sábado, 27 de junho de 2020

Meus respeitos aos Senhores e as Senhoras!


Este texto é um modo de dizer o quanto respeito e aprendo, até onde me é possível, o trabalho da Falange Espiritual de Exú e Pomba Gira na Umbanda, que particularmente chamo de Senhores e Senhoras. Sou nascido e criado em chão de terreiro pois minha avó materna era Babá e tinha como Chefe da Tronqueira o Sr. Tranca Rua. Resolvi escrever sobre pois de certo modo me considero um tanto quanto atípico como umbandista já que não uso no dia a dia guia de proteção, patuá, nem fico com trejeitos ou uso expressões que aos outros me identifiquem como, e não é por vergonha, medo ou excessiva precaução (fator relevante já que a intolerância espreita), mas por convicção no que creio, vivo e respiro, eu sou feliz por pertencer e ser acolhido pela Corrente Sagra de Umbanda.

Ah sim eu gosto de enviar aos meus amigos letras, imagens e vídeos de pontos cantados que considero tenha conteúdo e sentido, como dizemos mesmo? De raiz! Tenho ojeriza às invencionices e auto-exaltações ou pior ainda, comercialização embalada de homenagem.

Em verdade sou extremamente avesso ao que vejo e leio na comunidade umbandista referente ao tema Exú e Pomba Gira e há anos me alinho aos que como o Irmão de Fé Cláudio Zeus descreveu no texto “Exumania ou Exulatria” no blog Umbanda Sem Medo, vide trecho “Parece até que conhecer-se sobre Exus é conhecer-se Umbanda! “, é exatamente o contrário quando sabe-se em muitos lugares que a iniciação mediúnica é feita firmando Exu / Pomba Gira como sinônimo de segurança para depois firmar-se Caboclo / Preto Velho, entidades originais da Umbanda.

Mas me desvio, aliás talvez seja isso mesmo que ocorre ao se refletir sobre o assunto, talvez seja isso que as entidades desta Falange Espiritual prefiram, não para se esconder, não para omitir ou enganar ou falsear, como diz no ponto belíssimo daqueles antigos “Seu Tranca Rua me cobre com a sua capa, quem tem sua capa, escapa. A sua capa é um manto da caridade, sua capa cobre tudo, só não cobre a falsidade”. Me parece que os espíritos desta Falange querem e precisam mais é trabalhar para sua evolução pois quem tem ouvidos de ouvir pode perceber nas suas falas o quanto de consciência sobre seus erros e enganos se faz presente (quem ouviu a frase “Vou descer alguns degraus para ajudar esta pessoa”, sabe do que estou falando), chega-se a quase sentir a dor que sentem enquanto nas falas de Caboclos e Pretos Velhos pode-se perceber a sublimação desta mesma dor.

Eu não consigo mais fazer orações longas com longos pedidos pois um enorme sentimento de gratidão pela vida toma conta de mim cada vez que posto em frente a vela acesa, então eu digo;

Graças a Deus! Muito obrigado! Eu respeito, saúdo, me alegro, confio, sinto, ouço e sigo meus caminhos na proteção de Exu e Pomba Gira! Deus os abençoe!”

Laroyê!