quinta-feira, 24 de junho de 2010

No balanço do Jardim da Vida com Xangô Menino!

"Cuide-se bem, perigo há por toda parte
é tão delicado viver, de uma forma ou outra
é uma arte!" Guilherme Arantes

Há um avassalador fluxo cotidiano, percebido pelos que tem sua sensibilidade psíquica treinada (e por isso em constante vigilância) e aos muitos outros seres que não o fazem mas são levados a repercutirem, gerado por sentimentos, pensamentos, atos e palavras, carregados de teor vibratório em grande parte pesadamente negativos. A assim chamada por André Luiz de psicoesfera.

Isto serve para muitos justificarem os resmungos, birras, praguejamentos: é o peso das obrigações, incompreensões, desmandos, desordem social, a falta de respeito e solidariedade dos outros, ao pé esquerdo que iniciou o dia pisando descalço numa tachinha.

São tantas razões para alegar quem prefira agir assim! Inclusive a do direito de mostrar a cara amarrada, sendo por isso um sem disfarces.

No entanto, isto significa também dizer que se abriu mão do intransferível direito de escolher NÃO SE SENTIR ASSIM e deste modo sintonizar outras faixas vibratórias.

Escolher abrir um sol no peito e um sorriso no rosto, respirar fundo e trocar o ar pesado que ameaçou se instalar na cabeça, escolher não revidar a agressão sofrida, a maledicência proferida ou então desabar a tormenta, vociferando raios de acusações e ofensas e espalhando vendaval de lamentações.

Para cada escolha feita, um efeito correspondente, para cada semeadura a colheita correspondente e obrigatória.

Aqui é onde entra Xangô, para os adeptos das crenças afro e brasileira, o Orixá que simboliza a Justiça.

Xangô é o Ser Indecifrável (como aliás são os Orixás, muito além de nossa pífia razão), é a Vibração Original que coordena o que conhecemos como a Lei do Karma, o Equilibrador das Leis Divinas, o fiel da Balança que vemos nos quadros antigos de São Miguel Arcanjo, de Thot, divindade egípcia.

O ponto cantado abaixo, deixa ilustrado muito bem o que digo;

"Ele escreveu a Justiça
Quem deve paga,
Que merece recebe"

Jesus traduz o mesmo entendimento ao dizer:
"Põe-te de acordo com teu adversário sem demora, enquanto estás com ele no caminho, para que não suceda que o adversário te entregue ao juiz e o juiz, ao ministro e seja posto no cárcere. Por certo te digo que não sairás dali, até que pagues até o último ceitil" (Mateus V, 25, 26).

Por-se de acordo é pedir perdão e é perdoar, é retificar o erro cometido. Jesus nunca foi burro e nos ensina igualmente a não sermos.

Xangô, assim como Thot e o Arcanjo Miguel, ao aplicarem a Justiça Verdadeira, examina, pesa o que vai nos corações, pois é dali que nascem as aspirações, os sentimentos, as alegrias, o amor, a honestidade, a serenidade, e também as frustrações, o ressentimentos, o ódio, a raiva, a vingança, a falsidade, a inveja, (filhos e filhas do ego inferior), que serão ou não confirmados pela escolhas feitas por nós em nossa consciência e se manifestarão através dos nos nossos atos.
A mesma mão que toca um violão, acaricia, conduz e ajuda, faz a guerra, agride, humilha e violenta.

Quanto descuido em nosso sim e não não é mesmo? Não existe talvez ou tanto faz em nossa consciência.

Xangô mergulha profundamente no que vai nos corações, pouco se importando se é bela a face, a voz, os atos, as conquistas ou as derrotas de cada um, seu toque busca pesar o quanto de Fogo Divino ali habita.

Xangô, o Equilibrador, o Justo, o Regente do Karma, examina, avalia tudo o que não está revelado ao olhos humanos, sua Sabedoria busca nos registros espirituais de cada um, o que foi pensado, sentido, vibrado essencialmente para que aquilo que é devido a cada um de nós, gerado de cada um de nós, por nós mesmos seja resolvido e modificado, quando em desequilíbrio com as Leis Divinas.

Isto quem sabe pode ser compreendido como evoluir. Aproveitando ainda a lembrança do Querido Amigo Espiritual André Luiz, no livro Nosso Lar;

"
é verdadeiramente livre quem aprende a obedecer." (dito pelo espírito Lísias, cap. 45, pág. 249)

Obedecer a quê? As Leis Divinas, escritas em nossa consciência, como muito bem responderam os Espíritos à Kardec no Livro dos Espíritos.

Esta é a nossa maior e principal tarefa! Mergulhar fundo e corajosamente no cipoal de desenganos que cultivamos ao longo da estrada. Derrubar o falso pedestal de pedras onde nos colocamos para de lá, nos conclamarmos os senhores da razão.

Cuidemos pois do que vai em nossos corações, para que sejamos a cada dia, cada novo respirar instrumentos do Amor Maior.

Pois que a Justiça é necessária, mas o Amor é muito mais!. E a Justiça sem o Amor é tirania.

O machado de Xangô não é instrumento de opressão do Creador, mas sim o símbolo de que tal AMOR AMA SEM DISTINGUIR NOMES, TÍTULOS, POSIÇÃO SOCIAL, COR DE PELE, SEXO, AMA o que vai em AMOR em nossos corações.

Purificando imparcialmente com seu FOGO, tudo o que nos impede de alcançar tal AMOR!

Caô Cabecilê Xangô! Salve São João Batista!
Salve Xangô Menino!


Apresentação beneficente para o Instituto Pró Criança Cardíaca realizada dia 25/09/2008.

Tua vida não é só tua, mas também de quem te ama
Por que tu te tornas responsável por aqueles que cativas
Teus passos repercutem nos outros mesmo indiretamente
E nem mesmo o corpo que vestes no momento é teu.
O que te pertence realmente são tuas escolhas, teus atos e tua vontade,
E as repercussões disso em tua jornada.

Tua canção não é só tua
Porque outros a escutam através de ti.
Teus pensamentos viajam longe e alcançam outras mentes
Teus sentimentos tanto podem irradiar luz como podem espetar e machucar a outros corações
Tudo depende de ti

Queres irradiar tua luz ou ferir a alguém?

O que move teus propósitos?
Se tu afetas aos outros para o bem ou para o mal é certo que os outros também te afetam
Há uma interdependência automática no universo.

Tudo é questão de sintonia.

Se te ligas aos interesses deletérios e vazios de consciência, sofrerás a repercussão psíquica de tal ligação.
Por que há inteligências sombrias interligadas nas faixas mentais negativas prontas para intrusões psíquicas nas mentes em sintonia e elas te molestarão, sem que tu mesmo saibas disso.
Contudo, se te ligas aos objetivos mais nobres e profundos, como denodo, paciência e esclarecimento, terás uma coluna de luz descendo sobre tua cabeça e um sol em teu coração.

Porque o que ligares no céu, será ligado aqui embaixo também.
E na verdade este céu é em teu coração.
Então ligue teu psiquismo aos bons propósitos.

Não procures por demandas ou desforras de algum revez

Trabalhas em ti mesmo a paciência e a compreensão
Que o teu querer seja o da luz
Que o teu bem seja a paz de espírito
Que a tua senda seja o teu sorriso
Que tu saibas dizer não para o teu ego e sim para a consciência cósmica que te aguarda no porvir

Tua canção não é só tua, nem teu corpo, nem tua vida
Lembra-te disso
E caminhas com sabedoria em tua vontade, tuas escolhas e teus atos
Por que isso é da tua conta

E tudo que semeares na senda tu mesmo colherás, porque todo efeito procura a sua causa correspondente, seja na terra ou no espaço

Tu colherás o que plantares
Portanto, esqueces de qualquer mal que te fizeram e vença tuas fraquezas

Tens um sol no teu peito e o céu é em teu coração
E não te esqueças, tudo passa
Ergue-tes das cinzas do teu ego
E levanta tua cabeça para a Luz
Há um grande Amor operando em ti, torna-te digno dele
Para que tua senda seja linda e teu labor iluminado por celestes energias

Tua vida não é só tua
Por que o Todo está em tudo
Então para frente!
Rumo à Consciência Cósmica.

Wagner Borges



Paz e Luz!

domingo, 20 de junho de 2010

Apenas um Filho de Umbanda!

Em maio último, durante um bate papo com Pai André, Sacerdote de Umbanda da Cabana Espírita das 7 Linhas de Umbanda, situada no Rio de Janeiro, fui assim chamado, Pai Edenilson.

Sei que Pai André não o fez por chacota, ironia ou sarcasmo, não é de sua conduta em nosso convívio comunitário virtual fazê-lo, fez por simples respeito, inclusive se hoje estou aqui citando seu nome e de sua Casa, é por que o mesmo me autorizou, durante nosso papo acima citado.

O fez dentro do curso das ideias que seguiam durante o ir e vir das argumentações. Mas como me doeu ao me ver assim ser designado.

Principalmente por me recordar de passagens onde tive duras lições sobre humildade, caráter e sinceridade. Estas lições me foram trazidas pelas mãos de Amigos Espirituais aos quais sirvo como médium e outros, por Amor e coerência, NÃO A MIM, não senhor!

Mas a uma Verdade muito maior e que eu precisava aprender, com mão firme, ainda assim amorosa.

Creio que o Amor verdadeiro e que se revela em tantas faces: família, companheirismo, amizade, relacionamento, religiosidade, espiritualidade não acoberta nem é conivente, muito menos covarde e dissimulado. Não estende o abraço contando ter a garantia de ser recompensado com apoio cego no dia de amanhã. Não faz vender sua consciência por querer estar do lado "certo" ou do lado que irá trazer vantagens.

Amor verdadeiro não faz rimar amizade com falsidade, hipocrisia, mentira, interesses escusos.

Em 2007 fui convidado a estar na abertura de terreiro em São Paulo (e se não cito nomes do terreiro e dirigentes é só por respeito e nada mais), e como não conheço nada da capital, nadinha de nada mesmo, ainda bem que o metrô está cheio de placas com desenhos, fui recebido por Kátia Rister e sua família, sem que eles nunca tivessem visto minha carantonha.

Recebido, acomodado, abraçado e acolhido como se fora amigo de longa data. Tempos depois é que fui saber que amizades espirituais maiores não veem distâncias...

Como não recordar da emoção quando pisei pela primeira vez na Tenda Espirita de Umbanda Cacique Águia Valente, fundada em 1964 pela Sra. Izaura Rister, na cidade de São Caetano do Sul. Como descrever o que senti ao me deparar com uma verdadeira Casa de Umbanda, não tem como...

Bem, como ia para uma abertura de um terreiro, levei é claro roupa branca e guias. Quando lá chegamos, a sessão já estava no rito de defumação e após nos acomodarmos, aguardamos a entrada para cumprimentar os dirigentes e seus Guias.

Levei um ramalhete de rosas brancas para homenagear à Casa e assim que pude fui entrega-las. Pois bem aqui é que começa a lição que recebi. Fui com aquela pretensão besta e ilusória de ser recepcionado como um.... chefe de terreiro! Mesmo não tendo me identificado assim antes em nenhuma ocasião, mas como diz a gíria, fui me achando. E achei!

Lembro-me de ter ajoelhado assim que entrei no espaço dedicado aos Guias e entreguei emocionado o ramalhete de rosas, cumprimentei cada Caboclo e fiquei meio de lado num sabe? Esperando ser convidado a manifestar o Caboclo, eeeeee... nada!

Ouvi apenas em minha mente: "Volte ao seu lugar!"

Foi o que fiz e assim que me acomodei, ouvi novamente a voz firme, forte e límpida do Caboclo que sou médium:

"Você não disse, esta semana para uma pessoa, que você é apenas mais um médium em sua Casa? Pois então, sente-se e coloque-se no seu devido lugar!"

Como dizer da vergonha que senti me abrasando o rosto, mesmo que ninguém ali tivesse ouvido ou presenciado?

Como não reconhecer cabisbaixo, a lição dura e necessária que mereci receber por conta da vaidade em receber deferência por conta de uma designação de título?

Este Caboclo sabe bem a besta ruana que precisa orientar e conduzir no caminho espiritual de Umbanda. Sua mão é firme, austera e por vezes dura. Jamais humilhante, e profundamente, amorosa.

Mesmo assim, houve uma segunda bobeira;

Em novembro de 2008, fui ao Teatro Municipal de Bauru para assistir à Umbanda Fest e logo na entrada, entre outras pessoas, encontrei Dona Maria, uma das Dirigentes do Templo Thunan, organizando a coleta de dados aos que quisessem participar do sorteio de prêmios que ocorreria durante o espetáculo. Você sabe o que é uma pessoa que é a doçura em corpo presente? Pois bem, é assim Dona Maria.

Peguei uma ficha e quando ia preenche-la, Dona Maria me disse que deveria faze-lo identificando-me como Chefe de Terreiro, educadamente recusei, dizendo que não o era. E ela com seu sorriso e olhar maternos, disse para o rapaz que recolhia as fichas, que colocasse na caixa para os mesmos. Resignei-me.

É bom deixar claro uma coisa, pois infelizmente há os que enxergam pela sua escuridão interior que em tudo o mais também seja, não estou culpando Dona Maria, não houve de sua parte má intenção. O que veio depois foi fruto de minha invigilância.

Seguia-se a festa perto do final e naquele ano, Pai Carlos Buby do Templo Guaracy se apresentaria com seus filhos e filhas, o que foi efetivamente o marco maior daquele ano. Para o número final, a interpretação do música Feiticeiro Negro, bandeira resgatada da luta contra o preconceito religioso, foram chamados aos palco, Pais e Mães de Santo (termos aportuguesados da língua africana, Babalorixá e Yalorixá), primeiro voluntariamente, depois através das fichas preenchidas. Quando meu nome foi anunciado fui.

Fui por absoluta vaidade gerada naquela época por mágoa ainda não curada. Alguns pude abraçar, outros, talvez por mágoa também sequer registraram minha presença dirigindo o olhar. Houve ainda quem registra-se por mera formalidade. Cantei a música de mãos dadas com a corrente de Sacerdotes que ali se formou.

Não ouvi nenhuma voz desta vez, não registrei a presença do Caboclo. Mas este, e desta vez os outros Amigos Espirituais também, cada um do seu modo, não demoraram para me fazer "cair na real" não pelo que fiz, mas sim pelo que motivado o fiz.

Em certo momento no palco, olhei para a plateia presente e vi Sacerdotes muito experimentados que simplesmente não se mexeram, inclusive estava eu sentado anteriormente ao chamado, ao lado de um dos mais dignos que conheço, Sr. Galhardo.

Isto foi o que me foi mostrado logo depois e como doeu, meu Deus, como doeu ter enxergado que novamente caí na vala comum da vaidade, aditivada agora com mágoa. Desde então trabalho duramente para superar esta ferida que infeccionada me roubava momentos, pensamentos, sentimentos maiores.

E é por AMOR, um Amor muito maior a dor sentida e necessária, que me libertei desta vala.

Ninguém, absolutamente ninguém é culpado ou responsável pelo que vivi e senti. Quem me conduziu ao vale escuros e tenebroso foi eu mesmo, eu sou responsável por cada escolha feita nos caminhos escolhidos.

Ao contrário, foram professores e por isso sou imensamente grato aos que me feriram, se não o fizessem quanto tempo demoraria para descobrir que "as nuvens não são de algodão, que os ventos à vezes erram a direção
, que quem ocupa o trono, quem oculta o crime, quem duvida da vida, que evita a dúvida", estes sim é que tem...

Se "títulos" eu quero receber é de, Amigo Leal ou tão somente Alguém Querido. Mas de verdade, na transparência e honestidade.


Por isso pedi ao Pai André que não me chamasse de Pai de/no Santo, pois não o sou, não recebi tal outorga, se é que um dia a Espiritualidade de Umbanda o fará. E será apenas pelas Mãos desta é que efetivamente serei, um dia, talvez, Chefe de Terreiro.


E mesmo que não o faça, eu amo cada um do Amigos Espirituais que me orientam, Amo os Amigos verdadeiros que perto ou distante são autênticos nos que sentem por mim.
Que interessa ter um milhão de "amigos" e não poder contar com nenhum a quem se confie para abrir de verdade o coração, mas de verdade mesmo, como já vi acontecer?

Não sei como e para que serve para muitos um terreiro de Umbanda, para mim, serve de cinzel que nas Mãos dos Escultores da Vida Maior, farão um dia esta pedra bruta se transformar em coisa que valha.


Até lá...

O DESPERTAR

Acordo para dormir,
mas vou acordando devagar
Sinto minha sina no que não posso temer
Aprendo no andar para onde ir

Pensamos sentindo
O que há para conhecer?
Ouço meu ser dançar de ouvido a ouvido

Acordo para dormir
e vou acordando devagar

Dos que estão perto de mim, quem é você?
Deus abençõe o chão! Hei de ali caminhar manso
E aprender no andar para onde ir

A luz envolve a Árvore, mas quem nos dirá como?
O humilde verme escala a espiral da escada

Acordo para dormir e vou acordando devagar

A Grande Natureza tem outro plano
para você e eu, aspira então o ar vivaz
E, amável, aprende no andar para onde ir

Este tremor mantém-me firme
Devia saber
o que desparece é sempre
E está perto

Acordo para dormir e vou acordando devagar
Aprendo no andar para onde ir

(peço desculpas, mas desconheço o autor)


Paz e Luz!

sábado, 19 de junho de 2010

Explicando Política às Crianças - por Rubem Alves

Porque as eleições e as "eleições" das eleições estão próximas, e os candidatos e os candidatos à candidatos também, crianças...

"Tão bonita, a idéia da democracia! Melhor não há. Os cidadãos, educados, conscientes das suas necessidades, no exercício da sua liberdade, sem compulsões, sem enganos, escolhem por meio do voto aqueles que serão os seus representantes. Na cidade, os vereadores, no estado, os deputados estaduais, no país, os deputados federais e os senadores. Nada mais transparente. Nada mais honesto.

E os representantes do povo, dominados por um único ideal: trabalhar para o bem comum. No ato de se aceitarem como representantes do povo eles deixam de lado a sua vontade, os seus interesses privados, particulares. Tornaram-se depositários da vontade do povo. Quando pensam e agem não pensam e agem de acordo com os seus interesses. Apenas uma pergunta informa o seu pensar e o seu agir: É do interesse do povo?”

É assim que eu quero. É assim que todo mundo quer. Como é linda a democracia quando escrita no papel!

O problema é que o que está escrito não é aquilo que é vivido. O poder corrompe os ideais.

Faz muitos anos escrevi uma estória para grandes e pequenos sobre o que acontece na democracia. Era sobre um bando de ratos que vivia num buraco do assoalho de uma casa. Todo mundo sabe que ratos gostam de queijo. E havia um queijo enorme, amarelo, cheiroso, sobre a mesa da sala onde estava o buraco. Os ratos, de dentro do seu buraco, olhavam o queijo e sonhavam sobre o dia em que juntos, ordenadamente, alegremente, haveriam de comer o queijo. O queijo era grande para todos. Todos comeriam o queijo fraternalmente. Nenhum rato ficaria com fome. Que sonho mais bonito! Mas por que não comiam o queijo? Por causa do gato que guardava o queijo. O gato era o obstáculo que se interpunha entre os ratos e o queijo. Eliminado o gato seria o paraíso!

É sempre assim: diante do gato todos os ratos são irmãos. E marchavam gritando palavras de ordem: Os ratos, unidos, jamais serão vencidos...”

Pois não é que um dia o gato desapareceu? Para onde foi, ninguém sabe. Os ratos não podiam acreditar! Chegara a hora de realizar o seu sonho! A participação fraterna e socialista no bem supremo, o queijo. Correram para o queijo. Os ratos mais fortes, na frente. E os ratos fracos, humildemente, atrás, como na vida...

Aí uma metamorfose aconteceu. Ao chegar ao queijo os ratos perceberam que queijos sonhados não eram iguais aos queijos reais. Os queijos sonhados são infinitos: pode-se comer deles à vontade que não acabam. Mas os queijos reais, cada mordida de um é uma mordida a menos para o outro. E à fraternidade seguiu-se a luta.

Não entre gatos e ratos, mas entre ratos e ratos. E os ratos, que até então só sabiam sorrir e viviam cantando canções de fraternidade, arreganharam os dentes afiados uns para os outros. E aí os ratos se dividiram em ratos gordos de dentes afiados e ratos magros que viviam amedrontados.

E os ratos magros, de dentro do seu buraco, olhavam para os ratos gordos, comendo o queijo.

E notaram então uma horrível transformação: os ratos gordos tinham a cara igualzinha à do gato. Porque, entre gato e rato a diferença é pouca: só uma letra..."

...

"Esses são os políticos matreiros, malandros, que vivem mudando de cor, escorregadios. Sabem tudo sobre política mas não contam pra ninguém. E são sempre reeleitos democraticamente pelo povo. Eles sabem a arte de enganar o povo. De todas as criaturas que Deus Todo Poderoso criou, o povo é a mais boba, a mais enganável. No Paraíso a Serpente estava em campanha eleitoral; era candidata. Sua fala serpentina foi preparada pelo Duda Mendonça, especialista na arte do engano. E Adão e Eva eram os eleitores, bobões, povo... Votaram sem saber no que estavam votando e deu nisso que deu.

Mas há também os cientistas políticos, gente séria em que se pode confiar, que não quer enganar ninguém. Mas eles escrevem tão complicado que somente aqueles que já sabem entendem o que eles dizem. O que eles dizem não ajuda o povo a pensar. O povo deseja pensar? O povo aprendeu, certo ou errado não interessa, que pensar não faz diferença. Então o melhor é não pensar. Pensar dá muito trabalho e não leva a nada.

Mas há uns tipos geniais que são capazes de ensinar a política não como malandragem, não como ciência, mas como literatura. É o caso de George Orwell. Um dos seus livros é o 1984.

Quando ele o escreveu o ano de 1984 estava tão longe! Orwell percebeu como ninguém que o poder é um jogo no qual a peça mais poderosa é a linguagem. É através da linguagem que o poder domina as pessoas por dentro. A paixão por um partido é um caso de perturbação psicótica da linguagem. O apaixonado alucina: toma a linguagem por realidade. O que se ama é aquilo que a linguagem marcou dentro de mim. Não se vota num candidato. Vota-se naquilo que se diz sobre ele.

As CPIs são todas arenas onde se travam batalhas da linguagem. É a linguagem que dá credibilidade ao poder. Mas Orwell escreveu também um livrinho bem pequeno, uma fábula que até as crianças entendem, Animal Farm ( em português A revolução dos bichos ) que é uma delícia de clareza, sutileza, humor e terror... É a estória dos bichos de uma fazenda, cavalos, porcos, vacas, cabritos, patos, gansos, cachorros...Cansaram-se de ser explorados pelo fazendeiro e resolveram fazer uma revolução.

Juntos, unidos, expulsaram o fazendeiro aos coices e dentadas. Estava terminada a primeira fase da revolução. Segunda fase: Era preciso que as leis fossem claras e transparentes e que expressassem a vontade de todos os animais. Para o conhecimento de todos, elas foram pintadas em letras enormes na parede de um paiol.

A primeira lei era: “Todos os bichos são iguais”
.

Terceira fase: Quem serão os líderes? Terão de ser escolhidos democraticamente. E assim foi ( não vou contar quais foram os bichos escolhidos para líderes...) .

Entretanto, depois que os líderes se assentaram no poder, coisas estranhas começaram a acontecer. Por exemplo: num belo dia, ao acordar, os animais viram que a primeira lei havia sido modificada. Estava lá escrito na parede do paiol: “ Todos os bichos são iguais. Mas alguns bichos são mais iguais que os outros...” Não vou contar o fim da parábola.

O que importa é que Orwell percebeu a armadilha do poder: depois que se dá a um grupo o poder para determinar as leis, não há formas de impedir que ele estabeleça as leis que lhe são convenientes. Os que eram antes oprimidos, de posse do poder, se transformam em opressores.

Será essa a ironia da história, que cada luta pela liberdade se transforme sempre numa nova forma de opressão?


Parece que só pode ser partido ético o partido que não está no poder. O poder cria imperativos de outra ordem.


Já se disse que as grandes idéias vêem ao mundo mansamente, como pombas. Talvez, então, se ouvirmos com atenção, escutaremos em meio ao estrépito dos impérios e nações, um discreto bater de asas, o suave acordar da vida e da esperança. Alguns dirão que tal esperança jaz numa nação; outros, num homem. Eu creio, ao contrário, que ela é despertada, revivificada, alimentada, por milhões de indivíduos solitários, cujos atos e trabalho, diariamente negam as fronteiras e as implicações mais cruas da história. Como resultado brilha por um breve momento a verdade, sempre ameaçada, de que cada e todo homem, sobre a base de seus próprios sentimentos e alegrias, constrói para todos.” ( Albert Camus. Pronuncia-se “Camí”)


(Correio Popular, Caderno C, 17/07/2005.)



sexta-feira, 18 de junho de 2010

De que é feita a Umbanda...

Trabalho pertinho de uma Faculdade na cidade onde moro. Dia desses pela manhã ao caminhar em direção ao posto bancário situado dentro do complexo da Faculdade, passei pelo belo jardim interno que fica no antigo prédio, onde estudei sem completar o curso de Direito, com suas salas de pé direito alto, portas de madeira desaprumadas, piso de tábuas e enquanto o fazia, ouvi a música suave de um melodia ao piano que saia dos alto-falantes.

Não teve como, parei para apreciar o momento, a música, a natureza, o zelo, o insustentável silêncio. Que vontade de fica sentado num dos bancos de pedra que lá existem, fecharia os olhos e me deixaria levar.

Mas não o fiz, lembrei-me das obrigações a cumprir e retornei. No entanto, ficou em mim ainda a música, o vento nas folhas, as árvores quem sabe centenárias, a beleza do momento e o silêncio... Um absurdo silêncio que fez recordar o desejo antigo de conquistar um pedaço de chão, um lugar onde possa plantar amigos, jardins de flores e ervas, pés de limão, jabuticaba, goiaba e caju, plantar um congá simples onde a expressão pé-no-chão seja mais que um simbolismo de humildade e singeleza.

E então, espiei pelo vão da porta mais secreta, ainda tímido que teimo em não atravessá-la de vez, e assim fazendo, olhos abertos, estar face a face para uma verdade que se revela cada vez mais a quem se dispõe;

A Umbanda surge, cresce, toma prumo, brota seus frutos, abre suas flores, abriga sob sua sombra e cuida, cura e toca no silêncio!

É no silêncio do nosso calar-se, fazendo morrer palavras, expectativas, discursos, rezas, análises, que a Umbanda faz ouvir sua Voz límpida, assombrosamente forte e leve Voz a pronunciar Verdades Eternas.

O silêncio do momento limite ao gesto incomensurável de Amor do Creador diante do espaço vazio, FAÇA-SE A LUZ!

O silêncio de Moisés, pés descalços diante da sarça ardente.

O silêncio de Maria, Mãe Bem-Aventurada quando o Anjo Gabriel lhe soprou aos ouvidos abertos a anunciação.

O silêncio de Jesus, olhos amorosos diante da beleza deste mundo e também diante da cegueira dos homens, Ah! quanto Amor neste silêncio!

O silêncio dos que calam suas pequenas verdades pequenas de crenças limitadas, para que a Voz do Silêncio se faça SER, Krishna, Sidarta, Lao Tsé, Babaji, Chico Xavier, Madre Tereza de Calcutá, João da Cruz, Tereza D´Avila, Agostinho de Hipona, Hermes o Trismegisto, Francisco de Assis, Zélio de Moraes, e tantos outros seres cujos nomes não estão escritos nos livros de pedra, papiro, papel ou sites.

Mas eles ouviram...

E por isso nunca mais foram os mesmos... nem poderiam ser, após tal encontro como ainda ser odre velho transportando vinho novo, pois que dos olhos o barro caiu e assim, impossível não enxergar o Todo que está em tudo em cada ser?

Tenho lido, visto e ouvido tanto sobre o quanto a Umbanda é linda, maravilhosa e transformadora. Quantas mensagens lindas, profundas e maravilhosas já não foram e estarão sendo escritas ou "psicografadas" sobre.

O Quanto é preciso anunciar isto ao mundo. Na mesma varada o incentivo ao estudo, a formação (senão o mundo não recebe) e ao agregar de conhecimentos.

Incentivo igualmente e me alinho aos que promovem o estudo entre os umbandistas. Estudar promove (ou deveria) o raciocínio, agrega cultura (ou só cola mesmo) e desentope as sinapses entre os neurônios (bem...).

Mas acúmulo de informações pretensamente aureoladas como conhecimento não são e nunca foram sabedoria (esta nasce do silêncio, por vezes de uma boa pitada de um paieiro). E todo estudante espiritual honesto e sincero, sabe que chega um momento em que é preciso ir além da letra e até mesmo do espírito da letra.

Um dos 999 nomes pelo qual este Grande Desconhecido é denominado se pronuncia como Umbanda.

Todo estudante espiritual de Umbanda, honesto e sincero, sabe que chega o momento de estar diante da sarça ardente, sem guias no pescoço, cocar, charuto, capas, pemba nas mãos, bengala, atabaques, sem ninguém por perto para aplaudir, solitário diante de um congá nú.

Chega um momento em que é preciso se abandonar nos braços do Grande Desconhecido a nos chamar no abismo para o Abraço do Silêncio.

É preciso se permitir ir ao encontro deste Abraço meu caro irmão espiritual, estudante das Leis Divinas em Umbanda, pois que fazendo isto, o que se anuncia COMO, SOBRE, DE, DA, PARA Umbanda se esfumaça no ar, pois não se pode dar aquilo que não se semeou, cultivou e desenvolveu dentro de si.

Como saber quando é a Voz da Umbanda que fala em seus filhos? Olhe nos olhos de quem fala (e em nome, sobre, de, para, da Umbanda) e veja o que não dá prá disfarçar, pois quando fala a Umbanda, as palavras não saem calculadas para agradar, seduzir ou convencer. Nem tampouco para agredir, humilhar, aviltar, vulgarizar e banalizar.

Preste atenção num Preto Velho de fato e de direito e vc compreenderá.

Ouça o que o silêncio dos gestos grita e o principal, sinta o que o coração passa, lembrando sempre das palavras de Jesus: A boca fala do que o coração está cheio!.

Preste atenção na retidão de um Caboclo de fato e de direito e vc aprenderá.

Permita-se por breve momentos silenciar-se e com o cuidado de quem recebe um presente frágil, sinta em suas mãos, seu coração, que paisagens surgem dentro de você.

Preste atenção no que não fala um Exu, obediente servidor dentro da Lei de Umbanda e vc entenderá o por que de tantas mirabolantes exaltações apologéticas que dizem ter "recebido como deles".

E após isto, deixe de lado o presente, por mais belo que esteja embrulhado, por mais emocionado que tenha sido o gesto e siga ouvindo a Voz que fala a sua consciência.

Por que meu caro irmão espiritual, a Umbanda tal e qual Voz do Silêncio fala e habita dentro de ti!

Tudo o mais que venha e seja de fora é ilusão.

Siga esta Voz e teu caminho se fará iluminado, mesmo que por vezes pareça estar no vale escuro e tenebroso da morte...

Lembre-se, a Umbanda é força e é luz, filho de Umbanda não cai, se apoia na cruz!

E a cruz não é simbolo de castigo meu irmão...

Paz e Luz!


domingo, 13 de junho de 2010

Pálido Ponto Azul... como nóis se acha!

Olá! Talvez seja a meia-idade, talvez o mode de picar o fumo que mudei, talvez seja a mania besta de ruminar, talvez seja a perda das ilusões que levam este caipira (ou este pretenso caipira, doido por arrumar um pedaço de chão pra mode de plantar e levantar um terreiro de chão de terra), que me levam a enxergar em cada manhã luminosa, como a que vivo neste momento que escrevo, que a maior de todas as ilusões é crer que aquilo que vemos é o que é o real.

Conversávamos este dias, eu e o Cláudio, sobre o que escrevem e falam de Umbanda (um dos nossos assuntos preferido, além de trocarmos receitas de phármacias sobre isto e aquilo), entre outros, e quem sabe quando nós começarmos a conversar sobre Física Espacial nós estaremos ficando mais leves, animados e esperançosos. Isto até o João Carlos aparecer e botar água no nosso chopp, com o seu dedinho fazendo: "Nananinão, não é bem assim!" rsrsrsrsrsrsrs

A perda desta ilusão, crer que aquilo que vemos é o que é real, não nos torna céticos, nem amargos e nem mesmo azedos. Talvez o certo seria dizer, não deveria muito, o que ocorre por vezes.

Mas sim lúcidos ou lucidamente poetas-buscadores (hum... acho que fui redundante), pois que estes são os que atravessam os pesados véus de barro que cobrem os olhos humanos para o que é sim, real.

Falo aqui da diferença entre o que é crença e o que é convicção...

Lembram da música do Raul Seixas, Eu nasci há 10 mil anos atrás, onde o personagem central, diz ter visto, lido, ou seja presenciado todos aqueles acontecimentos?

Pois então, não é de se perguntar, se o que estão a psicografar, atestar, descrever, publicar, é verdadeiramente nascido da convicção de ter visto, sentido, presenciado ou de mera crença: eu assim aprendi, assim faço e é assim que creio?

E qual é a diferença? Bão, logo abaixo, veja o que diz um cético sobre as "convicções" dos homens sobre sua enoooooorme importância, advindas de suas crenças.

Pálido ponto azul (Carl Sagan)




E leia também o poema de um filósofo, místico e sonhador, o Sol da índia, que por caminhos outros, diz também
sobre as "crenças" dos homens sobre sua enoooooorme importância, advindas de suas convicções.

"Assim é que a tua alegria em mim é tão completa.
Assim é que desceste ao meu encontro.
Tu, Senhor de todos os céus,
onde estaria o teu amor se eu não existisse?


Tu me tornaste herdeiro de todo esse tesouro.
No meu coração está o jogo sem fim do teu prazer, e a tua vontade
sempre vai dando forma à minha vida.

E, por isso, tu que é o Rei dos reis,
tu te revestiste de beleza para seduzir o meu coração.
E por isso o seu amor se perde a si mesmo no amor do teu amante,
e então és visto na união perfeita de dois"

Rabindranath Tagore - Gitanjali - tradução Ivo Storniolo


Depois, permita-se perguntar;

Neste pálido ponto azul, o caminho que escolhi seguir me faz conhecer o meu real valor, ou me faz crer, que sou um grão de areia muito do imprescindível?


Ah! Antes que pensem que estou depressivo, macambúzio, melancólico, desanimado, murcho, garanto que há muito não me sentia tão inspirado e feliz, tal e qual o sol que toca minha casa, o quintal e minha vida.

"
Here comes the sun, here comes the sun, and I say it's all right...
Sun, sun, sun, here it comes...
Sun, sun, sun, here it comes...
Sun, sun, sun, here it comes...
Sun, sun, sun, here it comes...
Sun, sun, sun, here it comes..."

George Harrison, The Beatles



Paz e Luz!

sábado, 12 de junho de 2010

Dia dos namorados...É amor ? ou apenas comodismo?

Tem gente que gosta de acumular coisas. Outras acumulam pessoas.

Muitas vezes, com medo de ficar só, mantemos relações já desgastadas, nas quais o prazer foi esquecido há tanto tempo que nem nos lembramos mais. Carregamos nas costas o peso do comodismo, fechando os olhos para novas oportunidades.

Quantas relações assim você mantém em sua vida, com medo do novo?

Falta de compreensão, de companheirismo, de diálogo, de respeito e de confiança são fatores que realmente podem acabar com um amor. Conforme o tempo passa, a sensação é de que tudo que já existiu está acabando. Como se os tons de uma tela perdessem as cores fortes, por acúmulo de poeira ou exposição ao sol. Pura falta de cuidado.

Ser feliz ou ter razão?

Muitos casais permanecem juntos, mas não se sentem satisfeitos. Acabam reclamando com frequência das decepções causadas por brigas, discussões e desconfianças.

Situações mal resolvidas são realmente difíceis, mas costumo dizer que nada é impossível nesta vida. Se desejarmos com o nosso coração, acabamos realizando as mudanças mais inusitadas.

Arriscar na própria transformação, é a única maneira de realmente tentar reinventar uma relação de amor.

Quando mergulhamos nas nossas fraquezas, sempre acabamos por descobrir a intransigência, orgulho, prepotência e o próprio desgaste pessoal. A falta de amor próprio, a desonestidade consigo mesmo. Quando procuramos uma válvula de escape num outro relacionamento para preencher o vazio interno, na maior parte das vezes estamos com muita vontade de ter razão e pouca vontade de ser feliz.

Se um dos envolvidos realmente decide assumir suas próprias dificuldades e elimina o hábito de apontar o outro como a causa absoluta de seus desagrados, o amor tem grande chance de reviver.

Olhe para dentro

Desista de achar que o outro é sempre culpado. Procure nas suas atitudes as mudanças necessárias, na sincera busca da relação que deseja. Você nunca vai conseguir mudar realmente o outro se não mudar a si mesmo primeiro.

O maior problema dos relacionamentos é que esquecemos o quanto amadurecemos, crescemos, mudamos com o tempo. Devemos caminhar juntos, lado a lado, conforme nosso próprio desenvolvimento. Jamais teremos os mesmos sentimentos do inicio, até porque não somos mais os mesmos. Mas podemos alimentar com carinho todas as diferentes fases de nossas vidas juntos. Transformando todos os dias em um novo recomeçar.

Permitir-se ser dependente de outra pessoa é a pior coisa que podemos fazer a nós mesmos. Se você está à espera que alguém o faça feliz, ficará interminavelmente desiludido.

Dê uma chance ao amor

A felicidade não mora no exterior, mas no seu interior. Todos dependemos unicamente de nós mesmos para nos satisfazermos. Depositar no outro esta responsabilidade é desonesto com você e com a outra pessoa também.

O sofrimento é a maneira mais segura de romper uma relação de amor, desperdiçando tempo.

Todo casal que decide se reconquistar acaba reencontrando e fortalecendo ainda mais o respeito, a admiração, a amizade e o amor.

Desista das velhas frases, reveja seus comportamentos, pensamentos e atitudes. Dê uma chance para vocês. Quando um se modifica, inevitavelmente o outro tende a mudar também. Com os dois conscientes e com vontade de investir nos anos de convivência, um novo e forte sentimento pode queimar em seus corações.

Mas se já esta cansado e acredita que não tem mais jeito, não adianta insistir. Neste caso, encha seu coração de coragem, de amor por você e pelo outro, pegue em suas mãos sua vida e seja feliz mesmo assim.

Não de acomode nunca, a vida passa rápido. Sei que não é fácil, longe disso.

Afinal reconhecer nossas fraquezas é muitas vezes dolorido. Mas vale muito a pena. Com a lição já aprendida, num próximo momento você pode se dar a oportunidade de fazer tudo diferente, mesmo que seja nesta antiga relação desgastada.

Seria bom que nós entendêssemos que todos os relacionamentos se fazem com cuidados, carinhos, respeito, amizade, atenção, abraços, transparência, elogios e muitos beijos. Devemos construir as relações sobre as qualidades.

Jamais acusar.

Sempre falar só sobre o que e como nos sentimos. Só desta maneira teremos certeza da verdade, pois só temos condições de falarmos com certeza de nós mesmos, nunca do outro.

Aquele que se preocupa em achar os erros do outro não tem tempo para o amor.

Cuidar de nossas relações é como cuidar do amor que dedicamos a nós mesmos!

Seja feliz !
Uma linda tarde a vc...
Bj
Regina

Enquanto transcrevia o texto de minha amiga Regina Papassoni, recebido ontem, véspera de uma das datas comemorativas mais bonitas, assim penso, pois o que se busca é celebrar o amor, mesmo que na expressão paixão (não, não vou filosofar sobre isso é isso e aquilo é aquilo, rsrsrs), mesmo que na expressão eros...

existe um outro lado, ah! sempre tem um outro lado não é mesmo caipira perdigueiro duma figa?

Me veio à mente, este roçado agreste de onde saem por vezes, belas bagas de trigo prá um dia se transformarem em pão e por outras, saem também arrastões de tiririca e urtigas, algumas paisagens...

Dia dos namorados para muitos será a celebração do encontro do amor, para outros será a celebração da perda de algum amor e para muitos, não tenho dúvida disso, será a celebração de não ter nem encontrado nem perdido algum amor e isto será considerado como o atestado de que esta pessoa está fadada a sina cruel de não merecer ser amada.

E assim crendo, deixam de ter a atitude fundamental para que o encontro do Amor seja um encontro entre duas afluentes que desejam formar um longo e corajoso rio em direção ao mar maior. Pois para se dar amor é preciso tê-lo ao menos potencialmente estimulado, desejado, desenvolvido EM SI E A PARTIR DE SI MESMO, senão, como desejar ao outro o que não é conhecido?

Ah o Amor! Este pássaro pousado no dedo e que a qualquer momento pode sair voando, e saiba, ele irá voar! Inútil é querer se assegurar de que isto não aconteça, prendendo-o com gaiolas (certidões, alianças, promessas, filhos, negócios, pactos, amarrações), pois que abrindo suas asas e voando, é que o Amor se fará especial para quem ama e saberá estender a mão para que seu pouso seja tranquilo e acolhedor (lições aprendidas do Mestre Rubem Alves).

Cantemos o Amor! Recitemos o Amor! Doemos o Amor! Expressemos o Amor!

Para quem seja ou não namorado, sejamos nós os enamorados do AMOR.

Mas essencialmente AMEMOS!


terça-feira, 8 de junho de 2010

Ricardo, a resposta está no vento, ouçamos!

Confesso que queria ter escrito há algum tempo sobre esta nossa "relação", que começou há alguns anos.

Quando nos "conhecemos", eu era um tanto quanto menos gente e tratava a tudo e à todos com a mesma delicadeza de um rolo compressor.

Abismado com a minha inteligência (e não foi por falta de chinelo, rsrsrsrs) ou melhor, a minha capacidade de raciosímio, aliada a uma falta de tato que eu chamava de franqueza, comecei a frequentar a internet com maior assiduidade, em especial o Orkut em meados de 2005.

Foi quando sedento de conhecer mas também demonstrar conhecimento, mais parecia uma lima nova nos debates as quais participava, mas sobre isto já falei aqui e é passado.

Tinha também aquela necessidade de não só debater (diga-se de passagem, "destroçar" quem cruza-se meu caminho e demonstra-se menor capacidade intelectiva), mas fazer algo pela Umbanda, pois me doía nos ouvidos as estórias que ouvia no meio da comunidade da cidade onde moro, e também de outros personagens pelo Brasil.

E eu até fiz... e aprendi muita coisa e também vi outras tantas e após finalmente ouvir Vozes mais sábias, escolhi cuidar do meu próprio chão.

mas voltando...

Numa destas oportunidades li um dos seus textos, e se não me falha a memória, Sincretismo Religioso, faz sentido?, que já foi usado e desusado por muitos de maneira inconsequente, rs

Travamos contato pela primeira vez, de forma direta, numa extinta comunidade dedicada aos assuntos da Umbanda Esotérica, que conhecia pela leitura dos livros de Matta e Silva (ainda hoje o tenho como meu autor predileto), e de certo ali meu queixo duro começou a amaciar.

Vi que se eu me achava inteligente, havia gente bem mais acima e com assuntos bem mais elevados. Apesar de que nem todos ali demonstrassem de fato, domínio, mas sim uma boa e falsa propaganda.

Vi, li, soube de assuntos e fofocas, fofoquei e quando a mesma se foi, mantive alguma distância do que pudesse dizer respeito aos acontecimentos.

Acontecimentos estes que tal como fantasmas rondaram por muito e algum tempo as rodas de debates da comunidades virtuais, bem com das de fofoca via msn (e este é o motivo pelo qual detesto e só agora resolvi retornar a usá-lo).


Comecei a frequentar com curiosidade e satisfação seu blog, Ouvindo as Vozes de Aruanda, rindo, me chocando, discordando, divergindo, e algumas vezes também, enfiando a carapuça até os tornozelos.

Enfim Ricardo Machado, não somos amigos, não mantemos contato por outros meios, salvo uma ou outra vez que usamos, como faço agora, o espaço de nossos blogs para mandar recados.

Mas finalmente e também após me decidir a não mais direcionar tempo de vida e energia ao assim chamado movimento umbandista com seus anúncios alvissareiros, suas "conquistas" de uma nota só, seus segura-margarida e sempre cordiais aplaudidores, eu quero lhe desejar novos e recompensadores vôos.

Que vc e os seus possam desfrutar de momentos de alegria e amor verdadeiros, de conquistas espirituais enriquecedoras.

Pois que é isto que de algum modo, mesmo na dureza das críticas, na defesa da liberdade de livre expressão, na transparência dos discursos, foi o que procurou-se fomentar;

Que a Verdade que fala as Vozes de Aruanda não seja aviltada pelo grasnar dos passageiros e pretensos imitadores que se "outorgam" seus intermediários ou com o título designativo que melhor lhes dá gosto...

O que vai ser daqui pra frente?

Vamos deixar o vento levar o que estas Vozes têm pra dizer, pois aos ouvidos abertos, o entendimento há de chegar...



Soprando No Vento

Bob Dylan

Quantas estradas precisará um homem andar
Antes que possam chamá-lo de um homem?
Quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar,
Antes que ela possa dormir na areia?
Sim e quantas vezes precisará balas de canhão voar,
Até serem para sempre abandonadas?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

Sim e quantos anos pode existir uma montanha
Antes que ela seja lavada pelo mar?
Sim e quantos anos podem algumas pessoas existir,
Até que sejam permitidas a serem livres?
Sim e quantas vezes pode um homem virar sua cabeça,
E fingir que ele simplesmente não vê?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

Sim e quantas vezes precisará um homem olhar para cima
Antes que ele possa ver o céu?
Sim e quantas orelhas precisará ter um homem,
Antes que ele possa ouvir as pessoas chorar?
Sim e quantas mortes ele causará até ele saber
Que muitas pessoas morreram?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento


Paz e Luz!

domingo, 6 de junho de 2010

Abraços e beijos na meditação... Prá VC Regina!

Oi Regina Papassoni, já sei que ao vivo é beeeeeem mais prazeroso, mais apertado e luminoso, rsrsrsrsrs.

Não ignorei teu e-mail e nem nenhum outro que recebo de ti.

Ainda estou me exercitando prá deixar de ser ermitão e logo logo estarei correndo pelas novas planícies, campos, rios e montanhas que me esperam.

E este é o um jeito que arranjei, por enquanto, prá te mandar um BEIJÃO!

Introdução a meditação - em 6 partes

Obs: Introdução a Meditação - extraído do filme "Viagem Interna" (este filme foi repassado como "o segredo 2" mas não existe este vídeo, o original foi feito na India e se chama Viagem Interna)






Obs. 2: A parte 06 está como Vida após a vida parte 6/6, no Youtube.

Necessidade da meditação

A meditação é recurso valioso para uma existência sadia e
tranquila.

Você medita?

Caso sua resposta tenha sido não, é sempre tempo de começar.

Através dela o homem adquire o conhecimento de si mesmo, penetrando
na sua realidade íntima e descobrindo recursos que nele dormem
inexplorados.

Meditar significa reunir os fragmentos da emoção num todo
harmonioso que elimina as fobias e ansiedades, liberando os
sentimentos que aprisionam o indivíduo, impossibilitando-lhe o
avanço para o progresso.

As pressões e excitações do mundo agitado e competitivo, bem como
as insatisfações e rebeldias íntimas, geram um campo de conflito
na personalidade.

Esse campo de conflito termina por enfermar o indivíduo que se sente
desajustado.

A meditação propõe a terapia de refazimento, conduzindo-o aos
valores realmente legítimos pelos quais deve lutar.

Não se faz necessária uma alienação da sociedade. Tampouco a
busca de fórmulas ou de práticas místicas ou a imposição de
novos hábitos em substituição dos anteriores.

Algumas instruções singelas são úteis para quem deseje renovar as
energias, reoxigenar as células da alma e revigorar as disposições
otimistas.

A respiração calma e profunda, em ritmo tranquilo, é fator
essencial para o exercício da meditação.

Logo após, o relaxamento dos músculos, eliminando os pontos de
tensão nos espaços físicos e mentais, mediante a expulsão da
ansiedade e da falta de confiança.

Em seguida, manter-se sereno, imóvel quanto possível, fixando a
mente em algo belo, superior e dinâmico. Algo como o ideal de
felicidade, além dos limites e das impressões objetivas.

Esse esforço torna-se uma valiosa tentativa de compreender a vida,
descobrir o significado da existência, da natureza humana e da
própria mente.

Por esse processo, há uma identificação entre a criatura e o
Criador, compreendendo-se, então, quem somos, por que e para que se
vive.

Esse momento não deve ser interrogação do intelecto. É de
silêncio.

Não se trata de fugir da realidade objetiva mas de superá-la.

Não se persegue um alvo à frente. Antes, se harmoniza o todo.

O indivíduo, na sua totalidade, medita, realiza-se, libera-se da
matéria, penetrando na faixa do mundo extrafísico.

* * *

Crie o hábito da meditação, após as fadigas.

Reserve alguns minutos ao dia para a meditação, para a paz que
renova para outras lutas.

Terminado o seu refazimento, ore e agradeça a Deus a bênção da
vida, permanecendo disposto para a conquista dos degraus de ascensão
que deve galgar com otimismo e vigor.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 16 do livro

Alegria de viver, pelo Espírito Joanna de Ângelis,

psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.



PAZ E LUZ!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Reencontrando velhos amigos!!!!

Nesta manhã luminosa e fria na cidade onde moro, ainda com minha xícara de café nas mãos, pensamentos distraídos me levaram ao reencontro com dois velhos amigos que, ingrato, "abandonei" ao longo do caminho.

Lá se vão 20 e poucos que os "abandonei"... E hoje, sem tristeza ou culpa, feliz como o Sol que entra pela janela e um bom café, retorno ao abraço deles.

Que bom! Que bom! É o sinal de que verdadeiras amizades nunca se desfazem pelo tempo e a distância...

Amigos, estou voltando para nossos velhos papos... estou voltando!

GRANDES HOMENS

- Huberto Rohden -

Quem faz jus ao título de "grande homem"?
Não sei... O homem inteligente?
Não basta ter inteligência para ser grande...
O homem poderoso?
Há também poderosos mesquinhos...
Não basta qualquer forma de religião.
Podem todos esses homens possuir muita inteligência, muito poder, e certo espírito religioso e nem por isso serem grandes homens.
Pode ser que lhes falte certo vigor e largueza, certa profundidade e plenitude, indispensáveis à verdadeira grandeza.
Podem os inteligentes, os poderosos, os virtuosos não ter a necessária liberdade de espírito...
Pode ser que as suas boas qualidades não corram com essa vasta e leve espontaneidade que caracteriza todas as coisas grandes.
Pode ser que a sua perfeição venha mesclada com um quê de acanhado e tímido, com algo de teatral e violento.

O grande homem é silenciosamente bom...
É genial, mas não exibe gênio...
É poderoso, mas não ostenta poder...
Socorre a todos, sem precipitação...
É puro, mas não vocifera contra os impuros...
Adora o que é sagrado, mas sem fanatismo...
Carrega fardos pesados, com leveza e sem gemido...
Domina, mas sem insolência... É humilde, mas sem servilismo...
Fala às grandes distâncias, mas sem gritar...
Ama, sem se oferecer...
Faz bem a todos, antes que se perceba...
O grande homem "Não quebra cana fendida, nem apaga a mecha fumegante, nem se ouve o seu clamor nas ruas..."
Rasga caminhos novos sem esmagar ninguém...
Abre largos espaços, sem arrombar portas...
Entra no coração humano, sem se saber como...
Tudo isto faz o grande homem, porque é como o sol, esse astro assaz poderoso para sustentar um sistema planetário, e assaz delicado para beijar uma pétala de flor...
Assim é, e assim age o homem verdadeiramente grande, porque é instrumento nas mãos de Deus...
Desse Deus de infinita potência e de supremo amor...
Desse Deus, cuja força governa a imensidade do cosmos - e cuja paciência tolera as fraquezas do homem...


O grande homem é, mais do que ninguém, imagem e semelhança de Deus.

(Esse excelente texto foi extraído do livro "De Alma Para Alma"; Huberto Rohden; Editora Martin Claret.)


Parabéns pela montagem Hélcio Mazzuco


Viagem

Vai abandona a morte em vida em que hoje estás
Ao lugar onde essa angustia se desfaz
E o veneno e a solidão mudam de cor
Vai indo amor

Vai recupera a paz perdida e as ilusões,
não espera vir a vida... às tuas mãos
Faz em fera a flor ferida e vai lutar
Pro amor voltar

Vai faz de um corpo de mulher estrada e sol
Te faz amante, Faz meu peito errante
Acreditar que amanheceu
Vai corpo inteiro, mergulhar no teu amor
Nesse momento vai ser teu momento
O mundo inteiro vai ser teu, teu, teu


Eu não disse que aprendi a ver quem eram os Amigos Verdadeiros e os simulacros? rsrsrsrsrs


Paz e Luz!


terça-feira, 1 de junho de 2010

A TI UMBANDA, SOMENTE A TI!




Na voz de Pai Pedro Miranda, sua benção Papai!

Pai Antônio... falando o que é Umbanda!


Todo mundo qué Umbanda, qué qué
Mas ninguém sabe o que é Umbanda

Umbanda tem fundamento,
qué qué, mas ninguém sabe o que é Umbanda

Todo mundo qué Umbanda, qué qué
Mas ninguém sabe o que é Umbanda

Ainda hoje suas palavras encontram sentido em muitos corações meu Preto Velho...


Peço licença, mas quero dedicar o ponto seguinte à todos os que silenciam seu ego para que estas verdades falem mais alto;

A UMBANDA É FORÇA MEU PAI!
A UMBANDA É LUZ!
FILHO DE UMBANDA NÃO CAI,
SE APOIA NA CRUZ.

A UMBANDA É FÉ! É AMOR! É CARIDADE!
A UMBANDA É FORÇA!
A UMBANDA É VERDADE!


"Texto extraído do Livro: Umbanda essa desconhecida de Roger Feraudy. Editora do Conhecimento, 4ª Edição, 2004.

1— A Umbanda crê em um Ser Supremo, o Deus único, criador de todas as religiões monoteístas. Os orixás são emanações da Divindade, como de todos os seres criados.

2— O propósito maior dos seres criados é a evolução, o progresso rumo à Luz Divina. Isso se efetiva pelas vidas sucessivas: a Lei da Reencarnação, o caminho do aperfeiçoamento.

3— Existe uma Lei de Justiça universal, que determina a cada um colher o fruto de suas ações, conhecida como Lei do Carma.

4— A Umbanda se rege pela Lei da Fraternidade Universal: todos os seres são irmãos por terem a mesma origem, e devemos fazer a cada um aquilo que gostaríamos que fosse feito a nós.

5— A Umbanda possui identidade própria e não se confunde com outras religiões ou cultos, embora a todos respeite fraternalmente, partilhando alguns princípios com muitos deles.

6— A Umbanda está a serviço da Lei Divina e só visa ao bem. Qualquer ação que não respeite o livre-arbítrio das criaturas, que implique em malefício ou prejuízo de alguém ou se utilize de magia negativa, NÃO É UMBANDA.

7— A Umbanda não realiza em qualquer hipótese o sacrifício ritualístico de animais nem utiliza quaisquer elementos destes ritos em oferendas, ou trabalhos.

8— A Umbanda não preconiza a colocação de despachos ou oferendas em esquinas urbanas e sua reverência às forças da natureza implica preservação e respeito a todos os ambientes naturais da Terra.

9— Todo serviço da Umbanda é de caridade, jamais cobrando ou aceitando retribuição de qualquer espécie por atendimentos, consultas ou trabalhos.

Quem cobra por serviço espiritual não é umbandista.

Um espírito amigo"

Abençoada Escola da Vida, que a tua benção toque à todos nós, os homens que creem enxergar o aqui, o ali, o acolá, o mais além, sem notarmos sequer o barro que cobre nossos olhos!

O que mais quero?

Dos meus olhos caia o barro
que impede de enxergar a vida, as pessoas, as estrelas,
o amor, o infinito, como verdadeiramente são

Não como os imagino que sejam, por mais fértil ou pobre
que alcance o espaço em branco interior
onde o lápis da ilusão os vai rabiscar.

O que mais quero?
É ir além desta angústia
de não estar vivenciando
o indescritível potencial de luz que sou
Já que que não lembro onde mesmo escondi
a lâmpada da lucidez

O que mais quero?
Que do meu peito
se dissipe a pesada e escura nuvem
que insiste em não deixar o sol que lá existe brilhar
Nuvem que eu mesmo pintei com os borrões
da dúvida, do medo e da insensatez

O que o que eu mais quero?
Desquerer e tão somente
SER
sorriso que a Fonte da Vida, projetou
ao lançar-me num jorro de alegria e prazer

Enxergar como realmente sou
e revelar que eu não sou o pedaço
pensado, imaginado, cinzelado, moldado
pelo que não fui, não sonhei, não cri, não alcançei
mas a Vida sem limites e amarras

Sem cercas, paredes, nome ou condição

Não-eu, não-eu, não-eu

Não o resultado de derrotas, desvios, enganos, escuridão e fugas

Sou sim a vida que insiste em burlar todas as regras do concreto e sólido paradigma do determinismo míope do que vem a ser o que é a vida e os seres pelo que fizeram ou deixaram de fazer.

Aliás, acaba de surgir mais um broto no que insisto chamar de "é assim o real".

Edenilson Francisco


Paz e Luz!