxjnve6NY

sábado, 10 de outubro de 2009

Boas novas que os ventos nos trazem!

Parabenizando uma vez mais a posse da nova diretoria da FEURO - Federação Espírita de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo Reino de Oxalá, ocorrida em Bauru no último dia 04/10 em festiva confraternização, recebo informação através de um Amigo Umbandista (confesso que sou reticente em chamar a todos de Irmão de Fé indistintamente, fazer o quê? questão de identidade ou melhor, questão de olho no olho, enxergar que o discurso corresponde a vivência...), Pedro Kritski, sobre ações promovidas pela recém reativada(segundo Pedro foi em agosto último) FUEP - Federação Umbandista do Estado do Paraná, são boas novas nestes tempos de cansaço auricular das retóricas doutrinárias, políticas.

http://fuep.blogspot.com/

"No último dia 22/03, foi realizada a AGO para eleição da nova direção da FUEP, reforma estatutária e discussão de outros assuntos. Mesmo sabendo da reação que muitos tem com o termo “Federação”, isso em função de uma série de infortúnios causados pelas federações existentes, concluiu-se que o patrimônio de um nome construído nos últimos 40 anos, uma vez que a data de fundação da FUEP é de Maio/1968, não se poderia dispensar. Desta forma, com a participação de 14 Templos e 50 umbandistas que assinaram a lista de presença, foi reativada a FUEP e eleitos os Conselhos Deliberativo e Fiscal e a Direção Executiva. A Direção Executiva, em conjunto com os Conselheiros eleitos prometem dar uma chacoalhada nos Umbandistas do Paraná, propondo uma série de atividades culturais, sociais, religiosas e educativas, que contribuirão para o resgate do orgulho em ser médium da nossa religião. A FUEP é a obra da vida do Senhor João Mendes dos Santos, o João “Fogo”, presidente em diversas oportunidades e que faleceu em 2008. A ele e a tantos outros que nos antecederam, rendemos as nossas homenagens."

Interessante a auto-crítica;

"Mesmo sabendo da reação que muitos tem com o termo “Federação”, isso em função de uma série de infortúnios causados pelas federações existentes", é igualmente e mais importante nesta conscientização, a apresentação de propostas de mudanças na concepção deste termo ( há poucos dias fiz exatamente esta mesma colocação para uma pessoa e diante da resposta, disse espontâneo, abismado até: "Mas então, a quê veio?).

Seguido de com quem?

"com a participação de 14 Templos e 50 umbandistas que assinaram a lista de presença" ou seja, muitos na comunidade certamente foram procurados e chamados (até mesmo, quero crer, os que não acreditam mais ou desiludidos estão com o termo supracitado), e quero crer mais, que ninguém foi esquecido ou deixado de lado nesta convocação (mesmo os que divergem ou são reticentes) sendo que os se identificaram com a novas propostas, assinaram.

E o essencial, o como?

"prometem dar uma chacoalhada nos Umbandistas do Paraná, propondo uma série de atividades culturais, sociais, religiosas e educativas, que contribuirão para o resgate do orgulho em ser médium da nossa religião." (aqui peço perdão aos Amigos da FUEP, pois compreendo o sentido positivo do uso do termo orgulho, mas ainda prefiro que ao invés deste tenhamos mesmo é convicção).

Através de projetos concretos que unem congraçamento, conscientização e serviço (destaques em vermelho meus);

Comemoração dos 101 anos da Umbanda

Saravá Umbandistas do PR

No dia 15/de Novembro, domingo, das 10:00 às 18:00 h, a FUEP e os templos associados realizarão "1º Dia COMUM - 1º Dia da Comunidade Umbandista do Estado do Paraná", no Parque dos Tropeiros na CIC, em Curitiba, em comemoração ao aniversário da Umbanda, seus 101 anos.

Serão feitos cartazes e panfletos para divulgação do evento, tanto nos templos para as correntes e assistencias, quanto na sociedade.

Será um dia inteiro de atividades:

1 - Gincana cultural:

Iniciará no dia 01/11 para finalização no dia 15/11, com premiação para as equipes e que constará de provas:

Culturais: Resposta a perguntas sobre a Umbanda no PR (para resgate da nossa história)

Obs: Grande sacada!!!! Não basta só reverenciar o passado, é preciso conhecê-lo!!!!

Sociais: Arrecadação de alimentos não perecíveis, fraldas, leite e brinquedos, doação de sangue e de medula óssea dentre outras.

Grande sacada 2!!!!! Agregar serviços que traduzem como existem várias maneiras de uma religião servir ao próximo, a sociedade onde está inserida.

Ecológicas: Atividades de preservação ambiental

Grande sacada 3!!!!!! é demonstrando que se aprende.

As equipes deverão ser formadas nos templos, uma por templo, com no máximo 30 (trinta) integrantes) ou nos terreiros que tem mais de uma Gira, como o Terreiro Pai Maneco, serão aceitas uma equipe por Gira.

1.2 - Provas rápidas no dia do evento:

No dia do evento serão constituídas equipes por sorteio para provas rápidas no local, entre todos os participantes, como forma de congraçamento dos umbandistas dos diversos templos e das suas famílias.(corrida do saco, etc.)

Obs: Deveras interessante o uso do termo congraçamento (que vem de congraçar:Reconciliar; harmonizar / Fazer, ou buscar a reconciliação; harmonizar)

1.3 - Entretenimento para a criançada:

Durante todo o dia, contaremos com equipes de recreacionistas para entreter a criançada de forma a possibilitar uma participação efetiva também de mães e pais.(piscina de bolinha, pula-pula, etc.)

2 - Festival gastronômico com comida de santo:

Será instalada uma praça de alimentação, onde cada templo se responsabilizará pela instalação de uma barraquinha de comida (cachorro quente, pipoca, milho, bolo, churrasquinho, etc.) para alimentação das pessoas que forem ao evento, podendo também preparar alguma comida ritualística.

Esta comida será vendida, e os recursos arrecadados serão repassados aos templos, com uma parcela de 5% para a FUEP.

Observações:

A bebida será centralizada pela FUEP e o lucro com a sua venda será dividido entre os templos participantes.

Grande sacada 4!!!!!! Todos trabalham e todos recebem a contrapartida

Não serão vendidas bebidas alcólicas.

Haverá um caixa centralizado da FUEP para a venda de fichas, que serão usadas para a compra dos produtos e serviços.

3 - Apresentações Culturais:

3.1 - Apresentação das curimbas dos terreiros e de outros artistas umbandistas locais que queiram se apresentar.

3.2 - Exposição de fotos e de outras formas de expressão artística de umbandistas.

3.3 - Feira de artesanato e outras produções dos templos: Camisetas, etc.

3.4 - Show musical com grupo de renome no estado do PR

4 - Serão convidadas representações de povos tradicionais de comunidades do nosso estado, tais como quilombolas, indígenas e ciganos que também se apresentarão com música, dança ou outra atividade e que poderão instalar também barracas para a venda da sua produção artesanal.

Como se pretende passar um dia inteiro em confraternização da grande família umbandista do estado do PR, teremos uma equipe de monitores para divertir a criançada, assim pais e mães podem ir tranquilos, pois a diversão está garantida.

Data limite para inscrição das equipes por terreiro/gira, definição dos responsáveis pelas barracas: 20/10/2009

Reunião Geral com a Comissão Organizadora: 22/10/2009

Em breve maiores detalhes quanto às atividades, desde já, aproveitando as giras que acontecerão ao longo da semana, deverão ser formadas as equipes.

É imprescindível para o sucesso do evento, a participação dos Dirigentes dos templos, motivando as suas correntes a efetivamente participar, aproveitando a oportunidade para escolher os representantes nos coletivos da FUEP em cada templo.


Enfim, são de fato boas notícias que acredito tragam ânimo novo à comunidade umbandista, pois sinalizam que novas formas de condução, apresentação de projetos concretos, transparência e respaldo são o que que de fato espera-se de uma Federação.


Que Pai Oxalá os abençõe!

Que Pai Ogum oriente à comunidade umbandista na participação e observação dos propósitos!


Que acima esteja sempre a bandeira branca da Umbanda a nos orientar!


Paz e Luz!


Obs: Pedro Kritski escreve juntamente com Renato Guimarães no blog abaixo, visite e saboreie.

Não recomendado para estômagos acostumados com temperos insossos e paladares insipientes;

Registros de Umbanda

http://registrosdeumbanda.wordpress.com/

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ô pirdissaum qui é de rumina num sabe?

“Eu não tinha pais. Eu adotei o céu e a terra como meus pais!
Eu não tinha casa. Eu adotei estar consciente como minha casa.
Pra mim não existia vida e morte. Eu adotei a respiração e a aspiração como vida e morte.
Eu não possuía meios. Eu adotei a compreensão como meu meio.
Eu não possuía habilidades especiais. Eu adotei a moral como minha habilidade especial.
Eu não possuía olhos. Eu adotei ser rápido como a luz, como meus olhos.
Eu não possuía ouvidos. Eu adotei a sensibilidade como meu ouvido.
Eu não possuía membros. Eu adotei a agilidade como meus membros.
Eu não possuía estratégias. Eu adotei não desvanecer de pensamento como minha estratégia.
Eu não possuía projetos. Eu adotei prever oportunidades como meu projeto.
Eu não possuía princípios. Eu adotei me adaptar às situações como meu princípio.
Eu não tinha amigos. Eu adotei meu coração como meu amigo.
Eu não possuía talentos. Eu adotei o ser persistente como meu talento.
Eu não possuía inimigos. Eu adotei a imprudência como minha inimiga.
Pra mim não existia milagre. Eu adotei levar a vida corretamente como milagre.
Eu não possuía corpo. Eu adotei a paciência como meu corpo.
Eu não possuía armadura. Eu adotei a compaixão e a solidão como minha armadura.
Eu não era iluminado. Eu adotei a determinação como minha iluminação.
Eu não possuía espada. Eu adotei a ausência de ego como minha espada”.


Este poema foi escrito por um Samurai no século XV

Estive “ruminando” sobre alguns comentários relativos ao texto “Orgulho Umbandista? Escolho Convicção!” e que motivaram passeio por antigas comunidades umbandistas no Orkut, as que ainda existem e outras onde pude bisbilhotar.

Nunca gostei de Msn, listas. Aprendi a duras penas a conviver e valorizar poucos, poucos mesmos Amigos virtuais (mesmo que nunca tenha visto a fuça e trocado um abraço, gesto caro ao meu coração, não contam a Kátia Rister e família e o Paulo Mauad do RJ).

Como li certa vez, quem é amigo de todo mundo não é amigo de ninguém.

Revi sem saudades ou remorsos (salvo as gafes, idiotices, falácias, incoerências que cometi, as quais muitos se esborracharam de gargalhadas, o que espero tenham feito realmente, pois eu o fiz!), como empreguei tempo de vida e como muitos ainda o fazem.

Isso me fez ensimesmar, pois não sendo mais o Edenilson de anos atrás física-psíquica-ideológica-emocional-esp
iritual/MENTE, procurei perceber se ainda havia algo impresso naqueles com quem encontrei e deles em mim tbm. Vi o espectro cada vez mais distante, mas não ausente do EGO (sua sombra sempre a nos espreitar) e seus ardis: a hipocrisia, a mentira, o recurso fácil e covarde, a crítica pela crítica, a arrogância do intelecto, o orgulho infantil de saber usar um dicionário, a “vitória” pela humilhação, o grito agressor, a ameaça como imposição de respeito, a dissimulação embalada como elegância, a estupidez emoldurada como franqueza.

Quantas vezes citei O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde...

Revi a insegurança e a mediocridade que conduzem ao desespero de encontrar “argumentos” (O Google é nosso pastor e nada nos faltará! = control c + control v) para “derrotar” ao outro e depois dançar sobre seu “cadáver”.

Por muito tempo instalei e mantive o inferno dentro de mim (pode-se dizer, prq não, que é isto que se tornaram muitas “comunidades” umbandistas) e claro as mesmas torturas prazerosas que me submetia, generoso “distribuía” aos demais.

Vi o fantasma do que eu era e o chamei pelo nome (é desta forma que os pacificamos), mas aquilo já não tinha mais nome, se tornou uma fumaça.

É certo quando dizem só acontecer mudanças em nós quando cansamos de fingir que a dor que sentimos é suportável, “gostosinha até”. Não, não é! E não há álcool, sexo, drogas, diversão nem mesmo rock roll que alivie apesar de “só” Jesus salvar que disfarce.

Sem contar o cheiro fétido que exala da poça emocional represada que vai infectando e pouco a pouco nos matando.

Quantas vezes disse que ao postarmos, revelamos o que escolhemos semear e cultivar dentro de nós...

Quantas vezes escrevi e não li, disse e não ouvi, exortei e não pratiquei...

Entre os comentários que me chamaram a atenção, este tomou valor especial;

“Em relação ao texto, claro que convicção é melhor que orgulho pelo fato dessa palavra - orgulho - dar margem a duplas e tríplas interpretações, tanto positivas quanto exclusivamente fanáticas. No entanto, convicção mesmo, pra existir DE FATO e não somente por insistência auditiva e oral repetitiva, envolve a necessidade de se conhecer um tanto quanto profundamente o tema sobre o qual se vai declarar convicto, ou seja, pra que se demonstrem verdadeiramente convictos umbandistas (e não somente se anunciem como) é preciso antes que conheçam a Umbanda em profundidade e não apenas superficialmente, de modo que convictos de fato, até hoje são muito poucos.” By Ana Triton

Quantos estão dispostos a dar tal mergulho no Oceano Umbanda?

Ir até o fundo, garimpar em busca dos seus tesouros e relíquias encobertos pela areia, pedras, congressos, manifestos, teses, códigos, livros ou escondidos entre o lixo irresponsável jogado por anos, imagine encontrar àquele mesmo espelhinho e hoje encarar-se no seu reflexo ou àquele vidro de perfume vagabundo que ao contrário do vinho, não melhora com o tempo e depois de retomado o fôlego, separar, limpar e avaliar cuidadosa e serenamente o que foi encontrado.

Realizar esta jornada buscando muito mais que a confirmação de possíveis/impossíveis fontes africanas, ameríndias, esotéricas ou cristãs. Ainda que tais sub-denominações sirvam para nortear a quem assim faça ou procure, o proceder daquela afluente umbandista.

Quantos estão de fato dispostos a abandonar o canto de sereia dos títulos, cargos, faixas, diplomas, honras ao mérito, privilégios, pompas e circunstâncias, tapetes estendidos e ainda sabendo que muitos irão desdenhar, ironizar, achincalhar, difamar, seguir caminhando em paz ouvindo sua consciência, rimando responsabilidade e amor?

Quantos terão a atitude imprescindível da humildade em reconhecer, após tão difícil e extenuante tarefa que o modo como concebia, exaltava, discursava, escrevia e praticava Umbanda precisa ser retificado. Que a base na qual se apoiava esta corroída, as paredes mal aprumadas, a argamassa de qualidade duvidosa?

Sendo todo umbandista um templo vivo, como se poderia assentar um altar/peji/congá interior para que nele a Luz e a Lei de Umbanda possam de fato e direito habitar em sua Unção com tal estado?

É inquestionável seja feita mais que uma reforma tipo “provisória, mas pra sempre”, um decreto aqui, um grito de ordem ali, um curso de tantas horas ou anos, um discurso bonito com a voz embargada, um texto bem escrevinhado, uma tradução de oração ou canção para o yorubá, tupi, latim ou sânscrito, uma indignação providencial.

É necessário “cingir os rins” de coragem para saltar! Porém ciente, não há rede, seguro, cordinha, sopro de dodói, só há entrega e confiança total.

Algo me diz que a Umbanda, como a compreendo Escola da Vida Maior, não dispõe de tolerância e condescendência infinitas com os que se acovardam diante da efetiva vivência de seus ensinamentos, tal como fazem quem fica à beira-mar tocando com as pontas dos dedos prá saber se a água está ou não confortável, adequada, ideal, doutrinariamente costuradinha, se compensa molhar os pés.

Estes nunca estarão dispostos a entrar de corpo inteiro, espírito e verdade na sua Luz.

Assim como o mar com suas incessantes ondas e marés, a Umbanda devolve tudo àquilo que os usurpadores lançam em suas águas.

Devolve prá onde?

Para o mesmo lugar onde recolheu, o coração de quem assim desejou, templo de nossa verdade, para que cada um ali mergulhe, garimpe, limpe, selecione e avalie o que ofertou.

Enfim, a Umbanda recolhe e devolve exatamente o que cada um semeou...

Que não nos falte coragem para encaráramos frente a frente tal imagem!

Obs: Ô pirdissaum qui é de rumina sô! tradução: A maldição do discernimento, by Amigo João Carlos, eita cabra bão dimais da conta!!!!!


Dedico em especial este texto para minha Amiga Rosana, sem sua ironia, lucidez loira e os indescritíveis haham haham eu não teria conseguido,rsrsrsrsrs


Paz e Luz!