quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Eleições 2012, um recado aos umbandistas!


Pedindo licença ao artista Charles Chaplin, tomo a liberdade de trocar algumas palavras e algumas observações, para deixar um recado aos umbandistas, referente a eleições que se aproximam.  E peço sincero ao leitor, não me julgo ou pretendo ser algum iluminado, acima do bem e do mal, mas fervorosamente um espírito em busca sim de mais luz.


"Muitos combatem a tirania apenas para que possam estabelecer a sua própria." Platão, A República


O último discurso, do filme “O Grande Ditador”


Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos... evangélicos. (esta a meu ver é a fala de quem pretende verdadeiramente representar aos cidadãos e não a um curral eleitoral)


Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.


O caminho da vida e da Umbanda pode ser o da liberdade e da beleza, porém há quem o extravie.  A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade dos estudos, dos títulos, dos paramentos, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina que produz os salvadores, que parece produzir abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos encabrestados fizeram-nos céticos; nossa inteligência ofuscada pela fascinação, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia doutrinados pelos líderes e mestres iluminados e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.


A internet, o rádio, a televisão, as aglomerações festivas aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a voz de milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano e da Umbanda de todos nós. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.


Umbandistas! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma sedução contada e pensada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!


Umbandistas! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar comunidades realmente fraternas e solidárias. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.


É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso aliadas a fé lúcida e a coragem de amar incondicionalmente conduzam à ventura de todos nós. Umbandistas, em nome da democracia, unamo-nos!


Umbandistas, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Umbandistas? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Umbandista! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Umbandistas! Ergue os olhos!


O discurso original pode ser lido aqui; http://www.culturabrasil.pro.br/chaplin1.htm

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