domingo, 25 de julho de 2010

Não seja de vidro

O melindre costuma causar estragos nas relações humanas.
Por excesso de sensibilidade, amizades são rompidas 
e grupos se desfazem.
A pessoa melindrosa ofende-se com muita facilidade.
Ela identifica intenções ofensivas nas coisas mais banais.
Uma simples brincadeira ou uma palavra mal escolhida podem 
fazê-la sentir-se gravemente ofendida.
Uma criatura tão delicada, fica sempre atenta aos atos 
e dizeres dos outros.
Se encontra qualquer coisa remotamente parecida com uma crítica, 
melindra-se.
Esse modo específico de sentir revela uma grande vaidade.

O melindroso imagina-se o centro das atenções aonde quer que vá.
Acredita que os outros se preocupam em excesso com ele.
Justamente por isso, pensa que tudo o que é feito ou dito 
a sua volta refere-se a sua pessoa.
E a realidade é que os homens gastam muito pouco tempo 
preocupando-se de forma definida com seus semelhantes.

Cada qual tem sua vida e seus problemas.
Salvo se você for uma sumidade em determinada área, 
provavelmente os que o rodeiam não se ocupam 
particularmente com seus atos.
Fora de seu grupo familiar, raramente alguém se detém 
para esmiuçar seu proceder.
E quando o faz, é por breve tempo.

Não se imagine o centro do mundo.
Os outros não falam ou agem com o firme propósito de ofendê-lo.
Eles nem pensam muito em você.
Não seja de vidro no trato com os semelhantes.
Não veja ofensas onde elas não existem.
Preocupe-se com a essência das coisas.

O corre-corre do mundo moderno nem sempre permite 
que tudo seja dito ou feito com a suavidade desejável.
Certamente você também não pensa inúmeras 
vezes em cada palavra que diz.
E igualmente não pauta sua vida pelo interesse 
de atingir os que o rodeiam.
Muitos de seus atos e palavras podem ser mal interpretados.

Ocorre que quem procura razão para sentir-se 
ofendido certamente encontrará.
Trata-se principalmente de um estado de espírito.
Conscientize-se dessa realidade.

Não se imagine mais importante do que na realidade é.
Viva com leveza e bonomia.
Se alguém criticar algo que você tenha feito, não se ofenda.
Não torne tudo pessoal.
A crítica nem sempre é destrutiva.
Aceite que você às vezes falha. 

As observações dos amigos podem auxiliá-lo a ser melhor.
Procure tolerar sem melindre, mesmo alguma 
observação maliciosa a seu respeito.
Em um ambiente descontraído, com frequência 
alguém é motivo de piadas.
Trata-se de uma dinâmica especial de certos locais.
E a intenção raramente é ofender.

Tanto é assim que se altera constantemente o alvo da troça. 
É necessário que os participantes de um grupo ou meio social 
tenham liberdade uns com os outros.

Evidentemente, há limites para tudo.
Mas sem uma certa dose de sinceridade e espontaneidade, 
resta somente a formalidade e a hipocrisia.
Em um clima hipócrita, nada de real se cria e 
ninguém se sente seguro e à vontade.

Assim, seja leve em seu viver.
Não se ofenda a todo instante, por tudo e por nada.
Isso apenas o isolará de seus semelhantes, 
sem qualquer resultado útil.

Pense nisso.

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Feliz Dia do Amigo! Atrazado, mas ainda tá valendo!

Eita a correria, mais a mudança de horários, mais o cansaço, mais os afazeres, mais isso e aquilo colaboraram para eu deixasse passar o Dia do Amigo, 20 de julho. Mas ainda dá tempo e dizer o quanto é bom ter AMIGOS, encarnados e desencarnados.

Gente boa toda a vida e porque não dizer prá toda a vida. Se há algo que aprendi a valorizar muito, mas muito mesmo, são os Amigos que tenho a alegria de poder contar com no coração, pois apanhei (no sentido literal também) bastante, chamando, defendendo, idealizando e aceitando pessoas que de um jeito ou de outro disseram ser meus amigos, mas assim que escolhi discordar ou divergir, mostraram a fatura de suas "amizades".

Culpa delas? Culpa minha? Não, não há culpados, só há a ilusão de que alguém está enganando um outro alguém, o que até pode conter alguma verdade, mas como Paulo o Apóstolo disse, há "uma nuvem de testemunhas" observando o que verdadeiramente foi desejado nos corações.

O que nos remete ao bom e velho ditado: "Quem vê cara, não vê coração", bem com nossos olhos carnais não, mas a Espiritualidade enxerga mais até o que gostaríamos.

Por isso, Amigos Queridos e estendendo aos que não me veem assim, pois se não o são, me ensinam muito, especialmente a valorizar meu tempo e energias focando-os para quem os merece.

De todo meu coração e minha alma;

Ah! os relógios

Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios…

Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.

Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.

E os Anjos entreolham-se espantados

quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são…

Mário Quintana


quarta-feira, 21 de julho de 2010

Quando a melhor resposta é o silêncio!

"O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente" Confúcio

Uma vez li no Jornal da Bahia um artigo que me chamou muito a atenção:
“O medo causado pela inteligência”, de José Alberto Gueiros, o qual transcrevo alguns trechos:

“Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estreia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas. O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal:

"Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável. Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento assusta". 

E ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pode dar ao pupilo que se inicia numa carreira difícil. A maior parte das pessoas encasteladas em suas posições é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência. Isso na Inglaterra. Imaginem aqui no Brasil!

Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa: "Há tantos burros mandando em homens de inteligência que às vezes fico pensando que a burrice é uma ciência".
 
Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições. Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder...

Somos forçados a admitir que uma pessoa precisa fingir de burra se quiser vencer na vida.

É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social. Os encastelados medíocres se fecham como ostras à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar. Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas, enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender.

É um paradoxo angustiante. Infelizmente, temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida. Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues: "Finge-te de idiota e terás o céu e a terra. O problema é que os inteligentes gostam de brilhar, então, que Deus os proteja”.

O ser humano tem necessidade de mostrar que é competente, que sabe o que faz, o que diz, que tem poder e inteligência, e na maioria das vezes isso lhe custa muito caro. Como é difícil ficar nos bastidores de uma situação? Não consegue silenciar e deixar que o outro se enrole sozinho.

A necessidade de mostrar a competência é domínio dos incautos.
É na serenidade interior onde vibra o silêncio, que o poder da mente se torna maior e mais criativo, e essa característica, que aparece naquele que é verdadeiramente sábio, é a sua vibração de pura sabedoria.

O silêncio é importante tanto no nosso interior como no exterior. Ele é produtivo em nossos pensamentos e na nossa alma. Albert Schweiser, diz que “o verdadeiro valor de um homem não pode ser encontrado nele mesmo, mas nas cores e texturas que faz surgir nos outros”. E o verdadeiro sábio consegue transformar sua realidade e a do outro.

Entender que não sabe tudo, não é o dono da verdade, e admitir a coerência de fundamentos e idéias que não as suas, é a maior dificuldade de um ser humano. Os pensamentos que criam barulho interno vêm de fora, da gritaria daqueles que se acham muito poderosos e inteligentes fazem, achando que dessa forma irão impor suas vontades e que todos terão que se curvar a elas. Criam comparações desnecessárias e conseqüentemente competição. 

"Não se defender é tudo que se exige para que a verdade nasça verdadeiramente em nossas mentes".

Aquele que fala a verdade, que age corretamente e respeita o outro, não precisa se impor, não tem necessidade de aparecer pois, focaliza-se somente na luz interna do seu ser.Sabedoria não existe sozinha, está sempre acompanhada do Amor e gera compreensão. Sem a Sabedoria, o emocional torna-se envolvido e tumultuado.

O homem sábio quer estar em contato com seus semelhantes pois é nas relações humanas que ele testa sua sabedoria e esta nasce diretamente da fonte de sua experiência. Dessa forma, o ser humano voltado para dentro de si mesmo, entra em estado de observação, de serenidade, de desapego, e não desperdiça energia à toa, querendo ser melhor que ninguém, saber mais ou ter mais razão. 

Entra em conexão com suas próprias qualidades. O resgate do silêncio interior é a base do caminho espiritual. 

Muito barulho interior, menos capacidade.

“No silêncio vos chamarei.
No silêncio conhecereis Minha Face.
No silêncio sereis tocados pelo verdadeiro amor”.(Tua Alma)


Vera Godoy -
por El Morya Luz da Consciência - nucleo.elmorya@veragodoy.com

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Revenciando o que é importante meus Amigos!

"Oxalá meu Pai!
Te pena de nós, tem dó
A volta do mundo é grande
Seu poder é ainda maior."

Amigos muito queridos me perguntam, gracejando, se estou ciente e preparado para as "demandas" que posso enfrentar por conta do que escrevo neste espaço, o mesmo se passa comigo em relação a eles confesso. É que muitas vezes antes de postar um assunto, peço que avaliem o texto, e coloquem sua impressão sobre o que viram, de forma aberta, transparente. Em nossa relação de Amizades verdadeiras, nos pautamos pela honestidade, franqueza e respeito, e isto ocorre, seja na convergência, divergência e discussão.

Não tenho a pretensão de ensinar sobre Umbanda, nem meus Amigos "insolentes", já que insistimos em pensar sobre o que dizem sobre Umbanda.

Me pergunto porém meus Amigos, porque alguém se sentiria incomodado com o que escrevo (ou vocês), a ponto de manipular elementos energéticos materiais, pensamentos, palavras, sentimentos, mentes e opiniões, visando prejudicar ou mesmo, quem sabe, com o intuito de nos "dar uma lição". Tenho ciência, como sei que vocês também, que este "recurso", bem como outros repletos de sombra e fumaça, é o meio que as inteligências, encarnadas ou não, sorrateiras e sem hombridade utilizam para alcançar seus objetivos escusos e inconfessáveis.

Mas tem algo que vale aqui e lá: "Podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar sempre toda a gente" Abraham Lincoln

Será por estarmos expressando nossas opiniões e pensamentos, exercendo natural direito de pensar livremente? Afinal parece-me que, da boca pra fora, (sobre)vivemos numa democracia.  E democracia não é necessariamente consenso, mas podemos entender como respeito ao contraditório, e isto quer dizer, o direito de dizer ou pensar o contrário.

Será que se incomodam por que falseamos? Mas se é falso, não cai por si só, afinal tem perna curta?

Será por que não omitimos alguma verdade incômoda? Mas não é louvável estarmos sob a a luz da verdade?

O que é que incomodaria mais, se é que acontece, a mentira ou a verdade?

SE, repito, SE, há quem direcione energias através de pensamentos, palavras, injúrias, manipulação de elementos, ou ainda de mentes, visando prejudicar ou se safar pretendendo passar uma imagem que não se é, quem assim age, demonstra cabalmente que desconhece a essência da passagem evangélica que diz:

"Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem."(Mateus 15;18)

Todo estudante espiritual de Umbanda sincero sabe (ou deveria saber) que não há pior veneno que nutrir dentro de si sentimentos e pensamentos de mágoa, rancor, birra, tristeza, ódio, recalques, ressentimentos. São focos de doença energética que cobram alto preço na caminhada espiritual.

Eu sei, eu provei deste cálice e posso dizer o quanto de dor e sofrimento passei para poder estar aqui agora, feliz por cada manhã e cada pôr de sol. Sei que vocês em suas trajetórias também passaram pelo teste no qual se verifica a essência de que somos feitos.Quem diz que a Umbanda é feita só de doces passagens de caridades aos outros, não sabe o que lhes espera...

Pois então meus Amigos, é uma pena, sinceramente, uma pena, mas enquanto há quem assim faça, e com isso demonstra o que vai em seu coração, de minha parte e sei o que vai em seus corações, cuidemos para que nós estejamos de cara limpa diante do espelho de nossa própria consciência, pois é aí que estamos hoje e sempre.

Cuidemos para que não sejamos Dorians Grays umbandistas, pois é melhor ter a face enrugada pelo tempo e pela lida, mas com a consciência limpa diante da Vida Maior.

Cuidemos do que é realmente importante, nosso chão, nossos corações, as pessoas que amamos e precisam de nós, bem como nós delas, o congá onde reverenciamos Àquele que é a Verdade, o Caminho e a Vida.

A quem nos queira mal, e não acordou que mal está fazendo a si mesmo, ofereçamos sempre uma prece e um Deus te abençoe!

UMA ORAÇÃO DA PRESENÇA I

- por Wagner Borges -

Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalente o ódio.
Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.
Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.
Que a música seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.
Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa e celebre o encanto da amizade profunda que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível tocando o centro do teu ser eterno.
Que um suave acalanto te acompanhe, na Terra ou no Espaço, e por onde quer que o Imanente Invisível leve o teu viver.
Que o teu coração sinta A PRESENÇA SECRETA DO INEFÁVEL!
Que os teus pensamentos, os teus amores, o teu viver, e a tua passagem pela vida sejam sempre abençoados por aquele AMOR QUE AMA SEM NOME.
Aquele Amor que não se explica, só se sente.
Que esse Amor seja o teu acalanto secreto, viajando eternamente no centro do teu ser.
Que esse Amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração, e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.
Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da PRESENÇA que está em ti e em todos os seres.
Que o teu viver seja pleno de PAZ E LUZ.

P.S.: Esses escritos são dedicados a todos aqueles que trabalham por climas melhores na existência, mesmo em meio a diversos problemas na jornada da vida. Essas pessoas que ainda insistem em ser dignas, criativas, generosas e confiantes na luz da PRESENÇA que guia internamente os seus propósitos vitais.
Essas pessoas brilhantes que raramente são notadas pela mediocridade alheia, mas que são bem conhecidas do Espírito Supremo, o verdadeiro Senhor de suas vidas e o único conhecedor do que se passa dentro delas.

Paz e Luz.
Jundiaí, 15 de dezembro de 2003.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A longa jornada que nos é dada, do carvão ao diamante.

BUDA – DO CARVÃO AO DIAMANTE...
(Uma Viagem Espiritual nas Asas da Sabedoria)
Certa vez, um aspirante espiritual se projetou para fora do seu corpo físico (1) nas asas do sono. Ele voou até um templo extrafísico de que ouvira falar. O mesmo se situava no Astral, por cima de sua contraparte física, em determinado rincão isolado.

Ali, bem na entrada do lugar, ele foi recebido por um dos monges extrafísicos que presta assistência espiritual naquele sítio, sob os auspícios das vibrações compassivas e serenas do Buda (2).

O seu objetivo era conseguir as bênçãos para empreender uma jornada espiritual, pois ele desejava ardentemente se afastar do mundo e se dedicar ao caminho do Buda.Contudo, mais do que suas intenções, o monge leu a verdade que estava em seu coração. E viu que ele não estava preparado para tal jornada e que só estava enganando a si mesmo e tentando fugir da vida.
Então, ele disse ao aspirante:
“De que adianta você querer jejuar, se continuar comendo emoções grossas?
De que adianta você querer se isolar do mundo, se sua mente continuar povoada por milhões de pensamentos desencontrados?
De que adianta você cantar o nome de grandes mestres espirituais, se não seguir os ensinamentos deles e nem respeitar os seus semelhantes?
De que adianta você falar de amor, se seu coração continuar medíocre e raso?
De que adianta você falar de perdão, se não conseguir vencer nem a mais simples provocação?
De que adianta você falar de universalismo, se sua postura for radical e fechada?
De que adianta você falar do Buda, se suas atitudes não forem búdicas?
De que adianta você acender incenso, se a fumaça do seu destempero emocional poluir o ambiente em torno?
De que adianta você falar em paz, se, com frequência, estiver propenso para uma briga?
De que adianta você almejar a Luz, se seu coração estiver escuro e sem amor?
De que adianta você desejar grandes realizações espirituais, se suas atitudes forem pequenas e egoístas?
De que adianta você querer doar suas coisas materiais, se suas emoções antigas e estranhas ainda permanecerem em sua consciência?
De que adianta você gostar do Buda, se não conseguir vê-lo no coração dos outros?
De que adianta você se afastar de seus entes queridos, se o seu ego continuar robusto?
De que adianta você guardar voto de silêncio, se seus pensamentos agitados e suas emoções mesquinhas continuarem ‘conversando internamente’ sem seu controle?
De que adianta você renegar o mundo, se o inferno estiver dentro do seu coração?
De que adianta você orar ou praticar mantras (3), se isso for apenas por condicionamento religioso ou mera fuga da realidade?
De que adianta você dizer que tudo é ilusão, se esse conceito também é uma ilusão?
De que adianta você fechar o seu semblante, se rir é uma dádiva?
De que adianta você vestir um manto de renúncia, se não renunciar ao seu ego?
De que adianta você cantar o mantra “Om Mani Padme Hum”, se não for capaz de ouvir a canção da vida expressando- se nos outros corações?
De que adianta você recitar o mantra “Om Tare Tutare Ture Sohá” (4), se suas mágoas impedirem a linda Tara de morar em seu Ser?
De que adianta você voar para fora do seu corpo e vir espiritualmente até aqui, se, dentro da matéria, sequer consegue flutuar acima de seu egoísmo?
De que adianta você desenvolver sua mente, se seu coração estiver triste?
De que adianta você dominar chacras (5) e poderes psíquicos, se não tiver sabedoria para lidar com eles?
De que adianta você gostar do Buda, se não for para rir mais e ver o amor fluindo em todos os corações?
De que adianta você falar de estado búdico, se tal realização não for acompanhada de atitudes compatíveis e pertinentes no seio do mundo?
De que adianta você vir aqui atrás do Buda, se O Iluminado está abraçando secretamente os infelizes do caminho, agora mesmo, em vários planos de causalidade?
De que adianta você falar de coração, sem ser de coração?”
 
E diante da estupefação do aspirante, o monge olhou-o carinhosamente. Os seus olhos eram duas estrelinhas de amor. E, rindo, como só as crianças sabem fazer, ele arrematou, dizendo-lhe, de coração a coração:
 
“Volte para o seu corpo, na Luz.
E se pergunte o por que de estar reencarnado. ..
Vale mais ser você mesmo, melhorando dia-a-dia, vida após a vida...
Há um Buda em seu coração. Só precisa despertá-lo!
Mas, advirto-o: Ele gosta de risadas.
Então, ria mais e flua junto com a própria existência...
Pratique a compaixão, naturalmente.
Veja o Buda em cada Ser.
Ame. Dê flores em nome do Iluminado.
O Buda é um Sol de Amor. Brilhe junto.
E, por favor, seja você mesmo, sempre melhorando.. .
Compaixão é consciência.”
P.S.:
Paraíso e inferno são portáteis; cada um carrega o seu dentro do próprio coração.
E de que adianta estudar temas espirituais, se não for para ser feliz, aqui e agora?
Fugir do mundo não significa fugir de si mesmo.
A natureza não dá saltos e ninguém evolui de uma hora para outra.
O carvão leva muito tempo, sob pressão, até tornar-se diamante.
Da mesma forma, leva muito tempo para o homem tornar-se Buda.
E haja pressão em cima, até que o ego se transforme em lótus espiritual.
Da escuridão para a Luz. 
Do egoísmo para o Amor. 
Da ignorância para a sabedoria.
(E eu não sei mais nada do aspirante, ou se ele gostou de ouvir o que o monge lhe disse. E, talvez, ele tenha voltado para o corpo e nem lembrado de nada. Mas deve ter acordado com um gosto amargo na boca. Porque a verdade pode ser dura como o diamante, e cortar fundo as ilusões do ego.
De toda forma, tenho a sensação de que esses escritos chegarão até ele e o lembrarão de alguma coisa. E, se ele tiver assimilado o ensinamento do bondoso monge, provavelmente dará uma risada gostosa, como só as crianças sabem fazer.
Quem sabe os caminhos do coração e o momento do despertar de um Buda?
Do lodo para a Luz... Sempre melhorando.)
Om Mani Padme Hum! (6)
Gratidão e Alegria.
Paz e Luz.
- Wagner Borges – pequeno carvão, mas rindo muito, principalmente de si mesmo...
São Paulo, 29 de junho de 2010.
Eu também, rindo muito, principalmente, de mim mesmo! 
- Notas:
1. Buda - do sânscrito - O Iluminado; Aquele que despertou! Palavra derivada de “Buddhi”, que significa “Iluminação Pura” ou “Inteligência Pura”. Ou seja, quem alcança o estado de Buddhi, torna-se um Buda, um ser iluminado e desperto.
2. Projeção da consciência – é a capacidade parapsíquica - inerente a todas as criaturas -, que consiste na projeção da consciência para fora de seu corpo físico.
Sinonímias: Viagem astral – Ocultismo.
Projeção astral – Teosofia.
Projeção do corpo psíquico - Ordem Rosacruz.
Experiência fora do corpo – Parapsicologia.
Viagem da alma – Eckancar.
Viagem espiritual – Espiritualismo.
Viagem fora do corpo – Diversos projetores extrafísicos e autores.
Emancipação da alma (ou desprendimento espiritual) – Espiritismo.
Arrebatamento espiritual - autores cristãos.
3. Mantra – do sânscrito – palavra oriunda de manas: mente; e tra: controle; liberação – Literalmente, significa "Controle ou liberação da mente".
Determinadas palavras evocam uma atmosfera superior que facilita a concentração da mente e a entrada em estados alterados de consciência. Os mantras são palavras dotadas de particular vibração espiritual, sintonizadas com padrões vibracionais elevados. São análogos às palavras-senhas iniciáticas que ligam os iniciados aos planos superiores.
Pode-se dizer que os mantras são as palavras de poder evocativas de energias superiores. Como as palavras são apenas a exteriorização dos pensamentos revestidos de ondas sonoras, pode-se dizer também que os mantras são expressões da própria mente sintonizada em outros planos de manifestação.
4. Dentro do contexto do Budismo Tibetano, há três Bodhisatvas muito queridos pelos devotos: Manjushri, o Senhor da Sabedoria; Avalokitesvara, o Senhor da Compaixão (criador do mantra da compaixão: Om Mani Padme Hum); e Tara, a Senhora da cura, da energia e da alegria (cujo mantra é Om Tare Tutare Ture Sohá).
5. Chacras - do sânscrito - são os centros de força situados no corpo energético e que têm como função principal a absorção de energia - prana, chi -, do meio ambiente para o interior do campo energético e do corpo físico. Além disso, servem de ponte energética entre o corpo espiritual e o corpo físico.
  Os principais chacras são sete – que estão conectados com as sete glândulas que compõem o sistema endócrino: coronário, frontal, laríngeo, cardíaco, umbilical, sexual e básico.
6. Om Mani Padme Hum - do sânscrito - sua tradução literal é: "Salve a jóia no lótus". Esse é um mantra de evocação do boddhisattva da compaixão entre os budistas tibetanos e chineses. Om é a vibração do TODO. Mani é a "Jóia espiritual que mora no coração"; ou seja, é o próprio Ser, a essência divina. Padme (Lótus) é o chacra cardíaco que envolve, energeticamente, essa jóia sutil. Hum é a vibração dessa compaixão do TODO vertendo a luz pelo chacra cardíaco em favor de todos os seres.
Esse mantra é mais conhecido como o "mantra da compaixão". É um dos mantras mais poderosos que conheço. Pode ser concentrado, mentalmente, dentro do peito – como se a voz mental estivesse reverberando ali –, ou dentro de qualquer um dos chacras que a pessoa desejar ativar. No entanto, o melhor lugar para ele é realmente o chacra cardíaco, pois o que chega ali é distribuído para todo o corpo, pela circulação do sangue comandada pelo coração, e também a todos os outros chacras do corpo energético.
O chacra frontal, na testa, também é excelente para a prática desse mantra, pois o que chega nele é distribuído ao longo da coluna pelos nádis – condutos sutis de transporte energético pelo sistema –, e comunicado a todos os outros chacras abaixo dele. Esse é o motivo pelo qual vários mestres iogues sempre aconselham aos seus discípulos iniciar alguma prática bioenergética por ele.
Um livro excelente sobre isso é o “Teoria dos Chacras”, do pesquisador iogue japonês Hiroshi Motoyama – publicado no Brasil pela Editora Pensamento. 
 

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Enquanto a festa da vida permitir, celebre!

Temos visto tantas atrocidades diárias perto de nós  ou distantes, tantas notícias tristes e degradantes produzidas por  aquele que se julga o supra-sumo da criação divina, que com algum custo, se não estivermos atentos, deixamos pesar em nosso peito o desalento, o  amargor, o rancor, o ódio e tantos outros sentimentos negativos. Mas quer gostem, compreendam, aceitem, menosprezem, desvirtuem ou não, eu quero cantar e celebrar à Vida!!!

Não tenho como quantificar ou medir a dor de quem "perdeu" alguém querido, sofreu algum tipo de agressão, perdeu um amor, não foi compreendido ou não compreendeu, deixou de aproveitar uma oportunidade de pedir perdão ou reconhecer um erro. 

Faço ideia a partir da dor que sinto, afinal sou também humano, um espírito vivendo uma experiência humana, isto nos aproxima à todos, ou ainda, é o motivo de tanto distanciamento.

Vi o vídeo abaixo hoje no final do dia no blog Kibe Loco, quando cheguei em casa  após minha jornada de trabalho e me levou as lágrimas, mas muito mais a  um enorme sentimento de gratidão pela Vida. Deixo o texto traduzido explicando o que motivou a feitura do mesmo aqueles que se identificando, sintam ainda mais esta gratidão.

I Will Survive: Dancing Auschwitz 


Esta dança é um tributo à  tenacidade do espírito humano e uma celebração da vida. É uma afirmação que o homem pode triunfar sobre a escuridão da circunstância e ainda se esforçar para encontrar a beleza e paz. Da mesma forma, cada um de nós tem de enfrentar o adversário de nossas próprias vidas e descobrir o espírito "para sobreviver."

Ao fazer este vídeo, a minha intenção era apresentar uma nova perspectiva para as gerações mais
jovens, que muitas vezes se tornam insensíveis aos horrores do Holocausto.

Espero que 'Dancing Auschwitz "permitirá que a memória histórica para viver, para que as
lições do passado será sempre lembrado.

Tanto a minha mãe e pai, bem como ser a minha inspiração, têm sido o meu apoio ao longo deste
projeto. Às vezes, quando me senti desafiada por sua adequação, eles me lembraram que "eles vieram das cinzas, agora eles dançam!"



Apesar de você - Chico Buarque

Amanhã vai ser outro dia x 3
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão

Apesar de você
amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de "desinventar"
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal,
La, laiá, la laiá, la laiá

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Cuidado com o que você ouve! E repete sobre Umbanda - parte 1

Acordar às 5:30 da madrugada para ir trabalhar é uma experiência transformadora! Há poucos sons, o enorme silêncio, a expectativa na passagem dos portais das sombras para a luz, por onde muitos seres chegam e se vão. Fosse eu um estudante espiritual disciplinado, acordaria às 5hs e dedicaria 30 minutos do novo dia a meditação. Isso, tenha certeza, faz enorme diferença para quem tem sensibilidade mediúnica, em especial.

A meditação é uma prática saudável, em muitos sentidos, e nos desperta para realidades maiores, interna e externamente. Mas enquanto tal despertar não acontece de modo pleno, passo a passo na prática diária, há uma melhor percepção na atenção.

Atenção, 2º Aurélio é: "Aplicação cuidadosa da mente a alguma coisa; cuidado, concentração", e eis uma atitude extremamente importante quando o assunto se refere ao que lemos e ouvimos sobre Umbanda, sua história e suas estórias.

A disseminação de informações, textos e afirmações, sem o qual quem assim faça, se dê ao trabalho cauteloso e recomendável de investigar se a fonte é ou não confiável ou verídica, é espantosa. O blog Registros de Umbanda, capitaneado por Renato Guimarães e Pedro Kritski, publicou o texto abaixo. Deixo claro que não os conheço pessoalmente, mas temos razoável período de convivência virtual, com considerável fluxo de trocas de idéias, convergentes e divergentes, me permitindo atestar a idoneidade e seriedade de propósitos dos mesmos.

"Memórias de algumas tendas de Umbanda do Brasil – lista simples atualizada"
http://registrosdeumbanda.wordpress.com/



Neste, através de pesquisas, análises, cruzamentos exaustivos sobre documentos e textos, Renato Guimarães pôde indicar que até o momento, a 1ª TENDA DE UMBANDA surgiu em 1908, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.

Ressalto que o mesmo não é, como muitos "classificariam", zelista (defensor ou seguidor do Sr. Zélio). Sua postura como pesquisador é a de isenção sobre as possíveis e plausíveis evidências avistadas nos documentos, relatos e pesquisas. Diga-se de passagem, qualidade das mais raras entre os que se propõe estudar sobre a história e as estórias da Umbanda. A pesquisa histórica não é "ciência" de achismos, onde 2+2 é com exatidão 5 ou 22, conforme o gosto do freguês, pois novos dados podem surgir e levar para outros entendimentos, novas leituras, além do que é preciso verificar com qual interesse quem publica ou utiliza dados históricos quer se valer para vender o seu peixe. 



Mas se está tudo certinho e atestado qual o problema? Com o texto do Renato nenhum, mas leia com atenção o texto seguinte. Destaco que até hoje, não consegui descobrir quem é o autor do mesmo, de onde tirou a base e nem quando foi publicado pela primeira vez;

"A diferença entre “Tenda” e “Terreiro”

A partir de 1904, começaram a surgir no Rio de Janeiro várias casas de Umbanda denominadas de "tendas”. O termo tenda era utilizado para designar e distinguir a forma de culto adotado. Tenda era a casa de Umbanda que era estabelecida em um sobrado, ou seja, no alto, pois era comum naquela época realizar sessões nestes lugares. Como exemplo, Tenda do Caboclo-Mirim, Tenda do Caboclo da Lua, Tenda de Ogun Megê e assim sucessivamente.

Já o termo terreiro foi adotado para designar aquelas casas que eram estabelecidas no chão. Daí serem classificadas de “Terreiro de Umbanda”. O terreiro foi muito mais difundido do que as tendas devido ao próprio espaço oferecido para culto e foi com esse tipo de associação religiosa que a Umbanda conquistou boa posição no país."



Leu com atenção? Então vamos a algumas considerações:

"A partir de 1904, começaram a surgir no Rio de Janeiro várias casas de Umbanda denominadas de "tendas”. O termo tenda era utilizado para designar e distinguir a forma de culto adotado.”.

Pede-se com ansiedade a quem publicou e a quem reproduz este texto (e não são poucos), que digam de onde tiraram a comprovação de que em 1904 já existia Umbanda de forma identificada, a ponto de existirem casas já se denominando tendas de Umbanda.

Pois se a Umbanda surge anunciada em 1908, bem como a denominação Tenda, designando as casas de Umbanda criadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, não é difícil concluir que quem PASSOU assim a se identificar era quem NÃO PRATICAVA Umbanda até ali e para fugir da perseguição policial e religiosa, assim o fez, pegando carona nas ações de organização do novo culto que se afirmava.


"O termo tenda era utilizado para designar e distinguir a forma de culto adotado. Tenda era a casa de Umbanda que era estabelecida em um sobrado, ou seja, no alto, pois era comum naquela época realizar sessões nestes lugares."

Puro achismo! Ou ainda, indica que a intenção é justificar que após o anúncio e fundação em 1908, houve uma espécie de diferenciação quase discriminatória, poderíamos entender implicitamente:

Sobrado = lugar de culto de gente branca, letrada, com posses.

Terreiro = lugar de culto de gente preta, analfabeta e pobre.

Dai...


"O terreiro foi muito mais difundido do que as tendas devido ao próprio espaço oferecido para culto e foi com esse tipo de associação religiosa que a Umbanda conquistou boa posição no país."



Nem me atrevo a supor (e citar João do Rio, autor de "As Religiões do Rio" publicado em 1904) que a cada 10 metros existiria um lugar onde um grupo se reunia para manifestação de espíritos ou Orixás (e nem por isso se denominariam Candomblé), e ao perceberem a brecha na busca de representatividade e gradativa aceitação do novo culto, se autointitularam e divulgaram que ali se praticava Umbanda. Como aliás quase não vemos mais nos dias de hoje não é mesmo?

O que justificaria também o fato de que a Umbanda "de sobrado" (de gente branca ligada ao espiritismo) não vingou e a Umbanda "de terreiro" (de gente preta ligada ao africanismo), sim.

O que o texto pretende incutir é que o simples fato de haver manifestação de espíritos identificando-se como Caboclos (ou indígenas) e Pretos Velhos (ou africanos), antes de 1908, por si só já justificaria afirmar que existia Umbanda, enquanto culto. Porém, o que não atentam ou não querem atentar, é averiguar se estes mesmos espíritos estariam afeitos à Lei de Umbanda,
anunciada com os objetivos preconizados pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. Será que foi à toa que este Caboclo disse: "espíritos de africanos e índios que NÃO ENCONTRAVAM espaço para trabalharem"?

Quem se propõe a estudar com seriedade, encontra referências em autores sérios, tais como Leal de Souza e Matta e Silva. Leal de Souza foi o primeiro a escrever sobre Umbanda, sua capacidade e lisura são incontestáveis. Foi ele quem primeiro citou o Sr. Caboclo Curugussu como o precursor ( o que vai adiante, anuncia a chegada) da Linha Branca (de Umbanda), trabalhando até o advento do Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas. Matta e Silva em seu livro 'Umbanda e o Poder da Mediunidade", pags. 13 até 18, Editora Freitas Bastos, 3ª edição, 1987, traz alguns subsídios, citando outras possíveis entidades pelos quais, já diziam seus médiuns, atuar na "linha de Santo de Umbanda". 


Continua...  

Cuidado com o que você ouve! E repete sobre Umbanda - parte 2

Continuação...


O detalhe é o cuidado com que Matta e Silva utiliza os termos pioneiros, vanguardeiros, pontas de lança para os espíritos que receberam a missão de irem lançando as primeiras sementes da Umbanda, preparando a chegada e o advento daquele que iria fazer frutificar a mesma como Lei.

"daquele movimento inicial
preparado pelo Caboclo Curuguçu e assumido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, inegavelmente o primeiro marco oficial do surgimento da Umbanda" pag. 15

Fazia ali no livro, o registro dos semi-anônimos vanguardeiros, 09 entidades, já que nenhum outro o fizera antes. E concordo que contribuíram para firmar as raízes dessa mesma Umbanda, porém como dissemos em texto anterior, tal conduta é via de regra, a postura dos que pagam o preço pela obediência a um Poder Maior e sabem, igualmente, que plantam sementes as quais não irão assentar sob a sombra e tampouco saborear os frutos.

Os livros humanos podem até não registra-los e em todos os tempos encontraremos àqueles que serviram, tal como vozes pregando no deserto, anunciando os ventos da mudança aos ouvidos e corações sedentos. Não duvido que Matta e Silva, estudante espiritual consciencioso que era, desconhecesse tal realidade. Não é por que se tem o nome estampado nas manchetes do mundo (ou não), que a Ética Maior está desatenta.

Ter sido o anunciador e codificador da Umbanda, não foi a meu ver, nenhum privilégio dado ao Caboclo das Sete Encruzilhadas, antes mesmo, testemunho sacrificial de abnegação, extensiva ao seu médium. Lição aliás, que muitos umbandistas se recusam a compreender, trocando as Luzes do Alto pelas luzes dos flashes.

Mais esta: "Como exemplo, Tenda do Caboclo-Mirim, Tenda do Caboclo da Lua, Tenda de Ogun Megê e assim sucessivamente."

Qualquer umbandista minimamente sério, ao pesquisar, descobre que a Tenda Mirim foi fundada em 1924, e não em 1904. Não podendo ser usada nem como exemplo do que citei no início, salvo se trocarem o 2 pelo 0. As outras duas tendas não se sabe de onde foi tirada comprovação.

Ou seja, fazer tais "afirmações", como o texto faz, é brincar de pesquisar dados históricos e apresenta-los como se fossem verdades. Possivelmente para justificar as próprias práticas, provavelmente, tão enxertadas se encontram, ou ainda, tão distantes dos objetivos anunciados em 1908, que é preferível seguir pelo caminho malicioso de que já existia Umbanda como culto antes (potencial, não divulgado ou embutido) e que o Caboclo e seu médium, apenas tomaram emprestado, pois "descontentes da seara espírita" que não lhes deu guarida.

O que deixa mais aberto o leque, pois se já existia Umbanda, considerando que a manifestação de espíritos de índios e africanos indica ou justifica, ficam como válidas as teses da África, Índia, Atlântida, América, Egito, ou outras quaisquer como origem.

Puxando cada um, conforme sua preferência, aquilo que quiser incutir na sua prática de Umbanda, o que melhor lhe convier não é mesmo?

Existe no entanto uma constatação mais aterradora, os mesmos que leem o texto e o aplaudem são os que ao mesmo tempo aplaudem e evocam as figuras do Sr. Zélio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas como fundadores da Umbanda, homenageando a cada ano de existência desta, e se fazem homenagens a cada 15 de novembro, vale perguntar, estão comemorando o quê, se aplaudem o texto apontando caminho contrário?

Será que é pelo batuque, gritar uhú, holofotes, a oportunidade de se afirmarem perante a sociedade?  



Aproveitando, já que falei em batuque, como já li e ouvi afirmarem que o Sr. Zélio não utilizava atabaques por conta de uma possível labirinte, ouçam de sua própria voz o por que;

Zélio de Moraes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas e o uso de atabaques na Umbanda.
http://registrosdeumbanda.wordpress.com/2010/05/10/zelio-de-moraes-o-caboclo-das-sete-encruzilhadas-e-o-uso-de-atabaques-na-umbanda/

Reforçando, pois é possível que os muitos anos de batuque (muitas vezes "tocado" com sofrimento, próprio e alheio) impeçam uma boa audição:

“-(…) o chefe acha que espiritismo não é pra perder tempo, que o espírito baixa, é pra fazer caridade, ou pra ensinar, o chefe não sai daí, ou pra ensinar, ou pra fazer caridade…

-”Bater tambor para fazer bonito, escutar e todo mundo…não é pra nossa Umbanda, espírito não perde tempo, quando baixa é pra fazer caridade, o Chefe não aceita e eu não saio fora do Chefe...”  



Não sei se é o caso recomendar um bom chá de se mancol ou algum psiquiatra, pois em minha ignorância, tal atitude ainda hoje tão em moda no meio, crer numa coisa e aplaudir outra, me parece indicativo de esquizofrenia:

"A Esquizofrenia é uma doença da personalidade total que afeta a zona central do eu e altera toda estrutura vivencial. Culturalmente o esquizofrênico representa o estereotipo do "louco", um indivíduo que produz grande estranheza social devido ao seu desprezo para com a realidade reconhecida. Agindo como alguém que rompeu as amarras da concordância cultural, o esquizofrênico menospreza a razão e perde a liberdade de escapar às suas fantasias."

http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=328&sec=31

Por sinal, o menosprezo do uso da razão e a relutância em escapar as fantasias parece ter se tornado fundamento para muitos umbandistas.

Parabéns aos que tanto fazem pelo retorno repaginado da antiga macumba!

Paz e Luz! 

domingo, 11 de julho de 2010

A hipocrisia de cada dia...


Poder aumenta hipocrisia dentro das empresas, diz estudo

Pesquisa revela que pessoas em altos cargos corporativos tendem a não seguir aquilo que pregam


http://portalexame.abril.com.br/gestao/noticias/poder-aumenta-hipocrisia-dentro-empresas-diz-estudo-570913.html

Poderosos se permitem quebrar regras devido ao peso do cargo e à sensação de impunidade

"São Paulo - Além de corromper, o poder também aumenta a hipocrisia. É o que aponta uma pesquisa da Tilburg University, nos Estados Unidos. O trabalho, publicado no periódico Psychological Science, pretendia descobrir se o poder está diretamente ligado à falsidade e ao jogo-duplo por parte de presidentes de empresas. O resultado não foi animador.


Os estudiosos concluíram que autoridade e influência estão realmente relacionados à hipocrisia, na qual os poderosos se encaixam no clichê "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço" para com seus liderados.


O experimento envolveu mais de 300 pessoas de diferentes níveis dentro das organizações. Os participantes foram submetidos a diferentes tipos de dilemas morais, como, por exemplo, a validade de burlar as leis de trânsito quando se está atrasado.

Dois pesos


Os executivos que tinham um cargo mais alto tendiam a avaliar as transgressões de subalternos de forma muito dura, mas consideravam que essas regras eram mais maleáveis consigo mesmos. Eles também condenavam severamente quem praticava traições, mas eles próprios também assumiram trair.


Assim, os estudiosos perceberam que, quanto maior o cargo, mais os participantes se sentiam no direito de quebrar as regras, principalmente pela sensação de que seu posto assim permitia e pela garantia de impunidade. Mas, de acordo com os pesquisadores,  esse caminho tem volta.


Nos casos em que o líder não se sente mais merecedor ou capaz de preencher a posição que ocupa, a tendência é que ele se iguale aos outros níveis e se autoavalie de forma parecida. 


E os pesquisadores alertam: se o líder não tem essa consciência, seus subordinados podem colocar sua reputação em risco, com fofocas e desrespeito, ao expor suas falhas de caráter."


Puxa! Foi difícil não colorir o texto inteiro! Especialmente se abrirmos o leque para quaisquer outras situações e instituições onde a síndrome do pequeno poder, traduzindo: eu sou o poder que o cargo que ocupo me confere, faz a cabeça de muitos.

Existe um velho ditado:"Se quiser conhecer uma pessoa de verdade, dê poder a ela", esta frase tem na verdade como autor aquele que foi 16º Presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln e seu teor correto é seguinte: "Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.".


E é aí que se descobrirá o quanto realmente o que é apregoado ou mesmo exibido como valores interiores resiste realmente aos meandros das tentações, o correto mesmo seria dizer “testações”, melhor ainda, aferições.

Quem teve oportunidade de assistir aos filmes "O tesouro de Sierra Madre", "O Senhor do Anéis", por exemplo, tem uma noção sobre o quanto é sedutor o canto das sereias do mundo. Aliás, não é este o eterno paradoxo, o humano e o espiritual, o passageiro e o perene, que preenche e o que não sacia, o conflito entre o que é real e o que é ilusório?


Basta uma olhadela nos relatos dos grandes espíritos que passaram pelo planetinha azul e testemunharam, ou seja, disseram sobre o que conheciam sobre um Poder Maior e suas Leis.

Ora, sem forçar a mão, não foram também testados com o poder que lhes foi conferido enquanto encarnados?

Quantas e quantas vezes, por exemplo, Jesus não enfatizou que o que fazia não era para sua glória, mas daquele que o enviou? Ou ainda, que a mensagem não era dele, mas sim do Pai? Não à toa atribui-se ao Divino Mestre a designação, O Médium Supremo.

Será que a mesma sacada acontece entre as fileiras umbandistas? Isto se o animismo permitir...

Como diz o Caboclo das Sete Encruzilhadas, o fato de Jesus ter nascido numa manjedoura, num simples estábulo e não na casa de um potentado tem enorme significado. E Sidarta Gautama, que nasceu príncipe, cercado de todo conforto e prazer e abandonou tudo para seguir a voz que o chamava do mais profundo? E Francisco de Assis ? Não foi assim com tantos outros?

Tantos mensageiros, tantos testemunhos, o quanto estamos dispostos a ouvir e aplicar em nós mesmos, pois há quem acredite estar designado de uma grande missão de salvamento do mundo, das pessoas, de uma comunidade? Não sacou que a "salvação" é de cada um pelo que cada um deixou de transcender? 


Que o trabalho no mundo precisa estar isento de personalismos, conchavos, floreios e interesses inconfessáveis (ao mundo)?

Relembrando Tagore: "onde o coração não teme e cabeça fica erguida" 

Mãos no mundo, Consciência no Alto.

 




PAZ E LUZ!


sábado, 10 de julho de 2010

Indignação dói!

O texto abaixo, de autoria de Cleide Canton, com citação de trecho de um discurso proferido por Ruy Barbosa, diz muito, sobre como me sinto muitas e muitas vezes.

Diz sobre o que já ouvi e ouço, li e leio, vi e vejo, senti e ainda sinto de esperança e desilusão.

Diz muito também como me sinto das tantas vezes que traí meus sonhos, valores e coerência interior, por medo ou covardia, por enganar-me acreditando que compreendia e o não ter sido compreendido podia ter sido simples falta de uma melhor comunicação, ter dito não quando não era a resposta e sim quando era sim.


Enquanto cidadão e umbandista.

Aos que estão atentos, cada dia é um novo dia...


Sinto vergonha de mim

Sinto vergonha de mim
por ter sido educadora de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!


"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem- se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto"
Trecho de discurso de Ruy Barbosa










sexta-feira, 9 de julho de 2010

Preçes aos umbandistas que escolhem servir!


Tagore, três poemas, um só desejo...

Umbanda, em sua bandeira, três estrelas-guias: HUMILDADE, AMOR E CARIDADE.

Sigamos confiantes!



*************************************************************************************

Senhor, esta é súplica que eu dirijo a ti:
fere, fere a raiz da miséria no meu coração.

Dá-me forças para suportar alegremente as
minhas alegrias e tristezas.

Dá-me forças para que o meu amor frutifique
em serviço.

Dá-me forças para que eu nunca despreze o pobre,
nem dobre os meus joelhos
diante do poder insolente.

Dá-me forças para elevar minha mente
muito acima da pequenez do dia-a-dia.

E, finalmente, dá-me forças para entregar
com amor a minha força à Tua Vontade

*************************************************************************************

Que eu nunca peça ficar livre dos perigos,
mas coragem para enfrentá-los.


Que eu nunca mendigue paz para a minha dor,

mas coração forte para dominá-la.


Que eu não procure aliados na batalha da vida,

mas a minha própria força.


Que eu não anseie medrosamente pela salvação,

mas esperança e paciência
para conquistar a minha liberdade.

Senhor, garante que eu não tão covarde para sentir
a tua misericórdia
apenas no meu triunfo.


Permite-me encontrar teu aperto de mão
no meio do meu fracasso!

*************************************************************************************

Pai, permite que onde o coração
não teme
e a cabeça fica erguida;

onde o conhecimento é livre;


onde o mundo não foi estilhaçado em
pedacinhos
pelas paredes domésticas;

onde as palavras brotam da verdade profunda;


onde a luta incansável estende os braços
para a perfeição;


onde a clara torrente da razão não se perdeu
no deserto arenoso
e monótono da rotina morta;

onde a mente é conduzida por ti em direção
a pensamentos e ações
abrangentes.

Permite, meu Pai, que a minha pátria desperte
dentro desse céu de liberdade.

*************************************************************************************

Rabindranath Tagore - O Sol da índia

Rabindranath Tagore, ou Rabíndranáth Thákhur. Poeta, contista, dramaturgo e crítico de arte hindu; nascido em Calcutá.

Seu pensamento abriu novos caminhos para a interpretação do misticismo, procurando atualizar as antigas doutrinas religiosas nacionais; recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1913; principais obras poéticas : O Jardineiro, O Carteiro do Rei, e Pássaros Perdidos.

Tagore nasceu no dia 7 de Maio de 1861 em Calcutá. Ele foi o maior poeta moderno da Índia e o gênio mais criativo da renascença indiana.

Além de poesia, Tagore escreveu canções (letras e melodias), contos, novelas, peças de teatro (em prosa e verso), ensaios sobre diversos temas incluindo críticas literárias, textos polêmicos, narrativas de viagens, memórias e histórias infantis. Grande parte de sua obra está escrita em Bengali. Gitanjali (1912), uma tradução e interpretação de uma obra poética em Bengali do original Gitanjali de 1910 fez com que Tagore ganhasse o Prêmio Nobel de Literatura em 1913.

Colaborou em revistas americanas, tendo obras publicadas em francês, inglês e espanhol. Realizou conferências no Uruguai, Argentina, França, Estados Unidos. Recebeu o título de "Doutor Honoris Causa e Membro Honoris Causa" de universidades e associações do Brasil e outros países, e de Oficial da Legião de Honra da França e da Ordem do Leão Branco da Tcheco-Eslováquia.

Tagore morreu em 7 de agosto de 1941 na casa onde nasceu, em Calcutá.

Músico, poeta, contista, teatrólogo e filósofo, publicou muitas obras de cunho místico e profundamente humano. Filho de uma família de reformadores religiosos e sociais, que a todo custo procurou libertar a Índia dos preconceitos milenares que esmagavam o povo.

Tagore é uma ocidentalização do nome que em sânscrito quer dizer "homem nobre", "senhor". Em casa era chamado de Rabi que no idioma dos seus quer dizer "o Sol".

PAZ E LUZ!