domingo, 30 de maio de 2010

Tempo de morrer... Tempo de renascer!

"1 Para tudo há um tempo e um tempo de propósito debaixo do céu:
2 Tempo
de nascer, e tempo de morrer; tempo para plantar, e tempo de arrancar o que foi plantado;

3 Tempo
de matar, e tempo de curar; um tempo para demolir, e tempo de construir;

4 Tempo
de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo para dançar;

5
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;

6 Tempo para procurar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
7
Tempo de rasgar, e tempo para costurar; um tempo para calar, e tempo de falar;
8
Tempo de amar, e tempo para odiar; um tempo para a guerra, e um tempo de paz.
9
Que proveito tem o que opera na medida em que que se afadiga?

10 Tenho
visto o trabalho penoso que Deus deu aos filhos dos homens para nela se exercitarem.
11 Tudo fez formoso em seu tempo: também pôs a eternidade no seu coração, mas para que o homem não pode descobrir a obra que
Deus fez desde o princípio até o fim."
(Eclesiastes 3:1-11)

Enfim chegou o tempo de morrer no coração, mente e viver, o modo como até aqui tenho conduzido minhas reflexões, remoques e ressentimentos sobre o que vi e ouvi, li e leio, vi e vejo, presenciei e presencio no assim chamado movimento umbandista, suas conclamações, suas pessoas satélites, suas conquistas de uma nota só e seus personagens, próximos ou distantes.

Já não me importa se vão plantar bananeiras, fazer greve de fome ou atearem fogo à si próprios como forma de protesto (puxa como não pensaram nisto antes? imitar os monges budistas que assim o fizeram na Guerra do Vietnã. Isto sim é que seria dar à vida pela causa que tanto apregoam. Afinal, parece que o limite último que falta é um mártir, rsrsrsrs).

Vi isso claramente, mas não sem nenhuma dor (Obrigado Mestra!), após os dois últimos textos que escrevi. Tenho enorme necessidade sim de escrever, há muitas paisagens que vejo quando abro minha janela interior, porém após alguns acontecimentos que envolveram tanto a mim quanto Amigos Queridos, ao realizar o exercício de abanação ( jogar o café para cima na peneira para separar os grãos das folhas), vi que a mesma se encontrava vazia e veio uma sensação de esgotamento tão profundo que me assustei.

Como aprendi a fazer quando tal se sucede, me aquietei e desde jeito pude ouvir a voz interior que me guia, sua mensagem foi clara, firme e taxativa;

"Chega, acabou o tempo de estagiar por esta estrada. é hora de morrer para renasçer em novos campos. É tempo de buscar novos horizontes!"

E é isto que faço desde já, quero dizer, já comecei, isto aqui é um assim chamado texto-epitáfio para o homem velho morra e para que nasça o homem novo. Na verdade, este texto já estava sendo escrito há alguns dias, hoje é a concretização.

Meu tempo neste plano de manifestação está cada vez mais curto e demorei muito estagiando por caminhos onde mesmo tendo passado 2, 3, 5, 10 vezes, me ferindo e empobrecendo, teimosamente retornava.

Aprendi quem são os AMIGOS verdadeiros e os SIMULACROS.

Já escolhi o caminho que quero seguir com minha companheira desta encarnação, e sei o quanto quase me custou ter sido intransigente nos caminhos que teimoso retornava.

Tenho claro o meu caminho dentro do terreiro ao qual pertenço junto aos meus companheiros de caminhada.

Já perdi tempo demais não seguindo àquela mesma voz interior que tantas vezes me dizia o que fazer e eu obtuso, não ouvi.

É hora de ir, buscando colher a sabedoria que ensina Ricardo Reis (heterônimo de Fernando Pessoa);

Mestre, são plácidas

Todas as horas

Que nós perdemos.

Se no perdê-las,

Qual numa jarra,

Nós pomos flores.

Não há tristezas

Nem alegrias

Na nossa vida.

Assim saibamos,

Sábios incautos,

Não a viver,

Mas decorrê-la,

Tranquilos, plácidos,

Tendo as crianças

Por nossas mestras,

E os olhos cheios

De Natureza...

A beira-rio,

A beira-estrada,

Conforme calha,

Sempre no mesmo

Leve descanso

De estar vivendo.

O tempo passa,

Não nos diz nada.

Envelhecemos.

Saibamos, quase

Maliciosos,

Sentir-nos ir.

Não vale a pena

Fazer um gesto.

Não se resiste

Ao deus atroz

Que os próprios filhos

Devora sempre.

Colhamos flores.

Molhemos leves

As nossas mãos

Nos rios calmos,

Para aprendermos

Calma também.

Girassóis sempre

Fitando o Sol,

Da vida iremos

Tranquilos, tendo

Nem o remorso

De ter vivido.




Paz e Luz!

Um comentário:

Umbanda - Sec. XXI disse...

Olha eu aqui Edenilson.
Parabéns pelo significado do texto.
Leia meu blog - umbandasecxxi.blogspot e tenho certeza que encontrará alguma semelhança de pensamento. Abraços - Ubiratan.