sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Quantos caminhos a vida nos dá!

Hoje, neste momento em que escrevo, há grande emoção em meu peito, tanta que já pus os joelhos ao chão, acendi um vela no pequenino altar que possuo e orei, orei ao Querido Amigo e Mestre Jesus, orei aos Amigos Espirituais que me assistem e conduzem desde há muito e conhecem, sofreram, batalharam e nunca desistiram de mim.

Orei pedindo que me fortaleçam na Fé e na Luz, que eu me mantenha firme no caminho da Umbanda, carregando o que aprendi como norte de minhas ações, pensamentos e sentimentos. Sabendo respeitar e valorizar todo o aprendizado, carinho e amor fraternal que muitas vezes não fui merecedor, mas recebi dos Amigos e Irmãos de caminhada do Grupo de Oração do Sagrado Coração de Jesus e Tenda Espirita de Umbanda Caboclo Rompe Mato.

Se sou o que sou hoje, gente e não bicho, buscando ser mais paciencioso, humilde, confiante, obediente, educado, gentil, é por causa deles, em grande parte pelo Amor e Fé deles, Irmãos encarnados e desencarnados.

Estou de partida da cidade onde nasci e vivi mais de quarenta anos, sigo rumo a uma nova cidade onde tudo será novidade para mim e isto me causa grande expectativa, ansiedade, angústia e medo, são parte do pacote não é mesmo? 

Enquanto escrevia para uma amiga me despedindo, lembrei-me de um pequeno texto do Osho e esta lembrança me fez ter lágrimas nos olhos, e também um outro olhar para a nova jornada que me aguarda.

Onde quer que eu vá que a Tua Luz Umbanda, Senhora do Véus me ilumine, proteja, conduza, corrija e salve das trevas, especialmente da interiores.

O RIO E O OCEANO

Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme

de medo.
Olha para trás, para toda a jornada,os cumes, as montanhas,
o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos
povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar
nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira. 
O rio não pode voltar.
Ninguém pode voltar.
Voltar é impossível na existência. 
Você pode apenas ir em frente.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano é que o medo
desaparece.
Porque apenas então o rio saberá que não se trata de
desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.
Por um lado é desaparecimento e por outro lado é
renascimento.
Assim somos nós.
Só podemos ir em frente e arriscar.
Coragem !! 
Avance firme e torne-se Oceano!!!

Osho



Paz e Luz!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Repercutindo iniciativas positivas...

Conversando com alguns amigos sobre assuntos relativos ao pequeno universo da comunidade umbandista, resvalamos no quesito mazelas que ocorrem, ainda, neste vasto cipoal da assim chamada diversidade religiosa, e de como a partir desta no que muitos chamam de tradição, alguns comportamentos são mantidos, digamos por preguiça mesmo em se perguntar; Podemos fazer diferente?.

Se algo aprendemos na caminhada é que conforme nos ensina o Evangelho; "Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração. "Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz.Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!" Mateus, 21-23, ou seja, ainda que ajam muitos fatos, boatos e notícias negativas sobre a comunidade, há iniciativas de formiguinhas que procuram sinalizar mudanças de paradigmas e atitudes, que mais do que convencer aos outros externamente, indicam mudanças dentro de si próprios e creio como imagino que assim creem, motive mudanças naqueles que se identificarem com a proposta.

Se bem que há uma outra verdade que se aprende na caminhada, lição só é lição para quem está disposto a aprender, ou seja, enxergar-se e modificar o que lhe impede de crescer por medo e comodismo de que possa vir a sofrer no processo de mudança...

Eis algumas iniciativas que valem ser repercutidas, na esperança possam motivar outras e outras mais;

Dia Mundial do Meio Ambiente é marcado por ações de umbandistas

http://www.mudaumbanda.com.br/imprensa/noticias/1277-dia-mundial-do-meio-ambiente-e-marcado-por-acoes-de-umbandistas

Trecho:"A estratégia faz parte campanha “Sou religioso e respeito o meio ambiente”, que foi lançada em março com o apoio do Fórum Dom Hélder Câmara – Fé e Diálogo, da Igreja Católica."

"- Se cuidar da nossa casa, o planeta Terra, é dever de cada cidadão, mais ainda é para nós religiosos, que sabemos que nosso planeta é presente de Deus. Nós do MUDA entendemos que o tempo é curto e que precisamos mudar nossos hábitos urgentemente - afirmou a vice-presidente do MUDA e dirigente espiritual da Casa de Cláudia, Marilena Mattos."

Mais de 50 voluntários umbandistas participam do mutirão de limpeza da cachoeira de Muriqui

http://www.caxiasdigital.com.br/blog/mais-de-50-voluntarios-umbandistas-participam-do-mutirao-de-limpeza-da-cachoeira-de-muriqui/

Campanha ecológica começa por Bauru

http://www.jcnet.com.br/detalhe_politica.php?codigo=215782

Trecho:"A campanha envolverá palestras, vídeos e material gráfico informativo que será distribuído aos dirigentes espirituais para que estes repassem para os frequentadores de suas casas. Além disso, contarão também com divulgação nos canais de mídia, como televisão, rádios, jornais e Internet. Parcerias com ONGs envolvidas com a preservação do meio ambiente também estão sendo articuladas."  Babalorixá Ricardo Barreira, presidente da Federação Estadual de Umbanda e Candomblé Reino de Oxalá

Aproveito para finalizar com duas frases do Cláudio Zeus, e que confesso poderiam estar estampadas numa camiseta, apesar que, só poderia ser usada por quem faz da coerência entre o discurso e a prática sua viga central;

"Cada um, por seus comportamentos, define e identifica, exatamente a que tipo de Umbanda, ou qualquer outra religião e filosofia está ligado (a) e onde busca seus ensinamentos!" 

"Se queremos a Umbanda RESPEITADA, temos antes que torná-la RESPEITÁVEL." 

Paz e Luz!



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Puxada, ou quando a corda não precisa carregar caçamba extra - II


O real "médium de puxada / transporte", quando bem treinado para tal, ainda terá uma grande vantagem sobre os demais - ele sempre saberá, muito mais facilmente, mesmo antes da incorporação ou aproximação excessiva, se o(s) espírito(s) em um determinado ambiente pode(m) ser enquadrados na categoria de "positivos" ou "negativos", bons ou maus, porque ele terá aprendido a diferenciá-los nas sensações que lhes passam suas energias por prática.

Isto, de certa forma, evitará que seja, num futuro, enganado por algum pseudo iluminado que, mesmo tentando se parecer com um pelos "papos eruditos" ou palavras ensaiadas, ainda trará em sua aura as energias reais que o acompanham, estas sim, marcas registradas de sua real condição.

Mais um detalhe; Um trabalho de puxada verdadeiro quase NUNCA pode ser efetuado através da pessoa que está atuada negativamente a não ser em casos de possessão ou quase isto, ocasião em que fica muito difícil tirar-se a entidade "colada" no médium para um outro médium ponte.

Fora isto, ainda que o obsessor "baixe" na pessoa diretamente afetada, ele tem que ser levado para um outro médium que não tenha, de preferência, qualquer vínculo (sentimental ou emocional) com o "afetado".
Mas se ficou confuso ou complexo, tentemos de outra maneira; Imagine um copo com água e azeite e compreenda: 

- o copo como seu corpo físico;
- a água como as energias que componham suas defesas espirituais (normalmente as energias que nos acompanham);
- e o azeite a energia que o "invasor" traz consigo.

Tentando-se fazer penetrar o azeite na água (entenda isto como se forçando integrar as energias do "invasor" às suas) em princípio é meio difícil. Agitando o copo, no entanto ou misturando tudo, vemos que pelo menos parcialmente o azeite se mistura na água e suja o copo também.

Dependendo do quanto este azeite "entre na água" (o que vai ser temporário da mesma maneira que temporária é a passagem do invasor) mais bolinhas de azeite poderão ser notadas.

Se após algum tempo conseguimos retirar a massa maior do azeite que fica por cima (a energia do invasor), pode ter certeza de que ainda veremos algumas mínimas bolinhas de azeite dispersadas na água (considere isto como as energias XEPA, sobras) e, dependendo da quantidade dessas bolinhas, a água, até que todas sejam retiradas, estará "poluída" pelo azeite bem assim como o próprio copo - seu corpo material, neste caso, que, por não estar acostumado com o azeite (a XEPA ENERGÉTICA) poderá sofrer de diversas maneiras apresentando REAÇÕES diversas à presença desta energia deletéria.

A VOLTA da entidade protetora tem exatamente este objetivo: retirar o máximo das bolinhas de azeite que ficaram de forma a deixar, tanto as energias internas, quanto o próprio corpo físico, o mais isento possível de xepas estranhas.

 Essa analogia que foi utilizada serve também para explicar, até certo ponto, sobre as interações energéticas que acontecem entre médiuns e entidades protetoras reconhecidamente suas.

Na verdade, numa aproximação por encosto, situação em que o médium fica totalmente consciente e traduz (às vezes com interpretações suas) as ideias do espírito (o que não chega a ser nem psicofonia porque neste fenômeno o médium já não controlaria toda "a fala do espírito"), as interações energéticas entre encarnado e espírito são mínimas, de forma que esta mistura referida acima praticamente não existe ou, se existir é muito "light", o que torna fácil a liberação delas, por parte do médium, às vezes até mesmo sem que seu protetor tenha que intervir.

No caso dos diversos níveis de incorporação (psicopraxia), a interação energética é clara e necessária (também em diversos graus) e, dependendo do quanto essas energias interagem, tanto o médium fica com parte das energias da entidade, quanto esta fica com as do médium ao final do "desligamento".

Isso explica o fato do médium poder se sentir tão bem após a incorporação de seus protetores levando-se em conta que, estando em sintonia vibratória com eles, suas energias também estarão, o que facilita esta troca. O que ocorre é que, de certa forma, “roubamos” energia dos protetores e eles ficam com parte das nossas, o que não deve ser tão bom pra eles.

Obs: Banho para reenergização e equilíbrio, antecipado ou não de um para descarrego, devidamente orientado pelo Protetor após a participação de uma puxada, é um recurso coadjuvante essencial. Não custa nada perguntar da necessidade não é mesmo?

Para o caso dos obsessores, esta troca energética é importantíssima porque ao trocarmos energias com eles, estaremos cedendo-lhes parte de nossas energias "equilibradas" e imantadas de nossas crenças, o que serve, de certo modo, para imantá-los com energias mais positivas do que as que os acompanham, SE estivermos realmente positivos a este ponto.

Espíritos que se sentem doentes, p.ex., têm carências energéticas sérias e certamente acabarão sugando parte de nossa energia sadia que os ajudarão a se restabelecer se orientados desta forma por aqueles que os levarão, o que não deixa de ser caridade.
Só que esta "sugada" deles, se não bem administrada (pelo lado espiritual, normalmente), pode nos deixar por exemplo, em estado de prostração posterior, o que indica mais ainda a necessidade da presença do (s) protetor (es) para que dele (s) refaçamos pelo menos parte da energia cedida (aquele roubo concedido, entende?).

Esses estados de prostração, bem assim como algumas outras reações adversas (vômitos, tonteiras, enjoos e até uma fome descabida às vezes) após certas incorporações indicam exatamente isto: O espírito saiu levando do médium uma boa parte de sua energia vital e, ou o deixou com um rombo energético ou deixou parte de sua energia "desgastada" ou conflitante com a vibratória do médium.

Percebe-se então que um trabalho de puxada, por mais que nos pareça simples quando visto pelo lado material é "um pouco" mais complexo do que se imagina, sendo o êxito total, para casos que envolvam IN-COR-PO-RA-ÇÃO, alcançado com muito trabalho do médium e dos espíritos que estejam nele envolvidos.

Paz e Luz!

Puxada, ou quando a corda não precisa carregar caçamba extra - I

Este texto nasceu da experiência trocada entre os participantes de comunidade Umbanda Sem Medo, sobre um assunto que pesquisando, pouco se encontrou discutido e aprofundado e cremos tem pertinência para o dia dia de muitos. Como mero escriba, deixo especial agradecimento para ANA, Cris, Cláudio Zeus e Fernando.


Estamos falando das famosas puxadas, que é o ato de trazer para um ou mais médiuns, cargas energéticas ou presenças espirituais deletérias dos campos áuricos das pessoas. Este tipo de médium para muitos é conhecido como médium ponte. O termo puxada também é usado para denominar quando ocorre a aproximação da entidade protetora e o Guia da Casa auxilia o médium em desenvolvimento a manifestá-la. 


Outro esclarecimento importante, muitos terreiros se apropriam de termos kardecistas para ilustrarem suas práticas, a puxada em Umbanda, também é conhecida como transporte, e o médium por sua vez denominado médium de transporte, porém sem conhecerem devidamente o que isto quer dizer. Encontramos no Livro dos Médiuns, Cap. V, Manifestações Físicas Espontâneas, O Fenômeno de Transporte, em resumo;


“Consiste no transporte espontâneo de objetos que não existem no lugar da reunião. Trata-se geralmente de flores, algumas vezes de frutos, de confeitos , de joias, etc.”


Cremos não ser preciso detalhar mais a explicação para que se configure a enorme diferenciação entre o significado original e o atribuído em Umbanda.


Uma pequena ilustração para que nos sirva de introdução a alguns posicionamentos e descrição de condutas sobre a puxada;


Reconheci que o processo de incorporação comum era mais ou menos idêntico ao da enxertia da árvore frutífera. A planta estranha revela suas características e oferece seus frutos particulares, mas a árvore enxertada não perde sua personalidade e prossegue operando em sua vitalidade própria.” Missionários da Luz, Cap. Incorporação – André Luiz

Para que a puxada tenha objetivo e finalidade correta é importante ressaltar;

1- Que exista mediunidade de fato (não seja um anímico);

2- Não tenha medo, e confie naqueles que vão ampará-lo neste trabalho, tanto na parte material como na espiritual - se não confiar, nem é bom tentar;

3- Tenha recebido treinamento adequado ou, se for iniciante, que tenha à sua volta uma corrente muito bem firmada por espíritos que tenham este tipo de treinamento;

4- Que saiba controlar moderadamente as atitudes do "puxado" para que não haja excessos. O exemplo da ilustração acima em azul é uma pista;

5- Tenha protetores de fato que tanto o prepare para a (s) puxada (s) quanto para a limpeza posterior, sempre necessária (fator imprescindível);

6- Entenda que ele é um intermediário e que está ali para permitir ou facilitar o contato do obsessor com os espíritos que vão encaminhá-lo depois e que, por isto mesmo, não pode entrar em sintonia máxima com o obsessor sob pena de dificultar a sua retirada por parte dos espíritos auxiliares em casos em que esses obsessores se tornam ou se mostram muito obstinados.

No processo de puxada, dependendo muito do treinamento do médium para isto, ele vai sentir  a aproximação; vai sentir a "entrada" da entidade até o ponto em que ele médium permitir, sem perder a consciência. Mantendo-a, mesmo que parcialmente, não poderá deixar que todas as sensações "físicas" da entidade, bem assim como os comportamentos sejam expostos em toda a sua plenitude, fato este que denotará que, mesmo parcialmente incorporado, o dono do corpo é ele - o médium - o que fará ver à entidade que "ela não é tão forte como quer parecer", nos casos em que isto se torna evidente.

Se o médium se deixar comandar totalmente é sinal de que ele é "mais fraco" que a entidade, o que por si só já transmite a ela a idéia (quase sempre correta) de que pode "mandar no pedaço" e fazer o que bem quer com este médium.

Indicação Chave: Neste tipo de processo, tudo o que o médium não pode é FICAR TENSO. Pelo contrário, deve deixar fluir por seu corpo todas as sensações que forem necessárias de uma forma que ele mesmo não acabe prendendo-as e com isto continue a senti-las após a saída do "invasor". Se sentir enjoo, não deve se ligar a ele; se sentir ânsia de vômitos não deve forçá-lo, mas se ele vier, deve deixar vir o mais naturalmente possível, sem se importar com o que os outros vão pensar porque, de outra forma, prenderá toda a energia que provoca a ânsia dentro de si dificultando o trabalho dos espíritos que o assistem de fora. De uma forma geral, num processo bem coordenado, essas sensações (e possíveis outras) PASSAM pelo médium e, se ele não as bloquear dentro de si por tensões e medos, vão embora assim como vieram.

Liberdade de comando do corpo só se dá aos espíritos seguramente amigos (Ou seja, seus Protetores de fato e direito) e nunca aos que apenas passam por nós, temporariamente, para que possam vir a ser encaminhados. Questão de segurança!

Médiuns em desenvolvimento, em sua maior parte já tendem a não deixarem QUALQUER ENTIDADE lhes tomar adequadamente (por medo mesmo, quase sempre). Se aprenderem com a prática a deixarem se tomar por Protetores e não se deixarem tomar por "invasores", já terão um bom caminho andado nesta prática.

Os médiuns mais antigos que não tiveram este tipo de treinamento inicial, costumam ter maiores dificuldades e às vezes não conseguem se livrar de todas as sensações que esses espíritos trazem consigo e passando mal, após, por conseguinte. Em casos mais problemáticos, digamos assim, não conseguem nem se livrar do próprio obsessor, de tanto que lhe deram permissão de invasão.


CONTINUA...

domingo, 4 de setembro de 2011

Umbanda - Uma verdade inconveniente

Enfim chegou o fim da sessão e após a oração de encerramento quando os agradecimentos a Jesus, Mãe Santíssima e aos Amigos Espirituais foram feitos, após o ponto pedindo a Ogum que conduzisse a todos com proteção pelos caminhos, todos se persignaram e começaram cada um ao seu modo a realizar a transição do um mundo de vibrações para outro.

Eu como de costume faço tal transição calando e ajudando ao cambones nas tarefas de organização, recolhimento e direcionamento dos materiais do terreiro, uma mão ajuda a outra e assim não pesa prá ninguém. Porém nesta última sessão, na qual nossa mãe pequena manifestando seu elemento da falange dos marinheiros realizou difícil missão, após o encerramento da parte material, enquanto organizávamos a bancada de materiais, indicou não estar muito bem, de pronto comunicamos nossa dirigente e ao seu comando formou-se uma corrente de vibrações em favor daquela nossa irmã.

Seu mal estar era provocado pela presença de irmão espiritual em desajuste, muito provavelmente advindo da tarefa executada durante a sessão. Sem pestanejar, em nossa dirigente manifestou-se seu elemento Exu, ou melhor dizendo, diante daquela situação, o mesmo veio para controlar e direcionar a mesma.

Com forte presença e comando de quem tem autoridade e competência, fez a devida limpeza em nossa mãe pequena e a condução do espírito, deixando ainda orientações gerais sobre o ocorrido.

Não houve reprimenda e nem cogitação sobre qualquer possível interpretação de fraqueza, vacilo, invigilância, omissão da médium, suas palavras foram apenas;

“Estão pensando que ser burro é fácil é?”

Após a normalização do equilíbrio, voltamos a fazer nova oração e é neste momento que entra a frase que escolhi para dar título a este texto, pois a condução daquela sessão havia sido de minha responsabilidade e enquanto ouvia a oração ser feita, eu agradecia e pedia muitas desculpas por não ter percebido, captado que ainda havia algo para ser resolvido, e assim ter prejudicado minha amiga e irmã de caminhada...

Então me dei conta de que por mais que se queira ou se pretenda, há fatores que podem realmente escapar e que talvez até mesmo seja permitido para que os que estão numa corrente mediúnica de Umbanda sejam testados quanto a sua real compreensão e profundidade no compromisso consigo próprio e com o outro a quem chama de irmão de fé.

Sejam testados no quanto compreenderam de que a linha que separa o mundo físico do mundo espiritual é por demais tênue quando através da evocação e sintonia se levanta tão delicado véu. Pois ao fazer-se isto, aos que estão capacitados, enxerga-se o lado de lá, mas os de lá também enxergam o de cá. E aos que não estão capacitados para enxergarem, as energias-valores do que vai no coração e nos pensamentos são a abertura necessária para que tal ponte aconteça.

E aí o que conta não é a posição que se ocupa num terreiro ou quantos anos de chão se tenha, ou ainda o quão bem se saiba interpretar textos daquela montanha de livros que estão guardados na biblioteca.

Não, nada disso é importante numa hora como essa!

O que conta mesmo de verdade é se o pedido de malei-me (ajuda) vem do mais verdadeiro do coração em favor do outro.  

O que conta é se nesta hora mais do que a fórmula decorada, se saiba acender o coração e as mãos para que por eles brilhe os sóis da fé inabalável, da convicção de que aquilo que se acredita é real, tão real quanto o facho de luz que envolve a irmã querida e o irmão desajustado.

O que conta é a confiança-união nos Amigos Espirituais que nos assistem e que por AMOR VERDADEIRO À JESUS E A LEI MAIOR ali estão, vibrando para que os que lhe são amados não esmoreçam.

O que conta é saber, mais que só acreditar que a Umbanda é LUZ, VERDADE, CARIDADE, FORÇA, HUMILDADE, AMOR DIVINO EM AÇÃO, e que é somente quando nos colocamos frente a ela EM ESPÍRITO E VERDADE é que conseguimos compreender e viver sua essência.

Sei que são palavras repetitivas, mas são as que consigo expressar pobremente do que sinto e vivo em cada sessão, cada gira de Umbanda. Palavras pobres para alguém que não cansa de ser tocado que em cada sessão, toda uma montanha de palavras escritas e ditas por dizer se esfumaça.

Sei que os escritos são importantes, sei que há muito conhecimento contido em alguns, mas só se tornam válidos mesmo, ou não, quando numa sessão alcançamos seu significado no correr dos sentimentos e vibrações que por nós interpenetram.

É aí que descobrimos se são luz ou só poeira.

Esta é para mim uma verdade inconveniente, mantida e sustentada por esta Escola da Vida Maior chamada Umbanda.

Umbanda é o assombroso equilíbrio da FORÇA na LEVEZA, pois tudo o que é sólido, como as nossas certezas sobre o que é Umbanda, se desmancham no ar.

Paz e Luz!