segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Grande coisa!

Tive a alegria de participar de uma gira num pequeno terreiro em dezembro e na rápida palestra feita no início pude ouvir as seguintes palavras:

"Muitas pessoas vão a um terreiro em busca de respostas e concretizações do mais variados desejos. Muitos encontram o que buscam, dependendo do chão onde pisam, encontram até mais do queriam.

Muitas vezes ainda é necessário a utilização de oferendas ou despachos para movimentação de energias e vibrações, mas é preciso dizer algo sobre o que se busca e o que se faz para alcançar seus objetivos, sabe, grande coisa se nós fizemos a maior e mais bonita, completa e perfeita oferenda aos Orixás, a esta ou aquela Linha de Trabalho.

Grande coisa se nós renovamos esta ou aquela firmeza, banho ou obrigação, grande coisa!

Grande coisa se aprendemos direitinho os pontos, como bater cabeça ou cumprimentar o Guia, grande coisa!

Se não fizermos o necessário trabalho de transformação interior, os exemplos citados antes terão sido meras formalidades,  meros rituais, ou ainda mais entristecedor, meras barganhas com a Espiritualiade. Em Umbanda se faz necessário sim a utilização destes ou daqueles elementos, mas não a torto e a direito, não como receita de bolo ou como forma de demonstrar que algo está sendo feito para que de fato acreditem que a Umbanda e seus trabalhadores tem força, luz e poder, permissão divina para atuar.

Quem se recordar do livro ou do filme Nosso Lar, puxe a passagem onde o personagem André Luiz diz que preferia encontrar um tribunal para ser julgado ao invés de se defrontar com sua própria consciência. Pois é isto meus irmãos que temos e teremos, mesmo que utilizemos dos mais variados estratagemas para burlar tal encontro, a cada dia dia nesta ou no outro lado da vida, apenas e tão somente o encarar do espelho da própria consciência.

Em especial, para quem participa de um lugar de estudos e práticas espirituais sério, correto e honesto, pouco importa o nome, terreiro, templo, igreja, ilê, o que será perguntado pela nossa própria consciência quando estivermos no outro lado da vida é:

"O que você fez com as orientações, exemplos e lições que os trabalhadores da Luz ali deixaram?"

Grande coisa o que se fez ou se deixou para fazer, materialmente e ainda que necessário, o que será pesado é o quanto de luz se iluminou nossos corações..."

A gira do dia naquela pequenina casa era de Exus e Pombas Giras, a alegria citada no começo não foi por causa especificamente desta Linha de Trabalho (não sou nem estou entre os exumaníacos / exuidolatras), mas a despeito desta, tais palavras foram comentadas por um dos Exus que se manifestaram depois, corroborando como fidedignas ao que ocorre no encontro consciencial e que sabem muito bem o peso do mesmo, estes trabalhadores.

Mudam-se as cores, as palavras, os formatos, os títulos, no entanto a Voz da Consciência mantem-se fluindo e presente onde quer que se esteja.

Bem-aventurados os que não se escondem diante deste encontro!