quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Paz sem voz não é paz, É MEDO!

"Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
A candeia do corpo é o olho; assim que, se o teu olho for límpido, todo o teu corpo terá luz.
Porém se teu olho for maligno, todo teu corpo será tenebroso.

Assim que se a luz que em ti há, são trevas; quão grandes são tais trevas?
Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer a um e amar ao outro ou se dedicará a um e desprezará ao outro.

Não podeis servir a Deus e as riquezas do mundo."
Evangelho de Mateus, cap. 06

Uma pessoa que muito estimo certa vez me disse; ”Vai conhecendo os umbandistas, vai!”, quando expus a proposta do projeto Espaço Aberto para Estudos da Umbanda, um espaço para troca de idéias e aprendizado mútuo, sem mestre sabe tudo, professor ou iluminado, gratuito, sem viés doutrinário x/y/z, que conduzi enquanto tive condições. Tivesse eu ouvido ao sábio conselho teria evitado uma série de dissabores, no entanto, não teria conhecido o que e como vai aos corações umbandistas do que dizem crer e viver.
Assim como não teria conhecido o que vai em meu próprio coração...

Ah não! Não tenho vocação para masoquista não, rsrsrsrsrsrs (apesar de ter sido avisado como é que iam rolar as coisas...).

Por conta do texto “Que os salvadores deslizem pelo fio da navalha!”, recebi recados carregados de ataques e ofensas pessoais (bem condizentes com quem de olhos embargados repete: “Umbanda é paz e amor, um mundo cheio de luz....”), e em sua maioria com a assinatura: Anônimo.

Coisas do tipo: “ce si acha o sabe tudo, se liga otário”, “babaca covarde”, “a inveja mata, morre logo”, “levanta a bunda e vai fazer algo pela Umbanda”, “num guentô o rojão, agora fala mal de quem trabalha”, “teu rabo vai arde na encruza”, entre os mais leves. Fazendo referência, segundo estes “umbandistas”, a supostas calúnias, difamações e tentativas de “queimar” ao atual presidente da FEURO, Ricardo Barreira.

Como enfeite deste pudim de jiló: “Quem é vc prá falar e o que vc fez, além de ficar urubuzando quem faiz, hein?”.

É possível não terem lido com o devido desprendimento ou limpado suas lentes para alcançar o que tentei dizer. Por isso penso ser meu dever buscar o esclarecimento, pois a falha na comunicação pode ter sido minha. Mas me permito perguntar também:

Custava terem a hombridade de perguntar antes ao invés de utilizar o recurso baixo e pequeno da ofensa?

Mas qual o quê, ninguém pode dar aquilo que não têm ou ainda não buscou.

O texto em essência fala do questionamento que precisamos ter quanto a NOSSA postura de defensores, seguidores, salvadores, ovelhas em relação ao que ouvimos, dizemos e acreditamos, ou seja fala de AUTO-CRÍTICA, fala de COERÊNCIA, DISCERNIMENTO, fala do bom e ainda atual SI MANCOL.

Por sinal, não é esta a postura que tanto incitamos, por exemplo, quando nos referimos aos políticos?

Mas ninguém desenhou que não valia só para eles? UAI, e precisava?

Conforme disse, estive no coquetel de posse da nova diretoria da FEURO e percebi que para alguns que cumprimentei, fui tratado como participante da Umbanda Fest, um tanto quanto sumido, mas participante. Por isso considerei oportuno registrar, mais uma vez, que estou desligado. Apenas acresci desta feita, um relato um pouco mais longo e no qual digo claramente que um dos motivos deste desligamento se deu por divergências (rumos, propostas, pensamentos).

Se o fiz de forma tão aberta, nominada, transparente não indica que superei o episódio e que estou em paz comigo?

Ter divergido e me reservo o direito de divergir, significa que o tenho como inimigo ou adversário? Que tipo de conteúdo medíocre, mesquinho pode alimentar tal idéia?

Ao dizer que reconheço que tingi com as cores da mágoa, desilusão e amor-próprio ferido, e não tivesse mentido, ainda assim não deu pra sacar que já não vivo este momento, é passado, que fiz o necessário exercício de auto-reflexão para o devido crescimento?

Onde houve calúnia, difamação, suspeição, falso testemunho, intenção de queimar a pessoa e o trabalho?

Penso que só mesmo na cabeça de quem sentiu ameaçados os sonhos e projetos inomináveis perante a luz do dia.

O que escrevi, ao próprio Ricardo não é novidade alguma, vez em quando nos encontrarmos o tratamento é cordial e respeitoso. Se houvesse de fato ocorrido as supostas acusações a mim impostas, se algo o conheço, creio teria me procurado para conversarmos, não para uma tomada de satisfação, mas como assim fazem as pessoas de cara e consciência limpa e que não precisam se esconder atrás de anonimatos, indiretas ou paus-mandados, perguntaria:

“Olha Deni, me esclareça o que quis dizer com isso”.

Mesmo por que moramos na mesma cidade, ele possui meus números de telefone, endereço, e-mail e até o momento, como o grande “ofendido”, não o fez.

Se algo o conheço, não é de seu feitio delegar a terceiros sua defesa, nem tampouco é dado a discussões e afrontas, mantendo o ritmo de trabalho e ideais.

O que me parece patente é que pelas reações, a proposta do texto foi plenamente alcançada, o que foi manifestado, através de ofensas e ataques, revelou o quanto estão carentes de crer e trabalhar em si mesmo e por isso embalam numa aura de intocabilidade e elevação os que elegem como heróis e modelos (Quando irão aprender que TODOS somos humanos, demasiadamente humanos?) e qualquer possibilidade ou que assim seja rotulada de mancha negra nos seus céus dourados deve ser prontamente “despachada”.

Quanto a pergunta: “Quem é vc prá falar e o que vc fez, além de ficar urubuzando quem faiz, hein?”

Devolvo; Onde vc estava enquanto eu e alguns: varria; lavava; limpava; tirava pedaços de pregos do palco, carregava material, colava cartazes em faculdades, escolas, comércio; entregava folders subindo a Batista de Carvalho; redigia e-mails e cartas; gravava dvds; fazia crachás; telefonava do local de trabalho correndo o risco de perder o emprego; visitava terreiros convidando para eventos; ia na rádio atendendo a convite pois a turma tinha vergonha de ir; escapava durante o horário de trabalho para reuniões rápidas; vendia rifas para arrecadar fundos; promovia a campanha de usar camiseta para se fazer visível; era chamado de hipócrita pois se “aliava” aos antigos líderes hipócritas da comunidade; amarrava faixas; organizava, retificava e contactava pessoas de listas antigas; confeccionava plaquetas de identificação na mesa dos palestrantes; levava água a estes mesmos palestrantes; acertava programação do evento; buscava informação de leis municipais; concordava que não deveria existir tapete vermelho pra ninguém e todos seriam tratados por igual; buscava cadeiras nas faculdades para o conforto de todos; abria e fechava as cortinas, arrumava fio de microfone para que o artista brilhasse; etc.

Onde vc estava?

“Ah, então vc quer é medalhas de honra ao mérito ou homenagens não é isso?” Vc, anônimo “umbandista”, poderia me perguntar.

Eu lhe digo que já recebi minhas condecorações; cada vez que fui espezinhado, ridicularizado, ofendido, tive as palavras, atos, idéias, projetos sabotados e aviltados, cada pequena ou grande mentira, cada vez que nosso congá pequenino anulou as demandas dos “irmãos”, foram e são a recompensa que me cabe.

Se sou merecedor, isto o Tribunal Cármico é quem dirá.

Onde vc estava?

Talvez entre os poucos gatos pingados que compareceram e permaneceram até o fim na platéia da Umbanda Fest 2006, ou entre os que ouviram dizer e disseram que iam na passeata da Batista de Carvalho (mas não foram), quem sabe entre os ainda gatos pingados do I Fórum Sobre Liberdade Religiosa, talvez entre os que se lamentaram não ter conseguido vaga (ou não ter acreditado) no I Curso Sobre Direitos e Deveres da Religiões Afro-Brasileiras, mas com certeza vc estava na platéia da Umbanda Fest 2007/2008, cantando, dançando, fazendo a sua parte.

Onde vc estava?

Vc estava vivendo sua vida no momento e lugar que vc escolheu ser melhor, assim como eu, assim como qualquer um. Vc, eu, nós, fazemos escolhas conforme sentimos e acreditamos e estas se revelam acertadas ou não, o tempo aliado é claro a auto-reflexão, o tal si mancol é que vão dizer.

Pergunte-se ao menos uma vez: onde se manifesta a razão? Na arrogância das certezas ou na capacidade de duvidar?

Pois é minha cara Amiga ANA, “vai conhecendo os umbandistas, vai!”, foi o que fiz e faço e não é que eles conseguem ainda surpreender, se para o bem ou mal é outra conversa.

Quando será que estes mesmos umbandistas vão se dispor a SE conhecerem hein?

OPS! Olha eu aí quase caindo na tentação da postura de “salvador” de novo, quase, rsrsrsrsrsrsrsrs

Paz e Luz!

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