sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Pixinguinha, Martin Luther King, Zumbi dos Palmares

Hoje, 20 de novembro "comemora-se" a data dedicada ao héroi nacional Zumbi dos Palmares. Entre aspas, pois como ouço e leio dos integrantes do Movimento Negro não há o que comemorar, mas sim muito o que refletir.

E eis que uma vez mais os cidadãos brasileiros que se destacam pelo tom de pele negra vêm nos ensinar que festa mesmo, comemoração mesmo, plenas só quando os direitos, as oportunidades, o tratamento, o respeito, a integridade, a educação, a saúde, o saneamento básico, os parlamentos, forem IGUALMENTE observados, cumpridos, exercitados, aplicados PARA TODOS OS CIDADÃOS BRASILEIROS, independente de sua cor de pele, etnia (pelo amor de Deus parem de usar a expressão raça, quem tem raça é cachorro!!!!!), opção sexual, religião, etc.

Até lá, até podemos nos confraternizar sim, mas ainda não dá para sorrir inconsequentemente como se ali na esquina não estivesse alguém sendo espancado, estuprado, queimado ou morrendo de fome, independente de sua cor de pele, aliás, depois que se tornou sub-qualquer coisa é o que menos vão olhar, afinal já se tornou paisagem morta, menos um ser humano, nosso semelhante.

Aliás 2, enquanto não despertarmos para nossa verdadeira realidade espiritual estacionaremos nos mesquinhos detalhes de nossas diferenças terrenas.

DANÇANDO FORA DO CORPO NA CHUVA II*

Eu olho vocês cantando na noite na grande avenida.
Os carros passam acelerados.
E os transeuntes correm da chuva.

Mas ninguém os vê.
Nem escutam canção alguma.
Entretanto, eu escuto daqui.
Porque eu ouço com o coração.

E porque sua canção é linda
E cheia de amor.
Porque ela tem alma.
E, por isso, é verdadeira.

Ah, brothers**, que coro é esse?
Que faz as estrelas descerem
Ao asfalto molhado e sujo,
E que também limpa os corações...

Eu vejo vocês dançando na 5ª Avenida,
E suas auras*** brilham bem mais
Do que as luzes da cidade.
Será porque Deus dança com vocês?

Estamos ligados, hein brothers?
Vocês aí, e eu aqui, corações que cantam...
Enquanto as estrelas também escutam
E descem na noite dos homens.

Ah, eu nem sei o que dizer!
Eu olho vocês dançando, e fico admirado
Como os seus sapatos brilham tanto.
Será porque seus movimentos são de luz?

Vocês estão no duplo extrafísico da avenida
E a chuva atravessa os seus corpos espirituais* ***.
Mas vocês estão além do frio e da sujeira,
Porque a fé aquece seus corações.

É por isso que vocês cantam na noite...
Trazendo as estrelas para o asfalto
E falando de um Grande Amor.
Os homens não escutam, mas os espíritos, sim.

E muitos deles, infelizes, trocam a sujeira
Pela canção e abrem o coração para a Luz.
E, então, são levados para o Céu.
Será por isso que as estrelas desceram?

My brothers, que coro é esse,
Que só o coração escuta?
Que atravessa os planos e chega aqui,
Como som do Eterno?

Aí e aqui, corações que cantam na noite,
Enquanto a chuva cai na 5ª Avenida;
E as estrelas dançam no asfalto,
Enquanto os espíritos voam...

Ah, brothers, eu vejo vocês daqui.
E sinto a fé que os move.
Porque é a mesma que move meu coração,
E que fala de um Grande Amor.

Então, mesmo à distância, estamos juntos!
Vocês cantam e dançam, e eu escrevo;
Enquanto as estrelas fazem o serviço...
Será por isso que Deus nos juntou espiritualmente?

Ah, que coro é esse, que enche o chão
Da 5ª Avenida de estrelas dançantes?
E que liberta os espíritos infelizes
E também enche o meu coração de luz?

E essa alegria, que vem da fé?
Que não doutrina nem julga, só ama.
Que não fala de religião alguma.
E que fala da eternidade da consciência.

Ah, brothers, que canção linda!
Que faz pensar na Luz do Eterno;
Que faz as estrelas descerem, não só no chão,
Mas, também, em meu coração.

Eu vejo vocês na noite da 5ª Avenida.
Vocês continuam cantando e dançando,
Enquanto as estrelas dançam no asfalto,
E eu vou escrevendo, em nome de um Grande Amor...

My brothers, thank you !

(Dedicado a Pixinguinha e a Martin Luther King*****).

P.S.:Fiz esses escritos enquanto via, extrafisicamente, um trabalho de assistência espiritual rolando na cidade de Nova York. O mesmo era realizado por um grupo de amparadores extrafísicos ligados à música. Todos eles eram negros e cantavam e dançavam como os mestres do Soul, do Blues, do Gospel, e do Jazz. Olhando os caras dançando e cantando na noite dos homens tristes e sem luz, lembrei-me de Sam Cooke, que foi o grande crooner negro da América.

Além da alegria deles, ficava evidente sua fé e seu amor pela música. E eu sentia a atmosfera deles aqui comigo.

O Grande Amor uniu nossos corações, e os motivos disso, só o Grande Arquiteto Do Universo é que sabe. Na verdade, eles não são americanos, e eu não sou brasileiro.

Somos cidadãos do Universo. E eu não sou branco, e nem eles são negros. Somos da raça da Luz, que é a de todos. Acima de nós, brilham as estrelas.

Mas, nessa noite de hoje, elas desceram ao asfalto e dançaram com os espíritos, lá na 5ª Avenida, em Nova York. E elas também vieram aqui para o Brasil, no bairro da Saúde, na cidade de São Paulo, tão grande e cosmopolita quanto a sua irmã americana, e dançaram em meu coração.

E, agora, eu nem sei mais o que dizer. Porque tem um chão de estrelas aqui.E, lá em cima, no Astral Superior, talvez Pixinguinha e Martin Luther King estejam compondo algumas canções juntos, quem sabe?

Paz e Luz.

- Wagner Borges - sujeito sem jeito, que, na Terra, não dança nada; mas que, no Astral, dança como nunca, junto com um grupo de espíritos cheios de alegria, música e amor, sempre em nome da Luz.

São Paulo, 12 de novembro de 2009.

Em tempo: Não tenho como provar as coisas do espírito para outros. Apenas escrevo e compartilho o que O Grande Arquiteto Do Universo me deixa ver no imenso concerto da vida universal. E só isso já me deixa muito contente. Não tenho verdades absolutas nem sei explicar mistérios universais. Mas, o pouco do infinito que já percebo em meu coração, me deixa cheio daquela alegria e amor que não se explica, só se sente...Sim, não posso provar nada; mas, que tem vida além da morte, ah, tem sim!E os espíritos dançam, sim, pois estão bem vivos. E que legal poder escrever sobre isso, e dançar junto, pelas pistas do Eterno, e por aquelas outras, que estão dentro do próprio coração espiritual.

Como diz o Pai Joaquim de Aruanda, sábio mentor extrafísico das lides da Umbanda, “cada um de nós é como uma gotinha; os mentores espirituais são copos de água; os grandes mestres são galões cheios de água; e o Papai do Céu é o oceano de todos.”

Concluo esses escritos com duas palavras fortes, cheias de valor:

NA FÉ! NA LUZ!


Notas:
* A primeira parte desse texto está postado no site do IPPB – www.ippb.org. br, no seguinte endereço específico: http://www.ippb. org.br/modules. php?op=modload&name=News&file=article&sid=6388 ** Brothers – do inglês – irmãos.

*** Aura – do latim, aura - sopro de ar – halo luminoso de distintas cores que envolve o corpo físico e que reflete, energeticamente, o que o indivíduo pensa, sente e vivencia no seu mundo íntimo; psicosfera; campo energético.**** Corpo espiritual - Cristianismo - Cor. I, cap. 15, vers. 44.Sinonímias: Corpo astral - do latim, astrum - estrelado - expressão usada pelo grande iniciado alquimista Paracelso, no séc. 16, na Europa, e por diversos ocultistas e teosofistas posteriormente. Perispírito - Espiritismo - Allan Kardec, séc. 19, na França. Corpo de luz – Ocultismo. Psicossoma - do grego, psique - alma; e soma, corpo. Significa literalmente "corpo da alma" - Expressão usada inicialmente pelo espírito André Luiz nas obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier e por Waldo Vieira, nas décadas de 1950-1960, que atualmente é mais usada pelos estudantes de Projeciologia.

Dediquei esses escritos a Pixinguinha e Martin Luther King porque foi o que senti intuitivamente para fazer. Então, deixo na sequência algumas informações sobre esses dois gigantes da raça negra; um do Brasil, e o outro dos Estados Unidos da América.

- Alfredo da Rocha Viana Filho, conhecido como Pixinguinha, (1897-1973) foi um flautista, saxofonista, compositor, cantor, arranjador e regente brasileiro.Pixinguinha é considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira e contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva.

Em 1919, ele formou o conjunto Oito Batutas, formado por Pixinguinha na flauta, João Pernambuco e Donga no violão, dentre outros músicos. Fez sucesso entre a elite carioca, tocando maxixes e choros e utilizando instrumentos até então só conhecidos nos subúrbios cariocas.Quando compôs "Carinhoso", entre 1916 e 1917, e "Lamentos", em 1928, que são considerados alguns dos choros mais famosos, Pixinguinha foi criticado e essas composições foram consideradas como tendo uma inaceitável influência do jazz, enquanto hoje em dia podem ser vistas como avançadas demais para a época. Além disso, "Carinhoso", na época, não foi considerado choro, e sim uma polca.Outras composições, entre centenas, são "Rosa", "Vou vivendo", "Lamentos", "1 x 0", "Naquele tempo", e "Sofres porque Queres".

No dia 23 de abril comemora-se o Dia Nacional do Choro, trata-se de uma homenagem ao nascimento de Pixinguinha. A data foi criada oficialmente em 4 de setembro de 2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello.Pixinguinha faleceu na igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro, quando seria padrinho de um batizado.

- Martin Luther King, Jr. (1929-1968) - Líder de movimentos que buscavam o respeito aos direitos dos negros e o fim da discriminação racial nos EUA. Pastor protestante, liderou vários protestos pacíficos e conseguiu mudar bastante a situação dos negros em seu país.

Eis aqui alguns extratos do que ele falava:

“É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar.É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se, fazendo nada até o final.Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder.Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver.”

“Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos. Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos.”

“Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo.”

“Saiba que seu destino é traçado pelos seus próprios pensamentos, e não por alguma força que venha de fora. O seu pensamento é a planta concebida por um arquiteto para construir um edifício denominado prosperidade. Você deve tornar o seu pensamento mais elevado, mais belo e mais próspero.”

“Cada dia é o dia do julgamento, e nós, com nossos atos e nossas palavras, com nosso silêncio e nossa voz, vamos escrevendo continuamente o livro da vida. A luz veio ao mundo e cada um de nós deve decidir se quer caminhar na luz do altruísmo construtivo, ou nas trevas do egoísmo. Portanto, a mais urgente pergunta a ser feita nesta vida é: o que fiz hoje pelos outros?”

“Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização.”

“Quando os nossos dias se tornarem obscurecidos por nuvens negras e baixas; quando as nossas noites forem mais negras do que mil noites, lembremo-nos que no universo há um grande e benigno poder, que é capaz de abrir caminho onde não há caminho, e de transformar o ontem sombrio num luminoso amanhã.


Obrigado Mãe Benedita, Pai José, Pai Tinoco, Pai Guiné, Mãe Maria Conga, Mãe Cambinda, Pai Sabino, Pai Antônio e toda Linha de Trabalho das Almas!

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