sábado, 3 de julho de 2010

Amar você me fez um idiota e como isso é bom!

Há quanto tempo eu protelo escrever neste "meu" espaço sobre o que sinto por você Cláudia? Muito, muito tempo.

Possivelmente por nem sempre e nem todo dia te amar com a mesma intensidade que os manuais de amor eterno e que dizem até que a morte nos separe vaticinam e protocolam.

Certamente, por não ter sido um companheiro que por muitas vezes a fez se sentir amada e valorizada.

Nos reencontramos prá aprender algo que deixamos esquecido? Talvez, talvez. Mas, se assim for, a oportunidade é agora e não estou muito a fim de esperar prá uma outra.

Sempre é muito tempo, já disse um alguém.

Até que a morte nos separe acontece todos os dias quando cada um de nós de vai cumprir seus deveres mundanos e muitas vezes no peito rola um desânimo total, mesmo que estejamos loucos de vontade de voltar para casa e renascer para vida no reencontro do abraço que é a fonte da eterna juventude.

Eu te amo, você me ama, mas não é todo dia e nem é a todo momento, sentimos tristeza, raiva, mágoa, um do outro nas tantas vezes que insanos deixamos que coisas chatas escureçam o que nos vai aqui dentro.

E o que nos vai aqui dentro é uma verdade que brota continuamente em nós, como um riacho que vem do fundo de uma caverna e traz água límpida, fresca e transformadora;

Nós somos duas pessoas idiotas que amam a Vida acima de tudo, e cada pequena flor esquecida, cada asa de borboleta caída no bosque, cada gole de caféééééééééééé que juntos bebemos, cada desenho que juntos assistimos e nos emociona e sendo nosso encontro nesta encarnação um trupicão desajeitado que começou num vamos ver até onde isso vai dar que termina (ou melhor recomeça) em longos abraços, beijos e amassos e mãos que sobem e descem, pernas que se enroscam e corpos que se esvaem em muito suor e gozo de risadas e felicidade, quero te dizer;

Amo você! Amo você! Amo você!

Especialmente por me fazer um idiota especial, já que durante muito, muito tempo, fui o o visceral, o profundo, o sério, enfim o chato encarapaçado sr. certinho.

As manhãs de sol solitárias me trazem pequenas verdades que me dizem muito sobre o que vale de verdade viver, um bom café, um carinho do raio deste amigo sol e o sentimento profundamente idiota de que amar você me faz um ser melhor.

Te aguardo para o nosso reencontro de renovação na nossa fonte de juventude eterna, com ou sem roupa, o mergulho será total!

Só os idiotas são felizes

Ailin Aleixo

Nada mais libertador do que rir de si mesmo.
Idiotice é vital para a felicidade.
Gente chata essa que quer ser séria, profunda, visceral. Putz, coisa pentelha.
A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado do Schopenhauer? Deixe a pungência para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota. Ria dos próprios defeitos, tire sarro de suas inabilidades.
Ignore o que o boçal do seu chefe proferiu. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.
Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, objetivos claramente traçados mas não consegue rir quando tropeça?
Que sabe resolver uma crise familiar mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Sim, porque é bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas.
E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar?
Em suma: desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. A realidade já é dura; piora se for densa. Dura e densa, ruim. Brincar, legal. Entendeu?
Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não se descontrolar, não demonstrar o que sente. É muito não.
Dá pra ser feliz com tanto não? Pagar as contas, ser bem-sucedido, amar, ter filhos - tarefa brava. Piora, muito, com o peso de todos aqueles nãos.
Tenha fé em uma coisa: dá certo ser adulto e idiota.
Aliás, tudo fica bem mais fácil ser for regado a idiotice, bom humor. Manuel Bandeira foi um grande homem e um grande poeta. Disse certa vez: "E por que essa condenação da piada, como se a vida fosse só feita de momentos graves ou só nesses houvesse teor poético?" Estava certo.
Adultos podem (e devem) contar piadas, ir ao fliperama, beliscar a bunda da mulher, sair pelados pela cozinha. Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" aceitável.
Teste a teoria. Uma semaninha, pra começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que são: passageiras. A briga, a dívida, a dor, a raiva, tudinho vai passar, então pra que tanta gravidade? Já fez tudo o que podia para resolver o problema? Parou, chorou, pediu arrego?
Ótimo, hora da idiotice: entre na Internet, jogue pebolim, coma um churrasco grego. Tá numas de empinar pipa no sábado? Vá.
Quer conversar com sua namorada imitando o Pato Donald mas acha muito boçal? E é, mas e daí? Você realmente acha que ela vai gostar menos de você por isso? Ela não vai, tenha certeza.
Só vai gostar mais, porque é delicioso estarmos com quem sorri e ri de si mesmo.
Eu fico chateada por não ser tão idiota quanto gostaria; tenho uma mania horrível de, sem querer, recair na seriedade. Então o mundo fica cinza e cada lágrima ganha o peso de uma bigorna. Nessas horas não preciso de cenhos franzidos de preocupação. Nessas horas tudo de que preciso é uma bela, grande e impagável idiotice. Como sair pra jogar paintball - ou, melhor ainda, me olhar fixamente no espelho até notar como fico feia com os olhos vermelhos e o nariz escorrendo.
Como fico ridícula quando esqueço que tudo passa.

Nenhum comentário: