sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Puxada, ou quando a corda não precisa carregar caçamba extra - I

Este texto nasceu da experiência trocada entre os participantes de comunidade Umbanda Sem Medo, sobre um assunto que pesquisando, pouco se encontrou discutido e aprofundado e cremos tem pertinência para o dia dia de muitos. Como mero escriba, deixo especial agradecimento para ANA, Cris, Cláudio Zeus e Fernando.


Estamos falando das famosas puxadas, que é o ato de trazer para um ou mais médiuns, cargas energéticas ou presenças espirituais deletérias dos campos áuricos das pessoas. Este tipo de médium para muitos é conhecido como médium ponte. O termo puxada também é usado para denominar quando ocorre a aproximação da entidade protetora e o Guia da Casa auxilia o médium em desenvolvimento a manifestá-la. 


Outro esclarecimento importante, muitos terreiros se apropriam de termos kardecistas para ilustrarem suas práticas, a puxada em Umbanda, também é conhecida como transporte, e o médium por sua vez denominado médium de transporte, porém sem conhecerem devidamente o que isto quer dizer. Encontramos no Livro dos Médiuns, Cap. V, Manifestações Físicas Espontâneas, O Fenômeno de Transporte, em resumo;


“Consiste no transporte espontâneo de objetos que não existem no lugar da reunião. Trata-se geralmente de flores, algumas vezes de frutos, de confeitos , de joias, etc.”


Cremos não ser preciso detalhar mais a explicação para que se configure a enorme diferenciação entre o significado original e o atribuído em Umbanda.


Uma pequena ilustração para que nos sirva de introdução a alguns posicionamentos e descrição de condutas sobre a puxada;


Reconheci que o processo de incorporação comum era mais ou menos idêntico ao da enxertia da árvore frutífera. A planta estranha revela suas características e oferece seus frutos particulares, mas a árvore enxertada não perde sua personalidade e prossegue operando em sua vitalidade própria.” Missionários da Luz, Cap. Incorporação – André Luiz

Para que a puxada tenha objetivo e finalidade correta é importante ressaltar;

1- Que exista mediunidade de fato (não seja um anímico);

2- Não tenha medo, e confie naqueles que vão ampará-lo neste trabalho, tanto na parte material como na espiritual - se não confiar, nem é bom tentar;

3- Tenha recebido treinamento adequado ou, se for iniciante, que tenha à sua volta uma corrente muito bem firmada por espíritos que tenham este tipo de treinamento;

4- Que saiba controlar moderadamente as atitudes do "puxado" para que não haja excessos. O exemplo da ilustração acima em azul é uma pista;

5- Tenha protetores de fato que tanto o prepare para a (s) puxada (s) quanto para a limpeza posterior, sempre necessária (fator imprescindível);

6- Entenda que ele é um intermediário e que está ali para permitir ou facilitar o contato do obsessor com os espíritos que vão encaminhá-lo depois e que, por isto mesmo, não pode entrar em sintonia máxima com o obsessor sob pena de dificultar a sua retirada por parte dos espíritos auxiliares em casos em que esses obsessores se tornam ou se mostram muito obstinados.

No processo de puxada, dependendo muito do treinamento do médium para isto, ele vai sentir  a aproximação; vai sentir a "entrada" da entidade até o ponto em que ele médium permitir, sem perder a consciência. Mantendo-a, mesmo que parcialmente, não poderá deixar que todas as sensações "físicas" da entidade, bem assim como os comportamentos sejam expostos em toda a sua plenitude, fato este que denotará que, mesmo parcialmente incorporado, o dono do corpo é ele - o médium - o que fará ver à entidade que "ela não é tão forte como quer parecer", nos casos em que isto se torna evidente.

Se o médium se deixar comandar totalmente é sinal de que ele é "mais fraco" que a entidade, o que por si só já transmite a ela a idéia (quase sempre correta) de que pode "mandar no pedaço" e fazer o que bem quer com este médium.

Indicação Chave: Neste tipo de processo, tudo o que o médium não pode é FICAR TENSO. Pelo contrário, deve deixar fluir por seu corpo todas as sensações que forem necessárias de uma forma que ele mesmo não acabe prendendo-as e com isto continue a senti-las após a saída do "invasor". Se sentir enjoo, não deve se ligar a ele; se sentir ânsia de vômitos não deve forçá-lo, mas se ele vier, deve deixar vir o mais naturalmente possível, sem se importar com o que os outros vão pensar porque, de outra forma, prenderá toda a energia que provoca a ânsia dentro de si dificultando o trabalho dos espíritos que o assistem de fora. De uma forma geral, num processo bem coordenado, essas sensações (e possíveis outras) PASSAM pelo médium e, se ele não as bloquear dentro de si por tensões e medos, vão embora assim como vieram.

Liberdade de comando do corpo só se dá aos espíritos seguramente amigos (Ou seja, seus Protetores de fato e direito) e nunca aos que apenas passam por nós, temporariamente, para que possam vir a ser encaminhados. Questão de segurança!

Médiuns em desenvolvimento, em sua maior parte já tendem a não deixarem QUALQUER ENTIDADE lhes tomar adequadamente (por medo mesmo, quase sempre). Se aprenderem com a prática a deixarem se tomar por Protetores e não se deixarem tomar por "invasores", já terão um bom caminho andado nesta prática.

Os médiuns mais antigos que não tiveram este tipo de treinamento inicial, costumam ter maiores dificuldades e às vezes não conseguem se livrar de todas as sensações que esses espíritos trazem consigo e passando mal, após, por conseguinte. Em casos mais problemáticos, digamos assim, não conseguem nem se livrar do próprio obsessor, de tanto que lhe deram permissão de invasão.


CONTINUA...

10 comentários:

Anônimo disse...

Esse texto me ajudou a entender, em partes, o que se passou comigo. Estava num trabalho de meditação com amigos e derrepente, sem a menor vontade, comecei a chorar que nem uma criança, uma tristeza me invadiu, dei um pulo da poltrona que estava sentada e levantei o braço direito para cima e em seguida bati no peito, parecia que um índio estava comigo... fiz um giro... mais uns sinais com as mãos (estalando os dedos)e, após uns minutos vomitei muito. Me senti fraca mas tudo passou e me acalmei. Será que fiz uma puxada? Será que tive proteção do meu guia nesse trabalho?

Edenilson Francisco disse...

Olá! Não sei dizer, já que só vc sabe quão profunda foi sua experiência no trabalho de meditação, e que com tal(is) tipo(s) de energia interior e externa vc pode ter contactado.

Quando realizamos o trabalho de meditação é possível contactarmos outras energias / inteligências extrafísicas,o giz é como iremos lidar com as mesmas, não é verdade?

O que me parece é algum tipo de interação houve e através desta, pode-se dizer que uma limpeza ocorreu.

Se vc for médium, sugiro, caso já não esteja participando, a procura de uma casa de Umbanda ou Espírita séria que lhe proporcione maiores estudos e esclarecimentos.

E tomara, o que serviu em parte neste texto, se amplie.

Abraços Fraternos!

Unknown disse...

Oi boa noite !!!Estou frequentando uma cása de umbanda exotérica e ainda sou leiga em tudo so sei de uma coisa q ali me sinto bem ,me sinto leve sinto a presença de Deus no meu coração ,la eu me sinto tão bem.mas na sexta feira passada foi de esquerda eu tava sentindo mta ânsia e gosto de vômito q consegui colocar tudo pra fora por duas vezes e na hora do passe tava tudo normal sai coloquei meu sapato depois dei uma saída e resolvi voltar porque a ansia aumentou e a dona do centro me chamou aí eu caí eu me lembro de alguma coisa q eu escutava ela falar mas não conseguia levantar eu ria mto ,ficava esticada no chão sentia mto calor.Por favor me ajuda o q será q aconteceu eu tenho entidade,nao sei o significa o q ocorreu comigo ?

Edenilson Francisco disse...

Olá Silvani! Creio que você deva ter conversado com a dirigente da casa e a mesma tenha lhe oferecido alguns esclarecimentos, algumas possibilidades; a) você pode ter ingerido algo que não caiu bem, b) no contato com as vibrações atuantes na gira pode ter havido algum choque vibratório resultando no vômito, que não deixa de ser uma forma de limpeza, c) supondo que você seja médium iniciante é possível que seu campo áurico tenha absorvido alguma carga e por não ter traquejo ainda em como se livrar sem sofrer muito, digamos assim, o resultado tenha sido o já descrito, enfim sendo a casa séria tenho certeza que você recebeu ajuda e orientações para ir ampliando seus estudos. Abraços, Paz e Luz!

Alessandra Pinhoti disse...

Boa noite!
Segui o Kardecismo por muitos anos, e depois de trabalhos de P3B e COLEGIADOS, senti que precisava buscar algo alem... Depois de 15 anos de kardecismo, fui para a Umbanda. E me reconheci em minha familia. Atualmente tenho a oportunidade do aprendizado em terreiro, como cambone, e fazemos puxadas.
No terreiro tudo certo, tenho tendencia a puxadas de esquerda, e estou de fato agradecida pela oportunidade do aprendizado e do trabalho.
Ocorre que fora do terreiro as coisas estão cada dia mais dificil.
Ja tinham me dito sobre "ser um para-raio", mas foi ao colocar os pés na Umbanda que entendi o significado.
Não entendo que a mediunidade só ocorra nos horarios de trabalho em terreiros, e acredito mesmo que somos instrumentos a todo o instante, em qualquer lugar... não consigo ainda controlar as influências e radiações sobre mim. Passo mal. Um pouco menos no momento, mas quando ocorre é devastador. Muita dor de cabeça, nuca, enjoos, mal estar generalizado, calafrios...fica bem dificil.
Estou ha dois anos com uma doença auto imune, então , por vezes não sei separar e identificar o que é de fato meu, e o que não é...as dores diarias.
O que sinto é que preciso aprender a não deixar que essas energias me façam tão mal. Mas ainda não sei como faze-lo... estou buscando estudar, entender o processo, aprender a me desligar.
Um dos guias com quem trabalhei me disse que minha doação é muito grande, e que isso me deixa ainda ligada as energias...
Enfim, sei que a mediunidade é uma oportunidade... de trabalho, de aprendizado, da pratica do amor e principalmente ferramenta para nosso crescimento e resgastes...
Preciso me tornar um bom instrumento... para de fato poder contribuir da melhor forma...
Como faze-lo?
grata,
Alessandra

Edenilson Francisco disse...

Olá Alessandra!

Com a devida humildade penso que o texto postado neste blog em duas partes sobre a chamada puxada serve como um início, eu fui apenas o escriba. O seu comentário traz igualmente algumas indicações tais como estudo constante e o principal, conversar diretamente com as entidades do terreiro, adicio-ne-se com a direção do mesmo.

Sugiro que você se disponha ainda a conhecer estas fontes de estudo:

a) Blog Umbanda Sem medo, mantido por Cláudio Zeus.
b) Site do IPPB do Prof. Wagner Borges, onde há muitos textos com ótimas leituras e indicações de práticas energéticas, indico ainda a seção Rádio IPPB.
c) Apendi e aprendo ainda com a leitura da série André Luiz.
d) Sugiro ainda que conheça o trabalho de Maísa Intelisano.

Abraços Fraternos!

Unknown disse...

Minha situação é parecida com a da Alessandra, frequentei o espiritismo por 16 anos, mas ha 6 meses me encontrei na Umbanda. Sempre tenho ansia, transpiro muito e sinto tontura durante as puxadas, mesmo ficando só na firmeza de orações. A dirigente do terreiro me disse que tenho mediunidade de chão, que sou cavalo de puxada, mas não me orienta em como proceder. As vzs ela me gira com com pontos de Iansã e de Caboclo, rapidamente tenho a sensação de perda de consciência e a respiração acelera muito,então ela interrompe e eu me sinto aliviada de todo mal estar de antes.

Gostaria de saber de que forma posso me ajudar nesse aspecto.

Edenilson Francisco disse...

Olá Thais Maria! Com a devida humildade repito o que escrevi antes, o texto postado neste blog sobre o assunto puxada em duas partes traz indicações iniciais de como proceder. Sou contra o método de fazer as pessoas girarem para se soltarem ou destravar a consciência, mas reconheço que em certos casos pode ajudar.

Sugiro que você garimpe técnicas de visualização no site do IPPB, em especial nos arquivos mais antigos: http://www.ippb.org.br/multimidia/audios/falando-de-espiritualidade

Bem como ouça os programas antigos que contém muita informação bacana: http://www.ippb.org.br/resultado-das-buscas?searchword=radio%20ippb&ordering=oldest&searchphrase=all&limit=50

Esta seção também é legal:http://www.ippb.org.br/bioenergia

Mas aí você pode me perguntar, mas o que isso tem a ver com Umbanda? Respondo: tem a ver com o nosso desenvolvimento mediúnico, das nossas energias e ao assim trabalharmos estaremos colaborando com nossos Amigos Espirituais que certamente irão passo a passo nos orientando em como desenvolver tais e tais potenciais.

Dê uma olhada neste texto: http://espacoabertoestudosumbanda.blogspot.com.br/2012/07/como-se-portar-na-preparacao-para-uma.html

Enfim, é preciso estudar, ligar os pontos, verificar o que colabora ou não e buscar sempre a ajuda e condução do Alto através dos Mensageiros de Luz para que possamos avançar na tarefa mediúnica.

Abraços Fraternos!

Elliza disse...

Olá me chamo Elliza e estou procurando algum centro espirita que faca puxada pois até hoje não vi ninguém fazer e ervas e banhos não estão resolvendo se alguém souber de algum lugar por favor me avisem desde ja agradeço e parabéns pela explicação e pelo blog assunto sério para quem entende obrigado

Edenilson Francisco disse...

Olá Eliza! Sugiro que conheça o Terreiro Espírita de Umbanda do Cabloco do Sol e da Lua, esta Casa possui página no facebook, certamente você será atendida e orientada com atenção, conhecimento e firmeza.

Paz e Luz!