quinta-feira, 30 de outubro de 2008

OLHOS DOURADOS E CORAÇÃO ROSA - Uma prática de luz


Ainda agora, lendo alguns dos ensinamentos do Buda, lembrei-me de uma prática espiritual muito simples e que faz muito bem à pessoa. Trata-se de uma visualização praticada por vários mestres da região de Kailash (1), nos Himalaias. Aprendi isso com eles e agora repasso para vocês. Os procedimentos são bem simples. Vamos a eles:

1. Sentado em numa posição confortável, erga os pensamentos e abra o coração às vibrações da paz profunda.

2. Pense no BEM de todos os seres sencientes no universo.

3. Leve a atenção suavemente ao centro interno do peito.

4. Visualize uma luz rosa bem terna espalhando-se internamente pela caixa toráxica. Essa luz é pulsante, mas é muito pacífica e alegre.

5. Imagine o som de pequenos sinos retinindo dentro do seu peito em meio à essa luz rosada. Faça isso por uns três minutos.

6. A seguir, leve a atenção para o chacra frontal e ilumine a parte interna de sua testa com uma luz branquinha e serena. Faça isso por uns dois minutos.

7. Leve a atenção para dentro dos dois olhos e visualize que eles estão cheios de energia dourada. Pense que seus olhos são de ouro vivo e mantenha a concentração nisso por cerca de cinco minutos.

8. Ao mesmo tempo, pense na compaixão para com todos os seres sencientes.

9. Livre-se de qualquer encrenca interna nesse momento, dissolva seus dramas nessa emanação dourada dos olhos.

10. Pense que você mesmo é um Buda e que a iluminação é um estado de consciência que transcende os limitados parâmetros sensoriais do ego.

11. Não importa o que você tenha feito antes (todo mundo vacila e tem um passado com lembranças nada agradáveis). Sinta-se semelhante a um lótus e floresça em uma onda de sentimentos fraternos.

12. Esta prática ativa os nádis ida, pingala e sushumna (2), dissolve bloqueios energéticos e melhora bastante a concentração.

13. Podem ocorrer bocejos, lacrimejamento e arrepios durante essa prática. Essas sensações são normais e decorrentes da movimentação bioenergética pelos nádis. Além disso, estão associadas a uma verdadeira desintoxicação bioenergética do organismo. Inclusive, muitas pessoas têm essas sensações quando estão envolvidas em algum trabalho espiritual, até mesmo em uma simples leitura de um tema espiritual.

14. Conclusão: essa prática é excelente para dar um banho vibracional no corpo e na aura. Também anima e eleva o padrão consciencial da pessoa.

Para inspirá-los, repasso para vocês alguns ensinamentos do Buda:

"Ninguém pode purificar o espírito com sangue, pois, se os deuses são bons, não lhes pode ser agradável o sangue e, se são maus, não basta este para suborná-lo."

"O homem que não se esforça por aprender, envelhece como um boi: aumenta de peso, mas, não de sabedoria."

"Ninguém é sábio só porque vive em silêncio."

"De cada um tem que ser o esforço. Os Budas apenas instruem."

"O tolo que sabe que é tolo, nisso, pelo menos, é sábio. Mas o tolo que pensa que é sábio, esse é um rematado tolo."

"As pessoas são escravas porque não abandonam a idéia da personalidade."

"A verdade é eterna; não conhece nascimento nem morte; não tem começo nem fim. Que a verdade se aposse de suas almas."

"A compaixão para com todas as criaturas é a verdadeira religião."

"O exame de si mesmo é doloroso."

"É muito melhor morrer combatendo o mal do que ser vencido por ele."

"Nem através do pranto nem dos lamentos obteremos a paz da mente."

"Feliz aquele que vence o egoísmo: alcança a paz e encontra a verdade."

"O ego é o mestre do ego. Cada qual é o mestre de si mesmo e o seu refúgio. Que outro poderia ser?"

Espero que esta prática espiritual tão simples de realizar e esses ensinamentos do Buda possam iluminar o dia de hoje em seus corações.

Há uma luz maravilhosa que viaja por todas as dimensões. Ela viaja em silêncio e só os sentidos espirituais podem acessá-la adequadamente. Ela equilibra, compreende, ama e é a melhor companhia de alguém, pois nada pede, nada cobra e tudo oferece. Porém, sua comunicação é silenciosa e só poderá ser percebida na luz das chamas que queimam as tolices e desmandos do ego. Só no fogo dourado do discernimento e na luz rosa da compaixão, a grande alquimia acontece.

Então, ocorre a transmutação do vil metal do orgulho no ouro brilhante da consciência irmanada nas ondas da paz. A arrogância se cala e a consciência se vê mergulhada em uma sintonia que o mundo desconhece e que as palavras não são capazes de descrever.

Essa iluminação interna não transforma ninguém em sábio, apenas aumenta o brilho dos olhos e o amor no coração. Também não tira as pedras do caminho e nem elimina as provas necessárias ao aprendizado humano. Mas, dá um contentamento interno independentemente das flutuações das situações externas.

E o melhor disso tudo: você descobre que há um Buda sentado dentro do lótus do seu coração e que a consciência cósmica não é um lugar ou paraíso celeste, mas um estado de consciência iluminado pelas vibrações da paz profunda.

Muitas vezes, quando penso na violência que assola a humanidade há tanto tempo, lembro-me de Sidarta Gautama, o Buda. Ele foi um dos homens mais pacíficos que viveu nesse planeta. Penso nele e algo me diz internamente que devo ficar calado e pensar na paz mundial, pois as ondas passam e tudo é transitório nesse mundo sujeito à roda de samsara (3). Os braços de maya (4) são poderosos, mas há um buda sentado dentro dos corações que almejam a paz. Em silêncio, ele trabalha a favor do mundo e inspira a alma dos homens.

Paz e luz!

PS: Enquanto eu escrevia rolava no som o maravilhoso cd novo do tecladista grego new age "Yanni". O disco chama-se "If I Could Tell You". As músicas "With An Orchild" (5a. do disco é disparada a melhor desse trabalho) e "On Sacred Ground" (1a. do disco e com fortes toques orientais de flauta) são fantásticas e já podem ser consideradas as melhores da carreira desse excelente músico grego.

- Wagner D. Borges - (Admirador assumido de Jesus, Buda, Krishna, Bábaji e tantos outros caras legais que ajudam a humanidade).

São Paulo, 04 de dezembro de 2000 às 17:36h (Texto postado originalmente na lista Paz e Luz)

Notas: (1) Kailash (do sânscrito): monte sagrado situado nos Himalaias. Segundo a crença, é morada de vários Budas extrafísicos. Ver o belo livro de Paul Brunton, "Um Eremita no Himalaia"; Ed. Pensamento. Ver texto 77.
(2) Nádis (do sânscrito): condutos sutis que transportam as bioenergias pelo sistema. Os principais nádis são três e correm ao longo da coluna vertebral: ida (à esquerda), pingala (à direita) e sushumna (pelo centro).
(3) Roda de Samsara: expressão muito usada no Budismo, significando a roda compulsória reencarnatória.
(4) Maya (do sânscrito): "Ilusão".

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