quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Umbanda, contagem regressiva:...1908 - parte III

Peço desculpas pelo mal jeito, mas o apagão nacional de ontem, mal comparado com o nosso próprio apagão consciencional, causou este pequeno atraso na edição da continuidade dos textos comemorativos ao nosso aniversário para o próximo dia 15 de novembro.

O texto escolhido é sem dúvida um dos mais lidos e publicados (muitas vezes sem o devido registro do autor), entre os umbandistas, mas que infelizmente LÊEM SEMPRE PARA OS OUTROS, nunca para si mesmos, será por não se enxergarem mesmo na condição de necessitados (tal e qual a fila do texto) ou por se considerarem instrumentos ungidos do alto astral da esferas elevadas?

Aproveito a publicação feita no excelente site (destaques negritos e coloridos meus):

Reencontrando o Sagrado
http://www.nativa.etc.br/umb_conceito_006.html

As sete lágrimas de Pai-Preto

Tenho visto a divulgação das Sete Lágrimas de Pai-Preto. E, pelo fato da sua origem não estar sendo divulgada, achei por bem, reproduzí-las aqui, com estas informações adicionais. Este texto é um resumo de uma experiência de desdobramento de W.W. da Matta e Silva ( Mestre Yapacani) .

O texto foi copiado do Livro "Lições de Umbanda (e Quimbanda) na palavra de um Preto-Velho, 3a. edição", que recomendo à todos lerem, independentemente de sua convicção filo-religiosa, para entenderem o que é Umbanda e, principalmente, àqueles que estão inseridos no Movimento Umbandista.

Pessoalmente, creio que é/será de interesse para aqueles que estão no início de jornada nesta Seara.
Thashamara

Introdução

Nestas páginas, estão cravadas as impressões vividas e sentidas por mim, diretamente, de um humilde e leal amigo do astral - o Pai G....., a quem rendo minha eterna gratidão, como seu veículo mediúnico desde a Infância...

Desse "Preto-Velho", colhi esse lamento e essa lição, sobre a natureza das humanas criaturas que "giram" nos terreiros ou Tendas de Umbanda.

Isto foi há muitos anos... quando a experiência ainda não tinha encanecido minha alma nesse mister...

Naturalmente, ele, ao proporcionar-me esse "passeio-astral" e ao falar assim numa demonstração direta, quis que eu visse a coisa como ela era e é... pois eu tinha ilusões e bastante ingenuidade ainda...

Assim, quero dedicar essas suas sete lágrimas, a meus Irmãos de Umbanda, aparelhos, sinceros, para que, meditando nelas e vibrando na doce paz desses "pretos-velhos", possam haurir forças e compreensão e sobretudo a indispensável experiência, para que sejam, realmente, baluartes das verdades que eles tanto ensinam... quando têm oportunidade...

W.W. da Matta e Silva

AS SETE LÁGRIMAS... DE PAI-PRETO

Foi uma noite estranha aquela noite queda; estranhas vibrações afins penetravam meu Ser Mental e o faziam ansiado por algo, que pouco a pouco se fazia definir...

Era um quê desconhecido, mas sentia-o, como se estivesse em comunhão com minha alma e externava a sensação de um silencioso pranto...

Quem do mundo Astral emocionava assim um pobre "eu"? Não o soube, até adormecer.., e "sonhar"...

Vi meu "duplo" transportar-se, atraído por cânticos que falavam de Aruanda, Estrela Guia e Zamby; eram as vozes da SENHORA DA LUZ-VELADA, dessa UMBANDA DE TODOS NÓS que chamavam seus filhos de fé...

E fui visitando Cabanas e Tendas, onde multidões desfilavam... Mas, surpreso ficava, com aquela "visão" que em cada urna eu "via", invariavelmente, num canto, pitando, um triste Pai-preto, chorava.

De seus "olhos" molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei porque, contei-as... foram sete.

Na incontida vontade de saber, aproximei-me e Interroguei-o: fala Pai-preto, diz a teu filho, por que externas assim uma tão visível dor?

E Ele, suave, respondeu: estás vendo essa multidão que entra e sai? As lágrimas contadas, distribuídas estão dentro dela...

A primeira eu a dei a esses indiferentes que aqui vêm em busca de distração, na curiosidade de ver, bisbilhotar, para saírem ironizando daquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber.

Outra, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um "milagre" que os façam "alcançar" aquilo que seus próprios merecimentos negam.

E mais outra foi para esses que crêem, porém, numa crença cega, escrava de seus interesses estreitos. São os que vivem eternamente tratando de "casos" nascentes uns após outro...

E outras mais que distribuí aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança, desejam sempre prejudicar a um seu semelhante - eles pensam que nós, os Guias, somos veículos de suas mazelas, paixões, e temos obrigação de fazer o que pedem... pobres almas, que das brumas ainda não saíram.

Assim vai lembrando bem, a quinta lágrima foi diretamente aos frios e calculistas - não crêem, nem descrêem; sabem que existe uma força e procuram se beneficiar dela de qualquer tona.

Cuida-se deles, não conhecem a palavra gratidão, negarão amanhã até que conheceram urna casa da Umbanda... Chegam suaves, têm o riso e o elogio à flor dos lábios, são fáceis, muito fáceis; mas se olhares bem seus semblantes, verás escrito em letras claras: creio na tua Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zamby, mas somente se vencerem o "meu caso", ou me curarem "disso ou daquilo’...

A sexta lágrima eu a dei aos fúteis que andam de Tenda em Tenda ido acreditam em nada, buscam apenas aconchegos e conchavos; seus olhos revelam um interesse diferente, sei bem o que eles buscam.

E a sétima, filho, notaste como foi grande e como deslizou pesada? Foi a ÚLTIMA LÁGRIMA, aquela que "vive’ nos "olhos" de todos os Orixás; fiz doação dessa, aos vaidosos, cheios de empáfia, para que lavem suas máscaras e todos possam vê-los como realmente são... Cego., guias de cegos", andam se exibindo com a Banda, tal e qual mariposas em torno da luz; essa mesma LUZ que eles não conseguem VER, porque só visam a exteriorização de seus próprios ‘egos".

"Olhai-os" bem, vede como suas fisionomias são turvas e desconfiadas; observai-os quando falam "doutrinando"; suas vozes são ocas, dizem tudo de "cor e salteado", numa linguagem sem calor, cantando loas aos nossos Guias e Protetores, em conselhos e conceitos de caridade, essa mesma caridade que não fazem, aferrados ao conforto da matéria e à gula do vil metal. Eles não têm convicção.

Assim, filho meu, foi para esses todos que viste cair, uma a uma, AS SETE LÁGRIMAS DE PAI-PRETO! Então, com minha alma em pranto, tornei a perguntar: não tens mais nada a dizer, Pai-Preto? E, daquela "forma velha", vi um véu caindo e num clarão intenso que ofuscava tanto, ouvi mais uma vez...

Mando a luz da minha transfiguração para aqueles que esquecidos pensam que estão... ELES FORMAM A MAIOR DESSAS MULTIDÕES"...

São os humildes, os simples; estão na Umbanda pela Umbanda, na confiança pela razão... SÃO OS SEUS FILHOS DE FÉ.

São também os "aparelhos’, trabalhadores, silenciosos, cujas ferramentas se chamam DOM e FÉ, e cujos "salários" de cada noite... são pagos quase sempre com urna só moeda, que traduz o seu valor numa única palavra - a INGRATIDÃO...

MESTRE YAPACANI

Com votos de profunda paz nos seus pensamentos, irradiante alegria nos seus sentimentos e harmonia nas suas ações, com prosperidade, força e minha benção.

THASHAMARA
O ETERNO APRENDIZ


Paz e Luz!

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