terça-feira, 8 de junho de 2010

Ricardo, a resposta está no vento, ouçamos!

Confesso que queria ter escrito há algum tempo sobre esta nossa "relação", que começou há alguns anos.

Quando nos "conhecemos", eu era um tanto quanto menos gente e tratava a tudo e à todos com a mesma delicadeza de um rolo compressor.

Abismado com a minha inteligência (e não foi por falta de chinelo, rsrsrsrs) ou melhor, a minha capacidade de raciosímio, aliada a uma falta de tato que eu chamava de franqueza, comecei a frequentar a internet com maior assiduidade, em especial o Orkut em meados de 2005.

Foi quando sedento de conhecer mas também demonstrar conhecimento, mais parecia uma lima nova nos debates as quais participava, mas sobre isto já falei aqui e é passado.

Tinha também aquela necessidade de não só debater (diga-se de passagem, "destroçar" quem cruza-se meu caminho e demonstra-se menor capacidade intelectiva), mas fazer algo pela Umbanda, pois me doía nos ouvidos as estórias que ouvia no meio da comunidade da cidade onde moro, e também de outros personagens pelo Brasil.

E eu até fiz... e aprendi muita coisa e também vi outras tantas e após finalmente ouvir Vozes mais sábias, escolhi cuidar do meu próprio chão.

mas voltando...

Numa destas oportunidades li um dos seus textos, e se não me falha a memória, Sincretismo Religioso, faz sentido?, que já foi usado e desusado por muitos de maneira inconsequente, rs

Travamos contato pela primeira vez, de forma direta, numa extinta comunidade dedicada aos assuntos da Umbanda Esotérica, que conhecia pela leitura dos livros de Matta e Silva (ainda hoje o tenho como meu autor predileto), e de certo ali meu queixo duro começou a amaciar.

Vi que se eu me achava inteligente, havia gente bem mais acima e com assuntos bem mais elevados. Apesar de que nem todos ali demonstrassem de fato, domínio, mas sim uma boa e falsa propaganda.

Vi, li, soube de assuntos e fofocas, fofoquei e quando a mesma se foi, mantive alguma distância do que pudesse dizer respeito aos acontecimentos.

Acontecimentos estes que tal como fantasmas rondaram por muito e algum tempo as rodas de debates da comunidades virtuais, bem com das de fofoca via msn (e este é o motivo pelo qual detesto e só agora resolvi retornar a usá-lo).


Comecei a frequentar com curiosidade e satisfação seu blog, Ouvindo as Vozes de Aruanda, rindo, me chocando, discordando, divergindo, e algumas vezes também, enfiando a carapuça até os tornozelos.

Enfim Ricardo Machado, não somos amigos, não mantemos contato por outros meios, salvo uma ou outra vez que usamos, como faço agora, o espaço de nossos blogs para mandar recados.

Mas finalmente e também após me decidir a não mais direcionar tempo de vida e energia ao assim chamado movimento umbandista com seus anúncios alvissareiros, suas "conquistas" de uma nota só, seus segura-margarida e sempre cordiais aplaudidores, eu quero lhe desejar novos e recompensadores vôos.

Que vc e os seus possam desfrutar de momentos de alegria e amor verdadeiros, de conquistas espirituais enriquecedoras.

Pois que é isto que de algum modo, mesmo na dureza das críticas, na defesa da liberdade de livre expressão, na transparência dos discursos, foi o que procurou-se fomentar;

Que a Verdade que fala as Vozes de Aruanda não seja aviltada pelo grasnar dos passageiros e pretensos imitadores que se "outorgam" seus intermediários ou com o título designativo que melhor lhes dá gosto...

O que vai ser daqui pra frente?

Vamos deixar o vento levar o que estas Vozes têm pra dizer, pois aos ouvidos abertos, o entendimento há de chegar...



Soprando No Vento

Bob Dylan

Quantas estradas precisará um homem andar
Antes que possam chamá-lo de um homem?
Quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar,
Antes que ela possa dormir na areia?
Sim e quantas vezes precisará balas de canhão voar,
Até serem para sempre abandonadas?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

Sim e quantos anos pode existir uma montanha
Antes que ela seja lavada pelo mar?
Sim e quantos anos podem algumas pessoas existir,
Até que sejam permitidas a serem livres?
Sim e quantas vezes pode um homem virar sua cabeça,
E fingir que ele simplesmente não vê?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

Sim e quantas vezes precisará um homem olhar para cima
Antes que ele possa ver o céu?
Sim e quantas orelhas precisará ter um homem,
Antes que ele possa ouvir as pessoas chorar?
Sim e quantas mortes ele causará até ele saber
Que muitas pessoas morreram?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento


Paz e Luz!

Um comentário:

Ricardo Machado disse...

Edenilson, ocupado com tantos novos e importantes assuntos, em especial com a minha "carreira" como Escotista, confesso que deixei de verificar as atualizações deste e de outros blogs que outrora acompanhava mais de perto.

Sinceramente, hoje, ao ler este texto, senti um misto de alegria, decepção, tristeza e de dever cumprido.

Alegria por sua deferença à minha pessoa, pelo texto maravilhos que escreveu e pela mensagem que deixou usando este belo video da composição de Bob Dylan.

Decepção, de mim para comigo mesmo, por não ter sido suficiente diligente para ter lido este texto antes.

Tristeza por saber que, infelizmente, poucas são as pessoas com a hombridade, caráter, tirocinio e capacidade de pensar sozinho e tirar suas próprias conclusões, como é o seu caso e de seus parceiros no blog, dentro da Umbanda. Talvez se todos pensassem e analisassem as coisas como vocês, eu teria sido poupado de muitos momentos desagradáveis no assim chamado "meio umbandista".

O sentimento de dever cumprido, fica por conta de que eu, no passado, no presente e, com certeza, no futuro, continuarei zelando por esta "Umbanda de Todos Nós", por mais que os interesses dos "poderosos da banda" possam me levar a outros 10 anos de calúnias, injúrias, difamações, e toda a sorte de ameças, trabalhos de magia e tudo mais, que os "babás do santo rebolado" tanto dirigem à mim.

Realmente, não somos amigos... mas com certeza, considero você e todos os Umbandistas realmente compromissados com a Senhora da Luz Velada como IRMÃOS.

Enfim, permita que minha vaidade aflore e tome este texto como uma homenagem ao meu trabalho e minha luta.

Manáh, Ásé e Bençãos.

Ricardo Machado
(Mestre Ubajara)